sábado, 28 de junho de 2014

Negociações com os terroristas. O diabo está nos detalhes
Tyzhden.ua (Semana Ukrainiana), 28.06.2014
Bohdan Butkevych

Negociações com os terroristas com participação de agentes do Kremlin - é prolongamento de tempo, confortável apenas para Rússia e sua gangue no Oriente.


Há um mau presságio político-ukrainiano: se em algo participa Viktor Medvedchuk (Compadre de Putin - OK) haverá fracasso. E, se Nestor Shufrych estiver do lado, então esconda-se. Agora estes dois negociam em nome dos terroristas russos (não abertamente - OK), isto é, Putin com Ukraina, apesar de tentarem argumentar, que é em nome de Poroshenko. Afinal de contas, não é tão importante,  o que o compadre do líder russo e seu "pequeno" cúmplice resmungam, tendo já por mais de dez anos um propósito claro, e ações para dividir o país: só o fato de sua presença indica, que o novo presidente começa repetir os erros do ex-presidente Yushchenko de 2005 - 2006. Fato igualmente importante - sentar a mesa de negociações com terroristas e sabotadores, que são tais oficialmente após qualificação apropriada da Procuradoria Geral. Conduzir diálogo com aqueles que, por definição, não estão sujeitos à tomada de decisões e simplesmente não tem intelecto para quaisquer capacidades de negociações, - é caminho para nada. Isto é, para derrota.

A toda Ukraina as negociações causaram desagradável surpresa que, de repente, aconteceram no prédio do capturado edifício da Administração Estatal de Donetsk, com representantes das organizações terroristas "DNR" e "FSC", as quais agora se fundiram numa certa "União das Repúblicas Populares" (esqueceram de acrescentar "Soviéticas, mas isto já é entendido). Representantes, que é duvidoso, controlam as atividades de todas as gangues armadas, pró-russas.

Indo às negociações com terroristas, Poroshenko corre o risco de pisar no ancinho de Viktor Yushchenko.

Afinal, se o fanático Hirkin ainda é controlado pelo menos até certo ponto, devido ao seu pensamento, então é que, todos estes borodai - gubariev purhin  dirigem declarados bandidos armados que agora saqueiam no leste, não se acredita em geral.  Não falando já sobre a região de Luhansk, onde agem até 10 gangues diferentes, que competem entre si. Então, até mesmo o acordo com qualquer líder  terrorista não significa o cumprimento desses acordos por todos os outros. E não nos esqueçamos da Rússia, à qual o acordo de paz é desfavorável, evidência disso foi a derrubada do helicóptero das Forças Armadas próximo a Sloviansk, no qual morreram nove pessoas e, o qual, por ironia do destino, somente deveria registrar a conformidade/não conformidade do cessar-fogo. Sobre isto - oh acaso! - Putin soube tão rapidamente que em apenas alguns minutos, informou na conferência de segurança da OSCE em Viena. Segundo ele, os "vingadores de Kyiv" novamente partiram para ofensiva.

Geralmente a lógica russa é bem clara: matar o maior número de nossos soldados e assim obrigar a quaisquer negociações, isto é, legitimar no plano público suas organizações terroristas. Então ela, constantemente fornece recursos (armas, homens e munição) às chamas do conflito. As ações do Kremlin agora lembram muito a situação durante a guerra da Geórgia e Abakhazia de 1992 - 1933, quando, em certo estágio as formações pró-russas não estavam capazes à vitória, então aos georgianos foi imposta a tática de conversações. E assim que as forças necessárias foram concentradas e mobilizadas, os Abkhazianos com apoio do Kremlin, sem nenhuma advertência, passaram ao ataque. Do mesmo modo é compreendida a lógica dos terroristas: eles aproveitam este fôlego para formação de novas áreas fortificadas, transferência de armas pela fronteira, mobilização forçada da população local, etc.

No entanto, a lógica do Sr. Poroshenko é muito menos clara. Assim pode-se supor que a decisão sobre um cessar-fogo unilateral, que é devido ao desejo de evitar provocações da Rússia e fracasso da assinatura econômica, isto é, do bloco real de associação com UE. Além disso, pode-se dizer, que este é um jogo astuto para Europa: vocês veem, como nós queremos a paz, mas estes terroristas malditos não dão sossego. Pode-se também cair completamente  na lógica conspiratória e pensar, que os EUA, fazendo pressão sobre Ukraina, esperam, que a Rússia afunde completamente neste conflito, e então já será terceiro nível de sanções. É duvidoso, falando francamente.

Certamente, pode-se usar uma lógica mais simples, que expressa a citação do recém-nomeado Comissário Presidencial para regularização do conflito Irene Herashchenko: "O principal não são os nomes dos negociadores, mas o alcance da paz no Donbass". Verdade, cada ukrainiano morto no Leste - uma tragédia terrível, e isto não é tema para discussão. Parecia que o caminho certo, de forma pacífica, no estilo de Gandi...

Mas o diabo, como sempre, se esconde nos detalhes. Porque respostas às perguntas, sobre como negociar a paz com aqueles, que a paz, por definição não querem, seriam eficazes, não há, e não pode haver. É demasiado para participação das pessoas, que esta guerra, com amor cultivavam e preparavam durante longos anos. E para quê a paz é necessária depois de tantas mortes sem resultados tangíveis? Porque os soldados ukrainianos continuam morrendo - e não importa, em termos de "operação antiterrorista" ou regime de cessar-fogo". Para que tantas palavras, em vez de uma simples e compreensiva "guerra"?

Ao Sr. Poroshenko já há perguntas sérias, apesar das incompletas três semanas no cargo. Nas condições de guerra este é um tempo enorme, e nenhum período de cem dias para moratória da crítica não tem. Parece que Petro Poroshenko apenas começa entrar no curso das questões, nomeia suas pessoas de confiança, e diz coisas completamente certas. No entanto, porque até agora não foi realizada a "limpeza" do Estado-Maior e dos dirigentes do Ministério do Interior das "toupeiras", que, segundo dados até mesmo de fontes abertas, já se encontram sob o barrete do FSB (Serviço Federal de Segurança da Federação Russa), e de acordo de todos, sem exceção, combatentes, não param de passar informações aos terroristas? E, não precisa falar sobre a falta de pessoal - seria desejado. Por que até agora não foi criado um centro normal anticrise para governar o país nas condições de guerra, que garantiria mais rápido a adoção de decisões comuns? Por que nas negociações, que bem imaginemos, apenas em nome da paz, foram empreendidas em Donetsk, envolvem Medvedchuk, Nestor Shufrech e, com vergonha dizemos, Oleh Tsariev?

Oh, nós apreciamos a beleza do jogo, quando seu representante, em vez do planejado ministro das Relações Exteriores, Klimkin, Poroshenko escolheu o ex-chefe de Medvedchuk, o segundo presidente Leonid Kuchma, para colocar o lacaio de Putin, a priori, em posição psicológica desconfortável. No entanto, como, em geral, pode-se sentar à mesa de conversações com a pessoa, cujo poder político na Criméia hoje apoia a ocupação do território ukrainiano, e além disso esta pessoa hoje, oficialmente, não representa ninguém? Como é possível sentar-se à mesa de negociações com a pessoa, que é procurada por suspeita em traição do Estado? Por que deixar participar desta mesa aquele, que representa a força política, cujo poder levou Ukraina à guerra? E, finalmente, sobre o que você pode negociar com palhaços sangrentos, que não são responsáveis por suas ações, porque são fantoches de Moscou.

O novo presidente com essas negociações, apesar de que elas já são, realmente frustradas por aqueles mesmos combatentes, pisa nos mesmos ancinhos de Viktor Yushchenko. Manter diálogo com aqueles, que deve-se conversar, exclusivamente, pelas linhas do Código Criminal e armas, terá o mesmo resultado. No entanto, ao contrário de meados dos anos 2.000, a sociedade revoltada já não cairá em sono letárgico. E Petro Poroshenko pode encontrar-se, e rapidamente, com nova revolução da dignidade. Já sem as variadas manifestações de paz. E sua força motriz serão os combatentes, que já não poderão mais tolerar traições e impotência no nível mais alto, e a classe média, que quer a garantia total de fixação dos direitos e liberdades, que ela conseguiu como resultado do Maidan, e que pode perder facilmente devido à tranquilidade excessiva e disposição aos compromissos do novo piloto do país.

Tradução: O. Kowaltschuk

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