sábado, 24 de maio de 2014


Nascimento de uma nova realidade política.
Tyzhden (Semana), 23.05.2014
Oles Oleksienko.

As eleições presidenciais serão apenas o prelúdio de uma nova reformatação do cenário político.


As eleições presidenciais, amanhã, dia 25 de maio), cujo resultado parece bastante previsível, será apenas o prelúdio de uma reformatação dramática do cenário político. Seus novos contornos serão determinados em conformidade das expectativas públicas da campanha eleitoral antecipada para o Parlamento e participação ou não dos eleitores de Donbass. Portanto, avaliar as chances na realização de necessárias reformas ao país e fortalecimento do Estado só acontecerá com os resultados da reeleição do Parlamento e mudança de governo, não com anúncio do vencedor da corrida presidencial.

Garantia de mudanças 

Hoje realizar eleições parlamentares antecipadas desejaria a maioria dos cidadãos (segundo dados de pesquisa do Sociological Service "Rating" de 3 - 12 de abril de 2014, "a favor" - 68%,  "contra" - apenas 21%, como também os principais candidatos à presidência porque eles tem um nível muito mais elevado de apoio na comunidade que os deputados. E isso se aplica não apenas a Poroshenko ou Tymoshenko, mas a todos os candidatos (exceto Symonenko e Dobkin) que têm uma classificação apenas superior a 1%.

Aumentará a autenticidade da formação de coalizão governamental com participação de política moderada que se apoiará nos eleitores das regiões leste e sul. 

O mais provável favorito da corrida presidencial Petró Poroshenko já declarou, que depois das eleições presidenciais é indispensável re-eleger o Parlamento. Os estudos sociológicos fixam a vantagem significativa da potencial aliança das forças políticas "Solidariedade" (Poroshenko), com UDAR (Aliança Democrática Ukrainiana para Reforma) de Klychko durante uma votação hipotética. A possibilidade de obter a mais forte bancada ao líder de simpatias eleitorais é bem mais atraente que a perspectiva de agitação instável e incerta da maioria, atual "lama" parlamentar de não afiliados. E, sobretudo, Poroshenko terá que agir em condições de república parlamentar - presidencial, e mesmo parlamentar de fato (a qual muitos hoje querem apresentar no projeto da nova Constituição).

De acordo com as fontes da "Semana", Yulia Tymoshenko, consciente de poucas chances de vitória nas eleições presidenciais, considera-as cada vez mais como uma plataforma de lançamento para as futuras parlamentares. Opondo-se a Poroshenko até o final da corrida e mobilizando pelo menos 30 - 35% de votos no segundo turno contra ele, ela pode recuperar o status de líder da oposição. E, após a re-eleição do Parlamento, não é impossível, tornar-se líder da coalizão governamental, da qual, no futuro próximo pode depender muito mais do que do próprio presidente. Além disso, as eleições parlamentares antecipadas para Lady Yulia - é também possibilidade substituir a atual, formada, durante sua prisão, a fração caprichosa de políticos de diferentes tendências pessoalmente tomados, por seus leais deputado

A Yulia Tymoshenko são objetivamente benéficas as eleições parlamentares mais distantes, porque neste cenário o já eleito presidente Poroshenko perderá uma parcela significativa de popularidade, respondendo pelo governo. O fenômeno da taxa rápida de crescimento de Petró Poroshenko é que ele satisfez a procura do "novo" (um tanto esquecido o velho) face, tradicionalmente atual na sociedade ukrainiana. Contudo, hoje a classificação  desse candidato é desconhecida, ao qual pode-se atribuir estas ou aquelas características. Então, quando ele se tornar presidente e passar a operar, o seu nível de apoio pode cair bruscamente. Afinal, a maior parte da sociedade ukrainiana, apesar de dois Maidan públicos, ainda vive com ilusões messiânico-czaristas e tem em relação a políticos inadequadas expectativas claramente inflacionadas.

À primeira vista, as pesquisas de opinião mostram que 71% dos partidários de Poroshenko, em maior ou menos grau estão dispostos "viver com certas dificuldades hoje, se isto levar a uma melhoria de suas vidas no futuro". Mas o problema é que eles precisarão ser convencidos que as turbulências atuais realmente vão mudar a situação para melhor. No entanto o otimismo observa-se nas condições, quando os problemas sócio-econômicos ainda não se sentem com força, mas "margem de segurança" somente começou a minguar.

Irreal, pelo menos em termos de manutenção da atual composição do parlamento, será a distribuição uniforme da carga das dificuldades econômicas entre os grandes negócios dos oligarcas, o que espera a maioria dos ukrainianos. Por exemplo, 42% dos partidários de Poroshenko são a favor da nacionalização de todas as grandes empresas, que pertencem aos oligarcas, e ainda 40% - pelo confisco de pelo menos aquelas que foram adquiridas ilegalmente. É claro que, sendo também oligarca, Poroshenko, mesmo se permitir a redistribuição da propriedade, de modo algum será em grande escala. No entanto, sua relação com as velhas elites é demasiado óbvia, como a tentação de ir para amplos compromissos com os representantes do governo anterior "para estabilizar a situação no país", o que provocará crescente descontentamento dos cidadãos, que votarão para ele na esperança de "fundamental recarga do país" por ele e "vida de uma nova maneira".

Teste decisivo para Poroshenko-presidente será a questão de relações com a Rússia, normalizá-las durante três meses ele já prometeu. Nas fileiras de seu eleitorado uma parte tem atitude negativa para casos de cooperação desigual com seu vizinho oriental, uma das mais altas entre políticos ukrainianos: 89% de eleitores potenciais deste candidato consideram, que Ukraina paga a FR preço inflado pelo gás. 81% estão prontos economizar gás e calor, se isto reforçar a posição de Kyiv no diálogo com Moscou. 80% são pela recusa em todo ou em parte da compra do gás russo. Assim a grande parte dos eleitores de Poroshenko não espera dele simplesmente a normalização de relações com a Rússia, mas normalização com base na "vitória" - fortalecimento da independência de Moscou e fortalecimento nas posições de negociação de Kyiv.

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Petró Oleksievych Poroshenko 

Nasceu em 26.09.1965 em Belhrad , Província Odessa na URSS - político ukrainiano, deputado do Parlamento da 3ª, 4ª, 5ª e 7ª convocação. Foi ministro de Desenvolvimento Econômico e Comercial da Ukraina (de 23.03 a 24.12.2012), ministro dos Negócios Estrangeiros (09.10.2009 - 11.03.2010), membro do Conselho do Banco Nacional da Ukraina (2007 - 2014). Homenageado Economista da Ukraina. Laureado com prêmio estatal da Ukraina em Ciências e Tecnologia. Fundador do grupo "Ukrnpoinvest"

Negócios

Com diploma universitário, Poroshenko começou seu próprio negócio de venda de grãos de cacau. Em 1990, ele comprou algumas empresas de confeitaria. Em seguida uniu-as no grupo "Rochen", que se tornou o maior fabricante de produtos de confeitaria na Ukraina e reúne seis conjuntos industriais na Ukraina e uma fábrica na Rússia. As empresas de confeitaria, criadas por Poroshenko, e que trouxeram grandes lucros, lhe deram o apelido de "rei do chocolate".

Atualmente o império de negócios de Poroshenko inclui algumas fábricas de automóveis e ônibus: Fábrica de automóveis de Lutsk - JSC (Open Joint Stock Company), corporação "Bohdan", estaleiro "Ferraria de Lênin", Canal de televisão, "Chanel 5" e uma série de outras empresas

Em 2014, após a fuga de Yanukovych recusou-se da participação no governo provisório. Em fevereiro a classificação sociológica mostra a liderança de Poroshenko entre os candidatos a eleição de 2014 (Ele participou ativamente no dia a dia em defesa do Euromaidan - OK). alcançou aliança com Vitali Klychko nas eleições presidenciais, que também pretendia candidatar-se à presidência, embora no passado Klychko chegou a pensar na prefeitura de Kyiv.
A edição online da Verdade Ukrainiana informou que o acordo Poroshenko - Klychko foi precedido de encontro com Firtash, oligarca que está sendo incriminado pelos EUA por suborno, e está sob fiança na Áustria. 

Yulia Tymoshenko

Nasceu em 27.11.1960 em Dnipropetrovsk. Filha de pai letão e mãe ukrainiana. Casada com Oleksandr Tymoshenko, empresário. Formação - engenheiro economista, político ukrainiana.

Primeiro-ministro da Ukraina (2005, 2007-2010). Vice-primeiro-ministro para o setor da energia (1999-2010). Líder do partido "Pátria". 
De 05.08.2011 a 22.02.2014, durante o período da presidência da Viktor Yanukovych  esteve sob custódia. PACE (Assembléia Parlamentar do Conselho Europeu), Parlamento Europeu e ativistas dos direitos humanos consideram-na como prisioneiro político. 

Candidata à presidência da Ukraina apresentada pelo Partido "Pátria".

Em 1988 o casal Tymoshenko abriu uma locadora de vídeos. O Sr. Gennady Tymoshenko, sogro da Yulia, no final dos anos 80 possuía uma rede de distribuição de filmes.

Em 1989, sob a égide do Comitê Regional de Dnipropetrovsk, União da Juventude Comunista Leninista da Ukraina foi criado o Centro da Juventude "Terminal" sob a direção de Yulia Tymoshenko. O presidente do Komsomol da Província de Dnipropetrovsk na época era Serhii Tihipko. O chefe do departamento da agitação e propaganda era Oleksandr Turchenov (Amigos antigos, amigos atuais - OK).
O capital inicial que foi ganho no "Terminal" permitiu a Tymoshenko outro negócio - de produtos petrolíferos. E, em 1941 ela e o marido organizaram a "Corporação Oil Ukrainiano" Esta corporação foi uma das primeiras a fornecer aos consumidores ukrainianos os produtos petrolíferos.

Em 1995 a "Corporação Oil Ukrainiano" foi re-registrada na corporação industrial e financeira como "Sistemas Energéticos Unidos da Ukraina" - UESU.

Em 1995-1996 Tymoshenko foi presidente da Corporação UESU que alcançou vendas anuais de 11 bilhões de dólares e, aproveitando o apoio de Pavlo Lazarenko (Lazarenko foi o primeiro-ministro da Ukraina. As empresas funcionavam se dividissem com ele o lucro em 50%. Lazarenko enviava seus lucros para diversas empresas offshore. Quando percebeu que estava sendo descoberto viajou para Estados Unidos, onde acabou preso por mais de 10 anos. Já em liberdade continua nos Estados Unidos - OK).

Os Sistemas Energéticos Unidos da Ukraina, geridos por Yulia Tymoshenko, em meados de 1990, causaram danos a Ukraina no valor superior a 30 milhões de UAH (moeda ukrainiana) ou 3.750.000 dólares, e Tymoshenko pessoalmente evitou pagar mais 681 mil UAH em impostos.

Principais resultados do gabinete Tymoshenko (1ª ministra) na economia:
- A dívida externa cresceu de 12,31 do PIB a 35,38% em 2009;
- O preço do gás russo aumentou de 130 dólares EUA por 1 m³ para 232,98 dólares EUA em 2009.
- Em 2008 o UAH depreciou em 60%, aproximadamente de 5 UAH para 8 UAH por um dólar;
- Em 2009 a inflação foi de 14,8;
- Em 2008 e 2009, a inflação na Ukraina foi de 25,2 e 15,9% respectivamente.

Prezados leitores, este resumo é apenas uma parte das informações que constam na internet. Considero mais que suficiente para conhecer as "realizações" dos candidatos. Suas qualidade cada um que analise.
E rezemos a Deus pela Ukraina e seu povo sofrido.

Tradução e síntese: O. Kowaltschuk

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