sábado, 16 de agosto de 2014

O que mudou em Slovyansk
Tyzhden.ua (Semana Ukrainiana), 15.08.2014

Slovyansk retorna à vida pacífica. Hoje está praticamente restaurado o seu dia a dia anterior.


Andando pelas ruas centrais, é difícil imaginar, que a um par de meses atrás, aqui houve uma guerra. Já reabriram cafés e lojas, nas ruas quiosques vendem sorvetes, pessoas andam tranquilamente pelas quentes e estreitas ruas. A guerra, quase não tocou o centro da cidade de Slovyansk, repercutiu principalmente nos subúrbios. Na praça central não há danos, no prédio da Câmara Central realizam-se trabalhos de rotina.


O Ministério do Interior local, com o qual começou a captura da cidade pelos terroristas em abril, agora funciona normalmente. Acima da entrada - bandeira ukrainiana. Rua limpa, sem barricadas.


Na cidade agora é possível andar com bandeira no carro. Anteriormente, por isso, jogavam no porão.


Alguns prédios foram afetados por minas, mas a extensão da devastação no centro da cidade é pequena. Na maioria das explosões os danos foram nas vidraças. Comparando com o que está acontecendo em Luhansk e Shakhtarsk, Slovyansk pode ser considerado um lugar de sorte.


Falando francamente, a cidade antes da guerra já tinha aparência ruím. Em alguns lugares é difícil distinguir a devastação pré-guerra de danos da artilharia.


A cidade ainda vive na União Soviética, não apenas mentalmente, mas também fisicamente.


Barricadas e postos de controle, há muito desmontaram, o movimento está aberto em todas as ruas. A guerra é lembrada nos detalhes, que em Slovyansk já se tornaram parte da vida cotidiana.


Os tricolores(bandeiras) russos, que até recentemente estavam em todos os lugares, desapareceram completamente das ruas. Aqui, agora, é Ukraina, e, parece, ninguém é contra.
Os moradores da cidade periodicamente reúnem-se em manifestações, com bandeiras ukrainianas. A comunidade ukrainiana não precisa mais se esconder dos criminosos.
A estação de Slovyansk, pomposamente reconstruída há poucos anos, teve mais sorte que o aeroporto de Donetsk. Continua inteira e parece muito bem para uma cidadezinha provinciana. Ela é "presente" à cidade, do filho de Mykola Azarov - Alexis, que deste modo exibia-se antes das eleições para o Parlamento em 2012.
No entanto, na periferia da cidade - imagem totalmente diferente. A parte mais sofrida foi Vila Semenika. Aqui, parece destruída toda a segunda casa.As ruas lembram Bósnia ou Vukovar em 1993


Aqui era a passagem dos separatistas. Trincheiras e bunquers em Semenivka ainda estão de pé, como se fossem deixados ontem.


Os projéteis e engenhos explodiam em torno dos militantes posicionados, e completamente destruíram a estação de serviços técnicos.


Lâminas de ferro do revestimento foram feitos em pedaços.


Edifícios residenciais em torno das fortificações também destruídas.


Rua: Portadores da Ordem, 13. Simbólica...


Em toda parte rejeitos de minas que não explodiram. Os moradores se queixam de que estes trastes encheram seus quintais.


Lascas crivaram tudo ao redor. Você pode imaginar o que acontecia em Semenivka olhando para a superfície de cercas e portões de garagem.


Completamente perfuradas placas de trânsito.


Loja de beira de estrada, onde vendiam estatuetas de cerâmica, transformou-se no cemitério de anões de jardim quebrados. Em Slovyansk há uma avançada produção de cerâmica, daí a venda desses bens é um negócio popular.


Alguns cidadãos, sem esperar ajuda do Estado, já começaram a restauração de suas casas. O governador Taruta prometeu, que o governo alocará fundos para construir uma nova aldeia em Slovyansk no lugar da destruída Semenivka, mas nem todos querem esperar até isto acontecer, e se acontecerá.
O maior medo dos locais - que a guerra pode voltar.
"Quando eles partiam, prometeram voltar em breve" - dizem na vila. -" Mas não queremos isto novamente. Não queremos que este pesadelo um dia se repita. Nós precisamos de paz".
Possivelmente, aqui não gostem muito da Ukraina, mas pode-se dizer com certeza - a volta da DNR (República Popular de Donetsk) não esperam, querem viver em paz. Slovyansk não será Gaza, como previam anteriormente. Ele não precisa do título "cidade-herói", que lhe impunha a mídia russa. Slovyansk quer ser uma tranquila cidade do interior, aonde no verão enviam crianças para descansar na casa da vovozinha, e onde negociam com gnomos de jardim na beira da estrada.

Tradução: O. Kowaltschuk

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