quarta-feira, 7 de maio de 2014

Esperança do poder. Quem vai parar o separatismo?
Tyzhden(Semana), 07.05.2014
Bohdan Butkevych

O desejo do governo em jogar pelas antigas regras se volta cada vez mais para perda do controle do país. O exército é a esperança.



O sangue que flui na Ukraina se ainda não é um rio, já é um arroio. E o mais assustador é que começaram morrer os civis, tanto no leste, como em Odessa. Pior ainda - começou aprofundar a divisão na sociedade, que cada vez com maior nitidez divide-se em "nós" e "eles". Enquanto isso, as autoridades, parece que continuam os jogos antigos, na esperança que tudo pode ser comprado e vendido. De fato, a esperança de hoje, são as forças de segurança no Oriente que, com as mãos e os pés, estão amarrados pela exigência de não atirar na população local. Eles, embora a contragosto, começaram ações reais contra os terroristas. 

Para Ukraina já é tempo definir uma perspectiva estratégica com verdadeiros aliados. O desenvolvimento da situação indica cada vez mais claramente que a intervenção militar russa direta é improvável. Sobre isso não falam apenas os especialistas nacionais, falam também os dirigentes da OTAN. Não, Rússia continuará mantendo tropas na fronteira. E, apesar de que no entendimento de Moscou, ela desestabiliza a situação no leste da Ukraina, ainda assim esta desestabilização tem formas absolutamente diferentes, das desejadas por Kremlin. Lá saudariam cenário da Criméia pelo qual, no mínimo, próximo a metade da população estaria pronta receber o exército vizinho com flores. Também prefeririam receber completamente leais as elites do poder local, com cujas mãos poderiam realizar atividades separatistas.

No Donbass tudo é diferente: as elites revelaram-se fracas e covardes. Apoiar-se nos políticos locais pró-russos é impossível, porque realmente não há em quem, além de seus próprios agentes e explícitos marginais. A população já não quer nada e a lugar nenhum, além de sossego, paz e ordem. Até mesmo os serviços de segurança locais, além da milícia que se desintegrou, não se mostraram tão impotentes, como se desejava. E, de saída o mundo inteiro vê não a imagem de oprimida população russa,(Os cidadãos russos que vivem no território da Ukraina e que Putin diz que deve proteger da opressão - OK) mas bandidos desenfreados que roubam escritórios, carros e pessoas, não desdenham com roubo de pessoas, principalmente crianças (com a meta de chantagem), ou um inesperado assalto na rua. Kremlin, não tendo lider, (Na Ukraina-OK) ou uma figura de destaque apostou na revolta da suja baba social - marginalidade e lúmpen-proletariado. Consequências respectivamente feias, antiestéticas.

No entanto há uma razão mais importante, porque Putin precisa introduzir os tanques: porque Rússia deveria se envolver simultaneamente, em um confronto quase militar com o mundo todo, se as autoridades ukrainianas não são capazes para dominar a situação e com suas fracas ações apenas jogam mais lenha na fogueira? Com isso elas ajudam ao Kremlin implementar o plano B - transformar as províncias de Donetsk e Luhansk numa Chechênia ukrainiana, zona cinzenta, onde governarão grupos armados. Segundo as informações deste jornal, nas entranhas do poder, com toda a seriedade, recentemente analisavam a possibilidade sobre subordinar os chamados governadores populares separatistas, para torná-los leais. Isto é, sobre orientação e desejo de certas categorias de pessoas na nova-velha administração.

É completamente compreensível, que pessoas, que pensam nesse sentido, são uma dádiva para Putin. Pois agora não apenas o leste sob ataque: os horríveis eventos de 2 de maio em Odessa mostraram o quanto o atual governo interino continua viver pelo velho paradigma "compre-venda", não compreendendo, que o país está à beira do precipício. Política incapaz nas nomeações para agências realmente ajudou sabotadores russos e seus fantoches locais a organizar uma loucura sangrenta, na qual eles próprios padeceram. Além disso, dois dias depois da morte de meia centena de pessoas milícia permitiu aos manifestantes pró-russos à sua gestão e libertou, conforme sua exigência, mais da metade dos detidos. Entre eles também os que abertamente atiravam com armas automáticas sobre ativistas ukrainianos.

Na esteira desses acontecimentos literalmente todos os políticos lançaram-se com irônicas viagens sobre Odessa. No entanto, não é compreensível o que isso garante, a em tempos idos, cidade segura. Nomeação do novo líder da região, com recomendação de Kolomoiskyi, passo na realidade atual talvez seja correto, mas o problema de abordagem comum e ignorância do poder, que o tempo de jogos de corredores e acordos de compadres expirou, não resolve. Hoje a luta não é pela vida, é pela morte. E a delonga - é crime declarado, pelo qual precisar-se-á responder rapidamente.

Tudo isso, mesmo tendo em vista o plano fatal de probabilidades de novas provocações e sabotagens em 9 de maio e eleições presidenciais que, parece, capturaram completamente o cérebro e a vontade de muitos políticos, explica porque os ATO (Operações antiterroristas) começaram somente um mês depois do início dos conflitos. Por que os capturados nos primeiros dias os prédios governamentais em Luhansk e Donetsk não limparam quando lá havia apenas algumas dezenas de pessoas, - uma grande questão, cuja resposta está nas falhas do poder. E somente quando já gritaram de além fronteira, como se dissessem que chega mastigar o ranho, porque não daremos dinheiro, o governo entrou em ação. Mas agora, por cada metro de território libertado é preciso pagar com a vida dos militares patrióticos ukrainianos.

Há um bom provérbio inglês: "Sua Majestade tem dois aliados - Exército e Marinha" Com grande atraso, através de vítimas e sangue, aos ukrainianos também começa chegar a certeza que somente podem nos proteger nossas forças. Sim, hoje somente aqueles que, víamos ontem no Maidan e considerávamos, não sem base, inimigos. Mas é justamente nestas pessoas a esperança nesta situação alarmante. Se os militares conseguirem "limpar" Slaviansk, então, toda aquela ópera barata sob o nome "República Popular de Donetsk" entrará rapidamente em colapso. Na verdade uma grande quantidade de roubos de instituições financeiras no leste, como afirmam as fontes do SBU, estão relacionadas com o fato, de que os separatistas preparam aeródromos de reservas no caso de sucesso do ATO.

Então a realidade é surpreendentemente simples: defender o país somente é capaz o próprio exército patriótico, que com força das armas pode lutar com o insolente invasor. E é no apoio e educação do bloco de força deve-se concentrar a sociedade ukrainiana agora.

Tradução: O. Kowaltschuk

Outras imagens da Ukraina:

Slaviansk
Homem  despede-se de seu amigo morto em tiroteio noturno.
Slaviansk




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