segunda-feira, 21 de julho de 2014

 Voluntários para todas as necessidades. Como os ativistas ajudam aos hospitais.
Ukrainska Pravda Zhytia (Verdade Ukrainiana Vida), 14.07.2014
Halyna Tetesh

"Ex-voluntários não existem" - frase frequentemente repetida pelos ativistas que "tapam buracos" nos serviços médicos, militares, escritórios dos condomínios residenciais. Após o final do Maidan os voluntários não se dispersaram para cuidar de assuntos próprios, mas ampliaram o campo de atividade e se organizaram em estruturas distintas.

Os heróis deste artigo são muito modestos. Eles não gostam perder tempo com jornalistas e pedem não citar seus nomes. Não porque eles temem por suas vidas - suas tarefas diárias não consideram como heroísmo e nem mesmo como algo extraordinário. Eles - "gotinha" no oceano do grande e vigoroso movimento voluntário, descritos na história abaixo - umas das muitas, com as quais pode-se sentir orgulho.

Esquadrão do bem

"Se tivéssemos tal coordenação em 18 e 20 de fevereiro, socorrer nossos feridos do Maidan seria muito mais fácil", - diz Olena. Em sua vida pacífica ela  - trabalha com marketing, mas nos últimos meses Olena não ganha absolutamente nada, apenas gasta - tempo e forças na ajuda aos feridos na região da ATO (Ação Antiterrorista) e no Maidan.

Juntamente com outros voluntários a moça recolhe e envia remédios, conecta pacientes e profissionais, responde a dezenas de chamadas, e faz tudo isso não de sua casa - mas de um verdadeiro estado maior, com o qual se tornou um pequeno porão no 17º hospial de Kyiv.

A esta instituição, duranteos tiroteios na rua Instytutska, os habitantes de Kyiv, durante dia e noite, traziam medicamentos, os voluntários os classificavam e assinavam - "Maidan". Em qualquer caso, para os medicamentos pudessem ser entendidos, como já comprados pelo dinheiro dos filantropos.

"Em fevereiro, frequentemente acontecia, que precisava procurar nas farmácias certos medicamentos que não havia. Ao mesmo tempo podia haver até 10 peças em outras. Agora, nós sabemos, aonde e com quem procurar em caso de necessidade," - explica a garota as características da coordenação atual.

Em todoos os hospitais, onde anteriormente havia muitos feridos e, portanto, depósitos peculiares de medicamentos, agora existem as equipes de coordenação: no hospital de emergência, nos hospitais, no centro de queimados nº3 e 18, e outros.

"Eis todos os contatos dos coordenadores-voluntários, se alguém esquecer", - indica a impressão na parede a voluntária Irena. Seu fiho, com ferimentos graves no inverno, no Maidan, precisou ir para mesa de cirurgia. Depois ele foi transferido para tratamento em Wroclaw (Polônia), e Irena tornou-se voluntária e usa todo o seu tempo livre para ajudar os outros, apesar de combinar com sua prática jurídica. 
"Eu não posso não trabalhar. Acabei de ganhar uma questão no tribunal e vim para o nosso "estado maior," - diz Olena.

Voluntária Irena mostra os medicamentos que sobraram depois do Maidan.
Os medicamentos, que os habitantes de Kyiv trouxeram ao hospital, estão rotulados.

Através da página "Centenas de Voluntários" os ativistas com ajuda das organizações cidadãs reunem os fundos necessários para remédios, encontram os preparados, enviam os feridos para tratamento no exterior (casos mais graves, especializados), coordenam as compras de equipamentos caros e abastecimento de alimentos - "Esquadrões do bem" fornecem aos hospitais nutritivoso e bem preparados pratos quentes e abastecem com produtos alimentícios todos os pontos de assentamento compacto dos refugiados. E, não somente com a comida - voluntários trazem medicamentos, se necessário.

O turbilhão de máquinas com medicamentos atinge os pontos, onde a ajuda é mais necessária - hospitais militares e outros em que há mais procura durante a ocupação durante as Ato.

Assim, de Kyiv a Izium 1 - 2 vezes na semana vai um veículo carregado com medicamentos e equipamentos, recolhidos pelos voluntários da Capital.

Aqui estiveram os voluntários.

Desde o final de abril a vida no distrito do hospital de Izium tornou-se insolitamente dinâmica. Para cá traziam os feridos de Sloviansk e das próximas a ele cidades. O primeiro socorro era dado no hospital militar, depois traziam para Izium. Durante o tempo todo passaram 150 feridos e mais de 200 soldados doentes (Na zona da Ato aconteciam pneumonias e apendicites).

O chefe do departamento cirúrgico Anatoli Kovalenko gracejava, que os médicos achavam falta do ritmo calmo do trabalho, algo como "cortar apendicite ou hérnia". Enquanto nós conversávamos, ao médico dirigiram-se perguntas: "Eu posso saber sobre o meu soldado, sua condição e aonde ele está?", Podemos enviar alguém a Kharkiv?"

Anatoli Kovalenko na operacional

Embora o ritmo de seu trabalho não é comparável com o análogo de meses atrás: em 5 de maio aqui simultaneamente tratavam 18 militares que caíram numa emboscada. Depois, regularmente vinham para cá os feridos da zona da ATO. "Nos ligava um militar e dizia: dentro de 20 minutos vão lhe entregar uma vítima com ferimento penetrante, "carga 300", e dois graves, necessário um neurocirurgião," - conta Anatoli o mecanismo do trabalho com autoridades militares.

Seu departamento cirúrgico agora parece até mais completo e melhor que o hospial metropolitano - limpos e brilhantes ladrilhos novos, equipamentos modernos.
Novos equipamentos. Quando não estão em uso são cobertos - para servir por mais tempo.
No hospital começaram a investir depois da morte de Kushnariov - que lutou por sua vida exatamente aqui, e os politicos começaram a pensar que nos hospitais regionais não há equipamentos necessários; algo deixaram aqui também os voluntários.

"Ah, eu quero trabalhar aqui", - ri o cirurgião metropolitano Oleksandr Linchevskyi do hospital 17 de Kyiv. Ele, em Izium não é novato. Primeiro como assistente, depois como consultor - em seu hospital, a partir de inverno, ele tem experiência como agir nas condições quando trazem feridos a cada dois minutos. Operavam até nos corredores.

Depois dos primeiros feridos em Izium Oleksandr levou para lá a primeira ajuda humanitária, rcolhida pelos voluntários. Em seguida o "grupo de Kyiv" ocupava-se com fornecimento regular de medicamentos: a presença no hospital de Izium do aparelho de solda, de tecidos vivos, é da produção do Instituto Paton, fornecido gratuitamente. Aparelhos rspiratórios, cardiomonitor, fixadores externos para fraturas de ossos longos - tudo é rsultado da atividade voluntária.
Em primeiro plano - aparelho de solda de tecidos vivos. Oleksandr Linchevskyi em um pedaço de carne que segura nas mãos, mostrará aos médicos, como age o aparelho.

Além do "grupo de Kyiv", no hospital de Izium trabalhava um voluntário anônimo de Donetsk, que enviava o necessário pelo "Novo correio", e "grupo de Kharkiv" - uma poderosa união de voluntários que cobre na região todas as principais áreas de trabalho - refugiados, feridos, militares.

Ajuda do Exército e não somente.

"Eu ainda me alegro com congestionamentos, quando na cidade não há - sinto arrepios. (No tempo do ex-presidente Yanukovych, para seu cortejo, fechavam o movimento nas ruas um bom tempo antes, para que "Sua Majestade" não se expusesse a nenhum contratempo. As pessoas reclamavam muito). Em 02 de maio podia ser alcançada qualquer parte da cidade", - conta Victoria Milutin do voluntariado comunitário  "Help Army".
A grande maioria de seus membros - ativos jovens que optaram por uma certa especialização: refugiados, abstecimento de medicamentos, militares. Juntas já deram auxílio no valor de 3 milhões de hryvnias.

"Acontecia até, que nos ataques aos postos de controle, lá não sobrava nada - separatistas levavam até as colheres. Antes de escurecer precisava encontrar tudo o necessário - e nossas meninas conseguiam. Ao Help Army ligam até quando o BTR (carro soviético blindado) necessita substituição imediata da roda"  - lembra Victória.
Ela própria é médica por formação, e diretora do Centro de Diagnóstico, então, no voluntariado ocupa-se com medicina. Victória é constantemente interrompida, o telefone toca. 

Seu ativo desempenho Victória com amigas iniciaram na Clínica Militar de Kharkiv Centro Norte. Nos planos mais de 20 hospitais regionaisi que ainda não contam com voluntários. O apoio é necessárioo, o que pode ser visto claramente no hospital de Starobilsk. Quando houve combates perto de Shchastia (Щастя - A palavra significa "sorte" em ukrainiano), neste hospital trouxeram 30 militares feridos. Os voluntários, então, possuíam apenas medicamentos.

"Nossa máquina de Raios X - quebrou. Provavelmente mais velha que eu, não tem conserto. Agora trabalhamos com a máquina dental... diz o principal cirurgião Viktor Verhynov.
Aqui há a extrema necessidade de instrumentos, kits cirúrgicos, até álcool. E há outros hospitais assim".

Agora no hospital não há militares feridos. Os doentes não rcebem ajuda dos voluntários. Victóriia quer tomar este hospial sob sua asa. "É preciso ajudar o país, ele sozinho não conseguirá. O elefante é melhor comê-lo por partes. Ajudamos o hospital de Izium, agora queremos ajudar Starobilsk. Em seguida, abordaremos o próximo.

Erro do sistema.

A voluntária Olena de Kyiv, na conversa sobre a participação do Estado na ajuda aos doentes imediatamente fica braba - ela não a vê em nenhum lugar. A voluntária Irena diz que no linguajar jurídico, o trabalho voluntário pode ser chamado "dupla tributação".
"De nossos salários pagamos impostos, com os quais mantemos um exército de funcionários a ninguém necessários, que devem ser demitidos. Depois pagamos novamente do nosso bolso, abastcendo o exército completamente com tudo", - diz Irena. - Os doentes ainda podem ir na farmácia comprar uma seringa ou um curativo, mas um monitor cardíaco eles não comprarão".

Nós tivemos um ferido com dois tiros de pistola na barriga. Ele precisava de lavagem nos órgãos internos. O homem foi levado para Alemanha apenas porque lá há um dispositivo que faz isto de forma permanente, não é um procedimento extraordinário. Aqui lhe fizeram 5 cirurgias, quase curaram, se houvesse aqui tal aparelho, não precisaria mandá-lo ao exterior", - diz Olena.

De qualquer forma, a moça aconselha a auto-organização. Pois o paciente - leia: país - ainda precisa de ajuda. Através dos órgãos de fiscalização não interessados nos lucros das pessoas pode-se comprar os equipamentos para hospitais e monitorar a presença de remédios neles.

E, que os voluntários podem tudo, foi provado dezenas de vezes. Ao contrário das estruturas governamentais seu trabalhoo é transparente e público. As estruturas governamentais depois da guerra precisarão aprender com esta experiência. Os voluntários estão dispostos a ajudar.

Tradução: O. Kowaltschuk

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