segunda-feira, 27 de novembro de 2017

A economia do genocídio
Como as consequências do Holodomor prejudicaram a economia da URSS.
Semana, ua. 25.11.2017.
Vikhrou Maksym


Hoje é provado de forma convincente que, para a liderança soviética, o Holodomor (morte pela fome) foi uma maneira de resolver a "questão ukrainiana" no plano nacional-político. Além disso, o Holodomor ocupou um dos principais lugares no sistema de medidas para restaurar a economia da URSS. Com as tarefas estabelecidas em Mocou, o estado soviético teve excelente desempenho: os historiadores estimam, que a perda direta do povo ukrainiano atingiu 4 (quatro) milhões de pessoas, enquanto as estimativas demográficas mediadas avaliam em ainda mais, 6 (seis) milhões. No entanto, Moscou não alcançou seus pretendidos objetivos: ao impacto social e demográfico, os ukrainianos sobreviveram, e as "reformas" realizadas no sangue condenaram a economia soviética a um atraso crônico, e a própria URSS a um colapso prematuro.

Em termos gerais a política soviética em relação à aldeia reduzia-se à introdução de uma versão socialista de servidão. Após coletivização, os camponeses foram levados ao status de cidadãos inferiores, privando-os do direito à livre circulação, à escolha de profissão e ao local da residência, bem como aos passaportes. No sentido econômico eles se tornaram a categoria mais explorada e desprotegida de trabalhadores, exceto, talvez, os prisioneiros do Gulag. Os produtos provenientes do trabalho do camponês foram quase completamente retirados pelo estado, e seu trabalho remunerado às taxas mais baixas, sendo que o salário mensal garantiam apenas no final de 1.960. Pelos "dias trabalhados" eles podiam receber também parte dos grãos, mas geralmente, era miséria: mesmo pelo cumprimento do plano, não recebiam mais de 25% da colheita,

Sem medidas terroristas abrangentes, era impossível realizar tais "reformas". Os camponeses não só constituíam a maioria absoluta da população, mas também conseguiram lutar nas unidades de diversos otamanos (otaman - escolhido ou indicado líder do exército cossaco. Representante de cossacos na administração de locais habitados na Ukraina nos séculos 17-18. Na Rússia, antes da revolução - líder dos exércitos cossacos. Pesquisa OK), então tornar-se, voluntariamente servos, não desejavam. À questão, as autoridades soviéticas chegaram sistematicamente. Além de repressões individuais em consequência de várias ondas "rozkurkulenia" (Desculakização - campanha soviética de repressão política contra camponeses ricos ou "kulaks" e suas famílias, que, entre as suas prisões, deportações e execuções, afetou gravemente milhões de pessoas no período de 1929-1932 na União Soviética - pesquisa Google) foi destruída (economicamente e parcialmente fisicamente) a camada mais ou menos rica de aldeões, que poderia tornar-se a base social de resistência anti-soviética. Como contrapeso a eles, na aldeia formaram uma camada de ativistas leais, que organizaram em "komnezame" (comness - na tradução do google. Comitê de necessitados, não muito adeptos do trabalho), dando-lhes privilégios. Bem, na verdade, Holodomor foi a arma de destruição em massa, projetada não só para minar completamente a força física da aldeia, mas também para quebrar sua psicologia social.  As autoridades soviéticas declararam essas intenções de forma absolutamente franca. "Possuir o pão - é, entre outras coisas, uma poderosa ferramenta, método de reeducação dos trabalhados das fazendas coletivas, estes, anteriormente agricultores individuais, em verdadeiros trabalhadores da economia socialista", - salientou Pavel Postyshev no plenário do Comitê Central do CP(b)U (Partido Comunista da Ukraina).

O objetivo da "reeducação" era completamente compreensível. Na fértil terra negra ukrainiana, o camponês era bastante autônomo do estado e, como mostrou, capaz não só da auto-organização econômica, mas também da militar. É claro, tal tipo não é adequado para a construção de um estado totalitário. O homem soviético devia ser completamente dependente do governo e absolutamente sozinho diante de seu poder assustador. Foi exatamente tal situação, embora temporária, que impressionou os camponeses, o Holodomor (morte pela fome). De um lado, era o resultado de força não demonstrada. Na imaginação dos camponeses a fome foi consequência de um desastre natural ou de uma devastação militar, mas a autoridade soviética demonstrou, que era capaz de enviar fome e pestilência de maneira ordenada, e ainda num período pacífico. Por outro lado a fome arruinou a solidariedade camponesa porquanto, diante da face da morte devido a fome, cada um salvava-se sozinho, e muitas vezes de forma amoral - recusando-se de ajudar os outros contra o canibalismo. Não menos desmoralizava a aldeia  o fato, de que as vítimas do genocídio tiveram que viver ao lado de seus executores e fingir que nada havia acontecido.

Holodomor e a coletividade expulsaram às cidades milhões de camponeses ukrainianos. Assim, a industrialização de Stalin, essencialmente, executava-se pelas mãos dos últimos. Uns trabalhavam para ela nas fazendas coletivas, os outros, sob o medo da fome e servidão, obrigaram ir às minas e fábricas.

Claro, os camponeses se opunham ao Holodomor e à coletivização. Somente em 1932, no território da República Socialista Soviética da Ukraina houve mais de 1.000 (um mil) atos de resistência armada, mais de 40 mil unidades agrícolas saíram das fazendas coletivas, e 0,5 mil conselhos de aldeia se recusaram à realização de planos de produção de grãos. No entanto, em última análise, o governo soviético atingia seus objetivos: em consequência da coletivização. 80% das terras agrícolas foram subordinadas às fazendas coletivas (e ainda 10% - formaram os "Radhosp" (empresa agrícola estatal). No entanto, as consequências econômicas acabaram por reverter as expectativas, a agricultura começou a diminuir. Durante a década de 1930 a colheira de grãos na URSS foi inferior aos anos 1914-1916 e o volume de colheitas anuais ficou no nível pré-revolucionário até 1960. Situação similar nos ramos restantes. E, uma vez que a população crescia, sobre URSS constantemente havia a ameaça da fome, com a qual Moscou "lutava" através da discriminação. Dependendo do local da residência e profissão, a população da URSS dividia-se em quatro categorias de abastecimento. Outras necessidades ocorriam a favor da população das grandes cidades, nomenclatura partidária e dos funcionários de ramos estrategicamente necessários. Mas, até isso não era suficiente. "Gumkonvoios" (comboios) para os países do grupo socialista equipavam-se para o efeito ideológico, mas para alimentar seus cidadãos, os alimentos precisavam importar. Mesmo na década "dourada" de 1970, o cidadão da União Soviética consumia, em medida duas vezes menos carne e quase três vezes menos frutos, que o canadense ou americano.

A economia planejada em si, era um grande absurdo, mas na aldeia foi destruído o núcleo de quaisquer produção - a motivação das pessoas ao trabalho. Sob a condição de servidão socialista, os camponeses esquivavam-se da servidão, o quanto podiam. Quando, no final dos anos 1940, nas aldeias de Lugansk apareceram os primeiros deportados  "lemky" (Grupo étnico ukrainiano que vivia no território ukrainiano dos Cárpatos, em ambas as encostas de Beskide (cadeia de montanhas) entre os rios Sian e Dunajec. A área total da Lemkivshchyna  8.800 km²,  Polônia 4310 km², 1000 km² no Transcarpathian da Ukraina, 3.500 km² na Eslováquia) a população local percebi-os como extravagantes, porquanto eles trabalhavam nas fazendas coletivas, assim como em suas próprias terras. Lá, onde o camponês podia converter o seu trabalho em seu próprio benefício, mas não em "dia de trabalho" (para governo), de preguiça e lealdade não havia vestígios. O setor semi-legal de  fazendas individuais, onde ele tinha liberdade econômica relativa, florescia e impressionava com sua produtividade. No final dos anos 1970 que ocupavam menos que 5% de áreas semeadas, crescia quase 60% de batatas soviéticas e 30% de vegetais. As fazendas individuais também garantiam  cerca de 30% de leite, carne e ovos. Mas, nenhuma conclusão em Moscou não faziam e torciam sua linha ainda mais, condenando o país a uma falta de alimentos permanente.
Genocídio e a escravização do campesinato também afetaram a indústria, aonde iam os recursos levantados na aldeia. Trata-se não apenas de alimentos, mas também da força de trabalho que sofria com a falta da indústria soviética.

Afim de satisfazer a indústria com a força de trabalho, Komsomol ferozmente agitava nas fazendas coletivas, mas Narkomat (Comissariado do Povo do trabalho) e Kolhospcentro 
simplesmente baixavam ordens, segundo as quais centenas de milhares de aldeões enviavam para indústria e construção. Mas o trabalho nas fábricas e minas não lhes era costumeiro, e as condições de vida nos assentamentos da classe trabalhadora eram insuportáveis. Portanto, a fuga maciça de pessoas da aldeia  decidiram estimular com meios radicais. "Temos um país coletivo. Se a pessoa da fazenda coletiva dermos um abastecimento normal, ela não irá a nenhum lugar na fazenda, e aos trabalhos subterrâneos você não conseguirá arrastá-la" - explicava aos partidários Joseph Stalin em 1934. Os cálculos tornaram-se verdadeiros: Holodomor e coletivização levaram às cidades milhões de aldeões ukrainianos, que lá se defendiam. Assim, a industrialização stalinista, de fato, fazia-se pelas mãos dos últimos: uns trabalhavam nas fazendas coletivas, outros sob o medo da fome e servidão obrigaram trabalhar nas minas e fábricas.

Direcionando para indústria milhões de camponeses, a liderança soviética recebeu o recurso desejado, no entanto gerenciá-lo não conseguiu. Preparando-se para uma nova guerra, Stalin exigia acelerada industrialização. Mas, se o equipamento industrial podia ser comprado no Ocidente, então, transformar os camponeses de ontem em trabalhadores qualificados foi muito mais complicado. Especialmente quando a camada de inteligência técnica já foi quase completamente destruída. Portanto, em Moscou decidiram realizar a industrialização de forma extensiva, compreendendo a falta de qualificação dos trabalhadores com entusiasmo. Este absurdo experimento entrou na história como movimento Stakhanov, o qual desenrolaram em 1935. Se em condições normais o tamanho do salário era relacionado com o nível de qualificação, então o Stakhanovets poderia conseguir um dinheirão, expondo-se ao risco e extraordinário esforço. Mesmo o "feito" de Aleksey Stakhanov, modelado segundo ordem superior, realizava-se com graves violações de segurança e técnica e podia acabar com uma tragédia para si e para o resto dos mineiros envolvidos.

É claro que a obtenção de um crescimento sustentável através de "aventureiros trabalhadores"  individuais era impossível. O modelo Stakhanov criou o caos nos processos de produção e, foi abandonado. Mas o caminho para desenvolver tecnologias agrícolas, construir minas mais profundas, melhor desenvolvimento extensivo da URSS não chegou ao fim. Em vez de desenvolver tecnologias agrícolas, construir minas mais profundas, melhorar a eficiência energética da indústria, construir novas fábricas, modernizar a eficiência energética da indústria, todas contribuíram para o atraso da URSS dos países euro-atlânticos. Tais perspectivas tornavam-se evidentes no final da década de 1930, quando os indicadores do desenvolvimento industrial começaram cair catastroficamente e a liderança soviética entrou em pânico. Em 1940 os trabalhadores foram proibidos de mudar de emprego. Cancelaram feriados e introduziram castigos cruéis para o absenteísmo, etc. Se não fosse a Segunda Guerra Mundial, tudo poderia terminar com o retorno do comunismo de guerra e, provavelmente, o colapso econômico prematuro da URSS.

Assim, o Holodomor é um símbolo não só de crueldade, mas também da incompetência do regime comunista. A única ciência dominada pelos comandantes soviéticos é a ciência do terror. Na verdade, é precisamente por isso que seu regime surgiu e durou 70 anos. Mas superar o patrimônio histórico do comunismo é mais difícil que livrar do comunismo as cidades e aldeias. Ainda hoje, na sociedade ukrainiana a visão de que a vontade política é mais importante do que os cálculos econômicos. Não há escassez de candidatos para o papel de salvadores volitivos da Ukraina. Mas seja qual for a retórica usada, eles podem reconhecer os bolcheviques, talvez não tão cruéis, mas igualmente auto confiantes e incompetentes. Claro, entre os atuais populistas ukrainianos, você não vai procurar leninistas, mas seus Chaves e Maduros não falta.

Resta esperar que os ukrainianos tenham senso comum e Ukraina não se tornará a Venezuela européia, na qual os populistas agora organizaram a fome. Nós já passamos pela nossa.

Tradução: O. Kowaltschuk  

sábado, 25 de novembro de 2017

Pouco conhecidas fotos do Holodomor de 1932-1933, do arquivo de Pshenichny.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 23.11.2017.

Radio Svoboda (Rádio Liberdade) encontrou nos Fundos do Arquivo de Cinema e Fotografia da Ukraina, em nome de "Pshenechnoho", foto-testemunhas de Holodomor de 1932-1933.  Nas fotos datadas desses anos, as pessoas mortas e esgotadas pela fome, e também o que levou a esta situação.





Menino faminto de uma aldeia da Ukraina. Local e data da foto: URSS, 1932-1933.





             Mulher com criança, exausta pela fome. Local e data da                                            foto: URSS, 1932-1933.    



                         Vítima da fome. Local e data da foto: URSS,      1932-1933.



                Vítima da fome. Localização e data da foto: URSS,      1932-1933.


                                            Vítima da fome. URSS, 1932-1922.


     Vítima da fome. Local e data da filmagem: URSS, 1932-1933.



Crianças famintas procuram comida. Local e data da foto: URSS, 1932-1933.



     Colheita de batata congelada no campo da aldeia coletiva D.          Bidnogo, aldeia Udachne, distrito Grishinsky, Donetsk,1933.  



 Mulher com criança da aldeia procurando comida. Localização e data da foto: URSS, 1932-1922.


Pessoas famintas apoiadas na cerca. Localização e data da filmagem: URSS, 1932-1933.



 11. Confiscado grão dos camponeses, levam ao ponto de entrega. Local e data da filmagem: URSS, 1939. No cartaz diz: Primeiro pão para Estado.



Com as confiscadas espigas próximo do Conselho da Aldeia Udachne, distrito Grishinsky, região de Donetsk, 1932.

Enterro de um ativista rural, da aldeia Sergiivka, do distrito de Krasnoarmiysk da região de Donetsk, anos 30.

Tradução, postagem: O. Kowaltschuk

sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Crianças, salvas dos pais. História de uma orfandade.
Ukrainska Pravda - Vida, 23.11.2017
Roksana Kassumova, jornalista.

No início de novembro, Nikita, 4 anos, e Victória, 2 anos, foram levados à instituição da criança, em Kyiv, "Berizka" (Diminutivo de Bereza - Bétula).
Eles têm mãe e pai mas, por enquanto viverão aqui. Porque os parentes esqueceram suas responsabilidades, sobre o calor e os cuidados, que eles devem ter aos filhos.

Graças aos não indiferentes vizinhos, estas crianças foram salvas. Sobre esta história souberam os jornalistas. Mas casos semelhantes acontecem bastante.

Em "Berizka" passam pela reabilitação crianças órfãs, aquelas que ficam sem cuidados paternos, crianças com lesões orgânicas do sistema nervoso e nascidas de mães infectadas pelo HIV. No geral - próximo de 150 crianças.

Segundo o Serviço de Assuntos de Crianças e Famílias, em Kyiv, cerca de 200 crianças, anualmente são tomadas dos pais, que não podem ou não querem cuidar delas.

Acontecem, realmente, dias "negros". No dia 27.11..2017 precisaram recolher 9 crianças dos desditosos pais (Em ukrainiano eles dizem: Горе-батьки) de uma vez.

Assustados mas vivos.

Nikita e sua irmãzinha, sozinhos pediram ajuda. A mãe "esqueceu-os" por dois dias no apartamento trancado - com fome, sem comida.
Gritaram tanto que até ficaram roucos, disseram os vizinhos. Quando o elevador subia choravam, queriam comer, chamavam a mãe.

Para que a polícia viesse, os vizinhos precisaram ligar para 102, seis vezes. Depois de algumas horas vieram. E, devido aos insistentes pedidos concordaram em estourar a porta.


                           O comissário para crianças Mykola Kuleba com Nikita e Vika no hospital.

"Nenhuma higiene no apartamento no 9º andar - janela quebrada, balcão aberto, do qual as crianças podiam cair, em qualquer momento. Famintos, sem comida, roupas infantis também não havia. A fralda da menina não foi trocada vários dias. Os médicos confirmaram que as crianças não recebiam adequada nutrição e cuidados.

Os vizinhos compraram comida - suco, iogurte, biscoitos para as crianças - e as envolveram em cobertas quentes. Como não havia cartões médicos, as crianças foram levadas para exames no hospital infantil.

No departamento infeccioso, as crianças ficaram duas semanas. Os médicos asseguravam que não havia sinais vizinhos de doença, mas era necessário aguardar resultados de todas as pesquisas.

As enfermeiras cuidavam das crianças, como se fossem suas - ninguém mais apareceu por lá. Dizem, Nikita e Vika - são desenvolvidos e saudáveis. "Apenas não estão acostumados com sopas e cereais, mas um pedaço de pão na mão - é isso".

Nikita impressionou a todos com sua preocupação pela irmã. Vinha para o posto das enfermeiras - pedia para trocar a fralda. Ou chá, biscoitos, bananas - tudo para Vika.

Mãe crônica

Durante as duas semanas, que passaram na enfermaria, a mãe eles viram só uma vez, no 5º dia.
O Serviço nas questões de crianças e família, trouxe-a para o encontro com o comissário Mykola Kuleba. A conclusão da reunião foi decepcionante - devolver-lhe as crianças simplesmente não é possível.

"Conheci as crianças e conversei com Olga. Elas, realmente são apegadas a ela. Ela, para eles, é mãe.
Mas, na rua, esperava por ela seu co-morador (anteriormente condenado) em estado não adequado com sua esposa (toda com hematomas e embriagada). Ao mesmo tempo, o homem disse que estava pronto para casar com Olga. Mais uma confirmação de bem-estar", - escreveu o Comissário no Facebook .


                             Nikita vinha para o posto das enfermeiras e pedia para trocar a fralda.

Várias vezes Olga veio ao Serviço Municipal para Crianças e Famílias e pedia para devolverem seus filhos.

"Sua versão difere do que os vizinhos contam -diz Oleksiy Naumuk, vice-chefe do Serviço Municipal para Crianças e Famílias. - Diz que deixou as crianças apenas por algumas horas. E só se atrasou porque encontrou a comadre. Mas, em sua estória há muitas divergências".

"Se de uma mãe levar seu filho, ela vai correr atrás do carro, sob as janelas do hospital passará a noite, até se não a deixarem entrar. Esta precisou procurar para mostrar às crianças, - diz Lyubov Hryshchenko, vice-chefe do Departamento de Assuntos Infantis e Famílias do distrito Dnipro de Kyiv.

As crianças não lhe são necessárias. Ela precisa do pagamento do Estado às crianças.  O valor é muito variável, depende de várias circunstâncias  e é revisto a cada 6 meses. (No caso do salário da mãe ser de 2.000,00 hrevnias, para dois filhos, de 5 e 10 anos é 666,67 hrevnias e 1022,33 hrevnias. Se compreendi bem o procedimento e calculei certo. Até que a ajuda é boa. E, é por isso que pais desse tipo querem os filhos, para viver à custa do dinheiro dado às crianças - OK). 

A "Verdade Ukrainiana Vida" conseguiu o número do telefone da mãe e tentou um contato com ela, mas o número está sempre desligado.

Agora, a investigação está em andamento, a polícia determina a responsabilidade que a mãe deve ter - administrativa ou criminal, porque colocava as crianças em risco. Criminal, será o motivo direto para privação dos direitos dos pais. 

Mas, já agora, de acordo com Oleksiy Naumuk, é claro que seus filhos não deverão voltar. Ela não luta por eles.

Olga é de uma família desfavorecida. Cresceu sem mãe. Em 2013, com uma criança de 5 meses tornou-se uma pessoa sem residência registrada. Não se sabe onde ela deu à luz.

Um mês antes dos eventos descritos, Olga "roubou" seus filhos de seu próprio marido, que também vive uma vida desregrada,infeliz.

O Serviço Social não foi informado sobre esta família e, portanto, não forneceu assistência.


Infelizmente, casos, quando as crianças, por alguns dias, deixam sozinhas num apartamento fechado, não são poucos. (Depositphotos).

Aliás, seu pai Alexander, Nikita e Vika não vêem há muito tempo. Ele não deu notícias desde o início desta triste história.

Nós procuramos outros parentes - diz Lyubov Hryshchenko. - Ao menos, durante o período da investigação lhes daríamos os filhos, porque a prioridade é a educação familiar, mas, não os encontramos.

Porque salvar no último momento, como Nikita e Vika a todos, certamente não haverá sucesso.

Então Nikita e Vika, primeiro ficaram no hospital, depois no Orfanato "Berizka".

Oleksiy Naumuk diz que as crianças serão capazes de encontrar, rapidamente, uma nova família - elas ainda são pequenas - e nesta idade são procuradas. 
No entanto, você precisa resolver as questões legais, privar os direitos dos pais biológicos.

De acordo com dados oficiais, na Ukraina há mais de 73 mil órfãos (sem incluir os territórios ocupados de Donbas e Criméia).
Destes, apenas cerca de 2% são órfãos reais. Os demais são crianças privadas de cuidados paternos, órfãos de pais vivos.

A maioria das crianças que são tiradas de seus pais, imediatamente enviam ao departamento infecciosos do Hospital Infantil de Kyiv. Normalmente eles não possuem cartões pessoais, então não se sabe a condição de sua saúde. 
"Presentes" não lhes trazem, então no departamento há uma contínua falta de fraldas, produtos de higiene, roupa de cama, toalhas, louças, brinquedos. Necessita-se chaleiras elétricas e microondas. Portanto, aqui recebem ajuda dos não indiferentes.

Os serviços especializados contatam: em relação com a guerra no  leste da Ukraina, a deterioração da situação econômica, o declínio de abundância de muitas famílias, onde há ameaça à vida plena das crianças, aumenta. É por isso que é necessário trabalhar preventivamente - introduzindo um programa estadual, envolvendo a comunidade.

Tradução: O. Kowaltschuk

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

"Fundos de Yanukovych" foram para subsídios orçamentais às camadas mais protegidas - ricos amigos de Poroshenko - barões agrários.
Ekonomichna Pravda (Verdade econômica), 24 de agosto de 2017.
Daryna Kalenyuk (Diretor executivo do Centro de Combate à Corrupção).

Em 28 de abril de 2017, o procurador-geral informou sobre o confisco de 1,5 bilhões de dólares de Yanukovych" para o orçamento doestado. "Estou convencido de que esses fundos roubados pela mafia de Yanukovych, devem ser usados, de forma que o Exército e o povo da Ukraina possam sentir":  Choveram planos para o dinheiro confiscado, por Lutsenko.

O presidente respondeu: " Isto não só aumenta as possibilidades do orçamento do Estado da Ukraina para restaurar a justiça e investir no exército ukrainiano, fortalecer as capacidades de defesa do Estado e restaurar a justiça social canalizando esses fundos para a proteção dos mais vulneráveis."

Na prática, os "fundos de Yanukovych" foram para subsídios orçamentários para as camadas mais protegidas da população - os ricos amigos de Poroshenko - para os barões agrários. E, como de costume, as autoridades ukrainianas conduziram este negócio de forma muito técnica e sem ruídos excessivos da mídia.

... transferiram o dinheiro confiscado para o fundo especial.

Ukraina possui um fundo fiduciário especial para defesa e segurança do estado. A principal fonte de seu preenchimento - confiscados fundos de corruptos ou dinheiro recebido do resultado da venda de bens confiscados de corruptos.

Em 2015 e 2016 a entrada de recursos para o fundo especial foram extremamente escassos - 100 mil UAH em 2015 e 165 mil UAH em 2016, respectivamente, embora planejadas cifras eram fundamentalmente diferentes: 1,5 bilhões em 2015 e 7,7 bilhões em 2016.

E, finalmente em abril de 2017 o fundo recebeu 29.668 bilhões de UAH do confisco dos ativos de Yanukovych.

Isso é um pouco menos do que foi anunciado pelo procurador geral Lutsenko 1,5 bilhões de dólares, porque às contas do Tesouro do Estado não receberam o valor total: 200 milhões dos confiscados dólares ainda estão em títulos não remunerados. Finalmente, às autoridades chegou o momento de "gastar" o confiscado. 

... os valores do fundo especial redistribuíram aos agrários em vez de militares (NB.  Os agrários não são os pequenos agricultores, são grandes proprietários, fazendeiros, para nós -OK).

Em abril deste ano o Conselho de Ministros aprovou uma resolução separada, a qual determinou o uso do fundo especial de bens de corrupção confiscados. De acordo com o decreto, apenas 25,86% do "dinheiro de Yanukovych" confiscado. O restante dos fundos deve ser destinado para  "desenvolvimento regional" (51,81%) e "apoio financeiro de produtos agrícolas (22,2%).

Descobriu-se que todas as estruturas de poder combinadas, chamadas para "melhorar a defesa do estado" receberam dinheiro do fundo especial um pouco mais que os agrários:  Guarda-Nacional - 6% das receitas, Ministério da Defesa - 5,5%, Agência Espacial do Estado - 4%, Ministério do Interior - 4,3%, Ministério do Desenvolvimento Econômico para o desenvolvimento do complexo industrial da defesa - 3,45%, SSS (Serviço Especial de Comunicação) - 1,7%, SBU e DCNC (Serviço de Proteção da Ukraina para Situações Emergenciais - 0,86%, o que representa 25,86% do total  contra 22,2% para o Ministério da Política Agrária (A agricultura na Ukraina, pelo que eu entendi até agora, em geral, é desenvolvida por grandes empresários. Os pequenos proprietários de terras criam 2-3 animais para seu próprio proveito. Como também cultivam pequenas áreas de terra. Muitos viajam para os países europeus, principalmente vizinhos, e trabalham lá como empregados. Mulheres também vão. Permanecem fora por alguns meses, voltam para algum tempo em casa e viajam novamente. Moradores das cidades, sem emprego ou sub-empregados também vão trabalhar no exterior - OK).

Talvez o governo decidiu usar esses 22,2% dos fundos confiscados para apoiar os pequenos agricultores e que, um morador comum de aldeia, finalmente, se beneficie do retorno do "dinheiro de Yanukovych? Imagine! Os primeiros, a quem "ajudaram" os valores confiscados de Yanukovych - os impérios agrários de Yuriy Kosyuk e Oleg Bakhmatyuk.

... entre todos os agricultores, o dinheiro, em forma de subvenção, deram aos mais ricos.

Há mais um dispositivo do governo que determina, o que a maioria dos fundos, segundo programa do Ministério da Política Agrária, de apoio financeiro para produtos agrícolas são alocados subsídios diretamente do orçamento.

Uma resolução separada determina a fórmula para distribuição desses subsídios. Ela depende do valor do PDV (Imposto sobre o Valor Agregado). O procedimento para a concessão de subsídios estabelece preferências especiais para os produtos de aves. É praticamente impossível, a um pequeno agricultor, no âmbito do programa do Ministério da Política Agrária, em janeiro-junho de 2017 foram recebidos por duas grandes explorações agrícolas na Ukraina. Myronivsk em Hliboproduct (produtos de pão) de Yuriy Kosyuk (890 milhões UAH e Ukrandfarming de Oleg Bakhmatyuk (142 milhões UAH) 42% e 14%, respectivamente.

Kosyuk, que em 2015 era vice-chefe da Administração de Poroshenko, realmente "necessita" apoio estatal direto do orçamento do Estado. Para manter os luxuosos "Versailes" próximo de Kyiv, iates e um avião - a questão é dispendiosa.





    Iates de Yuriy Kosyuk, no valor de 150 - 180 e 20 - 30 milhões       de dólares. Blog Sergey Leshchenko.


                          Avião de Yuriy Kosyuk - Facebook Michael Tkach

O segundo "felizardo subvencionado" - Oleg Bakhmatyuk - ficou devendo imposto (ao estado) e aos depositantes de dois bancos falidos "Iniciativa Financeira" e "VAB", bilhões de "hrevnias". Agora suas dívidas devolve o Estado, e os depositantes perderam a possibilidade de receber seu dinheiro.

O Banco Nacional tentou forçar Bakhmatyuk a pagar as dívidas através do tribunal, mas não conseguiu. O Fundo de Garantia de Depósitos também sem muito entusiamo coloca-se perante a idéia de processar o empresário: previsto pela legislação o processo civil o Fundo não abriu. Apesar de que, de julho de 2.015 o Fundo tem o direito garantido de processar tais reclamações aos beneficiários de bancos falidos, os quais devem saldar as perdas com todos os seus ativos e bens.

Mas isso não é tudo. Na forma de subvenções Bakhmatyuk recebe sistemática ajuda do Ministério da Política Agrária para a manutenção do negócio.

... o restante do confiscado "dinheiro de Yanukovych será dissolvido nos círculos eleitorais dos deputados.

É muito difícil seguir, quem no resultado sentirá "justiça social" e melhorias devido ao dinheiro direcionado no financiamento de outra esfera - "desenvolvimento regional."

Normalmente, os fundos de programas semelhantes gastam em reparos rodoviários ou na construção de objetos sociais, noa quais aquecem os bolsos os príncipes locais e os corruptores. Não serão supérfluos esses fundos para "semeaduras" nos distritos eleitorais na véspera das eleições presidenciais.

E, finalmente:

O próprio confisco, dos presos ainda em 2014, bilhões de Yanukovych teve um procedimento altamente questionável.
A decisão do tribunal sobre o confisco desses ativos não é acessível ao público e é bloqueado por sete fechaduras, em violação às leis da Ukraina e padrões internacionais.

Ainda não se sabe quem roubou de quem estes 15 bilhões de dólares. O que exatamente conseguiram encontrar e provar à Procuradoria Geral - segredo de estado.

Tal nível de sigilo dá argumentos concretos para contestar este confisco no Tribunal europeu dos Direitos Humanos.

Existe uma perspectiva muito séria de que, cedo ou tarde, o Estado da Ukraina terá que devolver essas dezenas de bilhões de hryvnias para Yanukovych. 

Mas não devolverão Kosyuk e Bakhmatyuk. A prática mostra, que eles não precisarão devolver. Pela sua vida luxuosa, os contribuintes da Ukraina, mais uma vez pagarão os pagadores de impostos da Ukraina.

Provavelmente, tal ordem das coisas é "a restauração da justiça social" na compreensão do Chefe de Comando e presidente da Ukraina Petro Poroshenko.


Tradução: O. Kowaltschuk

domingo, 19 de novembro de 2017

Respeitar, mas não apiedar-se. História de um retorno da guerra.
Tyzhden.ua (Semana ukrainiana), 17.07.2017
Darya Fedenko

Veterano ATO, um dos primeiros participantes de membros de "Jogos de Heróis", Yuriy Dmetrenko, sobre grave ferimento, adaptação, esporte e comunicação social.

                   Respeitar, não apiedar-se. História de um retorno da guerra.

Em meados de agosto, na Ukraina acontecem as competições regulares "Jogos de Heróis". Este é um projeto social para a reabilitação esportiva dos participantes feridos na operação antiterrorista e pessoas com deficiência. Um ano atrás, foi fundada por Yevgeny Koval. Os participantes, que são mais de cem, são treinados em várias cidades (Dnipro, Odessa, Lviv, Kharkiv, Kyiv) em salas profissionais e amadoras para a CrossFit. E depois eles vêm à competição. O objetivo de "Jogos de Heróis" - mostrar que as pessoas em cadeiras de rodas, com próteses, têm força e querem ocupar-se com esporte. Os organizadores esperam, pelo menos, 35 pessoas para participar dos "Jogos de Heróis", do verão, que serão realizadas em Kherson.

"Semana" encontrou-se com Yuriy Dmetrenko - um dos primeiros participantes de "Jogos
de Heróis", veterano ATO, um militar do 54º batalhão de inteligência. Em 11 de julho, soube-se que Yuri também representará Ukraina na Maratona do Corpo de Marines nos Estados Unidos no outono. Correrá 10 km, com prótese.

Recentemente ele finalizou o treino esportivo de tiro. Ocupa-se, também, com treinamento diário com CrosFit. Rowing, puxando, levantando a haste, jogando a bola, ajudam a manter a forma não apenas do corpo, mas também do cérebro. Yuriy, em dezembro completou 23 anos e já há 1,5 anos ele vive com a sua nova perna - uma prótese moderna.



Sobre o ferimento. "Eu fui ferido em  17 de março de 2016. Naquele dia, estávamos em posição próximo de Gnutov, perto de Mariupol.
Nossa unidade estava envolvida na exploração desses territórios, rastreamento de zonas cinzentas, observação. Um dos nossos grupos de inteligência percorria a zona cinza e entrou na emboscada. Eles estavam bem próximo do inimigo. Explodiram na mina e sobre eles começaram atirar. Um rapaz conseguiu entrar em contato conosco. Ele me ligou no celular. Explicou a situação. No início não entendi. Ele, simplesmente disse, que sofreu com a explosão da mina. Falava em voz baixa. Eu não compreendi, que ele estava ferido. Eu não imaginava, que eles podiam estar feridos. Porque, para nós a situação padrão, "sofrer" com a explosão - significa que você escondeu-se em algum local, é coberto pelos seus e você está bem. Nós, com outro grupo, fomos evacuá-los.

Chegamos próximo. E já andando fomos até eles. O grupo principal passou, mas eu cobria um lado. E acabei num campo minado, e explodi. É um grande mito que diz, que o choque com a dor você não lembra nada, nada dói. Lembro bem, que corria rapidamente: esforçava-me para chegar junto aos meus. E, em algum momento eu senti uma explosão muito forte, um chute na minha perna. Foi como uma marreta no calcanhar. Voei, caí. Imediatamente senti uma dor muito forte na perna. Compreendi, que havia problemas."

Até os mínimos detalhes, Yuriy conta como deu ajuda a si mesmo. "Coloquei duas proteções, alinhando a ferida, na qual, nos primeiros minutos, até olhar sentia medo."

Sobre os primeiros socorros. "Eu conheço muitos rapazes que sozinhos proporcionavam, para si, a primeira ajuda. Isto depende da pessoa, se ela conseguirá. Como revelou-se, para mim foi normal dar ajuda a mim mesmo."

Para executar auto-ajuda, Yuri aprendeu com os instrutores da organização "Proteção de patriotas". Os paramédicos não só ensinavam os militares, mas também forneciam os meios modernos para estancar a hemorragia. Yuri, depois do trauma lembrava as adquiridas habilidades, muitas vezes, que o auxiliaram no momento necessário não perder a consciência, sobreviver, e arrastar-se até companheiros, que então o levaram ao hospital.

Sobre a evacuação. Lembro-me, quando encontrei a primeira pequena depressão, da roda de um carro. Parecia que a algum tempo atrás alguém passou, de carro, pelo barro. Lá eu deitei. Esperei até o tiroteio terminar. Então comecei rastejar. Periodicamente virava-me, olhava para trás. Na verdade, é muito difícil rastejar com tal ferimento. Parecia que rastejava uns dez minutos. Você se vira e vê que não avançou mais que uns quinze metros. Lá está o buraco aonde você foi atingido. As forças já são poucas e rapidamente perdem-se.
Depois eu vi o meu grupo, eram quatro e carregavam dois. Eu disse - continuem carregar e dei-lhes minhas armas. Tentei continuar a rastejar. Então um dos que carregavam, voltou atrás de mim. Pegou-me sob o braço. Eu esforçava-me pular num pé. Depois de uns quinhentos metros, nós vimos o BTR (veículo de transporte blindado) vindo até nós. 

Os amigos-irmãos (pobratyme) retiraram, - Yuri da frente, e a ele fizeram as primeiras cirurgias em Mariupol, depois em Dnipro (ex-Dnipropetrovsk). Quando seu estado já era mais ou menos estável, ele foi enviado de avião para o hospital militar de Kyiv. Muito esperadas férias, assim nomeia o período hospitalar Yuriy, com sorriso. Diz, - apesar de que muito me esforçasse permanecer acamado, depois de um ano e meio na ATO, os voluntários me arrastavam para alguns concertos, encontros. Nenhuma alusão a depressão houve. Pelo contrário, esforçava-se em animar os vizinhos na câmara, e animá-los. Junto com mais um participante de "Jogos de Heróis" Volodymyr Kovalsky.

Sobre o hospital."Havia pessoas na sua ala, que percebessem seus ferimentos depressivamente?! Talvez. Mas eu penso, que nós as pressionávamos moralmente (sorri). Esteve um rapaz conosco, com ferimentos pesados: fratura, osso fragmentado. E ainda numa cama houveram, constantemente rapazes, com ferimentos muito graves. Nós os mandávamos buscar chá. Todos os rapazes eram legais, e era divertido. Qualquer atividade é necessária! Porque, se você não faz nada, então você começa pensar em algo. Então é preciso direcionar todas as forças do cérebro para um determinado canal. Para, não se comer por dentro."


Devido ao fato, de que a Yuriy fizeram uma prótese moderna, ele pode, facilmente, ocupar-se com esporte, para não mencionar seus passeios diários. Nas ruas, sua característica é imediatamente notada. Certa vez, uma criança no parque disse, que ela tinha um "raio-X", provavelmente confundindo um nome complicado com outro. Alguém na rua simplesmente olha uma perna de ferro, e alguém começa mostrar piedade. Isto o militar odeia e pode até responder com grosseria. Diz, não sabe porquê, mas tal reação apareceu depois do trauma, aos que demonstram pena de sua situação. Ele quer respeito.

Sobre adaptação social. "A pessoa vive em algum tipo de mundo e pensa, se alguém não é como você, então é difícil para ela. Isto não apenas com prótese pode ser relacionado. Quando começam a sentir pena, então eu tento explicar à pessoa que eu posso mais que ela na vida cotidiana, no esporte. Chegou ao ponto de que, a meus amigos, nos carrinhos, quando eles simplesmente passeavam, recebiam inadequadamente. Por exemplo, iam abençoar as "pascoas" (Pão especial feito na Páscoa. Costume ukrainiano - OK) e começaram lhes dar dinheiro. A pessoa, de algum modo, quer distanciar-se: "Eu fiz rudo o que podia, ajudei."  Ao mesmo tempo ela não entende, que isto não lhe é necessário. Nossa sociedade, infelizmente, é assim".



Mudar a atitude da sociedade às pessoas com próteses de mãos e pernas, que se movem nos carrinhos. Mostrar-lhes as possibilidades, que eles próprios não conhecem às vezes. O projeto "Jogos de Heróis" tem um objetivo ambicioso. O resultado já existe. Nas redes sociais, o vídeo já distribuem, como os atletas nos carrinhos esticam-se na corda. Como pessoas jovens levantam peso, superior ao seu, estando em pé na invenção de metal-plástico, invenção da humanidade. Ver os heróis do Palácio de Esportes da capital vieram mais de cinco mil pessoas. Yuriy Dmetrenko na sala esportiva vieram apenas amigos e parentes.

Aliás, os pais de Yuriy, durante meio ano não souberam da amputação. Como também da decisão do rapaz de ir como voluntário ao exército. Conseguiu convencê-los de que visitava os amigos. Se não cometesse, certa vez, enviando uma encomenda, não saberiam que ele "visitava Donetsk". O aviso sobre a perda da perna, a mãe e o pai de Yuriy Dmetrenko, ambos professores da escola primária em Poltava e receberam dolorosamente.

Sobre o retorno para casa. "Quando eu sofri o acidente, disse ao comandante que não era necessário informar aos pais. Eu mesmo vou informá-los. E, já na primavera eu comecei a insinuar, que meu contrato acabará logo. Comecei acalmá-los, que no verão voltarei para casa. Eles estavam muito entusiasmados, e eu também, porque a mãe não se preocupava que eu podia continuar no exército.

E assim arrastou-se todo o período hospitalar. Depois eu fiquei vivendo em Kyiv. Ocupava-me com esporte para poder andar normalmente. Para que a mãe me encontrasse nas duas pernas. E isto foi no final do verão, no início de setembro, eu saí das minhas competições regulares e viajei para casa. Inicialmente, eles não perceberam que eu tinha uma prótese, porque vestia jeans. 

Durante uma meia hora eu não sabia como abordar o assunto. Quando a mãe insistia, para  eu entrar em casa e trocar de roupa, então comecei insinuar que eu tinha um pequeno problema com minha perna. E, de alguma forma expliquei que eu tinha uma prótese. Claro, isto para eles foi um choque. Foi muito difícil. Perceberam isto com muita dificuldade.

Na escola lhes ajudaram, acalmaram. Abrindo-se a seus pais, Yuriy começou a contar ativamente sua história na televisão. Nas redes sociais ele mostrava como aprendeu viver com a prótese, como pratica esportes, como viaja. E depois a moça (o texto não explica mas, deve ser a namorada - OK) sugeriu que poderia realizar o "Blog das pernas". Ele fotografa a prótese em diferentes locais. Há postagens sobre como "a perna descansava no mar", "como visitava Lviv", "como assistia a um jogo de futebol". E, recentemente a perna foi pintada com giz pelo sobrinho Yuri. A menina de dois anos viu que na prótese faltavam cores brilhantes e acrescentou rosa. Histórias de sua vida, que Yuri descreve nas redes sociais são espirituosas, irônicas e, o mais importante, inspiradoras. Nos comentários, muitas pessoas escrevem, que têm vergonha de suas características fisiológicas e, por isso se limitam em viagens, e até das saídas diárias à rua.



Sobre a vida com prótese. "Eu vejo, que muitos escondem as próteses. Antes, eu não estava familiarizado com isso e não percebia as próteses. Eu não lembro de ter visto uma prótese antes do meu ferimento. Mas, agora eu entendo o mecanismo, como isto pode ser notado até se a pessoa veste calças. Onde há um ressalto no jeans. Eu vejo, quando mesmo no verão, canícula, as pessoas usam calças. Algumas pessoas se escondem deliberadamente. Isso também é devido ao fato de que, anteriormente, não possuíamos próteses suficientemente desenvolvidas. Agora, uma boa prótese é especificamente para os participantes da guerra. A minha, na parte de cima é ukrainiana, a parte do pé é alemã. Todas para a parte do pé, na Ukraina, são estrangeiras. Esta é a parte principal da minha nova perna. 

Quando meus pais viram que eu participo de todos os projetos esportivos, foi muito confortante para eles. Esta é uma das razões que eu me exercito. Para provar a mim e para as pessoas, que não há problemas. Pelo contrário, existem novas oportunidades de desenvolvimento!".

Tradução: O. Kowaltschuk

terça-feira, 14 de novembro de 2017

Manafort recebia mais de dois milhões de dólares por mês na Ukraina.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 09.11.2017
Inna Pukish-IYunko

Como fica a questão americana contra escandaloso político e seus "empregadores" ukrainianos?


Akhmetov denominava Manaforth seu amigo. E o que "cantará", quando o "amigo" americano falar sobre esquemas com "lavagem" da imagem de Yanukovych e Ko no ocidente e recebidos honorários por isto.

Por 40 anos na frente do lobby político-tecnológico, Paul Manaforth ganhou não somente nome, mas também honorários, que mediam-se com somas extraordinárias. Mesmo com manchas na reputação (depois de trabalhar com ditaduras e políticos com duvidosa reputação) tentava permanecer no top mundial de melhores tecnólogos e mais altamente remunerados. Enquanto a ganância não o prejudicou. Com tal lista de acusações, feitas a Manafort nos Estados Unidos, nem as bilionárias fortunas, nem o alinhamento ao Oval Office não ajudarão. O ex-funcionário chefe de Donald Trump (o cargo Manaforth precisou deixar para trás depois de tornarem-se conhecidos seus honorários "âmbar" do Partido das Regiões na Ukraina) e lhe ameaçam 80 anos de prisão. Com tais perspectivas, nada a perder (a julgar pelo fato de ele mesmo entregar-se ao FBI, há evidências suficientes no caso). Se Manaforth colaborar com a investigação, pode aparecer muita coisa interessante. E, sobre atividades na Ukraina também. Para quem a questão Manaforth pode tornar-se um barril de pó - em uma entrevista com politecnólogo Andriy Zolotarev.

- O que começou como uma questão de influência da Rússia nas eleições americanas, gradualmente transferiu-se para outra dimensão. Trata-se de um lobby ilegal de certos políticos ukrainianos por Manaforth - diz o especialista - para a sede de Yanukovych, Manaforth trouxe Rinal Akhmetov. Por alguns anos Manaforth foi o principal e estratégico assessor de Yanukovych. Seu escritório localizava-se no centro de Kyiv - na Mikhailivska (nome de rua e praça em Kyiv - OK).  No escritório do Partido das Regiões na Lipsky (nome de rua e travessa em Kyiv) ele era pouco frequente. Mas sua influência era significativa. Há informações, de que foi Manaforth que vendeu a idéia da euro-associação como base para a campanha eleitoral de Yanukovych para um segundo mandato.

- A Manaforth creditam também outra retórica, a qual ativamente usava Yanukovych e os "regionais" (deputados do Partido das Regiões), sobre a opressão na Ukraina da "população russo falante"...

Os poli tecnólogos americanos, bem como os russos, trabalham arduamente na segmentação da população. A questão do idioma russo fazia parte do conjunto de mensagens propostas por Manaforth. Ele ocupava-se com o conteúdo político do Partido das Regiões e Yanukovych: a quem e como deviam ser endereçadas as comunicações relevantes. E, já com questões rotineiras (de que modo essas questões deviam ser comunicadas) ocupava-se a sede do "Partido das Regiões" na rua Lipsky , e o escritório de Klyuyev, que incluía muitos especialistas, que agora trabalham para o governo para o governo atual. Pelo seu trabalho, Manaforth recebia altos honorários - mais de dois milhões de dólares por mês.

- Ou seja, os montantes relacionados ao link para o "Livro Banner" do Partido das Regiões, são apenas uma pequena porcentagem dos ganhos ukrainianos de Manaforth (de acordo com informações  certificadas pela Nabu, no período 2007-2012, o nome de Manaforth é mencionado na "contabilidade negra" do Partido das Regiões 22 vezes, a soma de pagamentos - US$12,7 milhões) ?

Sim. Mas no "lobby case" de Manaforth, o mais interessante não são os honorários, mas o possível desenvolvimento. Se os Estados Unidos irão averiguar como o Sr. Manaforth deveria promover a imagem positiva de Akhmetov e Yanukovych nos Estados Unidos, o que fazia para isto e como isto se acopla à legislação americana, podemos ouvir muitas coisas interessantes.

- Parece que com o branqueamento da imagem de Akhmetov o processo  ia mal, já mesmo tendo ativos    americanos nos EUA, o oligarca não conseguia obter o visto americano por anos.

- Em certos passos, Manaforth era um conselheiro efetivo para Yanukovych e aos "regionais". Na véspera do Maidan, a classificação  de Yanukovych estava próximo de 30%. Este é o resultado, o qual o presidente Poroshenko, hoje, pode apenas imaginar. Manaforth sabia e fazia o seu trabalho bem. Mas, nos Estados Unidos, sua capacidade de lobby para os interesses de Yanukovych e Akhmetov era limitada.

- Além de Akhmetov , ligado ao Manaforth aparece o nome de Sergei Lyovochkin e Dmytro Firtash (segundo informação do deputado Serhiy Leshchenko, Manaforth "ajudava a sair seco da água a Firtash, que foi aprisionado na Áustria segundo mandado de Estados Unidos, onde ele está, até hoje, sob investigação por corrupção"). O quanto as confissões do político podem levantar novas acusações nos EUA e conseguir sua extradição da Áustria?
As posições de Firtash são instáveis. Ele não pode dar um passo fora de Viena. Quanto à sua extradição, não tem certeza. Mas, a ele podem surgir questionamentos, o que pode causar um bom golpe para Lyovochkin.

- Na imprensa surgiu a informação de que a Akhmetov aconselhou Manaforth, um próximo a Putin bilionário russo, Deripaska. Será que isto não sugere que Manaforth foi colocado como fantoche de Yanukovych por ordem do Kremlin?

- Esta  é uma versão da categoria de conspiração. As conversas sobre fantoche são um exagero. Em vez disso, outras conversas sobre fantoche são um exagero. Em vez disso, outra definição sugere - agente de influência. 

- Agente, é claro, não por "obrigado". Pelas "instruções corretas" para Yanukovych e Partido das Regiões Manaforth podia receber também honorários russos? 

- Não penso que trata-se de dinheiro. Lá, há outra contabilidade: serviço pelo serviço.

- Os reconhecimentos de Manaforth podem, não apenas lançar luz sobre seus "empregadores", mas também "iluminar" políticos e organizações na Ukraina que foram financiados por dinheiro russo.

É improvável que, se Manaforth tivesse alguma informação, então apenas "em palavras". Interessante pode ser um outro momento. Na Ukraina recorrem aos serviços americanos desde meados dos anos 1990. As agências de aplicação da lei dos EUA também podem estar interessados em outros consultores políticos que trabalharam na Ukraina.

- Levando em conta, que é improvável que tenham recebido todos os honorários da "bilheteria branca", pode-se esperar outros escândalos "âmbar" na Ukraina?

- Tal probabilidade existe. Por exemplo, Júlia Tymoshenko utilizou por algum tempo os serviços americanos.  Com ela trabalhava um conselheiro americano, o conhecido politólogo russo Oleksiy Sitnikov que "acendeu-se" na sede eleitoral de Sobchak. Com Sobchak algo não deu certo e, depois de uma semana, Sobchak saiu da sede.

- A muitos surpreende, que com apego a Manaforth não "acendeu-se" o nome de Medvedchuk. Será que não houve contatos?

- Manaforth com Medvedchuk não trabalhou. Como se posicionaria a tal relação Akhmetov, cujas relações com Medvedchuk não se desenvolveram? A resposta é óbvia.

- Anunciadas no verão as declarações do chefe do SAP, Nazar Kholodnitzki, que chamou a história do envolvimento de Manaforth aos pagamentos "âmbar", ao Partido das Regiões como uma tentativa de "branquear" Manaforth. Obviamente, isto não foi iniciativa própria de Kholodnitzki. Agora, como SAP se afastará de uma situação inconveniente?

- Considerando as comunicações de Kholodnitszky  com Bankova, Kholodnitszky parece ter sido usado para tais declarações, com a intenção de mitigar a relação de Kyiv com Tramp. Tramp não esqueceu nada e não perdoou. Ele lembra bem como certos círculos na Ukraina não conseguindo prever o futuro, permitiam-se ataques ao seu endereço durante a campanha presidencial nos EUA...

- Mudará SAP sua retórica quanto a Manaforth? Penso, Kholodnitsky fingirá que não houve nada, que suas declarações já esqueceram.

- O chefe  do Departamento de investigações  especiais da Procuradoria Geral Sergei Gorbatyuk declarou, que nos últimos dois anos, ao lado americano foi dirigido sete perguntas com o pedido de ajudar na organização de interrogatório a Manaforth, como testemunha dos casos, em que ele participa na Ukraina ( Trata-se, em particular, do caso do ex-ministro da justiça, Alexander Lavrynovych. Ele é acusado no desvio de 8,5 milhões de hryvnias pagos a uma empresa jurídica americana para preparar um relatório, com as conclusões de que a questão contra Tymoshenko não era perseguição política. Ao "branqueamento", de tal modo a imagem de Yanukovych no Ocidente dedicou-se Manaforth).
Mas, nenhuma resposta foi recebida. Se vale a pena contar com o fato de que a investigação sobre o caso de Manaforth irá intensificar a cooperação das autoridades relevantes nos EUA com o lado ukrainiano?

- A falta de reação às investigações ukrainianas, aparentemente, foi ditada pelo fato de que os Estados Unidos estão bem cientes: Manaforth, como uma pessoa inteligente, quase não deixou vestígios. Também, nos órgãos ukrainianos de aplicação da lei, que em suas ações, frequentemente são guiados por conveniência política, não têm a melhor imagem no Ocidente. Ajudá-los na criação de shows políticos - não é para os Estados Unidos. Acho que, com o caso Manaforth, nada mudará. Isso será realizado nos Estados Unidos, sem vinculação com as questões que Manaforth tem com as agências ukrainianas de aplicação da lei.

- Se podem as confissões de Manaforth esclarecer os detalhes no caso de traição ao Estado, de Yanukovych? Dado que Manaforth trabalhou com o "legítimo"  quase até sua fuga da Ukraina, se é possível admitir a participação do politólogo americano aos cenários trágicos causados durante a Revolução da Dignidade (os meios de comunicação ocidentais relataram sobre quebrada pelos hackers uma transcrição das filhas de Manaforth. "Não se engane, o dinheiro, que temos, é dinheiro de sangue", - esta anotação os jornalistas da edição The Independent divulgava como premissa de suspeita de Andrea Manaforth no envolvimento do pai aos eventos sangrentos no Maidan. The New York Daily News escrevia, que em outra carta Andrea  perguntava à irmã: "Sabe você, de quem foi a estratégia, para enviar essas pessoas e forçá-las a matar?").

- Na fase inicial, isso poderia ser dito. Mas em janeiro - fevereiro de 2014 a influência de Manaforth caiu bruscamente. Yanukovych fechou-se num círculo estreito de sua comitiva, onde os conselheiros de fora não penetravam. E, Manaforth não esteve em Kyiv, durante os eventos no Maidan.

O caso Manaforth ameaça o "Bloco de Oposição" e afastamento dele daqueles que não querem sujar-se como partícipes do "escândalo de âmbar". Há ameaça ao "Bloco de Oposição". Um bloco poderosos pode voltar-se contra Lyovochkin e os principais partícipes do Bloco.

Tradução: O. Kowaltschuk