terça-feira, 28 de fevereiro de 2017

Como Rússia transforma os ukrainianos em traficantes de drogas.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 16.02.2017
Darya Bavzaluk

As pessoas são atraídas por anúncios de emprego bem pago, não necessária qualificação, mas depois a envolvem em relações criminosas e "entregam" às agências de aplicação da lei.


Há poucos dias, os funcionários do Ministério Exterior da Rússia deteve 47 ukrainianos suspeitos na criação de narcosindicato. "Cessada atividade logística de grupos de unidades estruturais, que em 14 regiões da Rússia realizavam entrega de especialmente grandes quantidades de narcóticos, em veículos motorizados, especialmente equipados", - fornece informação sensacional o Ministério das Relações Exteriores russo.

No entanto, de acordo com a informação da polícia ukrainiana, os cidadãos da Ukraina, que foram presos na Rússia "sob suspeita de criação de um "Sindicato de Narcóticos internacional" não são criminosos, mas vítimas. Tais vítimas, não oficialmente, eles são muito mais, talvez milhares.

"Trata-se de uma rede criminosa, que recrutava e levava pessoas jovens, de 20 a 30 anos para trabalhar como "correios" na Federação Russa.

Os candidatos para o papel de "correios" deviam ter um registro criminal e experiência na cooperação com órgãos de aplicação de lei. Após a chegada à Rússia os cidadãos ukrainianos trabalhavam como mensageiros de droga, mas em caso de recusa eram detidos pela polícia russa".

Aos ukrainianos detidos "colavam" o Artigo 228 do Código Penal da Federação Russa (posse de drogas). Os ativistas de direitos humanos acreditam que a maioria deles estava em busca de trabalho e foi envolvida na atividade ilegal forçadamente. (Emprego na Ukraina está difícil, principalmente para jovens sem profissão - OK).

Então, como operava este esquema. No metrô metropolitano ou apenas nos postes, colocavam maciçamente os anúncios com ofertas de altos salários, de mensageiro ou expedidor. No anúncio não constava que a mercadoria deve ser entregue na Rússia. Sublinhava-se que, "para entrega de mercadoria em grande quantidade" eram necessários "jovens enérgicos". Esclarecia-se que "não precisava ter experiência", e adicionavam: "Ensinaremos!".
Prometiam salário bastante atraente - 5 mil... semana.

Em dezembro do ano passado, em Dnipro, foram descobertos quatro organizadores deste esquema. Como contou o consultor freelance do presidente do Ministério do Interior e deputado Anton Gerashchenko, este grupo organizado começou agir na Ukraina e um na Moldávia. "Objetivo do grupo - recrutar jovens cidadãos da Ukraina através de anúncios no metro e nos jornais gratuitos. Parecia nada anormal ou suspeito.
Se a pessoa correspondia, apenas então lhe diziam que irá para Rússia, viverá em apartamento alugado, receberá um telefone, através do qual virão os comandos. Por exemplo, é necessário vir a tal região, encontrar uma construção abandonada, e lá, sob quaisquer pedra haverá uma bolsa com narcóticos, pré-embalados em pacotinhos e deverá deixá-los em esconderijos. Mas depois estes correios "entregavam" às agências policiais russas para que elas apresentassem estatísticas de combate ao tráfico de drogas" - contou Anton Gerashchenko.

Para isto "bicavam" pessoas ingênuas, que não entendiam que era armadilha. Quando, propõem, um alto salário para empregos não qualificados, compram bilhetes, dão Smartphone, prometem apartamento, então qualquer pessoa deve saber que há algo errado, - diz o correspondente do "Castelo Alto", a ativista de direitos humanos Maria Tomak. 

Segundo ela, o esquema é típico: sempre compram o bilhete para Moscou, e já na Rússia todos os contatos ocorrem através do telefone móvel. Recrutam em toda Ukraina, mas, normalmente caem nesta arapuca os moradores de Kyiv ou das regiões orientais. Recrutam também nos territórios não controlados pela Ukraina, Donetsk e Lugansk. Se a pessoa, após a chegada à Rússia recusa-se distribuir as drogas ou após alguns "trabalhos" quer "cair fora", ela, imediatamente, é entregue aos aplicadores da lei.  "Alguém trabalha uma semana, alguém um mês, mas apenas a pessoa dizer aos parentes, no telefone, que quer fugir, no mesmo dia a prendem", - diz a senhora Maria.






Tais anúncios no metrô de Kyiv havia centenas. "Drogas" - (Escrito a mão no cartaz) alertam aos ingênuos trabalhadores, passageiros conscientes. 

Ao "queijo na ratoeira"  os ukrainianos são empurrados pelas dificuldades financeiras. Normalmente, compram-se ou pessoas sem instrução, ou aqueles que enfrentam algum tipo de dificuldade financeira. Por exemplo, fizeram um empréstimo e perderam o emprego. 

Ultimamente, diz Maria, tais anúncios diminuíram. Talvez por causa do clamor público os organizadores ocultaram-se. Embora seja possível que haja micro grupos para recrutamento. "Mas agora começa a segunda fase desta questão, muito importante. Paramos o fluxo de pessoas à Rússia, mas o que fazer com aqueles, que já estão condenados ou em breve irão para prisão russa?" - diz a senhora Tomak.

Enquanto isso, Rússia usa esta história com a finalidade propagandista, para mais uma vez mostrar o lado feio dos ukrainianos. Além disso, isto pode ser mais um tipo da chamada "guerra hibrida".  Desta forma, Rússia pode formar uma rede de agentes. Aqueles que concordam em cooperar, libertam da prisão preventiva, eles voltam para casa e fornecem informações ao país agressor ou executam pequenas tarefas de sabotagem.

Um funcionário do Serviço de Segurança da Ukraina deu a entender, que "as questões sobre narcótico estão sob o  "barrete" do FSB (Serviço Federal de Segurança, russo). No SBU acreditam que todos os que vão à Rússia, atrás de tais anúncios, compreendem, o que irão encontrar" - explica a ativista de direitos humanos. 

Os defensores aconselham: 

Se seu familiar foi envolvido neste esquema, você deve, imediatamente escrever uma declaração à sede da Polícia Nacional.  O Ministro das Relações Exteriores da Ukraina recomenda que, no cado de, no território russo surja quaisquer caso de detenção, tratamento desumano, pressão física ou psicológica por parte das autoridades russas, os cidadãos ukrainianos devem contactar imediatamente o Centro Operativo do Ministério (N° do telefone) ou diretamente para a hotline do consulado da Ukraina, localizado na Rússia.

XXX

Os líderes dos militantes ameaçam interromper o fornecimento de carvão e tomar posse das empresas.
Ekonomichma Pravda (Verdade Econômica), 27.02.2017.

Os militantes ameaçaram parar o fornecimento de carvão a Ukraina e também introduzir o "controle externo" nas empresas que operam nos territórios ocupados, mas registrados nos territórios livres, se não for levantado o bloqueio, Eles referem-se àquele bloqueio que alguns deputados ukrainianos fizeram, disseram os líderes dos militantes de ORDLO (Áreas separadas das regiões de Donetsk e Lugansk) Alexander Zakharchenko e Igor Plotnetskyi.

"Nós somos obrigados declarar que, se até zero hora de quarta-feira (01 de março de 2017) o bloqueio não for levantado, nós introduziremos gestão externa em todas as empresas de jurisdição ukrainiana, que trabalham em "DNR/FSC" - diz o comunicado.( A ameaça é das organizações terroristas que controlam parte de Donetsk e Lugansk, aos ukrainianos que deixaram de comprar o carvão antracite - OK)

Nós deixaremos de fornecer carvão à Ukraina. Nós vamos reconstruir todos os processos de produção e orientá-los para o mercado russo e de outros países. Exatamente isto é que havia numa de nossas primeiras promessas no momento da proclamação de nossas "repúblicas", - declarou o militante.

No entanto, os trens com carvão já estão indo à Rússia.

Os militantes acreditam que o bloqueio "contraria diretamente o espírito e a letra dos Acordos de Minsk".

Na declaração observam, que por causa do bloqueio, muitas empresas localizadas nos territórios ocupados, foram forçadas a parar seu trabalho.

Tradução: O. Kowaltschuk

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