segunda-feira, 14 de julho de 2014

Calos não fizeram, mas vivem "de graça"...
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 11.07.2014
Ivan Farion

Quando o país precisa urgentemente de enormes somas para defesa, reformas econômicas, programas sociais, quando cada centavo - vale o seu peso em ouro, o governo ukrainiano continua jogando grandes quantias do orçamento para manutenção de funcionários, inclusive de  ex-funcionários.

Apesar das declarações pós-Maidan sobre a liquidação das casas de campo da elite, próximo a Kyiv, onde vivem 250 "vip" famílias, do caixa do Tesouro do Estado gastam 38 milhões de hryvnias(!). Quantas armaduras poderiam ser adquiridos por este valor! A manutenção mensal de um funcionário em Koncha-Zaspa custa aos contribuintes 11,5 mil hryvnias, em Pushcha Vodytsia - 23,4 mil hryvnias.

Para os nobres fizeram tudo, para que eles depois do "trabalho dos justos" não enfrentassem nenhum problema, do tipo que são dos problemas enfrentados diariamente, pelos simples mortais. As aldeias das residências estatais são cercadas com metal, de 5 metros de altura, cujas entradas são guardadas por guardas armados, como as instalações militares, e com vigilância por vídeo. Pela ordem das "casinhas" onde reside a "nata da sociedade", e nos territórios adjacentes  assistem as empregadas domésticas, construtores, encanadores, eletricistas, jardineiros. Também graciosamente é atendida a elite pelos médicos, cozinheiros, paisagistas. Até mesmo flores raras são plantadas pelo dinheiro do orçamento estatal...

O ar infuso de aromas dos pinheiros inalam os ex-presidentes Kuchma e Kravchuk, Yushchenko mudou-se recentemente, os antigos primeiros-ministros Massol, Fokin, Marchuk, Pustoveitenko, Kinahk, Yekhanurov, os ex-presidentes do Parlamento Moroz, Lytvyn, ex-chefe do GPU Potebenko, ex-presidente do Banco Nacional Stelmakh, o antigo e o atual presidente da Comissão Central Eleitoral Shapoval e Okhendovskyi, ex-ministros da Cultura Bilozir e Kulynhiak, ex-prefeito de Mukachevo, Petiovka, "ex-combatente das injustiças" Karmazin, ex-presidente do Ministério da Defesa Heletei...

Nos asseados palacetes vivem com suas famílias às custas do orçamento estatal absolutamente não pobres senhores-camaradas Symonenko, Martyniuk, Rybak, Blysniuk, Bohateriova, Shufrech, Tabachnyk, Papiev, Lavrenovych, como também inteiros "pelotões" de juízes do Tribunal Constitucional, da Suprema Corte e dos Tribunais Especializados. Alguns apartamentos com todas as comodidades foram destinados ao antigo presidente do governo Azarov, do ex-procurador geral Pshonka  seu "vice" Kuzmin.

E, como se fosse pouco que o Estado disponibilizou a estas pessoas belas residências, ainda lhes paga pelos serviços comunais. Apesar do fato de que os pagamentos mensais dessas pessoas, no mínimo são de 15 mil hreyvnias, ainda recebem benefícios significativos. Os ex-presidentes não pagam nenhum tostão pela água, gás e luz. Os líderes do Parlamento tem um desconto de 50%, o restante de 30%.

O Gabinete de Ministros começou vender os automóveis do governo. O ganho é pequeno. Se o Arsenii Petrovych (Primeiro-ministro) ordenasse a venda dos palacetes de Koncha-Zaspa e Pushcha Vodytsia o orçamento seria enriquecido com entradas sólidas. Precisa apenas parar de financiar graciosamente a vida dos altos funcionários públicos.
(Isto nada mais é que a "igualdade" herdada dos tempos soviéticos. Era esta a situação na União Soviética, apesar de fazer crer ao mundo que todos eram iguais. - OK) 

Mil chechenos estão prontos para defender a Ukraina dos "verdugos de Putin",
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 13.07.2014

Sobre esta decisão escreve a carta publicada no "Informater".


"Irmãos e irmãs da Ukraina, que luta! Os chechenos entendem a sua dor, como ninguém outro. Em toda a Europa espalha-se o movimento de voluntários para proteger Ukraina: já são mais de mil homens - antigos ex-combatentes  da "Resistência Chechena" prontos para partida, esperando apenas o sinal do seu governo", - diz a carta.
O documento pede, com persuasão, para não permitir ofensas ao povo checheno: "Não esqueçam, que os apóstatas - não são necessariamente todos os barbudos da Chechênia - matavam seu próprio povo, servindo diante de seu Fuhrer. Estes são verdugos, amaldiçoados pela nação chechena para sempre. Não chamem estes zumbis de chechenos: são "chornossotentsi"(¹) de Putin - seu nome.

Os autores sublinham, que Chechênia durante quinze anos, praticamente sozinha, resistiu à armada russa, e, graças a isso a nações da antiga União Soviética conseguiram consolidar sua soberania.
"A verdade, que se abriu ao mundo agora - que o calcanhar de Aquiles do chauvinismo imperial russo encontra-se precisamente na Chechênia. Ukrainianos! Juntos nós venceremos a nossa desgraça comum - sangrento império do Kremlin! Liberdade para Chechênia! Tirem as mãos da Ukraina!" - diz a carta.

(1) "Chornossotentsi" - membros de organização ultradireitista na Rússia em 1905 - 1917, que defendiam o monarquismo, chauvinismo e antissemitismo. 


As estradas estão minadas. Saímos pelo campo.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 14.07.2014


Ukraina está em profundo luto por seus filhos que caíram mortos no leste, protegendo a liberdade e integridade.. Já são conhecidas as primeiras vítimas do "Tornado G" (com alcance de provocar lesões em até 90 quilômetros de distância. Quase completamente foi destruída a técnica, munições, centro médico, cozinha campal - os soldados que restaram não tem onde fazer comida. E o bombardeio continua... contou um ferido trazido no dia 13, para hospital em Lviv. Este homem, (o jornal, devido a questões éticas, não cita o nome do ferido) está cansado, mas sua acompanhante pede que ele relate tudo à jornalista.

"O homem e todos os seus companheiros foram mobilizados, profissionais apenas os dirigentes. Recebemos capacetes do ano de fabricação 1941, - sorri amargamente. - Tais capacetes protegem, no máximo, de fragmentos de longa distância. Para 20 homens apenas 10 armaduras. Nós as dávamos aos que ficavam nos postos de controle e ainda faltava. Perguntamos à chefia quando trariam as armaduras. "Não esperem que alguém lhes trará algo - aqui é impossível chegar!"...

"Não sei quem teve mais sorte, nós que estamos feridos e trazidos para cá, ou os rapazes que estão vivos e bem, mas continuam em Zelenopilia. Lá está a máquina de moer carne, - diz o homem excitado. Eles bombardeiam diariamente. Até agora, lá não tem nenhuma ajuda. Este território é controlado pelos separatistas. As estradas estão minadas. Nós saímos de lá no "Ural"(deve ser veículo especial - OK) através dos campos e plantações. Depois com helicóptero até Zaporizhzhia e, finalmente, para Lviv".

O bombardeio que os surpreendeu durou duas horas. Somente depois é que os médicos puderam realizar os primeiros atendimentos. E somente então veio o primeiro "giratório" que levou os feridos.

No total, a Lviv, vieram 38 feridos, três gravemente. Segundo informação do Ministério da Defesa no total morreram 19 e 93 foram feridos. Os mortos serão identificados e  trazidos para que seus familiares os possam enterrar. Entre os feridos graves, um com lesão medular, dois necessitam de próteses. O hospital em que estão utiliza próteses de empresa alemã.

Os feridos recebem os primeiros socorros ainda no campo de batalha. Se necessário são enviados ao hospital móvel na zona do ATO (Ação Antiterrorista). O Centro de Clínica Médica Militar está localizado em Kharkiv, o hospital da guarnição militar em Dnipropetrovsk. Depois da ajuda especializada, os feridos são enviados pelo avião aos centros médicos de Kyiv, Lviv Odessa ou Vinnytsia.

Tradução: Oksana Kowaltschuk

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