sexta-feira, 29 de agosto de 2014

Rússia saiu na frente
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 28.08.2014
Ivan Farion

Putin afia os dentes para Mariupol e aponta para Odessa.


Não entrar em pânico, manter a razão fria, bom senso! Conclamou os ukrainianos, o presidente Petro Poroshenko na quinta-feira durante a reunião de emergência do Conselho de Segurança e Defesa Nacional. Sua urgência foi provocada pela invasão das tropas russas em nosso território, o que ocorreu em 27 de agosto. O presidente garantiu, que a situação no leste do país é complicada, mas "suficientemente controlada". De acordo com o presidente, após o sucesso das forças ukrainianas, que participam no ATO, em ajuda aos ilegais grupos armados dos separatistas vieram unidades regulares da FR.
O presidente disse, que Ukraina é capaz de proteger-se da agressão militar da Rússia, lembrando que o que falta ao nosso exército são armas atuais de alta tecnologia e inteligência. Segundo Poroshenko as negociações sobre este assunto já foram concluídas, "aguardam-se desenvolvimentos positivos nesta questão". Segundo o presidente, as forças de segurança ukrainianas têm um plano claro para reagir à situação no Donbass, que permitirá sua estabilização. Grandes esperanças, o chefe de Estado colocou em ações decisivas por parte da União Européia, decisão da sessão extraordinária da OSCE, Conselho de Segurança da ONU...

A invasão local das tropas russas na parte sul de Donbass, afirmam os especialistas, começou no Dia da Independência da Ukraina,(24 de agosto) com a qual, como é sabido, o líder russo, nosso presidente não cumprimentou.
E, no dia 27, estas ações russas assumiram caráter em grande escala. Com forças superiores apossaram-se de Novoazovsk e várias localidades habitadas, a 15 km da fronteira, e também em Starobeshevsk e Amvrosiyvsk. De início bateram nas posições com "Grad" (sistema de foguetes múltiplos) e, em seguida com a ajuda da poderosa artilharia de duas colunas, com moderna técnica blindada e infantaria armada até os dentes. As cidades capturadas cercaram com tanques, com símbolos desenhados, começaram a "limpeza". Nas redes sociais apareceram dados que neste assalto participaram, treinadas na  véspera, brigadas de Pskov, Volgograd, Tambov, Staropol, Novorossiysk, Chechênia, Daguestão, Inguchétia...

Nossos guardas de fronteira e as tropas da Guarda Nacional, que não tinham armas pesadas, resistir a esta invasão
não poderiam, então recuaram para Mariupol. Esta cidade portuária, de acordo com os ocupantes, é seu próximo alvo. "E depois vamos para Odessa" , - gabava-se um militar russo em conversa com morador do conquistado Novoazovsk. Os independentes comentaristas russos dizem que a tarefa mínima de Putin - abrir um corredor terrestre para Criméia ,e também através de Odessa, construir o caminho para Transnistria. Isto é, amputar Ukraina do mar, levá-la para um círculo.

A invasão das forças russas na Ukraina confirmou, com a ajuda das imagens de satélite de inteligência dos EUA, os países europeus. A agressão do Kremlin condenaram as organizações internacionais, a liderança do Reino Unido, Canadá, Suécia, Letônia, Suíça, outros países. A chanceler alemã Ângela Merkel exigiu de Putin explicações imediatas. Até o sempre cauteloso presidente francês, François Hollande chamou as ações da Rússia "intoleráveis, inaceitáveis". O membro do Conselho de Direitos Humanos da Presidência da FR Ella Poliakova declarou que trata-se de uma invasão declarada. Mas o político russo, oposicionista Boris Nemtsov considera, que a agressão de Putin, na qual não deu permissão o Conselho da Federação, é uma flagrante violação da Constituição, com base para impeachmet. No entanto, a invasão foi reconhecida pelo representante da Rússia junto a OSCE Andrei Kelin. Embora haja uma abundância de provas documentais da presença militar e tecnologia feitas pelos ocupantes, ele declarou, que Rússia não participa de ações militares na Ukraina, suas armas lá não envia...

Comentários para Castelo Alto

Vadym Karasiov, diretor do Instituto de Estratégias Globais:
Na presente situação, o Conselho de Segurança deve ouvir imediatamente a questão da agressão russa contra Ukraina. Precisamos convocar em Bruxelas o conselho "Ukraina-OTAN" e receber as garantias de segurança da Aliança. É necessário instaurar o estado de guerra em Donbass, e, possivelmente, em toda Ukraina, para certo tempo adiar o início da campanha eleitoral. Putin introduziu seus exércitos para não haver eleições no Donbass - para depois dizer, que o leste da Ukraina não tem representantes no novo Parlamento.  (O presidente Poroshenko dispensou o Parlamento existente porque muitos de seus membros eram apoiantes do antigo governo Yanukovych,  pró-Rússia, e não representavam a aspiração da maioria do povo por uma Ukraina independente da Rússia - OK).

Oleksandr Sushko, diretor do Instituto de Cooperação Euro-Atlântico:
Precisa compreender que nos testam quanto a força, esforçam-se para fazer a Ukraina incapaz de renovar o controle nos territórios agora ocupados pelos combatentes russos. Obviamente, que estes territórios não dão possibilidade a Putin para torná-los enclaves separatistas. Então foi colocada tarefa de ampliá-los até os limites pelos quais estes enclaves poderiam ter mais sustentabilidade, estrategicamente mais resistentes - uma espécie de Transnistria, na Moldávia. A captura de Mariupol - uma das principais tarefas definidas por Putin. Por isso é que houve o avanço das tropas russas.
Mas é pouco provável, na presente etapa, que Putin reconhecerá sua participação direta na guerra e torna-la-á completamente aberta. Haverá, antes, um sinuoso processo, quando após introdução das tropas russas vêm a sua remoção, e então - preenchimento do espaço capturado pelos separatistas, a fim de mostrar ao mundo que são eles que lutam neste território. Precisamos estar prontos para enfrentar tal guerra. Precisamos fazer tudo para proteger Mariupol.
Rússia tem uma vantagem militar significativa. Portanto, devemos nos concentrar com todas as nossas forças para defender esta cidade, e também para libertar os militares ukrainianos cercados em Ilovaisk...
Muitos falam sobre a lei marcial. Quanto a mim, nada novo ela nos dará. Não crescerão em várias vezes nossas ferramentas, não aumentará o exército, nem a sua gestão. No entanto, a lei marcial pode complicar o recebimento da próxima parcela do FMI, porque de acordo com as regras dessa organização, o dinheiro não vem ao país onde foi introduzida a lei marcial. Além disso, surge a pergunta: o que fazer com as eleições recentemente anunciadas? Eu não considero, que a questão da lei marcial é uma prioridade, nenhum benefício ela dá...

Tradução: O. Kowaltschuk

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