sábado, 19 de março de 2016

Migrantes empreendedores da Criméia e Donbas com sucesso participam da economia de Lviv - diz especialista.
Rádio Svoboda (Rádio Liberdade), 18.03.2016
Halyna Tereshchuk

"Boom econômico dos assentados não há, mas as pessoas de Donetsk têm maior impacto sobre economia de Lviv, que os crimeanos".



Lviv - da Criméia e Donbas vieram quase dois milhões de pessoas. Dados dos representantes de proteção nacional. No entanto, esta é a quantidade registrada oficialmente. Quantos, realmente, deixaram suas casas desconhece-se. Segundo dados oficiais à região de Lviv migraram, de Donbas e Criméia, cerca de 14 mil pessoas. Extra oficialmente calculam cerca de 100.000 pessoas. Com o que se ocupam os imigrantes e se há impacto significativo sobre o desenvolvimento econômico da cidade? Onde investem os imigrantes ricos?

A empresária Oksana Novikov, com a família, veio da Criméia a Lviv em março de 2014. Oksana estava entre os ativistas, que ajudavam e apoiavam os militares ukrainianos em Simferopol. Começar seu próprio negócio em Lviv ela não planejou, quase dois anos ocupou-se com atividades sociais, porque queria ajudar outros imigrantes, buscava incentivos fiscais para aqueles que começavam os próprios negócios no novo local, apelava às autoridades com numerosas iniciativas e sugestões. No entanto, abrir caminho através da burocrática parede não conseguiu, ela simplesmente cansou de lutar contra moinhos de vento. Sendo uma pessoa empreendedora caiu em desespero, por não ser capaz de mudar nada. Finalmente decidiu iniciar seu próprio negócio.

Junto com seu marido, filho, irmã, dois meses atrás abriu seu café-padaria "Perepichka Crimeana) (perepichka é uma espécie de pão assado na frigideira - OK). Investiu o dinheiro que sobrou do negócio vendido na Criméia, com o qual ocupou-se por 15 anos.  "Sobre rendimentos, é cedo falar, talvez depois de um ano possa falar algo. Dinheiro investimos com economia. No entanto, equipamentos para padaria procurei comprar de melhor qualidade, porque é importante a qualidade no nosso negócio" - diz Oksana.

Benefício fiscal Oksana não tem nenhum. Talvez aproveite o programa do centro de ocupação, de acordo com o qual o Estado paga salário, durante meio ano, aos migrantes. Hoje, no café-padaria trabalham três migrantes. De acordo com Oksana Novikov, os imigrantes ainda não causaram um boom econômico em Lviv, mas a concorrência criaram.

Na Criméia e no Donbas os salários eram mais altos que os daqui, e nós os pagamos aqui. Nós começamos do zero e nos esforçamos para trabalhar com eficiência e por longo tempo. Com o tempo, criaremos concorrência. Em Lviv não há concorrência verdadeira, o setor de serviços não tem qualidade. Temos a o que aspirar", - disse a crimeana nativa.

Próximo do café-padaria, no centro comercial de Sykhov, trabalham outros migrantes da Criméia. Uns abriram consultório dentário, outros salão de cabeleireiro. Oksana diz que da Criméia e leste da Ukraina vieram pessoas ativas, 70% deles encontraram trabalho. Maioria - no ramo alimentar. Os crimeanos abriram cafés. São uma dezena na cidade, mas é pouco. Alguém em casa produz queijos e guloseimas por encomenda, trabalham também nas empresas de Lviv. Mas os imigrantes de Donbas, oficialmente registrados próximo de dez mil, não registrados oficialmente, várias vezes mais, trouxeram seus negócios, mas a maioria começou a partir do zero. Alguns orientais ricos investiram nos negócios de seus parceiros, ocupam-se com negociações, transportam mercadorias e produtos para o leste.

A líder do movimento público de imigrantes de Donbas, Nadia Neshchadenko conseguiu começar novo negócio graças a ajuda da assistência financeira "Crimeia SOS". Com 46 mil UAH comprou dois computadores, arrendou instalações e registrou uma agência imobiliária. Com ela trabalham sete pessoas, inclusive nativas de Lviv.

"Os migrantes abandonados à sua sorte. Pessoas mais idosas, pensionistas, voltaram para suas casas. (Muitas casas foram destruídas na guerra, muitas que estão vazias, estão sendo disponibilizadas para os ocupantes. - OK). Alguns, lá, tentam vender sua casa ou apartamento para voltar para cá. Mas a maioria ficou porque não há saída. Os que estão conosco, todos são pessoas ativas. "Se, para nosso desenvolvimento de negócio
nos dessem algum dinheiro, para pagar depois de um ano, seria uma grande ajuda". Alguns trouxeram estúdio de fotografia, alguns escritório de advocacia, ocupam-se com aluguel diário de apartamentos. As pessoas tentam sobreviver, trabalham, são bem sucedidas" - disse Nadia Neshchadenko.

Estatística duvidosa.

De acordo com a estatística ukrainiana, em comparação com outras regiões da Ukraina, na região de Lviv, a situação é muito melhor que em outras regiões da Ukraina. A taxa de emprego, nos primeiros 3/4 do ano cresceu, enquanto em outras regiões ligeiramente decresceu. Especialmente notável o ritmo de construção - cresceu em dobro.

Maior dificuldade na cidade é com as estatísticas confiáveis - hoje, cada órgão do governo cita dados diversos quanto ao número de imigrantes em Lviv e região. Os ativistas sociais dizem que mais dinheiro para compra de apartamentos possuíam migrantes do leste, mais que os crimeanos. (Os mais pobres, do leste, pouco emigraram - OK).

"Boom econômico dos assentamentos não há, mas as pessoas de Donbas têm um impacto maior na economia de Lviv. Porque aqui eles são, em número, várias vezes maior que os crimeanos, e o nível de vida no Donbas era mais elevado. Portanto, eles puderam investir nos negócios e apartamentos", diz o chefe da ONG "SOS Criméia", Alim Aliyev.

No início foi significativo o aumento pelo aluguel de moradia, pessoas, que possuíam poupança, compravam moradias. Em média, cada construtor, e em Lviv as grandes empresas de construção são mais de quinze, e em seu banco de dados tem pessoas de Donbas e Criméia. No entanto quantas habitações compraram os migrantes ninguém cita, também não há tal afirmação na administração da justiça. Não oficialmente informa-se que os migrantes compraram 200 mil metros quadrados de habitação.

O vendedor da empresa de construção "Eco House" Sergey Smirnov disse que os imigrantes estavam interessados em apartamentos já prontos. Compravam os últimos dos prédios, para usar rapidamente.

Os migrantes da Criméia e Donbas ambientaram-se bem na economia da cidade dominada pelo turismo e tecnologia da informação, acrescenta o especialista. Para Lviv, da Criméia e Donbas mudaram-se mais de dez IT companhias. Assim Lviv tornou-se atraente para vinda de designers, donos de restaurantes, chefes de cozinha, padeiros, programadores, redatores, "Web-Master". 

No entanto, caráter organizacional este movimento não teve. Victória Dovzhyk, chefe do Conselho da cidade diz que nenhuma grande empresa não veio à cidade, apesar de ter havido interesse. Para vinda de uma empresa séria impediu o protesto dos residentes, que consideraram a fabricação de acumuladores ecologicamente perigosa. 
"Eles nem sempre querem ser visíveis, eles não discutem as razões, nem as condições de sua vinda. Frequentemente as pessoas de Donetsk investiam nas atividades econômicas de seus parceiros, mas isto eles não anunciavam, não falam sobre seus investimentos", - diz Victória Dovzhyk .

A revista britânica "The Economist" diz que a situação econômica parece boa, só porque, no restante do país, é catastrófica. Em 2014 a produção industrial caiu 10%. Em Donetsk e Luhansk, que juntos forneciam 16% do produto bruto da Ukraina, caiu 32% e 42%, respectivamente. Segundo o ex-presidente do Comitê de Orçamento de Lviv. J. Samahalskyi, o desempenho econômico equilibrava-se no nível econômico dos anos anteriores, ou sofreu ligeiro declínio. 

Naturalmente, a cidade como todo o país passa por dificuldades, porque o estado está em guerra. Por isso, quando em Lviv conseguiram parar o declínio econômico, já é uma grande conquista.

Vídeo:  "À Sibéria" ou novos prisioneiros do velho sistema.


A repórter fala sobre 28 presos políticos ukrainianos mantidos nas prisões russas, há participação de alguns deles,  e destaca a importância de enviar cartas para eles, não somente de parentes, mas de ukrainianos em geral, porque isto os anima.
A senhorinha entrevistada é a viúva de Evhen Sverstiuk. Sverstiuk morreu em 2014 aos 75 anos de idade. Ele foi perseguido no período soviético, e ficou preso por onze anos, porque opunha-se à discriminação da cultura ukrainiana.

Tradução: O. Kowaltschuk

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