terça-feira, 17 de junho de 2014



Os cucos-canoros na terra natal cantaram para ele somente 25...
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 17.06.2014)
Ivan Farion

Entre os 49 soldados ukrainianos, que morreram nos céus de Luhansk,  - Vitali Bakhur de Zozuli (região denominada com o nome de cuco-canoro), querido de amigos militares, escola e moradores da região.

Tenente Vitali Bakhur com sua filha Victoria. Agosto de 2013.
Esta tragédia abalou todo o nosso país  e até hoje dói nos corações de seus compatriotas. Ela chocou a comunidade internacional. Até o Secretário Geral da ONU ficou impressionado com a atrocidade dos terroristas de Luhansk, que com armas russas, reforçados com enlatados, fabricados no russo Omsk, dispararam contra o avião com defensores da Ukraina. O mundo está atordoado. E, o que podemos dizer sobre a pequena aldeia dos "Zozuli! (Cucos-canoros) em Zolochivsk, região, que à casa dos Bakhur veio um dos funerais.

Na noite de sexta para sábado, 14 de junho, para substituição dos militares ukrainianos em Luhansk voaram três aviões de transporte de carga. Antes de oito quilômetros do aeroporto, quando os aviões com as tropas de desembarque, com equipamento militar, gêneros alimentícios, preparavam-se para descer, os separatistas iniciaram os disparos  com seus sistemas portáteis de defesa aérea Homem-portátil (MANPADOS ou MPADS) e pesadas metralhadoras.

Um avião pousou em segurança, outro virou e afastou-se em sentido contrário. Mas o terceiro foi atingido por dois mísseis. Como depois explicava o ministro da Defesa Mykhailo Koval, até com motores atingidos os pilotos poderiam pousar o veículo de combate. Mas, aos "colorados" eram necessárias vidas humanas. Com a versão anterior, das metralhadoras "Utios" eles, com armas de fogo soltaram balas em longas filas. Intencionalmente atiravam nas asas do avião aonde havia tanques de combustível. O Il-76 explodiu no ar. Morreram todos - a tripulação com 9 homens e 40 militares.

Depois daquela noite fatídica a quadrilha separatista de Bolotov gabava-se na frente das câmeras russas: "Abatemos o avião das Forças Armadas da Ukraina, porque ele violou uma ordem emitida por mim, de espaço aéreo fechado sobre a "República Popular de Luhansk". Na manhã os subordinados de Bolotov, que se denominam "corpo de voluntários", como corvos vorazes correram para o local da queda do avião - para vangloriar-se com seu trabalho sujo. Segundo os dados deste jornal, os terroristas controlam esta região até agora, portanto nossos militares não conseguem recolher os restos mortais dos colegas, identificá-los e mandá-los aos parentes para o enterro...

No domingo, 15 de junho, Ukraina declarou luto pelos heróis mortos. Por causa dos eventos em Luhansk o alto governo do Estado realizou uma reunião de emergência. Segundo sua decisão foi afastado de suas funções uma série de altos oficiais militares, que não preveniram a tragédia, não zelaram pela segurança, mesmo sabendo, a que inferno enviavam os militares. Segundo alguns dados, neste avião deveriam voar 200 combatentes, mas na última hora decidiram enviar os 150 restantes em veículos blindados.

Entre aqueles que o Presidente mostrou a porta, - o chefe da Direção de Operações Principais do Estado-Maior, general-major Oleksandr Shutov, que era o responsável pelo planejamento das operações de combate. Shutov é "svat" (pai de um dos cônjuges em relação ao pai do outro cônjuge, aquele que vai à casa da noiva para, em nome do noivo, pedi-la em casamento aos seus pais - OK) do ex-ministro da Defesa, Pavlo Lebedev, que junto com outros funcionários do regime Yanukovych, após o Maidan, fugiu para Rússia. É incrível, como este general continuou no alto posto todos os três meses de agressão estrangeira contra Ukraina. Somente agora, que sofremos por tantas vítimas, a contra-espionagem ukrainiana começou contar os dissimulados, os quais poderiam passar ao inimigo informações sobre as intenções de nossos militares. E que, nos altos escritórios das Forças Armadas da Ukraina dirigem diversionistas, não há dúvida - muito frequentemente nossos rapazes morrem em aviões, helicópteros, são capturados e entram em emboscadas traiçoeiras...

Entre os 49 mortos em Luhansk havia representantes quase de todas as regiões da Ukraina: Zaporizhia, Dnipropetrovsk, Donetsk, Nikopol, Kherson, Odessa, Kharkiv, Kirovohrad, Luhansk. Há entre eles o representante de Halychyna Tenente Vitali Bakhur, graduado pela Faculdade do Exército da Artilharia e Academia do Exército Petro Sahaidachnyi, Em 2 de janeiro este oficial completou 25 anos. A triste notícia de sua morte trouxeram a aldeia o vice-presidente da administração de Zolochiv e o chefe do Comissariado do Exército. Não demorou para que a ambulância viesse à casa dos sofridos pais...

Sobre esta família na aldeia falam com grande respeito, porque seus três filhos eles educaram para serem pessoas decentes, probas. A mãe do Vitali, a Sra. Olga, até recentemente trabalhou na loja "Rukavechka" (Luva). O pai, Sr. Volodymyr, constantemente ia trabalhar no estrangeiro (Isto é bastante frequente na Ukraina por falta de vagas de emprego - OK), para custear os estudos dos meninos. O filho do meio, Taras - também já é militar. Recentemente voltou do "ponto quente" no leste. Durante uma operação antiterrorista recebeu ferimentos. O filho mais novo, Orestes, - é aluno do nono ano.

Indiscutivelmente passa por difíceis dias a esposa do falecido Vitali Bakhur Oksana. A perda de seu querido pai a pequena Victória, que em agosto completará dois aninhos de idade. Ela gostava muito de brincar nos fortes braços do pai.

P.S. O presidente da Ukraina Petro Poroshenko encarregou encontrar e punir as pessoas irresponsáveis que não realizaram verificação e controle suficiente da área circundante, da qual  desferiram o golpe ao avião Il-76, em consequência do que morreram 49 militares. Contou o secretário do NSCD (Conselho de Segurança e Defesa da Ukraina) A. Parubii. Inclusive verifica-se sobre a possibilidade de vazamento de informação. Segundo o secretário serão realizadas "conclusões muito sérias". De acordo com a determinação do presidente, às famílias que tiveram membros mortos nas participações Antiterroristas, pagarão 610 mil hryvnias de ajuda. E foi assinada a ordem que, às famílias dos mortos deve ser dada, graciosamente, uma moradia.

Vitali com a amada esposa Oksana



Tenente Bakhur queria passar a têmpera militar onde é mais difícil ao país...

Depoimento de V. Nimtsiv, diretor do Complexo Educacional I - III:
Vitali Bakhur concluiu nossa escola em 2006. Estudava muito bem. Era um excelente atleta. Eu moro próximo a escola, então via, como após as aulas ele fazia exercícios. Distinguia-se no equilíbrio. Distinguiria sua aparência, sua modéstia. Colaborava com todos. Todos gostavam dele, não só em sua classe, mas na escola toda, e toda aldeia. Sempre era visto na igreja. Durante suas dispensas militares visitava nossa escola. A morte de Vitali - tragédia para o nosso coletivo, nossa aldeia. Todos choram por ele...
Na aldeia começaram coletar doações para família Bakhur. O Conselho da Região também doará. Dignamente acompanhará um de seus melhores alunos a nossa escola. Durante o funeral, todo o caminho, desde a casa até o cemitério cobriremos com flores...

Nadia Karkulevska, dirigente de estudos de Vitali Bakhur:
Esta era uma criança-sol, criança-alegria! Educava-se numa digna família cristã. Eu não consigo imaginá-lo sem cumprimentar alguém, ou sendo grosseiro. Todos nós lembramos seus olhos suaves e bondosos. A ninguém recusou ajuda. Quando tinha um momento livre, comunicava-se com os pedagogos, interessava-se pela nossa saúde...
Tais crianças não deveriam morres! Queixo-me de nossos líderes - começando pelo presidente e terminando com os oficiais, que não conseguem dar um jeito naqueles terroristas. Eu já perdi um filho e sei, como é terrível aos pais...

Oleksandr Poroniuk, chefe do Centro de Mídia Regional do Ministério da Defesa da Ukraina, coronel.
Eu conversava com os colegas do Tenente Vitali Bakhur, que estudavam com ele na Academia do Exército. Chamavam-lhe de verdadeiro oficial, porque queria passar pela têmpera militar lá, onde agora é mais necessário ao país, não próximo de sua casa. Rapazes como Vitali Bakhur, - elite de nossa nação. Não consigo descrever, a dor que estamos experimentando com a perda desses heróis. Nestes tristes momentos para muitos vem o momento da verdade. 
Muitos oficiais agora escrevem informes, para ir ao leste e dar a sua contribuição na proteção do País.

***

Agora, poderão assistir ao filme documental sobre Maidan, de Antin Mukharskyi.


Tradução: O. Kowaltschuk


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