quinta-feira, 7 de maio de 2015

Negar apoio. Se permaneceram na "Família" alavancas de influência econômica.
Tyzhden ua. (Semana Ukrainiana), 27.04.2015
Liubomyr Shavaliuk

Para que os representantes do regime tenham o mínimo de chances para revanche, é preciso bloquear o seu acesso a recursos, especialmente materiais.


Parece que na guerra, que no momento tem duas dimensões: o confronto militar no Donbas e luta "pacífica" da sociedade civil, e parte de representantes do novo governo contra o velho sistema oligárquico-burocrata pela realização de reformas, surge a terceira frente. Trata-se de confronto com o espectro do regime de Yanukovych, cujos representantes, em silêncio e de diferentes modos tentam recuperar sua influência perdida depois do Euromaidan.

O motivo dominante do confronto, que agora desenrola-se no "terceiro front" podem ser as palavras de Yanukovych, ditas durante entrevista a um canal russo no final de fevereiro: "Assim que surgir a possibilidade para meu regresso - eu voltarei. E farei tudo, o que estiver em minhas forças, para melhorar a vida na Ukraina",
Hoje a possibilidade de tal retorno, para muitos, é ilusória, mas a base para revanche do regime (mesmo sem princípios próprios e sem "professor" (Yanukovych)) ativamente preparam, e fazem isto em várias direções.
Serhiy Arbusov frequentemente posta no Facebook e escreve artigos justificando ações de "jovens reformadores" à revolução e condena o governo pela atual situação. O nível de seus argumentos é fraco, mas, quanto mais houver na Ukraina cidadãos, desiludidos com o empobrecimento, então, maior número deles sentir-se-á enganado com tais argumentos. O ministro de receitas e taxas no ex-governo Azarov Alexander Klimenko já a seis meses critica o trabalho do Serviço Fiscal do Estado, enviando regularmente comunicados (Press Release) aos jornalistas. Ultimamente sua crítica envolve a crescente gama de tendências macroeconômicas e refere-se a todo o poder. Alguns adeptos do regime trabalham para remover as sanções européias de seus ativos. Por exemplo, Yuri Ivanyushchenko, em dezembro, conseguiu receber da Procuradoria-Geral que, aliás, até recentemente bloqueava de vários modos, as investigações sobre seus crimes, o certificado de que, contra ele, não há processos penais tramitando.
Mykola Slochevskiy, ministro do Meio Ambiente no primeiro governo Azarov (Ex-presidedência Yanukovych), com ajuda de um "papelzinho" idêntico conseguiu descongelamento de US $ 23 milhões, bloqueados no Reino Unido. 
Edward Stavytskyi, ministro da Energia no segundo governo Azarov, com sucesso variável muda seus ativos para terceiros e defende nos tribunais os ativos acumulados no tempo de Yanukovych.

Exemplo de tais lutas pelo retorno das esferas de influência pelos representantes da "Família (Pessoas próximas do ex-governo Yanukovych) e outros clãs oligárquicos que formavam o regime Yanukovych, hoje não falta. A situação começa lembrar o período depois da Revolução Laranja (2004), quando parte de funcionários e oligarcas, incluindo Akhmetov, fugiram da Ukraina, mas, recebendo garantias de segurança, em poucos meses retornaram e, em resultado não só recuperaram a sua influência, mas conduziram o país a uma nova revolução e derramamento de sangue no Maidan. Para não repetir os erros do passado e não dar chance ao regime à revanche, o novo governo deve agir. É necessário cortar, aos revanchistas, o acesso aos recursos, antes de tudo, materiais. Para isto é preciso agir em várias direções.
 
Quanto mais exitosa for Ukraina na realização das reformas, tanto mais afastar-se-á de nós, perdendo terreno econômico sob os pés, o espectro revanchista.

Primeiro de tudo trata-se de privação dos revanchistas de fluxos de caixas na Ukraina. Aqui há vários aspectos. Primeiro, sabe-se que durante o regime Yanukovych, o capital da "Família" formavam, em grande parte pela extorsão com cobertura de estruturas de força. A maioria de tais acordos poderia ser facilmente cancelada se nos tribunais da Ukraina houvesse sistema adequado. Então, conter os servos da Themis para atual governo - um dos fatores indiretos que impedirá a revanche do regime Yanukovych. Organizando judiciário efetivo, o governo poderia fazer um cadastro de empresas, ilegalmente alienadas em favor dos adeptos do regime Yanukovych, e ajudar seus proprietários originais renovar seus direitos em um tribunal transparente. Tal passo não só privaria, os amigos de Yanukovych, mas também forneceria ao governo atual um amplo apoio dos cidadãos, que avaliariam, diretamente a renovação da justiça. Quanto à re-privatização de ativos, cuja privatização ocorreu entre 2.010 - 2.013 seria um passo em falso, porque a prática internacional mostra, que grandes e pomposas re-privatizações assustam os investidores, os quais sem isto já têm pouco desejo de investir na Ukraina.

Segundo, um elemento importante dos fluxos de caixa da "Família" eram recursos orçamentários. Trata-se não apenas sobre a corrupção nas compras públicas, na luta com a qual a atual administração demonstra avanços significativos, introduzindo sistema transparente nas negociações eletrônicas (e esquemas obscuros, que até hoje trabalham, provavelmente enchem o bolso de alguém dos líderes atuais, e não revanchistas, pelo menos na maioria dos casos). Trata-se, por exemplo, sobre subsídios da indústria de carvão, nos quais "Família" recebia centenas de milhões anualmente. Atualmente eles foram liquidados, mas o ramo espera reformas radicais, inútil dizer que, devido a guerra no Donbas, no território controlado pela Ukraina, ficaram poucas minas, as quais pretenderiam à infusão de fundos públicos.
É preciso lembrar, também, sobre o ramo do gás. Pode-se criticar muito a elevação de seu preço para população, mas, assim que eles chegarem ao nível do mercado, imediatamente desaparecerá o enorme fluxo de caixa, que é recebido pelos adeptos do regime, começando pelo grupo de Firtash - Liovochkin, e terminando com isolados representantes da "Família". Isto privará visível fonte de renda daqueles que, em política tem não muito real a posição pró-ukrainiana.

Terceiro, um importante fator de impacto econômico de revanchistas é a posição de monopólio, criado por eles para seus negócios no exercício do mandato. Hoje, na sociedade, infelizmente não se discute a idéia de quebrar o monopólio e eliminar as barreiras, que impedem a entrada de alguns mercados, para facilitação dos quais, o país deveria diminuir a carga fiscal e regulamentar os negócios,
para dar-lhes melhor respiração. E, este fato - garantia de que os adeptos do regime continuam a receber rendas de monopólio em uma série de ramos. Hoje, na Ukraina, os oligarcas tem o monopólio do controle econômico sobre a maioria da população, ou seja, são proprietários do negócio, que emprega pessoas, ou controlam empresas do governo que empregam os ukrainianos. Daí sua influência social e ideológica. Este monopólio precisa quebrar, criando condições para pequenas e médias empresas ou bases para surgimento de grandes negócios estrangeiros. Ambas as opções fornecerão uma alternativa aos oligarcas, e entre eles, também a revanchistas, como capacidade econômica , da qual, materialmente e, no final, mentalmente, depende grande parte de ukrainianos

Quarto, um dos pilares de influência econômica dos representantes do regime Yanukovych até recentemente, eram as instituições bancárias a eles pertencentes que, facilmente, lavavam o dinheiro e o mandavam para o exterior. Hoje, com os esforços do Banco Nacional da Ukraina, que nega licenças a tais instituições financeiras e remove-as do mercado, a "Família" e outros adeptos do regime, de fato foram privados de uma quantidade significativa de bancos "de bolso", o que, de fato, complicou a revanchistas a preparação da base econômica para seu retorno. Esforços do Banco Nacional neste sentido pode-se apenas parabenizar, porque a atividade transparente do sistema financeiro - é um dos meios de erradicação de esquemas obscuros e, ao mesmo tempo, também daqueles, que não são capazes de vencer em luta aberta no mercado concorrencial aberto.

Trabalhando na privação de representantes do regime Yanukovych do apoio econômico, o governo atual e a sociedade regularmente colidirão com aqueles, que corrompidos, seguranças e juízes, financiados pelos bilhões de dólares, que foram exportados da Ukraina pelo regime, sabotarão este processo e tentarão "rebobinar" a sua volta.

Daí conclui-se que, sem um julgamento justo e eficaz  e de reformas das estruturas de força, as chances de revanche do regime Yanukovych irão, visivelmente, crescer. Enquanto na Ukraina houver muitos juízes, promotores, investigadores, etc., que podem ser comprados, até então eles, protegerão a base dos revanchistas, que fazem isso. Assim, conquanto com mais êxito Ukraina realizar as reformas, primeiramente da Themis e das estruturas de força, eles se afastarão mais de nós, perdendo a base econômica sob os pés. Mas, se as reformas forem travadas, então os revanchistas não se farão esperar e, aparecerão, por exemplo, no espaço informativo do Estado, em crescimento máximo.

No entanto, enquanto a área controlada por Kyiv, do território da Ukraina, não incluindo Criméia, nem partes de Donbas, qualquer que seja o impacto econômico dos revanchistas, a eles nada prometem as eleições livres (acesso aos cargos não submetidos às eleições, atualmente lhes bloqueia a lei sobre purificação do poder), pois no país com seus contornos atuais, é muito grande a porcentagem de residentes que lembram o que foi o regime Yanukovych e o que ele aprontava.

Tradução: O. Kowaltschuk

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