Tyzhden. ua (Semana ukrainiana) , 30.04.2015
Bohdan Butkevych
A atividade do poder soviético antes do início da Segunda Guerra Mundial, como durante o seu período, foi marcada por uma série de ações violentas contra a população civil. As frequentes lembranças sobre atrocidades bolcheviques nos anos 1939 - 1941 afogam os discursos torrentosos e enfáticos sobre "Vitória do povo soviético na Grande Guerra Patriótica". Tyzhden. ua reuniu os fatos sobre crimes mais ressonantes daquele tempo.
Assassinatos de prisioneiros em massa
A impetuosa ofensiva no verão de 1941 causou pânico quase em todos os órgãos do governo da URSS, que, costumeiramente, eram os primeiros a fugir das cidades, temendo retaliação popular, até mais que os nazistas. No entanto NKVD (Comissariado do Povo para Assuntos Internos), principal órgão punitivo do Estado bolchevique, não cessava e em condições de retirada caótica, cumpria suas terríveis funções. Quando as tropas soviéticas se retiravam das cidades do oeste da Ukraina, elas frequentemente deixavam seus bens, equipamentos, até mesmo documentos partidários. Mas sempre conseguiam tempo para matar todos os prisioneiros, que por infelicidade se encontrassem nas prisões. Sem quaisquer sentença e discernimento do comando matavam todos, mesmo os apenas suspeitos ou ocasionalmente detidos, frequentemente após terríveis torturas. O episódio mais famoso foi o fuzilamento em Lviv, onde em três prisões, de acordo com testemunhos do chefe do departamento prisional da NKVD na região de Lviv, tenente Lerman, foram fuzilados 924 pessoas. Acrescentamos: do mesmo modo os comunistas tentavam fazer na Bielorrússia e nos Estados Bálticos, mas lá,uma parte significativa dos presos conseguiu salvar o rápido avanço do Wehrmacht (Os presos não eram ladrões ou assassinos. Eram pessoas que procuravam se opunham ao domínio soviético - OK).
Vítimas da NKVD em Lviv, junho de 1941. |
No geral, na Ukraina Ocidental, durante alguns dias de junho mataram mais de 5 mil pessoas em várias prisões. E houve episódios inteiramente além do bem e do mal. Como não lembrar da terrível tragédia de Zalishchytsky em Ternopil, quando NKVD queimou dois comboios de prisioneiros (14 vagões, em cada 50 - 70 pessoas), e depois jogou-os na água, pois em retirada as tropas soviéticas destruíram a ponte ferroviária através do Dniester.
Pelotão de fuzilamento da NKVD |
Dissimulado perigo para população judaica nos primeiros meses da guerra.
As autoridades soviéticas tentaram lutar com pânico durante a guerra relâmpago alemã apenas com dois caminhos a elas conhecidos: fuzilamento e omissão. Um dos maiores crimes comunistas revelou-se o ocultamento aos judeus dos fatos de genocídio contra eles, pelos alemães, nas primeiras cidades da Ukraina Ocidental, capturadas pelo Terceiro Reich. A maioria da população judaica estava completamente alheia da atitude Nazi para com ela. Da mesma forma, não se tratava de nenhuma evacuação centralizada das pessoas que encontravam-se em perigo mortal.
Até agora não apareceu nenhum documento, nenhuma evidência de que o governo soviético ao menos buscasse caminhos para salvar aqueles seus cidadãos, que sob a ocupação lhes aguardava uma vida difícil, triste, faminta, mas ainda assim, vida, mas cruel e inevitável morte. Além disso, nos primeiros, decisivos para o destino da população judaica das regiões ocidentais, dias na chamada fronteira velha (soviético-polonesa de 1939) ainda atuavam garantias, que detinham a todos, que não possuíam autorização especial para sair. A propaganda soviética, até meados de agosto não dizia nada sobre execuções em massa da população judaica. E, quando começou a reconhecer tais ações, então as apresentava, exclusivamente, como se acontecessem execuções de ativos do Komsomol e de comunismo.
Foto tirada no dia do fuzilamento em massa no marco limítrofe de Kyiv, Babyn Yar |
A mais clara evidência deste crime horrível dos bolcheviques tornou-se a vinda, absolutamente voluntária, em 27 de setembro de 1941, ao Babyn Yar (Vale da vovó) para fuzilamento de quase toda população judaica de Kyiv, que, sem esperar nada de mal, veio na primeira chamada dos ocupantes. De aproximadamente 1,5 milhão de judeus remanescentes no território ocupado pelos alemães, quase ninguém sobreviveu.
Explosão da Barragem do Dnieper em Zaporizhzhia
Desde os primeiros meses da guerra, a liderança soviética durante a retirada, esforçava-se para aplicar a tática de "terra arrasada", isto é, destruir toda a infra estrutura, sem qualquer preocupação com o futuro da população, que não podia evacuar-se. Uma das manifestações mais violentas desta tática foi minar a hidrelétrica de Dnieper no Zaporizhzhia. Em 18 de agosto de 1941, cerca de 20:00 horas, depois da entrada das tropas alemães nesta região, os trabalhadores da NKVD a explodiram.
Em consequência da explosão de 20 toneladas de trintrotolueno (substância amarela, poderoso explosivo - OK) surgiu um buraco de cerca de 150 metros, através do qual escorria uma grande quantidade de água, causando destruição e morte de pessoas, que se encontravam na zona costeira. Na área de impacto encontraram-se nem tanto tropas alemãs, como soldados soviéticos, que tentavam passar para a margem esquerda do Dnieper, também os moradores civis da ilha Khortytsia e áreas próximas. O comando alemão afirmou, que perdeu ali, 1,5 mil combatentes. Vítimas do Exército Vermelho e população civil estima-se de 20 a 80 - 100 mil pessoas. Dados precisos não há.
Paletós pretos
No outono de 1943, após vencer a batalha de Kursk, as tropas soviéticas entraram no território da Ukraina, a atitude da direção bolchevique à população local, que viveu dois anos na ocupação, foi, para dizer o mínimo, suspeita. Como se todos eles, especialmente os homens - fossem potenciais traidores e colaboracionistas. Portanto, pela lógica dos líderes do Kremlin, essas pessoas deveriam "lavar com sangue" seu "crime". Quando as tropas soviéticas entravam, à libertada de nazistas cidade ou aldeia ukrainiana, seguia-as o Comissariado militar de campo, que realizava a mobilização de todos os homens, que ainda podiam manter as armas em suas mãos.
Depois disso, eles quase imediatamente eram encaminhados para ataque às posições alemãs, sem mesmo tempo de receber os uniformes militares, e foi aqui que surgiu a denominação de "paletós pretos" ou "pulôveres pretos". Armas também frequentemente não recebiam: "adquiram nas batalhas!" lhes diziam. Os aldeões, com seus cadáveres cobriam o caminho para tropas regulares. Especialmente assustador revelou-se o ataque a Kyiv em outubro de 1943, quando o governo soviético lançou dezenas de milhares de "paletós pretos" no campo de operações Burkin, abaixo da capital ukrainiana, para retardar as principais forças alemães, e as principais subdivisões regulares atravessavam através do campo de operações Lyutizh acima da cidade. No trechinho de terra de seis quilômetros morreram mais de 250 mil soldados, dos quais uma parte considerável constituíam mobilizados aldeões em pulôveres tecidos em casa.
Deportações da população pacífica
Nações inteiras foram consideradas no Kremlin como "traidoras", que deveriam, no mínimo, serem transferidas de seus locais de residência para posterior assimilação e destruição do potencial de protesto. Começou em 1941 com transferência forçada para além do rio Volga, dos alemães do
pré-Azov. Mas, na verdade, as deportações atingiram grande número de pessoas no final da guerra, quando os líderes de Kremlin acusaram de colaboracionismo vários grupos étnicos. O exemplo mais famoso dessa prática foram os tártaros da Criméia.
Da purificada de alemães Criméia, o governo soviético, na primavera - verão de 1944 retirou quase completamente a população de raiz, 180 mil tártaros da Criméia - para Ásia Central. Posteriormente, na segunda onda de deportações da Criméia foram evacuados os armênios, búlgaros e gregos.
A nação titular - ukrainianos - sofreu várias ondas de migração, as duas primeiras - ainda antes da guerra. E, durante 1945 - 1947 mais de 80 mil pessoas da Ukraina Ocidental foram deportadas para Donbas e Sibéria devido a acusações de nacionalismo e "colaboração com UPA" (Exército Insurgente Ukrainiano).
E cerca de 500 mil foram retirados do oeste da Ukraina, cujas terras, de acordo com a decisão de Stalin foram dadas à Polônia.
Tradução: O. Kowaltschuk
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