Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 01.02.2017
Yevhen Solonyna
Também informam sobre a difícil situação humanitária nos territórios ocupados de Yasenuvata, que fica em frente da Avdiivka, do outro lado do front.
Kremlin diz que tem provas credíveis de que a escalada dos combates em Avdiivka resultou das forças pró-ukrainianas, não controladas por Kyiv, diz o secretário de imprensa do presidente russo, Dmitry Peskov.
"Em 30 de janeiro "grupos independentes" tentaram ataque ao território controlado pelas auto-declaradas repúblicas", - cita as palavras de Peskov a agência russa Ria "Novosti".
Peskov assegura, que a linha de colisão destes "destacamentos independentes" atravessaram, com a ajuda da artilharia ukrainiana, mas agora apoiados pela Rússia, os separatistas reconquistaram o território ocupado pelas forças ukrainianas. De acordo com o porta-voz do presidente russo, as semelhantes ações ofensivas organiza a liderança ukrainiana", com algum propósito, por exemplo, para desviar de alguns outros eventos.
À noite, os separatistas tentaram assalto às nossas posições. O ataque falhou. O inimigo recuou.
Às sete horas da manhã as forças russas fizeram nova tentativa de assalto. O adversário foi parado, mas a batalha continua.
Uma explicação um pouco diferente, da posição do Kremlin, deu o jornalista militar russo Arkady Babchenko. Ele acredita que o fortalecimento do conflito armado na região de Avdiivka é a reação russa à ukrainiana "insidiosa ofensiva" na "zona cinzenta" no Donbas. Isto ele declarou à Radio Svoboda.
"A guerra continuará até que Ukraina levante sua bandeira sobre Izvaryne e não vier à sua fronteira oriental, - disse Arkady Babchenko.
Precisa compreender, que a guerra não terminou, e ela continuará até que Ukraina levante sua bandeira sobre Izvaryne (cidade fronteiriça na Ukraina Oriental, que é controlada pelas forças russo-separatistas - red) e não vier à sua fronteira oriental. Porque nenhum dos lados alcançou seus objetivos na guerra. O que está acontecendo agora em Avdiivka - é uma resposta ao avanço rastejante. Um dia isto teria que acontecer. Se isto pode transformar-se em uma grande guerra e uma grande ofensiva de um dos lados? Facilmente. Se falar sobre Rússia - então ela pode olhar para a situação em Avdiivka, e finalmente "entregá-la", pode "entregar" a aldeia Kominternove. Mas eu, não tenho nenhuma dúvida que o assalto a Donetsk e Lugansk levará à introdução do exército regular da Rússia e à guerra em grande escala.
Arkady Babchenko |
Bellingcat - seu último relatório mostra que os militantes russos aumentaram as perdas do exército ukrainiano , durante a escalada de Avdiivka, e que a estatística ukrainiana é mais realista.
Bellingcat cita evidências da morte, em Avdiivka, do militante Ivan Balakaia (chamado "Greek") que comandou um dos "batalhões" da "DNR" (DNR é como chamam a parte ocupada de Donets. Significa: República Popular de Donetsk - OK). E também refere-se às imagens de satélite, que podem indicar que as tropas ukrainianas realmente reconquistaram posições das forças separatistas russas e as equiparam para defesa.
O ex-oficial de infantaria da Suécia Mikael Skilt, que foi instrutor e lutador das unidades voluntárias na Ukraina, afirma que os militares ukrainianos, a partir de 2014 tornaram-se mais profissionais e motivados. Então estão preparados para quaisquer cenários no caso de agravamento.
Também Mikael Skilt, em entrevista a Rádio Liberdade disse que Rússia, para escalada de conflito, escolheu este momento porque o mundo inteiro, principalmente EUA, estaria com foco no início do governo de Donald Trump.
Então Putin e seus capangas, acham que o memento é conveniente e usam a mesma tática que em Debaltseve, enviando mensagens aos combatentes ukrainianos: "Poroshenko não se preocupa com você, vá para casa, esta guerra não é sua!" - diz Skilt.
O veterano sueco não exclui o aproveitamento de militares russos, quando as unidades separatistas não dão conta de determinadas tarefas. No entanto ele considera improvável o ataque russo em grande escala.Se as tropas russas tentarem conquistar uma cidade, Putin não poderá dizer "não, não somos nós - são os separatistas". No entanto, não vale duvidar de tal cenário.
O mais provável, é enfraquecer o lado ukrainiano, destruindo cidades, desmoralizando os militares e semeando descontentamento na população, que sofre com os tiroteios.
Tradução-resumo: O. Kowaltschuk
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