domingo, 28 de fevereiro de 2016

Marcha em memória de Nemtsov: mais de 24 mil participantes e coluna em apoio a Nadia Savchenko.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 27.02.2016


Em Moscou a marcha em memória do oposicionista russo Bóris Nemtsov, realizada em 27.02.2016, também marchou uma coluna de apoio à detida ilegalmente, a ukrainiana Nadia Savchenko. Participaram da coluna de apoio a Savchenko, sua irmã Vira, os advogados Mark Feigin e Mykola Polozov, e ukrainianos que vivem na Rússia. Os protestantes cantaram o Hino Nacional ukrainiano e também carregavam a bandeira da Criméia.


A participação na "Marcha de Nemtsov, de acordo com "Calculador Branco", mais de 24 mil pessoas. A coluna foi liderada pelos oposicionistas Mikhail Kasyanov e Ilya Yashin.


Durante a marcha houve recolhimento de assinaturas com apelo ao governo de Moscou para instalar uma placa em memória de Nemtsov na ponte onde o político foi morto. Segundo dados já recolheram aproximadamente 30 mil assinaturas.

https://www.youtube.com/watch?v=rs12fFeNv7E

Em outras cidades da Rússia, onde foram realizadas marchas semelhantes, aconteceram provocações contra seus participantes.

Em Krasnoyarsk, o organizador Evgeny Baburin foi sequestrado ao sair de sua casa. Ele foi levado num carro e mantido lá à força. Depois de algumas horas foi libertado. A manifestação foi proibida, não aconteceu.

Em Voronezh, adolescentes atiravam trigo, ovos e "zelenka" nas pessoas. (É uma espécie de tinta verde-OK).

Em Novosibirsk, o governo municipal não concedeu permissão para comemoração. Mas ocorreram vários eventos memoráveis: piquetes individuais, exposições fotográficas e colocação de flores no memorial às vítimas da repressão política, relata a Rádio Liberty.

Em Minsk (Bielorrússia), os ativistas depositaram flores e velas na embaixada russa. Não houve impedimento.

Em Kyiv as pessoas reuniram-se próximo da embaixada da Rússia.

Em Kemerovo (cidade industrial russa, a noroeste de Novosibirsk -OK), a polícia prendeu sete participantes, três pessoas foram presas e duas deverão pagar multa de 10 mil rublos.

Em Chelyabinsk o organizador foi atacado.

As manifestações foram planejadas também em Kyiv, Odessa, Washington, Nova York, Colônia, Londres, Paris, Roma e outras cidades.

Cadetes que cantaram o hino da Ukraina na Criméia, tornaram-se tenentes em Odessa.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 26.02.2016

Em Odessa, 32 alunos da antiga Academia da Marinha (Criméia),  formaram-se e receberam a patente de oficial, na sexta-feira. Estes estudantes, na primavera de 2014, em Sevastopol, durante a anexação da Criméia, cantaram o Hino Nacional da Ukraina, depois que hastearam, no território da escola militar as bandeiras da FR.

"Em Odessa, 32 alunos, no término do curso na "Academia Marítima de Odessa" receberam a patente inicial de "Tenente".


Estes são patriotas ukrainianos, que permaneceram leais ao juramento. Eles vão servir, inicialmente, nos navios e nas unidades militares.



Como sabemos, após a anexação da Criméia pela Rússia o presidente da FR Vladimir Putin assinou um decreto sobre o renascimento da Escola Naval Superior "Nakimov", do Mar Negro.
Durante a substituição das bandeiras ukrainianas pelas bandeiras russas, os estudantes ukrainianos cantaram o Hino da Ukraina. 

Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 27.02.2016
O líder da oposição checa, Miroslav Kalousek, disse que todos os 26 deputados checos do seu Partido TOP09,  são a favor da libertação de Nada Savchenko e usam emblemas com seu retrato, em fundo amarelo e azul.
A República Checa é um dos muitos países da UE que faz parte da ação europeia, de solidariedade a Nadia Savchenko.

Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 27.02.2016
Ao projeto "Proteção aos direitos dos tártaros da Criméia, usando diplomacia pública", o governo estoniano alocou 105 mil euros, segundo o vice-presidente do Forum Permanente da ONU, sobre a questão de povos indígenas, Oliver Loode.
O "Instituto da Estônia para os Direitos Humanos, iniciou um projeto para fortalecer a posição dos tártaros da Criméia na União Européia, e em geral - no mundo ocidental. Isto também inclui o sistema da ONU e diversas organizações internacionais. É importante que as organizações internacionais e os Estados saibam sobre os tártaros da Criméia, sua história e identidade", - disse Loode.

Dois moradores de Ternopil foram condenados por recrutamento de mercenários para "DNR" e "FSC".
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 22.02.2016

O serviço de imprensa do gabinete do procurador na região de Ternopil informa sobre o processo penal contra dois moradores de Ternopil,  acusados de traição, auxílio a organizações terroristas, financiamento do terrorismo, recrutamento de pessoas para cometer atos terroristas, apelos públicos à mudança violenta e derrubada da ordem pública.

O tribunal provou, que as duas pessoas de Ternopil, enquanto permaneciam na FR, reuniam-se com os líderes da organização terrorista "DNR", e, para executar suas tarefas recrutavam mercenários para cometer atos terroristas no território ukrainiano. 
Durante maio-julho de 2014 os réus recrutavam ukrainianos, aos quais prometiam pagar 1.000 dólares americanos, pela atividade terrorista, seguro de 20 mil dólares no caso de morte e recompensa adicional pela morte de militares e destruição de equipamento militar das Forças Armadas da Ukraina.

Eles também davam instruções, organizavam apoio material aos mercenários, os quais enviavam através do território da Bielorrússia para um acampamento especial na cidade Rosto-on-Don (Rússia) para treinamento e participação em atividades terroristas em nosso país, organizavam e realizavam coletas de dinheiro, equipamento militar, meios para comunicação, medicamentos, alimentos e asseguravam sua entrega aos participantes de organizações terroristas "FSC" e "DNR".

Também alimentavam o sentimento separatista entre a população de diferentes regiões da Ukraina através das redes sociais e organizavam comícios contra as ações de autoridades públicas em diferentes cidades da Ukraina, dizem na promotoria.

Segundo o veredito do tribunal, os réus foram considerados culpados por terem cometido crimes relacionados com terrorismo e separatismo. 
Um foi condenado a 14 anos, e outro a 15. Ambos com confisco de bens.

Entrevista em vídeo do prisioneiro Sentsov.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 28.02.2016

Vídeo gravado com o diretor cinematográfico ukrainiano, ativista de direitos humanos. Foi gravado pelos ativistas de direitos humanos em Chelyabinsk - ponto intermediário no caminho para Yakutia, por Tatiana Lotz e Valéria Pryhodkinoyu e publicado na página Odessa Internacional Film Festival, no Facebook. A conversa ocorreu num ponto intermediário da etapa de Oleg Sentsov à colônia de rigorosa regime.


O diretor ukrainiano contou como ficou confinado no porão, onde ficou doente e começou tossir. Também ele respondeu às perguntas das ativistas, se sua família recebeu a cidadania russa na Criméia e sobre seu otimismo. 
"Normalmente, eu ainda sou mais alegre, agora estou meio adoentado" - disse Oleg Sentsov.

(Além de ser naturalmente alegre, Sentsov e Kolchenko (o outro rapaz que esteve preso com com  e que pegou 12 anos de prisão, combinaram não mostrar tristeza perante o inimigo. Sentsov é pai de duas crianças que ficaram com sua irmã. 
Yakutia pertence à FR - localiza-se no Extremo Oriente, região nordeste da Sibéria. É a maior unidade administrativa no mundo, sua área corresponde, aproximadamente, à área da Índia ou Argentina - 3.103.200 km² quadrados. População 958.2 mil (2011).

Tradução: O. Kowaltschuk

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2016


Propriedade anexada. Quantos bens de nós tomou Rússia?
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 24.02.2016 político independente).
Yulia Tyshchenko
Em azul - Ukraina, amarelo - Criméia

Anexação da Criméia não é apenas um acontecimento sem precedentes, que destruiu o sistema internacional e que anda não está, plenamente, reconhecido pela comunidade internacional.
Não são apenas violações maciças dos direitos humanos e discriminações baseadas na nacionalidade - tártaros e ukrainianos da Criméia. Isto não são apenas restrições à liberdade, desaparecimento de pessoas "inconvenientes", perseguições políticas e prisões. 
A ocupação e anexação da Criméia causaram violações totais na esfera, que é considerada fundamental e intocável no mundo democrático, - direito a propriedade - tanto privada como pública.

A garantia do direito de propriedade é um dos marcadores para estimativas e características de sistemas políticos, de segurança e estabilidade. Como resultado da anexação da Criméia, houve total roubo. Infelizmente, durante os dois anos não acentua, suficientemente nessas perdas, não chama a atenção do mundo civilizado a este aspecto.

A violação do direito à propriedade multidimensional refere-se não apenas aos ativos de pessoas físicas e jurídicas, mas também aos objetos da herança cultural, enfim aos bens inadequados ao governo de ocupação de comunidades religiosas da península.

Em 17 de outubro de 2015 o primeiro-ministro Dmitry Medvedev assinou um decreto para inclusão de mais de 220 sítios históricos e culturais na Criméia, que pertencem a Ukraina, e alguns listados como Patrimônio mundial da UNESCO, objetos do patrimônio cultural de importância federal. Completamente no espírito bolchevique: era seu - tornou-se nosso. 

De acordo com o Fundo de propriedade do Estado da Ukraina, no território da Criméia e Savastopol permanecem na Ukraina 1,5 mil objetos de bens estatais, que no processo de privatização não foram incluídos aos complicados capitais das sociedades econômicas, mas permanecem em seus balanços.
O valor residual destas propriedades - quase - 38 bilhões de UAH. Foram "nacionalizadas" - 27 empresas estatais.  No total foi registrado no FDMU (Fundo do Estado da Ukraina) 42,7 mil imóveis - edifícios, terrenos, e ativos em construção, que anteriormente à anexação da Criméia pertenciam às companhias  ukrainianas, instituições e organizações.

Enfatizo, até agora trata-se apenas da propriedade pública.

Estimar as perdas reais da propriedade é extremamente difícil. O lado ukrainiano calcula em, aproximadamente,  um trilhão de dólares. 
No entanto, estes dados não são definitivos e não incluem a vantagem perdida, por exemplo, valor dos recursos minerais, especialmente aqueles que ocorrem na prateleira continental (até 200 metros de profundidade).

Dada a riqueza de recursos minerais perdidos, os especialistas dizem que o valor aproximado é de 2,4 trilhões. Mas surgem questões ao sistema de avalizações e determinação de todas as perdas. 
Em qualquer caso, perderam-se ativos de companhias públicas e privadas no setor de energia, subsolo, alimentação, construção naval, indústrias químicas, bancárias, sistemas de comunicação, transporte - praticamente em todos os setores econômicos.

Ate no campo científico, quero lembrar, foi anexada a propriedade da Academia Nacional de Ciências da Ukraina. No balanço da Academia, na península da Criméia, havia 22 instituições e organizações científicas, e no geral, na Criméia funcionavam mais de 100 instituições científicas.

Se no primeiro ano da anexação, a questão da propriedade, em grande parte continuava o auto-proclamado "poder" da Criméia, então após os procedimentos da "nacionalização", em 2015, as mais atraentes propriedades e recursos começaram transferir às estruturas estatais russas, iniciaram-se os processos ilegais da "ré-privatização.
Durante os dois anos de ocupação ilegal, aconteceram três fazes condicionais de redistribuição e, mais especificamente - apropriação de bens do Estado e da propriedade de pessoas particulares e jurídicas.



Primeira fase - imediatamente após a anexação foram "nacionalizadas" propriedades do Estado da Ukraina - as  grandes empresas estatais,     "Chornomornaftogaz", "Ukrtransgaz", ferrovias, portos, companhias de navegação.

Segunda fase - "Nacionalização", "resgate" da propriedade privada - ocorreu no outono de 2014 - primavera de 2015. Em grande parte dizia respeito à redistribuição da propriedade de grupos financeiro-industriais em proveito do auto-proclamado governo da Criméia. O "dirigente do governo de Criméia dizia então: "É nosso direito moral, e dever - realizar esta "nacionalização".
Note-se que os procedimentos de "nacionalização" aconteciam até fora da legislação russa. Particularmente, o acordo entre os governos da FR e Ukraina, de 1998 sobre o incentivo e proteção mútua de  investimentos previa compromissos de proteção do investimento de particulares da Ukraina e a "nacionalização ou exclusão" ou expropriação de bens deveria acontecer com mecanismos compensatórios, reconhecidos por todas as partes.

No entanto, a chamada autoridade da Criméia ignorou essas "nuances" legais e anunciou 
"nacionalização" para o "bem público" de mais de 250 empresas.



A relação inclui empresas de diferentes áreas, mas todas economicamente atraentes: por exemplo, "Ukrtelecom" e DTEK, "Krymenergo" de Akhmetov, "Privatbank" de Kolomoisky, estúdio de cinema Yalta, sanatórios e áreas de terrenos. 
Obviamente, o número real de objetos que sofreram "nacionalização"  saíram além da referida relação - por exemplo, sanatórios que pertenciam à Federação de Sindicatos da Ukraina.

Terceira fase, que começou no início de março de 2015, - a "privatização" dos ativos ukrainianos, propriedades que pertencem ao país ou pessoas particulares. "Privatização" - é de fato, venda de empresas ukrainianas, que anteriormente experimentaram "nacionalização" e "resgate" de acordo com a decisão das auto-proclamadas autoridades da Criméia.
No entanto, parte de objetos, incluindo a infra-estrutura,  bens-culturais, etc., foi transferida para Rússia. 

Tais decisões aprovavam-se em Moscou. Assim o decreto "Sobre a transferência da empresa estatal unitária da Criméia "Criméia Railway" à "propriedade federal" foi assinada pelo primeiro-ministro Dmitry Medvedev.
O processo da chamada "privatização" dos ativos de proprietários ukrainianos, "comprados" ou "nacionalizados" pelo auto-proclamado "governo", de 1 de março de 2015, continua até hoje. Por exemplo, o "autoproclamado "Conselho de Estado"  da Criméia, em 26.06.2015 aprovou os ativos do plano de privatização em 2015. O plano incluía 11 objetos localizados em Simferopol, Yalta, Yevpatória e Razdolnensky. 



Oito deles planejavam colocar em leilão. Sanatórios "Ai-Petri", "Diulber" e "Mishor" transformaram em sociedade agrícola e o pacote de ações da propriedade da "República da Criméia, colocaram para venda. 
A privatização não aconteceu e foi transferida para 2016.
Em 13 de outubro de 2015 o "Conselho de Estado" da Criméia aprovou mais um plano de privatização, que abrangia 26 empresas. Em fevereiro de 2016 aconteceu mais um leilão de ações e tornaram-se proprietários da terra de Massandra em Gurzuf de empresas russa.

Chegar a Themis russa não foi possível, quanto a isto ela continua inexorável - todas as apelações nos tribunais russos sobre "resgate" e "nacionalização" não alcançaram sucesso
Assim, em 3 de julho de 2015 o Supremo Tribunal recusou-se a cancelar a chamada "lei" sobre o forçado "resgate" de propriedades na Criméia. A decisão de "resgate" de diversas empresas aceitava-se dentro da "lei" local. "Sobre especial resgate de objetos estratégicos, que permite, em caso necessário, iniciar um forçado resgate de algum bem que é de importância essencial para República.
O Tribunal decidiu, que a referida lei é compatível com a legislação russa.

Ukraina tenta procurar a verdade nos tribunais internacionais. No geral, durante 2014, o país apresentou ao Tribunal Europeu dos Direitos da pessoa três queixas de acordo com o Art. 33 "Assuntos Intergovernamentais" -  Convenção Européia dos Direitos Humanos.  

Assim o Tribunal Europeu dos Direitos Humanos abriu processos em três casos: "Ukraina contra Rússia". "Ukraina contra Rússia (II)" e "Ukraina contra Rússia (III)". E apenas uma demanda, segundo o lado ukrainiano, foi completada com questões econômicas.

Sem dúvida, com os problemas de propriedade ukrainiana roubada na Criméia, é necessário empenhar-se continuamente e com mais agressividade. Por exemplo, para impedir a exportação das pinturas  de Aivazovsky para Rússia, previsto para exposição deste ano, é necessário estabelecer certos procedimentos.
O fato de que nós, finalmente, criamos uma procuradoria da Criméia - sem dúvida, é um passo correto e construtivo, no entanto hoje  esta instituição está extremamente carregada, inclusive em relação a propriedades ukrainianas, anexadas na Criméia.

Sobre a questão de propriedade, perdas complexas devido a anexação, Kyiv deve sempre falar a nível internacional, no contexto das sanções contra Rússia. Esta questão junto com o tema dos direitos humanos, deve tornar-se uma prioridade nos esforços diplomáticos da Ukraina para de-ocupação da Criméia.

Tradução: O. Kowaltschuk

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2016


Andrew Parubyi: "Eleições antecipadas - um mecanismo chave de desestabilização".
Ukrainskyi Tyzhden (Semana ukrainiana), 19.02.2016
Roman Malko, Dmytro Krapyvenko

Primeiro vice-orador, ex-secretário do RNBO (Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ukraina), um dos líderes do Maidan, Andrew Parubyi, falou a "Semana" sobre os acontecimentos passados a dois anos, seu significado hoje, cenários de desestabilização da Rússia e configuração de segurança atual.

Andrew Parubyi: "Eleições antecipadas - é a chave do mecanismo da desestabilização.
- A "Primavera russa" se não conseguiu-se parar, então, pelo menos foi localizada, mas quando virá a "Primavera ukrainiana"?

- "Primavera russa" - isso foi claro plano de medidas e ações, com tarefas e datas concretas. Comparando-se a escala daquela operação, aqueles territórios que desejavam capturar, e aquele pedaço das regiões de Donetsk e Luhansk, que hoje controlam os exércitos da FR, podemos dizer que ele falhou. Dois anos atrás, o exército ukrainiano não era efetivo para luta, nossa inteligência - recheada com agentes do FSB, mesmo em Kyiv, por mais de um mês, não deu plantão na rua, nós mantínhamos a ordem pública e controlávamos os principais objetos na capital com forças da Auto Defesa.
E, apesar de tudo, detivemos a "primavera russa". Se falar sobre a primavera ukrainiana, então esta é certa, metáfora. Talvez ela comece, quando os nossos chegarem a Kuban. Meu motivo de participação no Maidan foi: preservação do estado. O Acordo de Associação com UE - isto não era simplesmente acordo econômico, o importante é, que este documento tornava impossível a assinatura de acordos de integração com a Rússia, correspondente recusa a tal acordo, na verdade, previa a entrada automática para a União Aduaneira e outras semelhantes uniões com a FR, o que, de fato, significaria a perda gradual do Estado. O que temos agora, após dois anos do Maidan? Nós temos as Forças Armadas, que ficam mais fortes a cada dia. Nosso exército, embora lá serviam muitos bons especialistas, até recentemente, era uma espécie de enclave da URSS. O exército é uma estrutura conservadora em qualquer lugar, por isso resiste às reformas. Então, no começo foi necessário quebrar o sistema mental "meu - estranho". Na Ukraina, muitas pessoas foram educadas no espírito "inimigo - é OTAN, mas russos - Irmãos". Enquanto os voluntários não começaram atirar, não deram o exemplo, o exército para tal não estava moralmente pronto. Hoje o estado de espírito dele mudou radicalmente, como o nível de formação e equipamento. No geral, temos hoje, um qualitativo setor de segurança e defesa.

Mais um ponto importante: nos tornamos energeticamente independentes da Rússia. Lembre-se, quantos escândalos e confrontos em torno da importação do gás, nós tivemos. E sempre Moscou vencia, porque nossos políticos ou se rendiam, ou eram subornados. Nós aprovamos uma das melhores leis anti-corrupção da Europa. Elas começam trabalhar mas a base jurídica foi criada. Para mim é muito importante que agora foi banido o Partido Comunista, e dezenas, centenas de cidades e vilas não terão os nomes dos assassinos do meu povo, e receberão nomes ukrainianos, isto também é uma mudança fundamental. Ou vejamos os indicadores de apoio a OTAN na sociedade: mais de 50% - isto é sinal de que, psicologicamente, na concepção da nação, ocorreram mudanças dramáticas. Assim que podemos dizer que a "primavera russa" malogrou, mas a "primavera ukrainiana" começa.

- Você sente responsabilidade pela nossa derrota na Crimeia?

- Não há Criméia separada da Ukraina. Pode-se falar sobre vitórias ou derrotas na escala de todo o país. Quero lembrar: quando a Duma russa, de fato, aprovava a decisão sobre a intervenção militar em nosso território, nós, na verdade, não tínhamos influência no setor da força, no qual estavam difundidas as disposições, como diziam, Yanukovych - presidente legítimo, que dirigiu-se a Moscou com o pedido de enviar tropas. Aqueles, que nos acusam, que nós não enviamos o exército para a península ou não aproveitamos as localizadas lá algumas divisões, não percebem que algumas partes foram desmobilizadas, algumas passavam para o lado do inimigo, ocorreu lá a sabotagem em todos os departamentos de aplicação da lei.
No entanto, ao longo da fronteira com Ukraina a FR implantava enormes grupos militares. Do norte, a partir de Chernihiv, em algumas horas os tanques do inimigo poderiam chegar a Kyiv. Então, nós conseguimos trazer todas as unidades de combate, efetivos, para Shyrokyi Lan, depois alguns arcos de defesa nas áreas do norte, leste e sul, direções susceptíveis a prováveis golpes. Acho que nós fizemos todo o possível. Se isto é verdade, que julguem os historiadores. Nós nos encontramos com um dos exércitos mais poderosos do mundo, e eu não falo da derrota,porque os planos de Putin em relação a Ukraina falharam.

- No entanto seu intento em relação a Criméia ele realizou. Teria sido possível evitar isto? 

- Você sabe qual é a porcentagem das forças de segurança que passou para o lado da FR. Nós, então, falávamos sobre os nossos heroicos e constantes combatentes, que realmente existiram, mas quantos traíram o juramento? A todos os comandantes lá, de fato, foram colocados curadores - antigos colegas; familiares, que agitavam pela entrega de unidades. Lembro, como simplesmente durante uma reunião do RNBO
nos telefonaram, dizendo que há uma tentativa de capturar o navio. Então, havia uma tese popular, que partes bloqueavam civis - mulheres, crianças. Mas o navio não poderiam assaltar essas pessoas, isto é obvio, foram homens preparados. Deram a ordem para abrir fogo. Em resposta: "Sirvo o povo da Ukraina!" Uma hora depois, o navio se rendeu sem um único tiro.

Na concepção da nação, ocorreram mudanças dramáticas. Então podemos dizer, que a "primavera russa" falhou, mas a primavera ukrainiana começa.

A mim, como secretário do Conselho de Segurança Nacional, num primeiro momento, foi difícil apoiar-me na precisão das informações dos disponíveis órgãos de segurança. A partir do SBU (Serviço de Segurança da Ukraina) frequentemente recebia desinformações. Por isso nós o quanto pudemos, tanto conservamos a situação sob controle. Eu não falo exclusivamente sobre a liderança do país. Em Mykolaiv, Odessa, e outras cidades  papel significativo desempenharam os ativistas locais, que pararam os separatistas. 

- No Maidan você garantia a comunicação entre os radicais e o braço político moderado. As contradições entre aqueles ativistas, que mais tarde se tornaram a principal força dos batalhões de voluntários e as autoridades, existem até hoje. Você continua a mesma comunicação.  No que consiste a natureza dessas contradições?

- Exatamente graças a esta comunicação apareceram batalhões de voluntários, que formaram os fundamentos de concepção da nossa guerra. Custou esforço excepcional organizar os primeiros dois batalhões da Guarda Nacional da Ukraina. Literalmente quebrando o Estado-maior conseguiu-se formar o 24º batalhão "Aydar". Mas no exército até hoje surge atitude cético crítica em relação aos voluntários. Ainda maior preconceito contra eles tem a Procuradoria, sobre o que eu, muitas vezes falei. O movimento social hoje é representado em diferentes níveis: 4,5 mil combatentes da Autodefesa Maidan foram para a frente, hoje temos 16 deputados  - da Autodefesa no Parlamento, muitos entraram na nova polícia, é claro, muitos permaneceram no exército. O movimento voluntário continua ser um fator importante na vida do país.

- Mas nem todos os seus representantes estão no poder ou cooperam com ele. Por que não legalizaram o Corpo Voluntário Ukrainiano do "Setor Direito?"

- Eu, com Dmytro Yarosh temos relações amigáveis, mas discussões táticas começaram imediatamente após Maidan. Ele dizia: "Não podemos esperar!" Mas eu considerava e considero, que as pessoas devem receber as armas e usá-las sob o controle estatal. Nós realizamos muitas conversas com várias estruturas quanto à legalização do "DUKy" (Corpo ukrainiano voluntário - Setor Direito). Decisão por enquanto não há, mas devo dizer, que todas as suas ações na frente, o Setor Direito coordenou com o comando da ATO (Operação Anti Terrorista). Luta armada de formações anarquistas não houve, como alguns muito tentaram convencer do oposto. Eu desenvolvi a lei sobre a reserva do exército, isto é, um dos mecanismos que ajudaria legalizar os voluntários, que, ainda não entraram a nenhum dos nossos órgãos de segurança.

- Você, provavelmente, ouve as chamadas para um terceiro Maidan. Seus proponentes estão se voltando para você como um dos líderes em potencial?

- Como no Maidan, assim hoje eu, frequentemente, cito paralelos históricos. Temos uma maldição de mil anos: desde a batalha de Kalka, quando cada príncipe ia sozinho e depois das ruínas quando nossos  "hetmany" (dirigentes dos cossacos) levantavam espadas um contra outro, até as lutas de libertação nacional do século XX, quando os ukrainianos perdiam não por causa da fraqueza militar, mas por causas internas. Mas a perda do estado sempre causava terríveis tragédias. Assim depois da "Otamanshchyna" (domínio de grupos armados, descontrolados, na ausência ou falta de força do governo. O termo apareceu na Ukraina pela primeira vez na descrição de unidades irregulares na Ukraina em 1918-1923).  Nos anos 1920 nos recebemos Holodomor, 1932 - 1933, que levou milhões de vidas. E porque ir muito longe, buscar exemplos: lembremos Maidan de 2004, quando contradições internas, em resumo, levaram à revanche.
Quanto aos chamamentos. Claro, eu os ouço. E no Maidan ouvi: "Precisa derrubar aqueles três do palco. Arrebatá-lo, André, você apenas dê o sinal" Mas eu então, como agora, proclamava, que deve ser mantida a unidade, caso contrário perderemos. Da mesma forma hoje. E observem também: como testemunha o jornalismo investigativo, frequentemente nos sites, que convocavam para o terceiro Maidan, estão os serviços especiais russos ou separatistas de Donetsk e Luhansk. É por isso que eu insisto, que nós precisamos preservar a unidade diante da ameaça externa e desafios internos e eliminar as deficiências que temos.

- Se podem as eleições antecipadas ao Parlamento tornar-se alternativa para um terceiro Maidan? Serão capazes de remover a tensão na sociedade?

- Re-eleição hoje - é o mecanismo chave de desestabilização. Cenário russo. Querem saber como isto trabalha? Vejamos os últimos acontecimentos na Moldávia. Lá surgiu escândalo com a remoção do governo um mês antes de receber a próxima parcela do FMI, e sua ausência causará irreversíveis processos econômicos. Durante o ano houve tês gabinetes administrativos, o país simplesmente ficou pendurado. Os líderes de dois, dos três, partidos, que organizam os protestos de rua em Chisinau, não escondendo isto, a cada semana viajam, para consultas políticas, a Moscou. Com isto é difícil compreender o quanto são argumentadas as alegações de funcionários na corrupção, porque lá, até hoje, não foram formados órgãos que investigariam tais crimes e os quais obteriam confiança da comunidade. O mesmo sistema pretendem aplicar aqui.
Certa vez eu li num informe de Guirkin (Strelkov - um dos líderes dos ocupantes do leste da Ukraina - OK) palavras que em um país que é objeto de ataque, "é preciso semear o descontentamento de qualquer tipo". Estas tecnologias trabalham hoje aqui, e na Moldávia. Eleições antecipadas
na Ukraina - param todas as reformas pelo menos por um ano. Nas nossas condições é perdição. Recentemente, George Soros disse algo interessante: agora há a questão, a FR  desintegrará a UE ou o contrário. Da mesma forma, em nosso confronto com Moscou: se manterá? Tudo, como no Maidan: nós nos juntaremos, apertaremos os punhos - resistiremos, se nós nos fragmentaremos - perderemos. Então, no Maidan nossas forças e forças de Yanukovych não eram comparáveis, mas vencemos.
Na Rússia nem tudo está bem: caem os preços do petróleo, cai o rublo. Ela está à beira do colapso. E pode entrar em colapso em um momento, como a URSS.

- O colapso da Rússia pode causar uma reação em cadeia, a  qual nos afetara?

- O mundo temia, que a União Soviética desmoronaria. Todos diziam: "Como pode"? Armas nucleares sem controle!"  Mas nada aconteceu. E hoje sobreviveremos, encontraremos possibilidades.

- Aguentará a coalizão experiências de mudanças constitucionais?

- Esta questão, no momento, é muito adiada. De um lado, o estatuto especial de certas regiões de Donetsk e Luhansk desperta grande aborrecimento no público, por outro - Rússia ignora a execução dos Acordos de Minsk.  Então, hoje a mudança constitucional não é assunto para discussão.

- É relacionada a deterioração na frente com a tentativa da Rússia em obrigar-nos a introduzir modificações na Constituição?

- Sim, eles intimidam, mas o exército ukrainiano não é o mesmo de dois anos atrás. O russo - neste período não mudou, mas nós chegamos a um nível qualitativamente novo.

- Como você imagina o controle da fronteira do estado, na parte ocupada de Donbas?

- Este problema está intimamente ligado a realização de eleições.Os processos (de acordo com Minsk) devem ocorrer, de fato, simultaneamente. Mas a própria pergunta sobre a definição da data das eleições prevê  a garantia de processo democrático: liberdade da palavra, liberdade de reunião, segurança para os eleitores... Como organizar isto, quando lá agem gangues e militantes russos? Eleições - é quando eu ou outro político ukrainiano tiver a possibilidade de ir agitar em Donetsk e Luhansk. Quão seguro é hoje? Precisa desarmar as gangues, estabelecer, lá a ordem, garantir a ação da legislação eleitoral ukrainiana, assumir o controle da fronteira do Estado e só então faz sentido falar em eleições.

- ATO tem a duração de quase dois anos. Talvez, ele requer outras definições, interpretações daquelas ações de combate no nível de Estado?

- Na guerra hibrida diante de nós está não apenas desafio a ações militares, havia a ameaça de isolamento de um novo governo ukrainiano. Rússia fechou a embaixada. Nosso governo chamavam de "junta", questionavam sua legalidade, por isso a realização da eleição presidencial foi o objetivo número um. Sob condições da lei marcial isto é proibido. Além disso era necessário, de alguma forma, envolver o exército. Os militares diziam: "Yanukovych queria nos atirar nas pessoas, agora, contra elas, nos enviam vocês, deve haver um certo status legal". Assim nós encontramos o formato ATO, que deu a possibilidade de incluir as Forças Armadas, e ainda foi preciso estender este status, porque era tempo para eleições parlamentares. Em seguida surgiu a questão da introdução da lei marcial. Eu, como secretário do RNBO (Conselho de Segurança e Defesa da Ukraina) avancei com tal iniciativa, preparei toda a documentação necessária, mas a decisão era do presidente que vê a situação global. Ele preferiu não introduzir. Em minha opinião, agora esta questão não é determinante.

Tradução: O. Kowaltschuk

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2016

Pelo caminho de Pedro e Catarina
Como foi formada a escola externa de manipulação russa.
Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana), 02.01.2016
Igor Losev 


A política agressiva da atual elite russa não é uma anomalia, desvio das tradições e do grosso da população geopolítica da Rússia, como tal, ao longo dos séculos. Pelo contrário, este curso, para Rússia, é natural e tradicional. Como disse Karl Marx, apresentando-se no início de 1867, em Londres, na Meeting polonesa: "Eu lhes pergunto, o que mudou? Diminuiu o perigo do lado russo? Não. Só a cegueira mental das classes dominantes da Europa atingiu o limite. Primeiramente, de acordo com o seu historiador oficial Karamzin, a politica russa permanece inalterada. Seus métodos, suas táticas, seus meios podem mudar, mas a direção dessa política - dominação global - permanece inalterada". Hoje, no Kremlin estão pessoas muito modestas, que totalmente (por enquanto!) podem satisfazer-se apenas com a Europa e Oriente Médio... Surpreendentemente, que a corrente esquerdista marxista, (como ela mesma se apresenta) que é tão numerosa nas universidades orientais, ignora completamente estas evidências inequívocas de Karl Marx. E ainda num aspecto mais detalhado Marx apresentou os algoritmos da política russa na obra fundamental sobre a história da diplomacia secreta do século XVIII. É significativo, que durante toda a era soviética este trabalho não traduziam e não publicavam.

Realmente, no passado, e hoje Kremlin, nada além de visões da grandeza imperial e intermináveis conquistas territoriais, à população russa oferecer não pode, mas também não deseja algo diferente. Putin não inventou nada novo e original, ele apenas despertou nos russos os antigos complexos étnicos xenofóbicos, inveja tribal, grandiosidade e, inferioridade simultânea, contribuiu para reincidência e arrogância imperial em oposição ao mundo todo, "que é sempre contra nós..."

É neste contexto que devem ser considerados os novos pseudos da ideologia russa na aparência do "mundo russo", "Nova Rússia", "unidade eslava", etc. Por exemplo, "Nova Rússia" - é um termo geopolítico, que era amplamente utilizado no século XVIII, no período das conquistas coloniais russas no sul da Europa. "Nova Rússia" de modo algum se diferencia, do discurso colonial europeu, quando, por exemplo, conquistadores espanhóis no território americano denominavam as terras conquistadas, Nova Espanha, Nova Granada, para enfatizar que essas terras, alegadamente, eram continuação da metrópole. Como também Nova Inglaterra, Nova Holanda, outras. E ainda Nova Zelândia, embora seja difícil dizer o que há em comum entre estas duas grandes ilhas a leste da Austrália e a ilha dinamarquesa Zelândia, onde se situa a capital deste país Copenhague...

No século XIX Europa conseguiu criar uma coalizão, que deteve a expansão do imperialismo russo. Descobriu-se, que ele é forte não em si mesmo, mas do ponto de vista do desligamento dos europeus.

No início do século XVIII em São Petersburgo determinaram a direção da expansão: norte ou sul? Determinaram pelo método da tentativa e erro, procurando o caminho onde a resistência inimiga seria menor, tentavam encontrar um elo fraco. E Pedro tentou ir para o sul - campanha de Azov (muito acertada). No entanto, no rio Prut, em 1711, o exército russo sofreu um terrível desastre. Os turcos aniquilaram os russos. Pedro e sua camarilha tribal quase foram capturados.
A derrota foi tão assustadora e sem esperança, que os historiadores russos ainda preferem manter silêncio sobre o assunto, e os estudantes russos, sobre este fato de sua história não suspeitam (como, aliás, também não sobre a sua batalha de Konotop). E precisaria o cativo Pedro Romanov marchar pelas ruas de Istambul, com uma corda no pescoço, se não fosse o método experimentado pela política russa - suborno. Vizier (primeiro-ministro) do Império Otomano, tomou da Rússia uma enorme quantia em dinheiro, e Pedro foi libertado. Não demorou e Sultão enforcou Vizier  pelo negócio contra os interesses do império. Depois disso Pedro nem do Mar Negro se aproximava, o que prolongou a existência do Canato da Crimeia por mais de 70 anos.

Novo retorno à direção sul teve lugar na política russa no período de Ekaterina II, quando o império já aspirava chegar aos mares Negro e Mediterrâneo e do Oriente Médio. Tentando apossar-se de tudo o que pudesse e, apressadamente então, após a conquista do sul da Ukraina, foi lançado em uso o termo "Nova Rússia", desprovido de conteúdo histórico real. Portanto, não é surpreendente que ainda hoje para possível e artificial criação pseudo estatal no território de Mariupol a Odessa os ideólogos imperiais relembrariam o nome colonial. Se se voltassem à experiência e analogia e não a era tsarista, mas ao período bolchevique, com certeza, lembrariam "Donetsk - Kryvorizka República" do camarada Artem, a qual mesmo Ulyanov-Lenin honestamente denominava projeto separatista.

Exatamente, durante Ekaterina II, na Rússia inicia-se o "renascimento" bizantino, quando o império Russo interpretam como herdeiro direto e sucessor de Bisâncio, como a sua "segunda edição" (interessante, que o confessor oficial de Vladimir Putin (da Igreja ortodoxa Russa), padre Tikhon (Shevkunov) criou uma série documental - telefilme sobre a grandeza e declínio de Bizâncio com inúmeras alusões sobre a Rússia moderna e seu "líder nacional). Mas o florescimento da influência bizantina cai no século XIX... No entanto, já no período de Ekaterina II em Petersburgo deliram com "libertação" de Constantinopla e introdução do controle nos estreitos de Bósforo e Dardanelos. A rapinagem da Criméia percebia-se como a aquisição de trampolim valioso para ulterior ofensiva ao Império Otomano. Começam as primeiras tentativas de uso ativo do fator eslavo. Esta ideologia serve como ferramenta fundamental da geopolítica russa, absolutamente não como simpatia sincera às nações eslavas. Os eslavos dos Balcãs deviam tornar-se armas para Rússia contra o Império Otomano e a razão para a nomeação das reivindicações contra ela. A idéia da anexação do território do antigo Bisâncio (primeiramente Constantinopla e estreito) nunca definitivamente, da política russa não desaparecia. Ela, rapidamente, fazia parte da ordem do dia, na primeira oportunidade. Significativamente, que na Casa Imperial Romanov, um dos descendentes masculinos obrigatoriamente chamavam Konstantin, para o caso de necessidade, ele pudesse ocupar o trono de Constantinopla). Na época do imperador Nicolau o complexo ideológico "eslavo-bizantino, de dogma ideológico transformava-se em "guia para ação". Sobre isto, francamente, escreveu o poeta e diplomata russo Fedor Tyutchyev:

E das abóbadas da antiga Sofia
No restaurado Bizâncio
Novamente iluminarão o altar de Cristo,
Ajoelhe-se diante dele, o rei da Rússia,
E levanta-te como rei de todos os eslavos!

A propósito, as provocações atuais de Moscou contra a Turquia são ridículas reminiscências de semelhantes (mas sem aviões, que ainda não existiam) ataques aos do século XIX, quando Rússia apresentava os ultimatos arrogantes a Istambul, alegando que Turquia deve reconhecer Petersburgo patrono e, como dizem agora "lobista" dos direitos de todos os cristãos, que viveram no império Otomano, e também reconhecer a Rússia como "fiador" dos lugares santos de Jerusalém. Estas alegações, enfim, levaram ao início da Guerra da Criméia, na qual o Império Russo sofreu derrota humilhante. Hoje, Putin atua como patrono dos xiitas e cristãos na Síria... Mas, como no passado, hoje com essas ações, à Rússia, com sua política e geografia muito  impede Turquia, que em determinadas circunstâncias pode pôr fim à campanha síria de Putin, bloqueando os estreitos de Bósforo e Dardanelos. É por isso que Bósforo e Dardanelos são restrições naturais da expansão russa no Oriente Médio e no Mediterrâneo.

Isto bem compreendiam os condutores dessa expansão (ainda no início do século XX o Estado-Maior Naval da Rússia emitiu uma conclusão oficial, de que a Frota do Mar Negro pode ter um valor estratégico somente sob suas condições de domínio do Bósforo - com Dardanelos).

Em consequência deste entendimento as tentativas da Rússia na implantação de controle sobre os canais nunca cessaram, apenas transferiam-se esperando oportunidade adequada. Neste sentido, a parceria estratégica entre Turquia e Rússia é natural. Recuperando-se após a guerra da Criméia em 1877 - 1878, Rússia derrotou nos Balcãs o exército turco e prontamente avançava para Istambul. Pará-la precisou toda Europa... Em 1914 um dos principais objetivos da Rússia na guerra Mundial novamente foram os canais. Em 1922 - 1923 os bolcheviques russos ativamente ajudavam a Kemal Ataturk contra a Entente, esperando estabelecimento na Turquia do regime vermelho. Mas isso não aconteceu, porque Mustafa Kemal não era comunista, mas nacionalista turco. Em 1940 a União Soviética no processo da divisão do mundo, com Alemanha nazista, exigia de Fuhrer ajuda na criação das bases navais soviéticas nos estreitos do Mar Negro. Depois de 1945 Stalin exigiu o retorno a União Soviética da chamada Arménia turca e não escondia o desejo de desmembrar a Turquia. Por isso, este país, muito rapidamente se tornou membro da OTAN.

Hoje Putin pode chantagear Turquia, exigindo o estabelecimento de "regime especial" para Rússia, nos estreitos e, ao mesmo tempo ajudando o movimento curdo armado, no interior da Turquia.

No século XIX, Europa conseguiu criar uma coalizão, que interrompeu a expansão do imperialismo russo. Descobriu-se, que ele não é forte em si, mas por causa da desunião dos europeus. Se Europa terá capacidade  gerir decisivas e coletivas ações no século XXI ? Ou achará melhor capitular diante de blefe e descarada intimidação?


Dois moradores de Ternopil foram condenados por recrutamento de mercenários para "DNR" e "FSC".
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 22.02.2016

O serviço de imprensa do gabinete do procurador na região de Ternopil informa sobre o processo penal contra dois moradores de Ternopil, acusados de traição, auxílio a organizações terroristas, financiamento do terrorismo, recrutamento de pessoas para cometer atos terroristas, apelos públicos à mudança violenta e diversas ações contra a ordem pública.

O tribunal provou, que as duas pessoas de Ternopil, enquanto permaneciam na FR, reuniam-se com os líderes da organização terrorista "DNR" e para executar suas tarefas recrutavam mercenários para cometer atos terroristas na Ukraina.
Durante maio - julho de 2.014, os réus recrutavam ukrainianos, aos quais prometiam pagar 1.000 dólares americanos, pela atividade terrorista, seguro de 20 mil dólares no caso de morte e recompensa adicional pela morte de militares e destruição de equipamento militar das Forças Armadas da Ukraina.

Eles também davam instruções, organizavam apoio material aos mercenários e os enviavam através do território da Bielorrússia para um acampamento especial na cidade de Rostov-on-Don (Rússia) para treinamento e participação em atividades terroristas em nosso país, organizavam e realizavam coletas de dinheiro, equipamento militar, meios para comunicação, medicamentos, alimentos e asseguravam sua entrega aos participantes de organizações terroristas "FSC" e "DNR".

Também alimentavam o sentimento separatista entre a população de diferentes regiões da Ukraina através das redes sociais e organizavam comícios contra as ações de autoridades públicas em diferentes cidades da Ukraina, dizem na promotoria.

Segundo o veredito do tribunal, os réus foram considerados culpados por terem cometido crimes relacionados com terrorismo e separatismo. Um foi condenado a 14 anos, outro a 15. Ambos com confisco de bens.


Algumas notícias dos jornais, de 23 de fevereiro de 2016.

- Na zona ATO foram feridos 13 combatentes ukrainianos. 

- À zona ATO, da Rússia vieram 70 militares e um escalão ferroviário com minas de 82/120 mm, munições para tanques e armas de pequeno porte (200 toneladas), combustível e lubrificantes (180 toneladas).
Em 18 de fevereiro vieram dois carros do chamado "comboio humanitário", da FR, e trouxe a Donetsk munições e armas de pequeno porte.

- UNICEF: O conflito no Donbas afeta profundamente a vida de 580 mil crianças que vivem nas áreas fora do controle da Ukraina e na linha de frente.

- Devido a agressão da Rússia morreram cerca de 6,8 mil cidadãos da Ukraina, 17 mil foram feridos. O número total de pessoas internas deslocadas ultrapassa dois milhões.

Tradução: O. Kowaltschuk

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2016

Revolução da Dignidade. Lembramos. Não esquecemos.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 19.02.2016

Durante toda a noite de 19 de fevereiro de 2014 Maidan da Independência queimava. A cortina de fumaça não permitia às forças do governo atacar os "maidanivtsi" (pessoas que reuniram-se no Maidan (praça). 


Há dois anos atrás, começaram os trágicos acontecimentos na rua Instytutska durante a Revolução da Dignidade.

18 de fevereiro, do lado da Instytutska "Berkut" (era uma espécie de polícia do governo, que sempre agia com muita brutalidade, controlava, à força, as manifestações populares - OK) e a milícia cercaram completamente o distrito do governo em Kyiv.
Os homens da força não permitiam passagem nem aos funcionários do Parlamento. Esticavam arame farpado. Grandes caminhões bloquearam completamente a rua Grushevskogo. Mas os ativistas, cujo número ultrapassava 10 mil, conseguiram romper o cordão policial na esquina da rua Grushevskogo e travessa Kriposnoho. Então agiu "Berkut", ouviam-se tiros, petardos. Na Grushevskogo atearam fogo nos pneus.




Nas ruas Instytutskaia, Grushevskogo, na travessa Kriposnoho e no parque Mariinsky morreram 10 pessoas, mais 500 foram feridas.

Em 18 de fevereiro contra os manifestantes utilizaram veículos blindados, começa o assalto ao Maidan. Contra os manifestantes, que havia aproximadamente 20 mil pessoas no Maidan, do lado da Instytutska usaram canhões de água e veículos blindados.

Cerca de 15 horas começou a última ofensiva do "Berkut". No início as pessoas retrocediam calmamente para o lado do Maidan, mas depois as pessoas correram... Centenas de pessoas, e começou o pânico. Talvez isto seja o pior que pode acontecer em uma grande multidão de pessoas, quando elas transformam-se numa multidão incontrolável, que corre de todos os lados, e não há para onde desviar-se, e pedras voam nas calçadas.

Mas, próximo das barricadas, às pessoas, entre as quais havia muitas mulheres e idosos, abriram-se três caminhos para recuo - no já fechado metrô Khreshchatyk, as pessoas quebravam os vidros para entrar, "Berkut" corria atrás, espancava, atirava, e nós sabemos de casos, quando vazavam os olhos.


Outra parte das pessoas salvava-se, pulando nas escavações à direita da Instytutska. Este momento filmou Viktor Tymchenko.
E a 3ª via - estreitinha, uma passagem de 1,5 metros nas barricadas superiores, à qual correram e tentavam passar centenas de manifestantes assustados, em cujas costas atiravam. As pessoas gritavam, caíam, pisavam nos outros, emaranhavam-se no arame farpado. O pior experimentaram aqueles que se encontravam na parte inferior daquela confusão...  Nas pessoas mais impotentes, cercadas, jogavam granadas e pedras da pavimentação! "Berkut" quando conseguia pegar uma pessoa - batia com bastão na cabeça...

George Tuka falava sobre o padre que tentava salvar as pessoas, puxando-as para fora daquela "pilha de corpos", apesar do fato que os cassetetes também voavam sobre suas costas. Provavelmente, era padre católico ou grego católico. (Há na Ukraina comunidades da Igreja ortodoxa do Patriarcado de Kyiv e do Patriarcado de Moscou. Ultimamente, muitas paróquias do Patriarcado de Moscou estão passando para o Patriarcado de Kyiv, mas Rússia interfere. Não obstante várias já passaram - OK).

Vídeo assustador enviou Sergei Karavansky, que esteve naquele amontoamento, - cita as lembranças dos ativistas Varta-1 na rede social VKontakte.


Próximo das 22:00 o fogo alcançou o Prédio dos Sindicatos, onde localizava-se o estado-maior dos Euromaidanivtsi e  ficavam os feridos. Devido ao incêndio houve problema nas estruturas entre o 4º e o 5º andar.

No Maidan, na noite de 19 de fevereiro há cerca de 10 mil pessoas. No perímetro do Maidan há auto-defesa. Todos os trens foram bloqueados pela polícia de trânsito.

As pessoas, aos poucos voltam ao estado normal depois do assalto noturno e preparam-se para repelir novo ataque. Desmontam o pavimento, recolhem o lixo e preparam "coquetéis   molotov".

Em 19 de fevereiro, durante a tentativa para dispersar manifestantes morreram 16 pessoas e foram feridas 206. No prédio dos Sindicatos morreram duas pessoas.

Durante o dia as pessoas trazem medicamentos à Catedral de Michael. Aqui trabalham, ininterruptamente, 20 a 30 médicos, eles administram apenas os primeiros socorros e, em seguida, os feridos são levados para hospitais.
Aqui, constantemente, vem os ativistas.

Os manifestantes dispuseram as sedes no Comitê Estadual de Televisão e Radiodifusão, no edifício dos Correios e no Ministério da Política Agrária.

O sangrento assalto ao Maidan agitou as regiões ukrainianas: acontece a apreensão dos prédios das estruturas do poder em Lviv, Ivano-Franquivsk, Ternopil, Lutsk. Milicia deixa as unidades e auto-afasta-se. Para combater as organizações criminosas criam-se guardas comunitários que patrulham as cidades.
Em 20 de fevereiro a polícia atirava com armas de fogo, para matar. Como resultado morreram 49 pessoas e 157 foram feridas.


No confronto sangrento do Maidan, de acordo com várias estimativas, morreram mais de 100 pessoas. Elas foram chamadas de "Centena do Celeste".


Na Europa e nos EUA condenaram duramente as ações das autoridades ukrainianas contra o povo e apelaram às autoridades para introduzir sanções.


"Na Ukraina não há guerra civil, se isto significa guerra de uma parte da nação contra outra parte. Nós vemos guerra do governo ukrainiano contra seu próprio povo" - diz o eurodeputado da Polônia, - membro do Partido Popular europeu, Jacek Saryusz-Wolski.


Em 23.02.2014 em Lviv despediam-se do morto em Kyiv Andrew Duhdalovych. Morador da aldeia Sokilnyky morreu de bala do sniper. 

Tradução: O. Kowaltschuk

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

Como Poroshenko e os oligarcas  ajudaram Yatseniuk ficar no cargo
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 17.02.2016
Maria Zhatovska, Roman Kravets


(Texto resumido-OK).
- São mais cinco minutos, talvez esta seja a última apresentação, ouçam, - diz no final do relatório do governo, Arseniy Yatseniuk.
- Por que tão pessimista, Arseniy Petrovich, - diz o "speaker" do Parlamento Volodymyr Groisman.
Depois de algumas horas Yatseniuk não tinha motivos  para pessimismo.
Os deputados da tribuna criticarão o governo e com 247 votos contra, reconhecerão seu trabalho insatisfatório.

No entanto, pela confiança ao Gabinete Ministerial votarão apenas 194 dos 226 necessários..
No último momento, anterior a votação, desaparecerão 23 votos do "Bloco Petro Poroshenko". Não votarão os deputados da facção presidencial, que recebem influência de Igor Kononenko (Lembram da saída do Ministério de Aivaras Abromavichus? - OK) e do presidente da Administração presidencial Bóris Lozhkin.
Também não votarão os deputados do "Bloco da Oposição" e "Renascimento" (Vidrodgenia), que são grandes críticos e são guiados pelos oligarcas Rinat Akhmetov, Serhiy Lyovochkin e Igor Kolomoisky.
Pessoas do círculo do presidente, que no mesmo dia conclamavam Yatseniuk à renúncia, e os deputados de Akhmetov e Kolomoisky, que deixaram o governo em paz pelo menos até setembro.

A esperada reorganização do poder, da qual na última semana falava Poroshenko, não aconteceu.

Imediatamente após a votação parte dos deputados da facção presidencial, "Auto-Suficiência" e "Pátria" acusaram o presidente e o primeiro-ministro em conspiração com os oligarcas.

Os acontecimentos em 16 de fevereiro apenas aprofundaram a crise política - na manhã de 17 de fevereiro "Pátria" deixou a coalizão.
A um passo desta decisão, estão os deputados da "Auto-Suficiência.

O que aconteceu nos bastidores do "grande teatro" chamado  "Governo de Yatseniuk.  Deixar não pode demitir".


Conversas sinceras.

- Eu não vou pressioná-los, vim ouvir, - disse Poroshenko na entrada, na reunião da facção BPP, no dia 15. E, realmente apenas observava. Mas saiu do equilíbrio com a questão de Igor Kononenko. O deputado Mustafa Nayem falava sobre a dispensa de Viktor Shokin e a deposição do mandato de Igor Kononenko. Mal o deputado Nayem citou o nome de Kononenko, o presidente explodiu: "Não há provas os deputados afogam o colega e assim pode-se acusar qualquer um".


Os deputados esperavam uma avaliação ao governo e a Arseniy Yatseniuk pessoalmente. Mas Poroshenko somente falou sobre os riscos em caso do afastamento do Gabinete Ministerial, o que poderia ocasionar a ausência do tranche do FMI.

Yatseniuk, com confiança, tentava convencer os deputados. Quando eles começaram fazer perguntas, ficou nervoso.

Lyashko, no dia da votação mudou de idéia ao receber suborno político de 265 milhões de UAH, da empresa de Chernigov, de carros de bombeiros, que pertence a um membro do Partido Radical. 
- Que suborno político dar a você, para que você não chantageie o país e renuncie voluntariamente - perguntou Serhii Leshchenko, mas não obteve resposta.

Sem a presença do presidente e do primeiro-ministro o BPP decidiu reconhecer o governo insatisfatório e receber assinatura de 150 deputados para afastamento.

A Frente Popular apoiou Yatseniuk e reconheceu seu trabalho satisfatório.

Depois da reunião da facção, Yatseniuk foi à Administração Presidencial onde houve reunião de pessoas próximas a Poroshenko e Yatseniuk, e ali aconteceram os principais acordos.
Diz uma fonte da Administração Presidencial que Yatseniuk ficou até às três horas da noite, recontando cada voto pela demissão.

Responsáveis pela votação, do lado do BPP, Igor Kononenko. Da Frente Popular, o ministro do Interior Arsen Avakov e Andrii Ivanchuk.

- O presidente e o Primeiro Ministro compreenderam que não se deve queimar as pontes. A história conhece muitos exemplos quando esqueciam tudo ao redor e depois, o inimigo aproveitava-se da ocasião.Disse um deputado da "Frente Popular", próximo a Yatseniuk.

O novo penteado da Tymoshenko e óculos com aro escuro atraíram mais atenção que o relatório do governo.
Depois de falar sobre maior cooperação entre o Gabinete Ministerial e o Parlamento, Yatseniuk disse que a crise política foi provocada pelo desejo de eleições antecipadas, que na verdade não é nada mais que luta pelo poder.

Lembramos, em 16 de fevereiro o Parlamento ouviu o relatório anual do Ministério. Os deputados reconheceram o trabalho do governo insatisfatório, no entanto, não conseguiram votar pela renúncia do Gabinete.

Tradução: O. Kowaltschuk