domingo, 20 de abril de 2014


O acordo de Genebra não cumprirá nem a Rússia, nem os separatistas?
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 19.04.2014

Secretário de Estado dos EUA John Kerry e p chanceler russo, Sergey Lavrov, Genebra, 17 de abril de 2014
Kyiv - Os separatistas, de acordo com a declaração de Genebra de 17 de abril, não querem libertar os edifícios no Donbass nem entregar as armas
Em troca, seus líderes exigem de Kyiv: federalismo, liberação de ativistas pró-russos presos e desarmamento do "Setor Direito" (Setor Direito é uma organização pró-Ukraina, mais radical. Seu desempenho foi decisivo nas lutas do Euromaidan - OK). Parte dos políticos ukrainianos considera que o acordo de Genebra não trará benefícios para Ukraina. Os especialistas dizem, que ela não deterá Kremlin, que somente dará uma pausa antes da nova agressão.

O primeiro-ministro Yatseniuk garantiu que a declaração não traz prejuízo aos interesses ukrainianos, que Rússia foi forçada a assinar a declaração que condena a escalada do conflito no leste da Ukraina, porque, de fato, os conflitos no leste da Ukraina são controlados pelas autoridades russas.

Ativistas pró-russos em Sloviansk, 18 de abril de 2014
Deputado Oleh Liashko: a partir de tais declarações começava a Segunda Guerra Mundial. 
O deputado, que recentemente retornou de Donetsk controlado pelos separatistas, disse que o Ocidente com sua declaração mostrou relutância em defender os interesses da Ukraina no conflito com a Rússia."A declaração de Genebra indica que os países ocidentais realmente traíram Ukraina. Lembrem, Chamberlain, depois da divisão da Checoslováquia, veio com declaração semelhante, e disse: "Eu lhes trouxe a paz". Depois de um ano começou a Segunda Guerra Mundial", indica paralelos históricos Liashko. Segundo suas palavras, hoje Ukraina no conflito com a Rússia pode contar apenas consigo mesma.

O chefe do Ministério do Exterior da Rússia Sergei Lavrov declarou, em comentários à mídia russa, que a declaração trata da libertação dos edifícios públicos e desarmamento das formações armadas, mas estas ações referem-se, principalmente, ao "Setor Direito". (Já torceu a situação a seu favor - OK)

Já o Ministro do Exterior da Ukraina Andrii Dyshchytsia disse que a declaração de Genebra não se relaciona com os ativistas de Kyiv, porque aí os edifícios foram tomados legalmente, o governo não é contra. Já em Kramatorsk, Sloviansk, Luhansk, Donetsk e outras cidades do leste, os separatistas e combatentes russos não pretendem entregar as armas e libertar os edifícios antes do referendo sobre o regime da Ukraina.

A declaração de Genebra não garante que o conflito no leste da Ukraina diminuirá segundo o estrategista político Taras Berezovets."Este acordo foi assinado apenas para ganhar tempo para reagrupamento das forças. Para Ukraina ela apresenta momentos perigosos: não trata nem sobre Criméia, nem sobre a retirada das tropas russas da fronteira ukrainiana. Na diminuição da escalada e desarmamento dos combatentes no leste não se deve esperar, porquanto Rússia, ao contrário - está interessada em agitar as tensões", - diz Berezovets.

Taras Berezovets chama a atenção para o fato que todas as agressões militares russas  contra Ukraina aconteceram nos feriados cristãos. Então, na Páscoa podem ocorrer novos conflitos e tomadas de edifícios, e até mesmo a vinda do ex-presidente Yanukovych. Os dirigentes das forças de segurança ukrainianas declararam que estão prontas para detê-lo, como réu em uma série de infrações penais.


Tártaros da Criméia perdem empregos
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 18.04.2014

Mustafa Dzhemiliov, deputado, denuncia que os tártaros que hoje vivem na República Autônoma da Criméia e recusam a cidadania russa, são dispensados do emprego.

"A situação na Criméia é deprimente. A cada passo há verificação de documentos. As pessoas não sabem o que fazer. Os tártaros que não querem  se tornar cidadãos russos, não poderão conseguir um emprego. E os que se recusam - já começam a serem dispensados do trabalho. Está sob interrogação também o direito de propriedade", - disse Dzhemiliov


Estudantes do leste e oeste celebrarão a Páscoa juntos
Ukrainska Pravda Zhyttia (Verdade ukrainiana Vida), 19.04.2014

Já é o quarto ano que os estudantes de Lviv recebem visitantes das regiões orientais e meridionais da Ukraina, para juntos celebrarem a Páscoa em Lviv. Serão mais de duzentos estudantes. A ação é organizada pela Irmandade Estudantil da Universidade Católica Ukrainiana (UCU).
Andrii Levetskyi, um dos organizadores contou que a idéia surgiu em 2010 para estabelecer contatos amistosos com estudantes de todas as regiões da Ukraina. Os visitantes permanecerão em Lviv 4 dias. Terão oportunidade de conhecer as tradições, farão excursões para conhecer a cidade, as igrejas. No domingo todos participarão do café especial de Páscoa.
Além dos estudantes, desejaram vir algumas famílias.
Os hóspedes serão alojados nos quartos da Universidade e nos abrigos locais. Algumas famílias também oferecem hospedagem.
A ação "Páscoa juntos", este ano faz parte do programa dos estudantes de Lviv "Do leste a oeste" quando os alunos de Lviv, semanalmente, recebem seus pares de uma cidade da Ukraina do leste. Assim Lviv já recebeu alunos de Donetsk, Mariupol, Zaporizhzhia, Kharkiv, Dnipropetrovsk. Falta Luhansk, Kryvyi Rih e Criméia. (Estas ações são promovidas para estabelecer melhores relações entre os ukrainianos em geral e para dar oportunidade aos ukrainianos do leste e sul conhecer melhor as tradições, muitas das quais se perderam, regiões em que os agressores desempenharam maior influência negativa. Estas regiões estiveram sob o domínio russo desde 1.654.  Na parte oeste, apesar do domínio polonês, que também foi longo, preservaram-se o idioma e as tradições, - OK-).

Donbass e Kyiv - juntos 
Ukrainska Pravda Zhyttia (Verdade ukrainiana Vida), 18.04.2014

No sábado, durante a manifestação "Donbass e Kyiv - juntos" a ser realizada no Parque Shevchenko, acontecerá a ação "Dê páscoa(¹) - renasça a esperança!"
 Aos habitantes de Kyiv pedem que venham e tragam "páscoas" que serão oferecidas aos habitantes de Luhansk e Donetsk no domingo de Páscoa. Também é desejável escrever cartinhas de apoio.

(1)  Pão especial feito na Páscoa.

Tradução: O. Kowaltschuk

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