segunda-feira, 2 de junho de 2014

Os guardas de fronteira evacuaram os feridos. A batalha com terroristas continua
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 02.06.2014

14h08min:
A calma entre os guardas de fronteira e os terroristas acabou. A trégua durou 30 minutos. Ela foi conseguida pelos ativistas, parlamentares e cidadãos conscientes. Durante este tempo foram retirados os feridos e mortos.

15h38min:
A luta com os terroristas já dura mais de 10 horas. O ataque aos guardas de fronteira começou às 4 horas da manhã nesta segunda-feira. No início eram aproximadamente 100 pessoas, depois aumentou para umas 500. Os guardas que lutam a quase 12 horas, defendendo a fronteira de Luhansk, pedem ajuda.

"No momento a batalha continua. Puseram fogo no controlado ponto de passagem, queima a zona do parque", comunicou o chefe de Departamento para a Cooperação, Oleh Slobodian.
"Os guardas continuam a proteção do acampamento militar. Não há nenhuma ajuda adicional", - acrescentou Slobodian.

O representante do secretário de imprensa da ATO (Ação antiterrorista) comunicou a este jornal que a ajuda é prestada na medida da disponibilidade. "Em todo o território de Donetsk e Luhansk continua a fase ativa ATO. A assistência é prestada de acordo com as possibilidades".

Em auxílio aos guardas de fronteira de Luhansk enviaram tropas, comunicou o dirigente do Conselho de Coordenação N. Malomuzh. Ele reconheceu que o envio realizou-se com enorme atraso.

16h:
Os tiros pararam, voltaram depois das 19h. Sete guardas estão feridos, 4 gravemente. Do lado dos atacantes tem a informação de 5 mortos e 8 feridos.

22h55min:
O diretor de comunicação da ATO Vladislav Seleznev informou que a batalha na fronteira foi concluída, com ajuda das forças especiais e da aviação. A fonte deste jornal não confirmou esta informação.
Ao mesmo tempo, o Serviço Nacional de Fronteiras disse que as lutas ativas praticamente cessaram, mas os franco-atiradores continuam em suas posições. Ainda há terroristas nas posições anteriores, talvez uma parte tenha se retirado. A fonte deste jornal diz que a luta findou não devido a chegada de reforço, mas porque escureceu e não havia visão para onde atirar.
Os guardas estão bloqueados. Espera-se combate ativo para amanhã cedo.


A flecha superior indica o quarteirão habitado, a inferior a parte fronteiriça.

Como retornar o dinheiro do exterior, roubado por Yanukovych e sua comitiva
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 29.04.2014
Natália Sedletska

70 bilhões de dólares - quantia que Viktor Yanukovych e seus  apaniguados retiraram do país, particularmente aos offshores, de acordo com as estimativas do novo governo da Ukraina. Este é o orçamento de 18 meses de toda Ukraina. Verão os ukrainianos seu dinheiro novamente?

À parte do dinheiro do exterior, de Yanukovych e seus companheiros, os países europeus e Estados Unidos já impuseram sanções, isto é, congelaram. Mas a maioria do roubado já está escondida em intermináveis fundos ou pessoas substituídas.

Policiais dos Estados Unidos, Grã-Bretanha e outros países já estiveram na Ukraina, e declararam que vão ajudar na busca, e devolverão os haveres ao orçamento ukrainiano. O quanto isso é real?

Primeiro de tudo, o novo governo deve provar que o dinheiro em contas no exterior foi obtido ilegalmente. A história conhece alguns casos rumorosos, quando o dinheiro dos ditadores derrubados foi rapidamente congelado no exterior. No entanto, o procedimento do descongelamento e retorno para verdadeiros donos, a população, é muito complicado e demorado.

Do ex-ditador líbio Muamar Kadaffi, USA e UE encontraram no mínimo 90 bilhões de dólares em suas contas bancárias. Até agora foram devolvidos 3 bilhões. Devolver o restante, nem USA, nem UE não se apressam, têm medo que este dinheiro pode ser aproveitado para outros fins, e mais uma vez dissipado.

Augusto Pinochet, ex-ditador do Chile. O retorno  do exterior dos bens roubados já se arrasta por 16 anos. Grã-Bretanha encontrou em seus bancos 1,7 bilhões de dólares do Pinochet. Embora a procedência deste dinheiro tenha origem ilegal (tráfico de drogas e armas) comprovada, a Grã-B retanha não tem pressa para devolver o dinheiro ao orçamento chileno. A razão oficial é a mesma: não permitir novos desvios. No entanto, a polícia chilena acusa o governo britânico em abrigar quantidade maior de dinheiro do ex-ditador, o qual supostamente é dirigido para abertura de novas empresas offshores do Reino Unido.

Hosni Mubarak, ex-presidente do Egito. Ele é chamado o ditador mais rico do século 20, com uma fortuna de US$ 70 bilhões. No entanto, poucos meses antes de sua derrubada, Mubarak transferiu o dinheiro dos bancos europeus às instituições financeiras dos Emirados Árabes Unidos. Menos de um bilhão de dólares Suiça conseguiu congelar, mas o dinheiro estará preso, no mínimo até 2016 - enquanto não estabelecerem sua natureza. Mesmo que Suiça reconheça sua origem criminosa, antes do retorno deve acontecer o julgamento no Egito.

O ex-ditador iraquiano Saddam Hussein. Aproximadamente 7 bilhões de sua fortuna foram encontrados nos bancos da Suiça e dos EUA. Na Suiça o dinheiro foi congelado - USA confiscaram os dólares do ditador iraquiano e os compensaram aos "americanos" que foram afetados pelo regime de Hussein.

Então, onde procurar dezenas, centenas de bilhões de dólares criminalmente retirados da Ukraina pelo regime Yanukovych? No período em que o corrompido sistema dos órgãos de proteção ukrainianos não funcionava, muito conseguiram documentar os jornalistas.

Digamos, parte dos negócios de carvão do filho do presidente, Oleksandr Yanukovych, foi registrado na Suiça, na Holanda e nas Ilhas Virgens Britânicas. Os irmãos Kliuiev levaram o negócio de energia solar, criado com recursos do governo. A família Azarov também servia-se nos bancos austríacos. O jovem oligarca Serhii Kurchenko, além da Suiça, transferia o dinheiro para uma série de empresas offshore, já estabelecidas pelos jornalistas.

Agora a promotoria ukrainiana deve provar que o dinheiro foi obtido ilegalmente e exigir seu retorno ao orçamento. 

Se o assunto é sobre propriedade já adquirida, ela também deve ser vendida. Mesmo procedimento com os negócios, que os funcionários ukrainianos já conseguiram construir com dinheiro roubado no exterior - eles também devem ser vendidos, e o dinheiro voltar para os ukrainianos.

Mas, desejará o novo governo ukrainiano exigir a prisão e devolução de cada "hryvnia" ukrainiana ao orçamento? Quanto tempo isto pode levar? E se confiará o Ocidente os fundos confiscados de Yanukovych aos seus sucessores?

Tradução: O. Kowaltschuk

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