Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 22.01.2017
Eugene Solonena.
Não praticar comércio com os territórios ocupados e Rússia, punir aqueles que cometeram crimes com os territórios ocupados, minimizar o impacto do poder das grandes empresas, aprovar a legislação sobre as eleições e impeachment do presidente, não privatizar ativos estratégicos e proibir a venda de terras agrícolas. Tais exigências apresentaram os participantes da "Marcha da dignidade nacional", que caminharam até a administração governamental em 22 de fevereiro. Os iniciadores da marcha eram: União "Svoboda" (Liberdade) e "Setor Direito", como também o partido "Corpus Nacional Azov".
Os especialistas vêem, na marcha comum de algumas forças nacionalistas, preparação para união nas próximas eleições parlamentares. Por sua vez, os críticos de tal união política, em formação, vêem nos slogans da "Marcha da dignidade nacional" populismo e tentativas de recusa da cooperação com os aliados ocidentais.
Milhares de pessoas de todas as idades reúnem-se em grupos no Khreshchatek (nome da rua), Praça da Independência e Avenida dos Heróis da Centena Celeste, estendem bandeiras e banners. Não muito longe do Hotel "Ukraina", ao lado da capelinha é improvisado memorial aos Heróis da Centena Celeste, centenas de ativistas com bandeiras alinham-se nas fileiras. Assim começou a "Marcha da Dignidade Nacional", iniciada pelas três organizações políticas citadas acima.
Depois das dez horas da manhã a marcha, de mais de 10 mil pessoas, "Marcha da Dignidade Nacional" dirige-se à Bankova (Administração Presidencial) e, depois, ao Edifício do Parlamento.
Depois os caminhantes foram até o Parlamento, cantando slogans patrióticos. Apesar dos receios da parte dos representantes da mídia e acusações afiadas contra o atual governo, não houve confrontos entre os participantes da marcha da dignidade nacional e polícia. Na polícia de Kyiv avisam que no geral, para garantir a ordem em Kyiv, em 22 de fevereiro, convocaram aproximadamente seis mil policiais. Ao mesmo tempo, a marcha dos nacionalistas era acompanhada por apenas 300 policiais, porquanto não houve provocações.
O ponto final da caminhada foi o prédio do Parlamento.
Aqui também não houve confrontos com a polícia, mas os participantes acenderam tochas e petardos fumígenos ou bombas de fumaça.
Sob as paredes do Parlamento discursaram os líderes do protesto. Assim, o chefe da Svoboda (liberdade) Oleh Tyahnybok disse que a Revolução da Dignidade não terminou, uma vez que chegou a apenas um de seus objetivos - a derrubada de Yanukovych. Mas, mudanças fundamentais não houve, o bem-estar dos ukrainianos piorou, e o "risco da revanche pró-russa é grande como nunca". Ele sugeriu o esboço de "linhas vermelhas", as quais o governo ukrainiano não tem o direito de ultrapassar.
Anunciou os requisitos gerais ao governo também o líder do "National Corps" Andrew Biletskyi. Aproveitando o status de deputado, ele fez isto da tribuna do Parlamento.
"Nós, nacionalistas ukrainianos, unimos esforços para enfrentar os invasores armados no leste e ditames financeiros do oeste, mas o principal - é destruir este governo, que aqui, equivocadamente, denomina-se ukrainiano", - declarou Biletskyi.
Ele, também acusou a direção do Estado em muito altas tarifas públicas, na usurpação do poder por um punhado de bilionários e "entrega de territórios ukrainianos à Rússia".
Entre outras exigências - a cessação das relações diplomáticas com a Rússia, a rejeição da privatização de empresas estratégicas, a aprovação de leis sobre o impeachment do presidente e sobre o afastamento de deputados. Uma das exigências tornou-se a rejeição da idéia da criação de um mercado de terras agrícolas
No caso de não cumprimento destas exigências, alertou Andrew Biletskyi, as organizações nacionalistas serão capazes de obrigar o Parlamento a anunciar a sua dissolução.
Tradução: O. Kowaltschuk
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