Tyzhden. ua (Semana Ukrainiana), 26.01.2015
Jaroslav Tymchenko
Nossa mídia continua retratando adversários das Forças Armadas da Ukraina como gangues de terroristas bandidos, para nada capazes sem voluntários russos, forças especializadas chechenas e exército regular da FR. Esta visão distorcida do inimigo leva à sua subestimação e arrogância, o que é um dos fatores da derrota.
Nos territórios auto proclamados "DNR" e, especialmente "FSC" já há muito tempo não há grupos anarquistas armados do lixo local. As "repúblicas" tiveram tempo e protetores, para organizar, vestir e equipar seus próprios exércitos. É claro que, entre os separatistas locais há muitos russos, e na retaguarda em Zuhres, próximo da fronteira está a força especial chechena. O recente "sequestro" do líder da "DNR" Gubareyv pelos chechenos e depois seu "feliz" retorno mostrou claramente, que os Kadyrivtsi (de Kadyrov) desempenham a função cerco aos destacamentos. Fugir para Rússia eles não permitem a ninguém, especialmente aos iguais a esta figura.
Para muitos moradores dos territórios controlados das auto-proclamadas "DNR" e "FSC", o referendo sobre independência tornou-se "despedida da Ukraina". Nossos políticos, e depois os exércitos, devido a intervenção da Rússia não conseguiram inverter a situação, o que deu possibilidades às forças anti-ukrainianas, durante o verão, organizar-se bem. Quando em setembro começou a trégua, os destacamentos da "milícia popular de Donbass" ("DNR") e o "exército do Sudeste" ("FSC") começaram reorganizar-se em "forças armadas da Nova Rússia".
Um dos principais argumentos da existência de qualquer exército é seu próprio uniforme com insígnias. Ainda em junho de 2014, em Moscou os especialistas em uniformes começaram elaborar as fardas para os combatentes das "repúblicas", Os projetos eram muito semelhantes às fardas russas. Costurar uniformes deviam na Criméia, e já então tratava-se de 15 a 40 mil kits.
Obviamente, dinheiro para tal quantidade, não encontraram. Provavelmente na Rússia, decidiram que seria melhor dar, às forças da Nova Rússia, o velho uniforme da FR de 1998, que a alguns anos atrás aboliram, e do qual havia muitos nos armazéns. Desde então os soldados das auto proclamadas "FSC" e "DNR", na maioria das fotos e vídeos aparecem em camuflagens russas "Flora" ou "Gorka", que agora já foram modificadas pela nova "Cifra russa".
Situação parecida aconteceu com as insígnias. Várias ordens e medalhas com cruzes de St. George e águias com duas cabeças estamparam os "não indiferentes" colecionadores moscovitas. As bandeiras, que os líderes da "FSC" davam aos seus combatentes, no final de 2014, eram terrivelmente parecidas às "realizações criativas da chamada Academia russa de simbologia "Mars" em Moscou. Apenas as insígnias em "FSC" e "DNR" continuaram soviéticas - estrelinhas nas dragonas, fivelas dos cintos, botões, emblemas, russo-bolcheviques cocardas nos gorros. Portanto, externamente as "forças armadas da Nova Rússia - réplica fiel dos exércitos russos, tais quais eles eram durante as campanhas na Chêchenia e Georgia. Mas as estrelinhas nas dragonas e sistema de títulos, como nas Forças Armadas da Ukraina... E alguém depois disso, no Ministério da Defesa da Ukraina ainda vai falar sobre algum tipo de tradições soviéticas?
É claro que as forças armadas não podem existir sem uma composição de comando. Os separatistas possuem suficiente oficiais e até generais. São oficiais-nativos de Donetsk e Luhansk, que serviram nas Forças Armadas da Ukraina. Dizem, que entre eles há muitos de nossos antigos ex-coronéis e tenentes-coronéis, que trabalhavam no Ministério da Defesa da Ukraina. No Estado-Maior ocupavam cargos de responsabilidade. Não há falta, também, de profissionais oficiais russos, e até mesmo generais de reserva.
A presença do esqueleto composto por oficiais das "forças armadas da Nova Rússia" tornou-se particularmente visível no final de 2014. O ponto culminante da luta entre os oficiais de carreira e líderes da guerrilha foi a eliminação, segundo ordem de Plotnytskyi, do mal-afamado grupo subversivo "Bietmen" da auto-proclamada "FSC" Alexander Biednov em 01.01.2015. O exemplar fuzilamento, com seus seis cúmplices tornou-se uma lição para outros comandantes guerrilheiros da auto-proclamada "FSC", que desde então devem submeter-se à disciplina militar, ou deixar a "república".
O interessante é que, o assassinato do líder "Bietmen" mostrou também que os grupos armados da "FSC" e "DNR" têm, entre si, muitas diferenças. Os militantes, em desacordo com a política de Plotnytskyi, fugiram para o território ocupado pela "DNR" - aos grupos de Givi e Motorola.
Hoje, na auto-proclamada "FSC" tem o assim chamado corpo "milícia das forças armadas da Nova Rússia". Compõe-se de quatro brigadas numeradas: brigada de artilharia, de indicação especial Odessa, regimento do comandante e regimento "kazachi".
Cada brigada tem alguns batalhões: infantaria mecanizada, de tanques e de reconhecimento. À composição do chamado corpo da "FSC", juntaram-se os batalhões "Zarya" (que foi criado e liderado por Plotnytskyi), "Leshyi", "Bietman", "URSS", "Em nome de St. George", "Vytiaz", "Mujahid", "KGB Odessa", "August", "2º single Don", "3º Exército Stanychno Luhansk" e outros com diferentes nomes exóticos.
No final de 2014, início de 2015, o assim chamado corpo da "milícia popular da "FSC" ativamente realizava exercícios militares envolvendo tanques e tiros. As reportagens com tanques sobre estes exercícios apareceram por várias vezes nos canais de TV russos e ukrainianos e mostravam muito claramente as intenções dos separatistas de, em breve, passar para a ofensiva.
O sucesso da eminente organização, as "forças armadas da Nova Rússia", no território da "FSC", explica-se com o fato de que, a liderança desta "república" separatista, desde os primeiros dias de sua existência centrava-se na completa integração à composição da FR. É por isto que a ajuda militar da Rússia era mais gritante lá, não na "DNR". Já em junho, em Luhansk foram fixadas as primeiras tropas russas. E, quando surgiu conflito entre partidários da "FSC" e os líderes cossacos do Don, de sua regulação participou Rússia oficial moderando os apetites do chefe separatista Kuzitsyen e outros personagens semelhantes.
Quanto à composição da "milícia popular da "FSC", na maioria compunha-se de voluntários locais. Primeiro, eles sentem apoio real da Rússia, e por isso não temem que o governo ukrainiano voltará e os levará à responsabilidade criminal. Segundo, há rumores que nessas "forças armadas pagam US $ 350 por mês, e aos oficiais US $ 500, o que, para região, onde domina o desemprego total, é um salário muito alto.
Aproximadamente a mesma remuneração da "milícia popular de Donbass" - em Donetsk, das "forças armadas da Nova Rússia". Mas, ao contrário de Luhansk, entre os separatistas da "DNR" ainda vigora a velha organização "guerrilheira". A disciplina não se baseia nos regulamentos e costumes militares, mas na autoridade pessoal dos comandantes. O autor destas linhas, periodicamente comunica-se com os habitantes de Donetsk, que residem próximo do recrutamento da cidade. Eles declaram, que lá vem, diariamente, até 40 voluntários. São pessoas de diferentes idades - jovens de 18 anos, até pensionistas.
O líder militar da "DNR" Alexander Zakharchenko ainda em setembro se opôs contra a união dos destacamentos em "forças armadas da Nova Rússia". Isto foi um dos motivos principais de seu conflito com o comandante de Horlivka, Bezler, que foi afastado do comando. O arcabouço de várias formações da "DNR" formam radicais adversários do atual governo ukrainiano no Donbass, também Kharkiv, Zaporizhia, Odessa, outras províncias. Categoria a parte são os desertores das Forças Armadas da Ukraina, ex-trabalhadores da aplicação da lei, ex-policiais, outros.
Dado o grande número de voluntários, que vem do território controlado pelas autoridades ukrainianas, os líderes militares da "DNR" declaram repetidamente sobre intenção de campanhas "punitivas" a Kyiv - contra a "junta" fascista. Os ataques em Kharkiv, Zaporizhia e Odessa, que ocorreram nos últimos meses, testemunham massiva penetração de grupos subversivos.
O total das "forças armadas da Nova Rússia é totalmente desconhecida. Mas, obviamente, não é inferior a 10 mil. Sua tarefa mínima - alinhar a linha do "front", apossando--e da região do aeroporto "Donetsk", Debaltseve, Stanytsia Luhanska e Trohizbenky. Tarefa máxima: conquistar aqueles territórios de Donetsk e Luhansk, nos quais realizou-se o referendo sobre independência das auto-proclamadas "DNR" e "FSC". Além dos planos políticos, estes planos têm aspecto econômico importante. Sob controle ukrainiano ficaram áreas agrícolas de Donetsk e Luhansk, que poderiam garantir, completamente, as populações das grandes cidades. A conquista de Mariupol e Severodonetsk reforçaria o potencial industrial das "repúblicas" separatistas, e Artemivsk, com seus grandes depósitos de armas - daria a possibilidade de gerenciar, adequadamente, o arsenal. Tarefa global - deslocar-se até Transnistria e reanimar o projeto de Nova Rússia.
Claro, Ukraina confrontou-se com a agressão da Rússia, a qual, de todos os modos, apoia as "repúblicas" separatistas. Mas os combates com o exército ukrainiano, na região do aeroporto de Donetsk conduzem, geralmente, vestidos com uniformes russos, nossos ex-cidadãos. E, para que esta guerra termine logo, nós, para início, devemos reconhecer este fato.
Tradução: O. Kowaltschuk
Não se percebe para que razão o tradutor traduz Ukraina e ukrainiano se em português é Ucrânia e ucraniano; aceitar que os terroristas não são terroristas é legitima-los; Tynchenko faz isso provavelmente por dinheiro; mesmo assim ele se contradiz, pois admite abertamente que fardamentos, armas, apoio logístico, equipamentos da guerra provêm da Rússia. Como se sabe, estes dias uma cidadã russa foi presa e acusada de traição à pátria por avisar a embaixada da Ucrânia em Moscovo sobre o envio das tropas russas à Ucrânia, o telefonema se deu em abril de 2014...
ResponderExcluirDesculpe não ter respondido anteriormente. Como sou novata no assunto, não tinha visto seu comentário.
ExcluirEu traduzo "Ukraina" e "ukrainiano" porque o nome correto é Ukraina, e não Ucrânia.
Obrigada pela atenção,
Oksana.
Já noticiei seu blog para o Facebook do único jornal amazonense que se interessa pela situação da Ucrânia. Amazonas Em Tempo. Cada vez que eles publicarem sobre esse grande país eu publicarei Notícias da Ucrânia 2 na fanpage dele. Parabéns pela sua luta em mostrar a verdade!
ResponderExcluirSr. Paulo Carneiro, desculpe a demora para responder seu comentário, mas sou iniciante na internet e não o tinha visto. Muito obrigada pela divulgação do blog, porque as notícias sobre a Ukraina por aqui não são muitas.
ExcluirÉ bom o brasileiro tomar conhecimento sobre os governos totalitários comunistas. Muito obrigada.
Oksana.