sábado, 30 de maio de 2015

A guerra que roubou a infância
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 30.05.2015
Vladyslava Polchyn

Moradora de Lviv, 76 anos, fala sobre a Segunda Guerra Mundial.


Anna Klymentiyna Albul, da aldeia Nova Skvaryava, da região de Zhovk, em criança viveu tempos difíceis. Segunda Guerra Mundial levou sua mãe, por um longo período também seu pai e a infância feliz.

- A guerra veio à aldeia quando eu tinha três anos, - lembra Anna. - Quando os alemães capturaram a região de Lviv em 1939, mamãe viajava até seu irmão, tio Stepan, que vivia na cidade de Lviv. Diretamente na estação de Lviv os alemães capturavam pessoas jovens e as levavam para Alemanha como força de trabalho. Fiquei eu com meu irmão mais velho que eu sete anos, e nosso pai. Mamãe, na Alemanha, trabalhava na fábrica. Aviões britânicos lançavam bombas e danificaram o encanamento. O alojamento foi inundado, e todas as pessoas morreram. Veio a notícia, que mamãe já não existia. Seus documentos sumiram...

- E que destino encontrou seu tio, que vivia em Lviv?

- Na rua em que ele morava, alguém matou um alemão. Os alemães trouxeram todos os homens na rua, formaram uma fileira e fuzilaram cada décimo. Décimo revelou-se também o tio Stepan. Ele deixou a esposa e três crianças. Logo, sua esposa foi levada para o campo de concentração na Polônia. O menino menor foi levado pela família sem filhos, os dois mais velhos foram para orfanato. Quando a esposa do tio voltou da Polônia, ela retirou as crianças do orfanato e seu filho menor dos vizinhos.

- Em 1942 a linha de frente passava através de Nova Skvaryava. Como sobreviveram este período?

- Então eu tinha 4 anos. Nós nos escondíamos nas caves e esperávamos, até as batalhas cessarem. Lembro, tudo queimava ao redor. Diretamente, acima de nós, queimou a despensa. Minha tia fechava os alçapões com grandes travesseiros, para que não sufocássemos. Nos estábulos, insuportavelmente, rugia o gado. Certa vez o avô saiu correndo direto sob as balas, para soltar a vaca e os cavalos. Ele teve a cabeça queimada, quando caía o telhado em chamas.

- Era preciso esconder-se no porão por longo tempo. Queríamos comer. Quando silenciava um pouco, no intervalo entre os disparos, a tia corria para casa e cozinhava mingau de painço. Quando os tiros cessavam de vez nós saíamos na rua e olhávamos para aldeia. Muitas casas foram queimadas, algumas ainda ardiam, mas a nossa, graças a Deus, ficou intacta. Enquanto nós olhávamos, a poucos quilômetros caía um avião em chamas. Eu era pequena e me parecia muito próximo. Desde então eu tive muito medo do som de avião. Se o ouvia, deitava no chão, tapava os ouvidos com as mãos e não me mexia até o avião voar para longe. Temia ser vista do avião e jogarem uma bomba. Isto não surpreendia pois meu primo foi morto por uma bomba. A menina da vizinha levou a vaca para pastar. E foi morta por uma bomba.

- O que aconteceu com o pai?

- Parecia que a guerra já havia terminado. Mas o pai recebeu uma intimação do distrito - devia aparecer nas forças armadas. O pai foi, deixou eu e meu irmão em casa. Lambro aquele frio de outono tardio. Papai não voltou. Descobriu-se, que ele foi colocado no vagão e levado para trabalhos forçados na Sibéria, na região de Kamerovo. Simplesmente assim, por nada, porque faltava mão de obra. O pai pediu para ser liberado por pelo menos um dia para pedir a alguém olhar as crianças. Não foi ouvido.

Nós dormimos naquela casa fria. Depois de alguns dias vieram os parentes. Aconselharam-se a quem entregar-nos. Em todas as famílias havia muitas crianças, os homens estavam na frente. Nos levou a irmã do papai. Tia Maria tinha três filhos e nós dois. Criava cinco crianças. Dormíamos sobre o forno (Era costume no inverno, na Ukraina. O forno ficava dentro da casa. Era quentinho. - OK), comíamos de uma panelinha - e assim vivíamos.
Papai voltou da Sibéria em 1946. Nós voltamos para nossa casa abandonada.

- Como era a vida no pós-guerra?

- Fria e faminta. Não havia o que vestir e o que calçar. Até a neve cair íamos a escola descalços. Quando chovia, o barro era quase até os joelhos. Chegando na escola o barro congelava nos pés, não se podia nem mover os dedos. No inverno cada um calçava o que podia. Os meninos costumavam calçar os sapatos de suas mães. Lembro quando me compraram duas botas de feltro. Verdade, cada pé de uma cor, mas calcei e fiquei, eram quentes. Depois as próprias pessoas costuravam, de tecido e lã, e sobre elas calçavam galochas.

- Sobre o que as crianças sonhavam no pós guerra?  

- Ter botas! Lembro como entrávamos no pântano até os joelhos, untávamos as pernas com terra preta - e isto era o tal "calçado". Como se fôssemos aristocráticas e tivéssemos botas. Mas na quarta série me costuraram o primeiro casaco. Quanta alegria! Tudo parecia bem, mas eu não queria um casaco, eu queria uma jaqueta. Não disse nada a ninguém, mas cortei o casaco e, supostamente, fiz uma jaqueta. 

Papai casou novamente quando voltou da Sibéria. A madrasta me tratava bem. Eu ia para escola limpa, minha roupa era bem passada. Mas os anos foram famintos. Madrasta assava um bolo salgado para eu comer na escola. Mas, enquanto  eu chegava, comia tudo e depois, sentia fome na escola.

***

Dia do bordado: bonitos jovens ukrainianos
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 21.05.2015

No dia 21 de maio, na Ukraina, distinguiu-se o Dia do Bordado.
Este feriado é destinado a preservar as tradições ancestrais de criação e uso de roupas etnicamente bordadas. A data é destacada - anualmente na terceira quinta-feira do mês de maio (dia de semana).
O feriado é original e auto-suficiente, não vinculado a nenhuma data estatal ou religiosa. Neste dia cada ukrainiano veste uma roupa bordado e vai com ela ao trabalho, à universidade, à escola.








   



Tradução: O. Kowaltschuk

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Guerreiro do bem. Voluntário paramédico Yuri Bonder "Shaman".
Ukrainska Pravda Zhyttia (Verdade Ukrainiana Vida),27.05.2015
Alina Suhoniak


Em 24 de maio Ilya Lusenko (Hottabuch) escreveu em sua página no Facebook: "Hoje morreu um combatente. Inicialmente ele esteve gravemente ferido. Ele foi trazido ao local de evacuação, mas o velho carro destinado a evacuação, naquele momento estava avariado".

Ele poderia ter sido salvo, se viesse logo um transporte especializado "rápido" para transportar os gravemente feridos - "reanimobile."
Aqueles carros, de propriedade do Ministério da Defesa, chamar de "reanimobile" é difícil. São os corriqueiros UAZ-452. Eles não desenvolvem velocidade necessária e frequentemente quebram. Nas estradas que é preciso viajar a ATO quebram´se até os carros importados - o que falar sobre os soviéticos, que já têm 15 - 20 anos.

Durante um ano de guerra, os voluntários paramédicos conseguiram juntar o suficiente para equipar o comando de voluntários. Mas agora, devido à falta de fundos para diesel, alimentação e produtos básicos de primeira necessidade para os militares, alguns destes carros estão na Estação de Serviços.

Entregá-los para Armamento das Forças da Ukraina e Ministério da Defesa não se encorajam; esperam que as filantrópicas doações serão renovadas, e a rede "rápidos" dos voluntários na zona ATO voltará funcionar em pleno vigor (A situação está ficando difícil, a inflação cresce mas os salários continuam os mesmos. Queixas nos jornais, pipocam diariamente -OK) Afinal, a rede de voluntários paramédicos revelou-se mais eficaz que o Estado

Aquele que salva.
Com um dos médicos voluntários, Yuri Bondar, apelido Shaman,  eu estive duas vezes na zona ATO. Primeira vez em Debaltseve e Artemivsk, em dezembro de 2014, num período relativamente tranqüilo. Segunda vez em meados de janeiro, quando nossas forças deixavam o Aeroporto de Donetsk, e foi preciso retirar mais de 20 feridos por dia.

Yuri tem um pouco mais de trinta, sua magreza - assunto de piadas frequentes na zona da ATO. Já por um ano ele pode ser encontrado nos postos mais quentes da Ukraina. Durante este tempo, esteve em sua casa por no máximo dois meses, em diversos períodos de poucos dias.

Mas mesmo em casa, a ele constantemente telefonam, em todos os postos de controle, na primeira linha do telefone está o número de Shaman, porque lá todos sabem: ele - é aquele, que salvará e retirará.

Foto FB
A coordenação à retirada de feridos no Ministério da Defesa manca muito" - diz o companheiro de Shaman, cirurgião de Kyiv, Vadim. Ele, voluntariamente, se alistou como reservista em julho do ano passado e, no início, foi para o batalhão Kulczycki, mas de lá transferiu-se para rota médica Pyrohov. 

Na ATO há grandes problemas com a rapidez na evacuação de combatentes feridos. Em primeiro lugar, para isto, não há suficientes veículos blindados, para transporte, para recolher os feridos diretamente, durante a batalha.

Em segundo lugar, a "máquina burocrática " militar trabalha de forma ineficiente. O sistema é fragmentado. No centro de coordenação está ausente a coordenação entre os batalhões e as "rápidas". Então, na rota médica, sobre feridos, por vezes sabia com atraso. E, ainda há momentos burocráticos. Por exemplo, onde há intensa batalha, há apenas uma ambulância, e no setor "tranquilo" - cinco. E, para enviar reforços para outra área da frente, precisa pedir permissão.

E foi durante uma daquelas situações que eu me encontrei no "reanimobile" com Shaman. Ele dirige o carro, e eu dou ajuda, estabilizo o combatente, faço tudo para levá-lo vivo até o hospital e com perdas mínimas para sua saúde.
Lá onde lidam com evacuação de feridos as Forças Armadas da Ukraina e Ministério da Defesa, Yuri não permanece", - diz Vadim. Agora ele retornou ao trabalho no hospital de Kyiv. Mas, durante sua licença pretende voltar a ATO para ajudar Shaman.

O próprio Yuri é de Lviv. Ele começou o voluntariado no Maidan. Depois, ainda na primavera do ano passado, viu que seus conhecidos colocavam algo no ônibus - eram membros da organização "Escravos não são admitidos no paraíso". "Eu não sou daqueles que ficam de lado e fingem que nada está acontecendo", - diz Shaman. Desde então, ele foi para a frente. Mas armas em suas mãos decidiu não pegar - e ser motorista do rápido.

"Por que você não quer entrar nas Forças da Ukraina ou no Ministério da Defesa?" - pergunto a Yuri. - "Porque isto vai amarrar minhas mãos, eu não posso fazer o que eu considero necessário, e estar lá, onde eu trago mais benefício", - respondeu ele.
Com voluntária Olga Bashey (esquerda) Foto FB
Shaman uma pessoa muito franca. Nenhuma subordinação conseguirá segurá-lo se ele quiser expor sua opinião. Em seu trabalho, se é que você pode chamar assim o risco, quase diário, de sua vida, nada mudou. Ele desloca-se aos locais de batalhas mais quentes, e retira os feridos. Apenas agora - conta separada e relatórios individuais no 
Facebook. Sozinho precisa recolher recursos para o diesel, alimentos. Os medicamentos geralmente trazem outros voluntários.
Agora Yuri em Avdiivka, de onde envia suas constantes "reportagens".Ajuda não somente aos militares, mas também aos civis. Em 14 de maio, em Avdiivka, devido ao bombardeio da cidade pelos separatistas, uma criança foi ferida seriamente. O médico pediu para levá-la ao hospital em Dmytrove ao Shaman.

"Aqui não têm medo somente os idiotas".
Normalmente as pessoas não gostam viajar pelas estradas perigosas que são submetidas a constantes tiroteios. À mesma Avdiivka nem a missão da OSCE conseguiu chegar em 24 de maio. Sua segurança não deu passagem aos observadores e eles estacionaram a 20 km, em Ocheretiano.

E isto alguém deve fazer. E, por isso Chaman - na zona da ATO. Ele é daqueles, que não teme estar na !frente"

Embora "não teme" - não é a palavra certa.

Quando nós estávamos sob o fogo em Vodiano e esperávamos os feridos do aeroporto, pessoalmente, eu estava com muito medo. Eu falei sobre isto a Yuri, esperava ouvir consolação, na expectativa dele dizer, que nesta casa nós estávamos em segurança, porque os combatentes guardam o perímetro, ou nós ouviremos, que "Grad" aproxima-se e conseguiremos esconder-nos. Mas ele respondeu: Aqui não têm medo apenas os idiotas."

E nos meses mais quentes, viajar atrás de feridos é sempre muito perigoso. Porque na vegetação é sempre fácil se esconderem grupos subversivos, franco-atiradores.

Sobre Shaman dizem, que é uma pessoa, que pode chegar casualmente, até os separatistas, como se nada tivesse acontecido, pedir um cigarro, entrar no carro e afastar-se rapidamente - enquanto eles não compreenderem, o que aconteceu.


Embora a coragem de Shaman seja legendária, do próprio Yuri você não ouvirá nada sobre suas "histórias heroicas". Portanto pegunto ao Vadim. Acontecia que, equivocadamente, o chamavam antes do final da batalha. Ele vinha e se via dentro do tiroteio. Os estilhaços afetavam seu carro branco-vermelho.

"Frequentes eram as situações, quando as equipes voluntárias evacuavam a maior parte de feridos de Pisky e Vodiany. Ele, ao contrário de soldados e médicos, nem status de participante de ações militares tem. Ele está lá, porque decidiu, que lá ele é necessário. E, sem estatuto oficial faz mais trabalho, do que aqueles, para os quais, é dever", - diz Vadim.

Eu estava presente, quando ele e uma equipe de paramédicos  do "Setor da Direita" retiravam os feridos do DAP (Aeroporto de Donetsk), capturado em janeiro de 2015 pelos assim chamados "DNR" e "FSC".

Ele estava num ponto quente quando retiravam os feridos de Debaltseve, durante a realização da "operação profissional", mas na verdade - uma confusa retirada de nossas tropas, às pressas. Na ocasião ele despediu-se dos colegas da rota médica. Eles morreram quando iam retirar os feridos.

Voluntário com o filho. - Foto FB
Sobre Debaltseve recordamos já em abril, em um dos bares no Maidan (Praça da Independência). Yuri - com amigo Vadim e lutador da Guarda Nacional Alex.  Alex conta, que então, durante o assalto, antes de deixar Debaltseve, eles se depararam com um soldado com um transtorno mental grave. Provavelmente, se livraram dele em alguma unidade - durante tal operação é um fardo para todos. O grupo de Alex levou-o consigo para o subsolo. Lá precisavam cuidá-lo como a uma criança - mas grande, forte e agressiva. Finalmente precisaram amarrá-lo. Porque, para silenciá-lo cinco não podiam dormir.

Lembra uma história relativamente engraçada, porque o humor na frente - geralmente é negro. Shaman levava os corpos da "carga 200", quando de repente ouviu um forte grito. Um dos combatentes acordou - coberto entre mortos. Pensaram, que ele morreu, mas ele voltou a si... naquele inferno.

Eis ela - uma guerra ordinária...

Família de Yuri Bondar - Foto FB
Por mais de um ano passado na zona ATO, Shaman viu muito: viu a "trégua", e fases ativas, as grandes perdas no Aeroporto de Donetsk e Debaltseve, e, após a derrota do Posto 31 recolhia os restos dos soldados num saco.

Durante este tempo, nos diários de Shaman, onde ele anota, que, de onde e quando transportou - já há mais de 500 anotações.

Cadernos de papelaria comuns. Nomes comuns de ukrainianos comuns.

Nomes daqueles que conseguiu salvar, nomes daqueles que morreram defendendo a integridade do Estado.

Nomes comuns de ukrainianos que tornaram-se vítimas desta guerra.

Atualmente, a ajuda financeira a todos os voluntários e ao exército do povo da Ukraina diminuiu significativamente.

As "rápidas" do Ministério da Defesa, pouco a pouco passam para os "reanimobiles" dos médicos voluntários. Eles não podem nem manter uma velocidade normal, para mencionar, a presença neles do necessário tratamento de ferimentos graves. Então, na primeira necessidade na linha mais quente, como em todo o ano passado, a esperança é nos "reanimobiles" dos voluntários.

Tradução: O. Kowaltschuk

terça-feira, 26 de maio de 2015

Tudo sobre decomunização. Como trabalhará a lei que proíbe a propaganda comunista e nazista.
Data da publicação: 18.05.2015
Fonte: Internet

Quatro leis que acabarão com a simbologia comunista, foram assinadas pelo presidente. Maior interesse e ferozes discussões provocou a lei "Sobre a condenação dos regimes totalitários comunistas e nacional-socialistas (nazista), regimes totalitários na Ukraina e proibição da propaganda de seus símbolos".  Nós descreveremos como esta lei vai funcionar, como ela mudará o país e o que acontecerá com aqueles que não a executarem.
Autor: Taras Shamayda

As leis foram desenvolvidas no Instituto Ukrainiano de Memória Nacional, apoiadas pelo governo e aprovadas pelo parlamento. Sua ação significa que Ukraina, ao nível de valores fundamentais torna-se, finalmente, um estado verdadeiramente independente que, irrevogavelmente, rompe com o passado soviético.
Cada uma das quatro leis desempenha a sua função: a primeira declara reconhecer e honrar os lutadores pela independência da Ukraina, a segunda abre arquivos dos serviços secretos comunistas às pessoas, a terceira restaura a justiça histórica nas questões da Segunda Guerra Mundial.

Para que promulgação desta lei.
Contrariamente à noção popular que a decomunização relaciona-se com o passado, seu principal objetivo - futuro livre e seguro.

Meta: "prevenção da reincidência de crimes comunistas e nazistas, regimes totalitários, quaisquer discriminações étnicas, sociais, de classe, raciais ou até de outros indícios no futuro, restauração da justiça histórica e social, eliminação de ameaças à independência, soberania, integridade territorial e segurança nacional da Ukraina".
Com esta lei o governo condena os regimes totalitários, socialistas e nacionalistas, na Ukraina, define a base jurídica da proibição de propaganda de seus símbolos e estabelece o procedimento para liquidação dos símbolos do regime totalitário comunista". 

O que se proíbe.
A quinta-essência da Lei sobre decomunização - em seu segundo artigo, merece ser divulgada na íntegra. Ela inclui todas as normas e mecanismos, que permitirão a execução da Lei na prática.

"Artigo 2". Condenação do comunismo e nacional -socialista (nazista) regimes totalitários.

1. Regime totalitário comunista de 1917-1991 na Ukraina é reconhecido como criminoso, que praticava uma política de terrorismo de Estado e caracterizava-se por numerosas violações de direitos humanos sob a forma de individuais e massivos assassinatos, execuções, mortes, deportações, torturas, trabalhos forçados e outras formas de terror físico, perseguições por motivos étnicos, nacionais, religiosos, políticos, de classe, sociais e outras razões, causando sofrimento moral e físico durante uso da psiquiatria para fins políticos, violações da liberdade de consciência, de opinião, de expressão, liberdade de imprensa e ausência do pluralismo político e, com relação a isto, condena-se como incompatível com os direitos fundamentais e liberdades da pessoa e do cidadão.

2. O regime totalitário nacional-socialista (nazista) reconhece-se na Ukraina como criminoso, que realizava uma política de terror estatal, que caracterizou-se por inúmeras violações de direitos humanos, sob a forma individual e coletiva de assassinatos individuais e em massa, execuções, mortes, torturas, trabalhos forçados e outras formas de terror físico em massa, perseguição por motivos raciais, étnicos, violações da liberdade de consciência, de opinião, de expressão, liberdade de imprensa e ausência de pluralismo político e, em relação a isto, com base nos fatos estabelecido pelo Tribunal Militar Internacional de Nuremberg de 1945 - 1946, condena-se como incompatível com direitos e liberdades fundamentais do homem e do cidadão".
A lei proíbe a propaganda dos regimes comunistas e nazistas, e seus símbolos. Tal propaganda reconhece-se como "insulto à memória de milhões de vítimas do regime totalitário comunista, e do regime totalitário nacional -socialista (nazista).
Em todo o território da Ukraina proíbe-se "a fabricação, distribuição e utilização pública dos símbolos do regime totalitário comunista, inclusive inúmeros suvenires, execução pública de hinos da URSS (União Soviética), URSR (República Social Soviética da Ukraina) e UCRR (República Social Soviética da Ukraina), outras repúblicas soviéticas aliadas ou os seus fragmentos, símbolos do nacional-socialista (nazista) regime totalitário".

O que é considerado propaganda dos regimes totalitários.

Em primeiro lugar, tal propaganda é considerada como negação pública de caráter criminoso do regime comunista 1917-1991 na Ukraina, ou do regime totalitário nazista. Por exemplo, publicação de que Lenin não era criminoso, mas construía um estado feliz para trabalhadores e camponeses. Ou discurso de que Holodomor aconteceu devido a quebra de safra.

Segundo, difusão de informação, destinada a justificar a natureza criminosa de caráter comunista ou nazista, das atividades dos órgãos de segurança soviéticos, o estabelecimento do governo soviético na Ukraina ou de suas partes individuais. Também será considerada propaganda totalitária a divulgação da informação, dirigida contra os participantes da luta pela independência da Ukraina no século XX.

Terceiro, "produção e, ou distribuição, como também o aproveitamento público de produtos que contenham símbolos comunistas ou nacional-socialistas (nazistas), dos regimes totalitários".

O que é considerado como símbolo comunista.
. Representação de bandeiras do estado, armas, escudos ou brasões, e outros símbolos da URSS e URSR, outras repúblicas da união e dos estados comunistas.
. Hinos da URSS e URSR, outras repúblicas soviéticas e repúblicas autônomas ou seus fragmentos (apesar disso, em situação ambígua encontra-se o hino da Rússia, que tem música idêntica ao hino da URSS).
. A combinação da foice e martelo, com ou sem a estrela de 5 pontas.
. Símbolos do Partido Comunista ou seus elementos.
. Monumentos e imagens aos atuantes do partido comunista, desde o Secretário do Comitê Distrital, aos altos funcionários da URSS e repúblicas soviéticas, bem como a funcionários dos órgãos de segurança soviéticos de qualquer nível.
. Monumentos e outras imagens, dedicadas às atividades do Partido Comunista e do estabelecido, assim denominado "governo soviético na Ukraina ou em suas partes, luta contra combatentes pela independência da Ukraina no século XX.
. Imagens dos slogans do Partido Comunista e citações de seus dirigentes, como também funcionários dos serviços de segurança soviéticos.
. Nomes das unidades administrativas, localidades, ruas, praças, etc., como também empresas, instituições e organizações, que contém os nomes dos funcionários do Partido Comunista ou KGB, e também nomes dedicados a vários aniversários comunistas, o próprio Partido Comunista, aos que lutavam contra a independência ou que pelejaram pelo estabelecimento do poder soviético.
. Nomes do partido comunista".
Também é proibida a bandeira, as armas e outros símbolos do partido nazista e país, no período 1935-1945, como também as imagens, slogans e citações dos sêniores do partido da então Alemanha e funcionários nos territórios por ela ocupados.

O que não é proibido.
. Monumentos, sinais de memória como emblemas relacionados com a resistência e expulsão da ocupação nazista na Ukraina.
. Monumentos, sinais de memória relacionados com o desenvolvimento da ciência e cultura ukrainiana.
. Símbolos que, por si só, não são usados como símbolos de regimes totalitários, como, por exemplo a estrela de cinco pontas ou a suástica, e mesmo a bandeira vermelha, se eles não são usados como símbolos de regimes totalitários.
. Não são abrangidos pela proibição as bandeiras nacionais aplicáveis, e brasões de armas, por exemplo, a bandeira da China.
. Os símbolos totalitários podem aproveitar-se nos museus, exposições, manuais, artigos científicos e outros materiais educativos e de natureza científica, se este uso não for utilizado para negação da natureza criminosa dos regimes totalitários.
. Os símbolos totalitários não são proibidos nas lápides e cemitérios em geral.
. Os símbolos totalitários podem ser colecionados.
. Os símbolos totalitários poderão ser aproveitados durante a reconstrução de fatos históricos.
. Os prêmios dos tempos da URSS podem ser usados livremente.
. Não são proibidos os símbolos originais dos tempos soviéticos. Mas fazer cópias e apresentá-los como "símbolos da Vitória", agora não vai ser possível.
. Não se proíbem os documentos com símbolos comunistas da URSS.

Procedimento da decomunização.
Para desmontagem dos movimentos, imagens e outros símbolos do totalitarismo são dados 6 meses. Tomar as decisões adequadas e executar todas as ações necessárias devem os conselhos locais. Eles deverão, depois, organizar o liberto espaço público. Renomear ruas, praças e outros objetos toponímicos, os conselhos locais têm os mesmos seis meses. Eles podem devolver às ruas os nomes históricos, ou designar novos é questão dos governos locais.

Claro, renomear um nome comunista por outro é proibido. Mas, em cada cidade ou aldeia há muitas pessoas dignas para reverenciar. Pessoas ou eventos que até hoje não foram imortalizados. Então, a decomunização dá chance para que as comunidades locais corrijam esta injustiça.

Cidades, aldeias, vilas e regiões renomeará o Parlamento com base nas propostas dos conselhos locais que, por sua vez devem consultar os cidadãos.

Para audiências públicas e apresentação de propostas foram dados 6 meses. Depois disso, no prazo de 3 meses, o Parlamento renomeará as cidades e aldeias.
Se o conselho local não apresentar propostas, ou estas propostas forem claramente inaceitáveis, o parlamento tomará a decisão sobre a renomeação, com base nas recomendações do Instituto Ukrainiano da Memória Nacional.

As pessoas jurídicas, incluindo partidos e organizações da sociedade civil devem trazer seus nomes, documentos e símbolos de acordo com a lei, no prazo de 3 meses. Este procedimento é gratuito.

Os proprietários dos meios de informação devem parar com a propaganda comunista ou nazista, e trazer os seus nomes para conformidade com a lei no prazo de 3 meses. Este prazo poderá ser prolongado se eles não conseguirem cumprir as exigências devido a obstáculos objetivos.

Proprietários de marcas que são símbolos comunistas ou nazistas devem mudá-las no prazo de 6 meses.

Como superar a sabotagem.
A lei prevê mecanismos claros para combater uma possível sabotagem por parte de alguns conselhos fiscais. Então, o que acontece, se durante seis meses o conselho local não executar a lei e não 

Se as autoridades locais sabotam, conclui a decomunização o presidente da administração provincial.

Neste caso, o dever de tomar tais decisões transfere-se ao presidente da aldeia ou ao prefeito da cidade, e haverá o prazo de três meses. Caso o prefeito, ou o presidente da aldeia também empenhar-se com sabotagem, a responsabilidade passa para o presidente da província, para o que ele terá 3 meses, e receberá ajuda do Instituto Ukrainiano de Memória Nacional.

Se a lei não for cumprida nem pelo presidente da província, então a responsabilidade passa ao Gabinete de Ministros, com as recomendações do Instituto Nacional de Memória Nacional, cientistas e público.

O que espera os infratores.
As atividades de empresas, instituições e organizações, que dentro do prazo estabelecido não trarão seus nomes, documentos e símbolos de acordo com a lei, serão encerradas com ordem judicial.

Isto se aplica a organizações cidadãs, partidos políticos e mídia que se envolverem com propaganda de regimes totalitários.

O Partido Comunista, a menos que mude o nome, símbolos e documentos, também será proibido como os outros partidos de orientação comunista.

Após aceitação da ordem, na forma prescrita pelo governo, a decisão que o partido propaga o regime comunista ou nazista, ou sua simbologia, tal partido não poderá nomear candidatos para eleição presidencial, de deputados ou a órgãos locais.
Pessoas que propagarem ou divulgarem o comunismo ou o nazismo, simbologia ou o regime, serão trazidas à responsabilidade criminal, de acordo com a nova redação do Artigo 4361 do Código Penal.
Tais promotores poderão ser condenados a cinco anos e se a infração for repetida pelos representantes do governo ou grupo organizado - até dez anos de prisão.
Também poderão ser confiscados os seus bens. As penalidades draconianas são projetadas para desencorajar o jogo com a lei. Dificilmente quaisquer figuras do conselho da aldeia ou organização cidadã desejará "mofar" por 10 anos pela possibilidade de agitar a bandeira da União Soviética. Ou instalar um busto de Lenin.

Investigação e divulgação das informações sobre os crimes dos regimes totalitários
A lei obriga o Estado a investigar os crimes de genocídio, crimes militares, crimes contra humanidade e pessoa, cometidos pelos nazistas e comunistas na Ukraina, Bem como a  organização de sepulturas das vítimas desses crimes, tornar acessíveis os dados, divulgá-los.
Os documentos dos arquivos, incluindo os arquivos da KGB, relacionados com repressão política, Holodomor (morte pela fome), e outros crimes do nazismo e do comunismo, bem como todas as informações contidas neles tornam-se públicos. O acesso a esses documentos e informações mão podem ser limitados.

Emendas a outras leis
Aprovando a lei que proíbe a propaganda do totalitarismo, os deputados introduziram normas que permitem a esta proibição aplicar sanções contra os violadores, e simplificar os procedimentos às pessoas físicas durante a renomeação (por exemplo, isentar do pagamento de taxas).

Para entender a seriedade e profundidade da decomunização daremos apenas uma lista de leis, às quais foram introduzidas modificações: Código Penal da Ukraina, Leis da Ukraina: "Sobre partidos políticos na Ukraina", "Sobre associações públicas", "Sobre mídia impressa na Ukraina", "Sobre agências de informação", "Sobre televisão e rádio".

"Sobre inscrição estadual de pessoas físicas e jurídicas - empreendedoras", "Sobre atribuição a pessoas jurídicas e objetos, direitos de propriedade e nomes (pseudônimos) de pessoas físicas, datas de aniversário e feriados, nomes e datas de acontecimentos históricos", "Sobre informações", "Sobre 
proteção de marcas para mercadorias e serviços", "Sobre governo local na Ukraina", "Sobre nomes geográficos", "Sobre eleições de deputados na Ukraina", "Sobre eleições de conselhos locais, de aldeias, cidades".  
Portanto, já neste ano, no máximo - no início do próximo, Ukraina se livra de símbolos comunistas. No mapa não haverá quaisquer  kirovograd e dniprodzerzhynsk, nenhuma rua de lenin e décimo primeiro congresso do partido.
Não haverá monumentos aos invasores comunistas e terroristas de Estado. A era de manifestações  comunistas e filmes propagandistas soviéticos está no passado. Nós mesmos ainda não imaginamos até o final, que mudanças tectônicas no espaço público, na educação, na cultura e na percepção geral do mundo trará a decomunização. No entanto, em um futuro próximo teremos a possibilidade não apenas de ver essas mudanças, com nossos olhos, nos tornaremos ativos criadores da nova era, não soviética Ukraina.

No que se baseia a lei.
Na Resolução da Assembléia Parlamentar do Conselho Europeu Nº 1096 (2006), de 27.06.1996; Nº 1481 (2006) de 21.01.2006; Nº 1495 (2006) de 12.04.1006; Nº 1652 (2009) de 29.01.2009.
Na Resolução da Assembléia Parlamentar da OSCE Nº SC (09)3R de 29.06. - 03.07. 2009.
. Declaração do Parlamento Europeu de 23.09.2008 sobre Holodomor.
. Assembléia Geral das Nações Unidas sobre Holodomor de 1932-1933, na 58ª sessão.
. Declaração do Parlamento Europeu, de 23.09.2008
. Leis ukrainianas sobre vítimas de repressões e Holodomor.
Resolução do Tribunal de Recursos de Kyiv, de 13.02.2010, sobre envolvimento da gestão superior da URSS e da República Socialista Soviética da Ukraina  e Partido Comunista na organização do Holodomor de 1932-1933 na Ukraina.

Tradução: O. Kowaltschuk

domingo, 24 de maio de 2015


Notícias gerais da Ukraina, 
Vysokyi Zamok Castelo Alto), 21-22-23.05.2015
Mentiras do Kremlin
Ivan Malynovskyi

O mundo recebeu novas evidências de agressão russa na Ukraina.


Tradução do texto acima:
Ordem de guerra ao grupo Erofeev
Realização de emboscadas, ataques às forças ATO
Descoberta e destruição das forças vivas e técnicas das Forças Armadas da Ukraina
Colocação de minas e explosivos próximo aos pontos habitados e vias das forças ATO
Meta final: preparação para conquista armada da cidade Shchastia

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Kremlin, que já por um ano afirma, que as forças armadas da Rússia não tem nenhuma relação com as operações militares na Ukraina, mais uma vez foi pego na mentira. 
Os detidos perto da aldeia Shchastia, sabotadores russos Evgeny Erofeev e Alexander Allexandrov confirmaram à missão da OSCE, que são militares de carreira da FR, e que na Ukraina, em missão de combate, já estiveram por várias vezes.
Isto causou grande ressonância no mundo. Como se sabe, Moscou, de seus soldados, recusou-se, e o assim chamado "FSC" afirmou que os detidos são representantes da "milícia do povo".

Mas, imediatamente após a detenção dos russos, o SBU (Serviço de Segurança da Ukraina) publicou mais uma prova da presença ativa dos russos no Donbas. Foram dados os nomes, posições, patentes, fotos dos militares da 3ª brigada, de propósito específico, da Direção Principal da FR, os quais participavam e coordenavam as ações militares nos territórios ocupados. Foram divulgadas suas tarefas, local de localização em Luhansk, cronologia do movimento. SBU descobriu a estrutura de grupos russos de sabotagem, no Donbas, locais de confrontos de combate com as forças ukrainianas, e região de sua implantação permanente no território da FR, citou o número de armas usadas produzidas apenas na Rússia e usadas unicamente pelos militares deste país. 

Documento sério e incriminador foi o extraído da carta-prêmio recebida pelo major D. Zverev. Nela é afirmado, que  "no curso da tarefa na Ukraina, no período de 14 - 17 de setembro de 2014, o destacamento de reconhecimento do major Zverev realizou tarefas de apoio a bateria reagente... Com suas ações hábeis organizou implantação operacional de tiroteio a major T. Dzhanizbayev, é indicado, que ele garantiu a transição da montagem do "Grad" através da fronteira da FR.

Também o Serviço Secreto ukrainiano revelou o embuste que a mídia russa difundia em nome da esposa de um dos sabotadores detidos - Ekaterina Alexandrova. Após vários dias de silêncio, ela (aparentemente motivada por GRU (Principal Central de Inteligência) declarou que não sabia sobre o local de seu marido. Apesar de que deveria ter sido informada sobre isto em primeiro lugar - porque trabalhava com ele na mesma unidade militar, e responde pelo pessoal.
SBU descobriu que Alexandrov concordou em participar nas hostilidades na Ukraina, para ganhar dinheiro (pagamento dobrado) e amortizar o crédito na compra do automóvel...

Aliás, a propaganda russa alimentou este rapaz com estórias de "sanguinários banderivtsi" (Banderivtsi era o nome que recebiam os seguidores de Bandera - movimento ukrainiano contra dominação hitlerista, e, desde 1944 contra o domínio bolchevique, pela Organização Nacionalista da Ukraina (OUN) - líder Stepan Bandera -OK), tanto que após gravemente ferido e tornando-se prisioneiro ukrainiano, recusou-se da cirurgia sob anestesia - temia, que lhe extraíssem órgãos internos. Em seguida, declarou diante das câmeras, que os soldados ukrainianos trataram-no com humanidade, e a assistência médica foi de qualidade.

Festa do bordado ukrainiano na frente.

Camisa bordada - não é apenas uma roupa nacional ukrainiana. Nos exigentes desenhos - a alma da nossa nação: bela, elegante, poderosa. Sobre isto também lembram os nossos soldados.


Em Luhansk, no batalhão 24, os militares vestiram as camisas bordadas, presenteados por voluntários, para unir-se a todos os ukrainianos, em honra à antiga tradição.
"Nós queremos felicitar todos os ukrainianos, onde quer que eles estejam, com o feriado do bordado. Roupa que nos identifica em todo o mundo.  Hoje também é grande santificado espiritual, Ascensão de Jesus ao céu. Que Deus nos ajude, que haja alegria em cada família! Aqui, na vanguarda, fazemos tudo, para que na Ukraina reine a paz - disse o principal oficial Valentyn Lykholit.

Vídeo do desfile do Bordado em Kyiv:

"Eu não me demiti" - presos refutam as mentiras do GRU (Serviço de inteligência militar nas Forças Armadas da FR).


Realmente, sou soldado das Forças Armadas da FR. Em todo caso fui. Bem, segundo o meu conhecimento, eu não me demiti. Não escrevi quaisquer relatórios", - disse Alexandrov.
Ele observou que executava as ordens de sua chefia.
"Havia ordem, e como militar eu a executava. A missão é assim", - disse Alexandrov observando, que pelo serviço nas áreas controladas pelo "FSC" e "DNR" a gestão prometeu duplo salário.
Ao pedido do jornalista para comentar as palavras de sua esposa, Alexandrov, que declarava, que ele havia se demitido do exército russo, o militar respondeu que não sabia desta afirmação e estava chocado.
À pergunta do jornalista, se há exército russo no Donbas, Alexandrov respondeu afirmativamente.
"Como você vê, ele existe. Simplesmente é desvantajoso reconhecer isto", - disse o militar.

"Eu não me demiti" - presos refutam as mentiras do GRU (Serviço de inteligência militar nas Forças Armadas da FR


Eugeny Erofeev também negou a informação do Ministério da Defesa da Rússia sobre a sua "demissão".
Eu anida não me demiti. Simplesmente a situação é tal, vácuo informativo, da embaixada não vem ninguém até nós. Não vi, nem uma vez, nenhum representante de nosso país, apesar de ser cidadão da Rússia. Não sei o que agora acontece, e no que vai resultar. Mas, espero, que tudo termine bem. Voltarei aos meus pais, e minha mulher", - disse Erofeev.
O Ministério da Defesa da FR declarou, que os militares detidos no Donbas, são ex-militares.

OTAN: "Rússia pretende desenvolver, na Criméia, o sistema para ogivas nucleares. Isto foi declarado pelo principal comandante das Forças Armadas da OTAN na Europa, general Philipe Bridlav.

"O relatório na imprensa sobre a instalação na Criméia, e possível uso de armas nucleares, nós consideramos irresponsável. Nós ainda não vimos quaisquer alterações diretas, mas isso não significa, que elas não podem acontecer. Não nós esqueçamos de que a maioria de sistemas portadores de armas nucleares, usadas pela  Rússia, tem dupla aplicação: para as armas convencionais e para as nucleares.
Segundo suas palavras, a OTAN não tem nenhum conhecimento sobre a possível colocação de sistemas de defesa antimísseis na Ukraina.
No dia anterior, o secretário do Conselho de Defesa e Segurança da Ukraina Oleksandr Turchenov, não excluiu que Ukraina vai iniciar consultas sobre colocação de componentes de defesa de antimísseis no seu território.


Lubkivskyi, assessor do Presidente e do SBU: os detidos na Ukraina, militares russos, depois de falar
com os jornalistas mudam a sua posição.

" É claro, que com tanta publicidade e o fato de comunicação com jornalistas, eles receberam mais informação e mudaram sua posição. Assim, as  palavras que foram ditas hoje, em entrevista a Savik Shuster, diferem seriamente das declarações iniciais. Eles começam, como caracóis, esconder-se em si mesmos".
No entanto, segundo Lubkivskyi, eles tem direito aos encontros com advogados e diplomatas, e receberão da Ukraina toda a assistência médica e jurídica necessária. (Os soldados-prisioneiros ukrainianos na Rússia, frequentemente são espancados, ou aleijados, como o soldado que teve o braço decepado por causa da tatuagem com símbolo patriótico, ou mortos. O governo russo, a partir do exemplo de agora, não vai recomendar um tratamento melhor para os ukrainianos. É claro que pessoas como estes dois russos, que parecem nada saber do relacionamento cruel com os soldados ukrainianos e com Ukraina em geral por parte do governo russo, não devem pagar pelas arbitrariedades do governo russo - mas o tratamento que recebem parece ser bom demais -  OK).
No entanto, Yuri Tandyt, do Centro de libertação de prisioneiros junto ao SBU, declarou que eles não estão incluídos para troca de prisioneiros segundo o Acordo de Minsk.

Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 23.05.2015

O dia na zona ATO: Os terroristas disparam em todas as direções.
Na direção de Donetsk, os criminosos disparam do complexo de mísseis anti-tanques contra Granitne, e com armas de pequeno calibre, por várias vezes dispararam contra Novotroitske. Lançadores de granadas e armas de pequeno calibre também foram utilizadas em Piskakh e Novotroitske.
Na direção de Artemivsk, de artilharia, morteiros, lança-granadas e pequenas armas de fogo, os bandidos fizeram fogo sobre Rozsadka e Kirov. Na direção de Mariupol, depois de um período de calma, os militantes atiraram com armas de pequeno calibre e granadas  sobre Chermalyk e Shyrokene.
Entre 9 e 10 horas, na região de Krymske, em Luhansk, houve colisão das Forças Armadas da Ukraina com grupo de sabotagem e reconhecimento do exército russo-terrorista. O inimigo recuou.- declarou o centro de imprensa da ATO.

Em Kyiv tentaram queimar o escritório-depósito dos voluntários. Pela janela jogaram uma garrafa com mistura incendiária. Não conseguiram porque no interior os voluntários preparavam uma carga com medicamentos caros para envio à zona de guerra e, em poucos minutos compareceu o Serviço de Emergência. (A praga pró-Rússia está espalhada pela Ukraina inteira - OK).

Rádio Svoboda(Rádio Liberdade), 23.05.2015

Em Zhytomyr, amigos e família reuniram-se para receber o liberto do cativeiro "cyborg" Oleg Kuzmin, que lutou na proteção do aeroporto de Donetsk.
O comandante do 90º Batalhão da 81º Brigada Aerotransportada Oleg Kuzmin, após 4 meses de cativeiro voltou para casa.
A vizinha de Oleg, Oksana Vysotsky disse que, juntamente com a família rezava por ele, para que voltasse para casa vivo e saudável.
Sobre a guerra e cativeiro ele não falou, apenas disse que depois de um breve descanso, voltará para a frente.






Tradução: O. Kowaltschuk

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Setenta anos de solidão
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 07.05.2015
Michael Dubynyanskyi


Os anos 2014 - 2015 nos deram um maravilhoso paradoxo histórico. 
Quanto mais próxima a septuagésima vitória sobre Hitler, e quanto mais fantástico o culto da vitória na vizinha Rússia, mais entusiasticamente a comparam com a Alemanha nazista, e o presidente Putin - com o endemoninhado führer.

Os paralelos são realmente verdadeiros - em todo caso, na política externa. Aqui você tem o "Anschluss"(Política de ocupação da Áustria pela Alemanha, conduzida pelo imperialismo alemão após a 1ª Guerra Mundial - OK) austríaco e a anexação dos Sudetos, e demonstrativos referendos, e filmes propagandistas sobre o retorno de terras ancestrais de origem alemã. Bem como as linhas de Remarque dedicadas à imprensa nazista, parecem muito atuais: "Os principais jornais eram terríveis - mentirosos, sanguinários, arrogantes. O mundo inteiro além da Alemanha representava-se degenerativo, estúpido, burro, traiçoeiro. Parecia, que ao mundo nada mais restava, que ser conquistado pela Alemanha".

Será que isto é suficiente, para considerar Vladimir Vladimirovych como Hitler em nossos dias? Mas analogias históricas - coisa enganosa, embora atraente. E antes de colocar a Rússia de Putin em pé de igualdade com o Terceiro Reich, é necessário considerar um fato importante.

Em 1930 - 1940, Adolf Hitler foi o principal, mas não único conquistador revanchista. O sistema de Versailles não satisfazia a muitos, e cada um tinha seu próprio "Krymnash" (A Criméia é nossa - OK). - Por exemplo, a Itália fascista considerava "nossa" toda a bacia Mediterrânea (simplesmente - "mare nostrum"), apoderava-se da Abissínia, anexava Albânia e invadiu a Grécia.

O militarizado Japão ainda antes da chegada de Hitler ao poder mandava pessoas polidas à Mandchúria e Xangai, mas depois disparou com toda a gravidade. A União Soviética dividia com os nazistas a Polônia, aterrorizava Finlândia, anexou os Estados Bálticos, anexava Bessarábia e Bucovina. Os satélites hitleristas contentavam-se com migalhas da mesa senhorial: Romênia ocupou as terras entre o Dniester e Bug, Hungria - Transcarphatia e Vojvodina, Bulgária - norte da Grécia e Macedônia.

Mesmo os pobres poloneses, que caíram vítimas do agressor, um pouco antes participaram da divisão da Checoslováquia e recuperaram a região de Ciezyn. A absorção de território estrangeiro não era considerada flagrante - cada um acreditava sinceramente que apenas restabelecia a justiça histórica.
Em outras palavras, Adolf Hitler era um produto típico de sua época - o mais cruel dos incontáveis grandes e pequenos rapinantes, o mais violento paciente na enfermaria mundial Nº 6.

Ao contrário, Vladimir Vladimirovich - único em sua geração. Ele permanece em orgulhoso isolamento. 
Ninguém apoiou sua aventura ukrainiana, ninguém planeja reconhecer a anexação da Criméia. Da política externa da Federação Russa prudentemente distancia-se até Lukashenko (Bielorrússia) com Nazarbayev (Cazaquistão). Potenciais "aliados", que a diplomacia russa procura no mundo todo, no melhor dos casos observam neutralidade. Porque atualmente, nenhum jogador sério, exceto Moscou, não está interessado na destruição da ordem estabelecida. Se comparamos Putin com Hitler, então, diante de nós o Fürer, que passou 70 anos em anabiose e após acordar descobriu, que com a paz acontece algo errado.

Trabalhar decididamente não há com quem. Próximo não se avista nem o vetusto Benito, nem Stalin com Molotov, nem belicosos japoneses, nem mesmo o empobrecido Antonescu, que sonha com uma grande Romênia. Além disso, até agora não se conseguiu encontrar os verdadeiros Chamberlan e Daladier, que reconheceriam oficialmente, que o Tribunal... oh, Criméia - nossa. Ninguém percebe, como é magnífico redesenhar o mapa político da Europa e anexar terras estrangeiras. Uma anexação ordinária provoca nos lideres estrangeiros uma resposta.

Que diabos aconteceu com a política mundial?

Mas aconteceu o seguinte. Durante os 70 anos, desde o fim da Segunda Guerra Mundial, a humanidade deu um grande passo para frente. Ela aprendeu nos próprios erros e evoluiu. Ela tornou-se mais sábia e mais humana. 

As pessoas civilizadas convenceram-se, que anexar territórios alheios - é perigoso e prejudicial. Cuspir no direito internacional - é sem perspectivas. Unir-se ao agressor na esperança de lucrar com sua presa - é estúpido. Valorizar a força bruta, mas não a previsibilidade e a capacidade de acordos - irracional.

O mundo aprendeu e mudou, mas Rússia - infelizmente, não. Ela encalhou nos anos quarenta do século passado, na era do tio Adolf e beligerantes avôs. Setenta anos se passaram em vão para a sociedade russa: ao contrário de outros participantes da guerra, nosso vizinho extraiu da máquina de moer carne de 1939 - 1945 não aquelas lições. O mais demente fragmento do século vinte tornou-se o período mais belo, mais virtuoso, mais nobre.

O culto semi-religioso da Grande Vitória construído, de modo algum na tristeza, mágoa, mas na admiração pela antiga glória. Daqui o tilintar de armas enferrujadas, prontidão para ignorar a realidade atual e o mal para a comunidade mundial viver segundo as leis de 1940.

A Rússia atual não é perigosa com tanques e "Grad", mas seu singular arcaísmo, seu desejo de voltar o mundo ao passado. Ela lembra o Neanderthal com um porrete, que adentrou à moderna metrópole e ataca o moderno despreocupado.

Mas o que o pobre rapaz moderno, confrontado com a ameaça, poderá fazer? Como vencer o recém-chegado da escuridão dos séculos? Pode-se zombar de seu atraso e exibir seu próprio avanço, mas na luta com Neanderthal iPone e ipad não ajudarão. Para repelir a visita inesperada, não convidada, precisará descartar o brilho civilizatório, pegar em mãos algo pesado e lutar com o agressivo gigante. E, no meio da luta parecerá, que entre os que lutam não há nenhuma diferença. Mas a diferença existe: no caso da vitória do homem moderno, ele poderá voltar para o seu iPone e ipad. Mas, se vencer o Neanderthal, não haverá nada ao redor, além de querida ao seu lado Idade da Pedra.

Algo semelhante ocorre na sociedade ukrainiana. Infelizmente, os queridos russos já obrigaram Ukraina a jogar pelas suas regras. Junto com Rússia, nós mergulhamos no passado distante.

Eles nos chamam "fascistas" - nós comparamos o seu presidente com Hitler.

Eles acenam com as fitas de St. George - nós consideramos o conflito russo-ukrainiano como Guerra Patriótica.

Eles retiram da venda soldadinhos com uniforme alemão - nós proibimos os símbolos comunistas.

Assim Ukraina realmente vive no paradigma soviético de 1940: "Tudo para frente, tudo para vitória!"
"Não daremos ao inimigo nem uma polegada de terra natal!", "Nossa causa é justa, nós venceremos!"

Mas, se a pressão do Kremlin conseguirmos repelir, nós temos chance voltar para o século XXI. Mas, se prevalecer o vizinho do norte, então retorno não haverá. Porque  na Rússia realmente gostam viver no passado. Porque nos anos quarenta era legal.

Porque os avôs lutaram e durante os 70 anos, seus descendentes não aprenderam nada diferente.

Tradução: O. Kowaltschuk