segunda-feira, 18 de maio de 2015

"Stop Putin pode apenas a própria nação russa..."
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 14.05.2015
Ivan Farion

Os russos escreveram um livro sobre os crimes do seu presidente, na Ukraina.


Assustados com a propaganda do Kremlin os cidadãos russos receberam a possibilidade de livrar-se das ilusões e inteirar-se da amarga verdade sobre provocada, por seu presidente, agressão contra Ukraina. Uma pequena parte desta verdade - no livro "Putin. Guerra", que foi apresentado em Moscou, pelos representantes da oposição russa, amigos de Boris Nemtsov, ao qual pertence a idéia de abrir os olhos dos compatriotas. No início de 2015 o principal guerreiro com o regime de Putin começou colecionar os fatos, testemunhos oculares sobre a presença ilegal russa na Ukraina, para formalizá-los num relatório-documentário sobre os crimes do moderno tirano. Tal verdade ficou atravessada na garganta do Kremlin. Após dois meses Nemtsov foi, demonstrativamente morto, manuscritos de seu livro confiscaram. Mas o trabalho de Nemtsov continuaram seus amigos, os quais não conseguem aceitar o fato, que seu país, o presidente maníaco conduz ao abismo...

Neste livro há seguintes linhas: "Covarde e sórdida guerra, desencadeada por Putin, vai custar caro ao nosso país. Nós vamos pagar por esta aventura com as vidas de nossos soldados, com crise econômica e isolamento político. Vamos pagar com hostilidade aos nossos aliados de muitos anos. Não há no mundo nação mais próxima, que a ukrainiana. Eles são nossos irmãos - sem nenhum exagero, e a guerra entre russos e ukrainianos no Donbas é impossível caracterizar diferente de fratricida. Esta guerra - vergonha de nosso país. Mas o problema, por si, não se resolverá. É indispensável parar Putin. E fazer isto poderá apenas a própria nação russa. Vamos parar esta guerra juntos!"

Para parar a guerra, russos sóbrios resolveram destronar a mentira e dogmas, com informações honestas aos seus conterrâneos, não deturpando os dados sobre a situação - na esperança que Rússia acordará.

A história da queda pecaminosa do governo russo, a qual podemos chamar de ato incriminante de Putin, foi escrita em 64 páginas. Em 11 capítulos fala-se sobre os motivos da política agressiva do dono de Kremlin, insidioso papel dos meios de informação de massa na preparação do "solo" para guerra, cenários da captura da Criméia e ocupação de Donbas, participação das forças especiais e militares da Rússia nas ações de combate no território da Ukraina, sua gestão pelos militantes, o montante de recursos humanos, materiais e gastos financeiros sofridos pela Rússia durante esta aventura "hibrida", as consequências humanitárias da traição cometida. Neste livro, da boca de próprios russos nós saberemos da conexão entre os separatistas com o auxiliar de Putin, Surkov, sobre como os militantes russos derrubaram o "Boing" da Malásia, sobre os "mineiros" e "tratoristas" da Buryatia, que lutam no Donbas, e outros crimes de "pessoas educadas". De acordo com os dados de Nemtsov, somente em uma operação militar sob o ukrainiano Debaltseve morreram não menos de 70 militares russos, particularmente 17 pára-quedistas da cidade de Ivanovo. E, depois dos combates de Ilovaisk, caixões de zinco receberam, no mínimo 150 famílias russas (segundo dados de direitos humanos russos e fontes ukrainianas o número de vítimas russas é de milhares - I.F.). Como observado neste estudo, apenas durante 10 meses, nas ações de combate na Ukraina, do orçamento federal foi gasto, aproximadamente 53 bilhões de rublos. Em geral, como consequência da política belicosa de seu governante os russos receberam menos salários, no total de 2 (dois) trilhões de rublos, suas economias diminuíram em 750 bilhões de rublos, a crise afetou todas as esferas da vida do país.

O "Relatório Nemtsov" foi publicado com número modesto - apenas dois mil exemplares. Quantidade ínfima para 146 milhões de habitantes da Rússia. Apesar de que, os apoiantes do político assassinado irão apresentar o seu trabalho nas regiões, divulgarão o livro através das redes sociais, mas é pouco provável que o relatório rapidamente destruirá o clichê imperial, que o governo russo inseriu nas cabeças de seus cidadãos. No entanto, vamos esperar, que o livro de Nemtsov será aquela gota que, como e sabido, afia a pedra. 

Comentário para Vysokyi Zamok
Roman Tsymbalyuk, correspondente da agência UNIAN na Rússia.
- Como a elite de Moscou reagiu à pesquisa de Nemtsov "Putin. Guerra? Ela lhes abriu os olhos para política imperial de seu governo contra Ukraina?, levou a pensar, provocou sentimento de culpa, dor, vergonha? Ou, o contrário, "não a tocou"?

- Para elite de Moscou não é segredo, que Rússia introduziu tropas na Ukraina - por isso a "elite russa não reagiu no surgimento do "Relatório  Nemtsov". É significativo, que na apresentação deste livro não veio um único representante do assim chamado canal federal, o qual forma a opinião pública russa. Assim para maioria de cidadãos russos este documento ficará despercebido e desconhecido...

- Possivelmente conhece a opinião de seus vizinhos do prédio?

- Se a pessoa realmente se interessa com o que acontece ao seu redor, e quer saber a verdade, então encontrará e com enorme interesse lerá os dados recolhidos por Nemtsov. Mas eu tenho a impressão de que a maioria das pessoas não vai perceber este relatório assim: "Eu não li, não julgo", dirão. Cito o exemplo da proprietária do apartamento que alugo. Os políticos odiosos ukrainianos, e jornalistas, especialmente aqueles que foram mortos (Kalashnikov, Buzyna - pró russos), ela, não acompanhou suas atividades, mas sabe seus nomes e sobrenomes, interessa-se com os menores detalhes. E diz "Como é assustador em vosso Kyiv! Lá matam pessoas!" Mas, o fato do assassinato de Boris Nemtsov não lhe interessa. Ela não pensa sobre isso, porque não lhe mostram isto na TV...

- Apesar de tudo, às pessoas, que prepararam o "relatório de Nemtsov", de todos os ukrainianos precisa dizer um enorme obrigado - porque eles não tiveram medo de fazer isto. Aqui fazer isto é muito complicado. Porque se você adotar posição pró-Ukraina, você será um pária na sociedade russa atual. Precisa ter muita coragem para dedicar-se a isto

- Que consequências políticas e jurídicas pode ter o "Relatório Nemtsov" no futuro. Se poderá ele tornar-se um documento num tribunal internacional?

- Sobre isto, na apresentação, perguntaram a um companheiro de Nemtsov - Ilya Yashin. Ele respondeu mais ou menos assim: Se alguém quer que este relatório seja aproveitado como prova jurídica, então ele - é a favor. Mas sua principal tarefa os autores veem no fato de trazer a verdade aos cidadãos russos, que estão privados do acesso livre à informação. Para cidadãos da Ukraina, neste relatório, não haverá muita novidade. Sobre tudo o que o relatório diz, na Ukraina escreviam, mostravam, contavam. Os cidadãos da Ukraina sabiam até certo ponto. Mas, para os russos é - uma verdadeira descoberta.

Polônia , postumamente, premiou Boris Nemtsov
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 15.05.2015

Pela coragem e franqueza distinguiram Boris Nemtsov na Polônia. O oposicionista foi agraciado com o prêmio "Eagle (Águia, em forma de estatueta), em nome de Yan Karski. Os organizadores decidiram que Nemtsov merecia este prêmio, como ninguém outro porque ele, como Karski, tentava alertar o mundo sobre crimes de Moscou, como Yan Karski - as atrocidades nazistas.
Compareceram na solenidade esposa e filha.

Passeata em Varsóvia, em apoio a Ukraina e a Nação tártara, na véspera do 71º aniversário da deportação tártara da Criméia. 
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 17.05.2015


Durante a anexação da Criméia cerca de 35 mil crimeanos foram forçados deixar a península, dos quais mais de 20 mil - tártaros.
Em entrevista à Rádio Liberty, relatou o líder do povo da Criméia, deputado da Ukraina Mustafa Dzhemilev.
"Eles habitam agora todas as regiões da Ukraina mas, principalmente, as regiões ocidentais - Lviv e Vinnytsia - lá, por assim dizer, foram recebidos com mais calor", - disse ele.
De acordo com Dzhemilev, Mejlis (órgão análogo ao parlamento) do povo Tatar da Criméia insta os compatriotas a não deixar a Criméia, porque é isto que deseja o governo russo.

De acordo com o Ministério de Política Social da Ukraina, no início de maio de 2015, o número de migrantes da Criméia e Donbas foi de 1.260.000 pessoas.

Poroshenko chamou os simpatizantes da comunização à Bekivnya
Ukrainska Pravda (Verdade ukrainiana), 17 de maio de 2015

Presidente Petro Poroshenko convidou todos os que se opõem a decomunização vir a Bekivnya  e "ouvir pelo que imploram aqui as vítimas do terror comunista".


Isto Poroshenko declarou em 17 de maio durante os eventos do Dia da Memória das vítimas da repressão política na reserva histórica "Sepulturas da Bekivnya".

"Àqueles que se opõem a decomunização, aconselho vir a Bekivnya e ouvir, pelo que clamam aqui as vítimas do terror comunista", - disse o presidente.


Segundo suas palavras, em Bekivnya "não matavam os inimigos da nação, aqui privavam de vida o povo inteiro, que não conseguiram destruir com o Holodomor". (Na Rússia Soviética o governo matava os que se opunham à sua administração. No entanto, o governo justificava-se, dizendo que matava os "inimigos da nação". - OK).

E, Poroshenko acrescentou: "Em Bekivnya está enterrado o Fuzilado Renascimento da Ukraina - mais de 100 (cem) mil inocentes mortos.

"Este termo, antigamente era usado para grupos de represados escritores, artistas, historiadores e filólogos, temos o direito para estender a todos que morreram nos porões da GRU - NKVD (Administração Política do Estado - Comissariado Popular de Assuntos Internos), nas prisões e nos campos de concentração", - disse o presidente.

"GRU - NKVD", é uma estrutura afim ao "SS - Gestapo" - eles copiavam a prática criminosa uns dos outros, aperfeiçoavam a técnica de destruição em massa de suas vítimas. A peste é peste, independe se ela é marrom, ou vermelha", - disse Poroshenko.

"Ukraina lembra! Condenar os assassinos não temos direito. Mas responder, os assassinos de nossa nação, precisarão neste ou no outro mundo", - acrescentou ele.


"Nós viemos hoje para o chão da Bekivnya para reverenciar as cinzas de vítimas inocentes, nossos antepassados e, orando por suas almas, nós juramos aos vivos nunca mais permitir novo marrom ou vermelho genocídio contra nossa nação ukrainiana", - acrescentou Poroshenko.

Ele também disse, que os túmulos de Bekivnya são um testemunho vivo contra o terror comunista, prova irrefutável de crime contra a humanidade, na mesma escala, que os cometidos em Katyn, Auschwitz, Buchenwald, Babi Yar ou em Solovki.

Será que não chegou a hora de, definitivamente, limpar Ukraina dos símbolos do regime, que destruiu milhões de pessoas inocentes?! Repressões, deportações, fomes artificiais (Holodomor)...  A que métodos não recorria a máquina soviética totalitária, para quebrar o espírito da nação ukrainiana, amante da liberdade", - disse Poroshenko. (Ordem e prazo para destruição  dos símbolos soviéticos o governo já deu, também mudança de nomes de ruas, etc. Esperamos que funcione - OK)



"Ukraina deve tornar-se forte e próspera em memória daqueles, com cujo sangue está escrita a história de nosso país", - acrescentou Poroshenko.

Participaram da cerimônia com o presidente o primeiro ministro Arseny Yatseniuk, Prefeito de Kyiv Vitaly Klitschko, embaixadores de países estrangeiros, representantes de organizações da comunidade. 

Tradução: O. Kowaltschuk

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