quinta-feira, 3 de março de 2016

Julgamento de Nadia Savchenko
Apanhado das notícias dos jornais: Castelo Alto e Rádio Liberdade, 02.03.2017



A acusação russa considera que a culpa de Savchenko está demonstrada. Hoje o tribunal passou à fase final - debates dos participantes do processo e a última palavra da ré. Depois será fixada a data do anúncio da sentença.
O procurador Pavlo Filipchuk disse que os jornalistas da TV russa faziam cobertura "objetiva e imparcial" dos acontecimentos no Donbas quando foram atingidos pelo fogo mortal. Rússia não poderia ficar de fora e não trazer à justiça os autores da tragédia. Ele lê a acusação: "Savchenko, usando seus hábitos e equipamentos, informou o comandante do batalhão "Aydar". Aproveitando estas instruções, os militares ukrainianos realizaram, no mínimo, seis tiros de obuses o que resultou na morte dos repórteres Max Voloshin e Igor Korneliuk. O correspondente 
 e seis cidadãos da Ukraina conseguiram afastar-se e, portanto, os atiradores "não conseguiram concluir a sua intenção até o final." 

Segundo a acusação, depois dos disparos, em 17 de junho, Savchenko foi descoberta pelo "FSC" e levada à sua localização, mas em 23 de junho ela, ilegalmente, atravessou a fronteira, em local não especificado, e foi vista por funcionários do Ministério do Interior, próximo da aldeia Katerinivka, lembrou Filipchuk.

Nesta altura Savchenko gritou: "Eu felicito o camarada coronel com o recebimento de mais um título. Por minha causa recebeu mais uma estrelinha".

Por várias infrações, no total determinaram a Savchenko 23 anos de prisão em colônia de regime geral, com multa de 100 mil rublos.

Em apoio a Savchenko, compareceram: Cônsul Geral da Ukraina em Rostov-on-Don, diplomatas de países ocidentais, representante da Comissão Européia na FR, sua irmã Vira. A sala estava tão cheia que precisaram abrir mais uma.

Os advogados não esperavam absolvição porque Themis russa rejeitou 90% das provas recolhidas pela defesa.

Nadia Savchenko adiantou que, no caso do juiz escrever a sentença por mais de duas semanas, ela vai anunciar uma greve de fome seca, começando na quinta feira. Não considera necessário recorrer contra o veredicto e proteção da piloto ukrainiana, no final da sessão disse o advogado Ilya Novikov, que compareceu usando uma camisa bordada, como usam os ukrainianos, apesar de ser de nacionalidade russa.


"Rússia desonrou-se no mundo todo. Vocês não me quebraram. Deem, por favor, aos promotores tanto quanto eles pedem. Nem um dia mais, nem um dia menos. Todos os 23. Vocês já demonstraram, como Rússia pode desonrar-se no exemplo de uma pessoa. Vocês não me quebrarão nunca. Por isso, vamos, terminem tudo o mais rápido possível. Eu não vou esperar mais. Vocês não me deram a vida", - disse o piloto.

"O que nós pensamos sobre o quanto darão. Honestamente dizendo, não faz diferença. Agora pedem 23 anos. Pedissem 25, não seria pior. Pedissem 10, não seria melhor. Normalmente o advogado, seja o que for que ele pense sobre os promotores, sobre os juízes, ele guardará sua opinião bem fundo e lutará por seu cliente por cada ano e por cada mês, que constem no julgamento. Mas, este não é o nosso caso. A nós, realmente, não importa qual será o prazo da sentença, porque nós compreendemos, os juízes compreendem, os promotores compreendem e Nadia Savchenko compreende que o tempo, quando ela estará em casa na liberdade, de modo algum depende do que está escrito no veredicto!, - disse o advogado Ylya Novikov. 

O Tribunal de Rostov decidiu continuar a sessão no dia seguinte porque Savchenko sentiu-se mal e ainda havia grande número de discursos. Mas Savchenko, no final, ainda disse: "Inimigos russos são aqueles que lutam com armas, no território estrangeiro. O bebê recém-nascido e a vovozinha não são inimigos. Devia ter me ouvido, procurador Filipchuk", - comentou ela antes do final da reunião.

03.03.2016

Mark Feigin observou o fato de que o "conflito internacional armado "acontece em outro país. Quando esta questão começou, para mim era claro, que na Rússia a jurisdição é ausente, por isso Savchenko poderia ser julgada no seu território.

Savchenko tinha a palavra final, mas o juiz encerrou a sessão. "Vocês me prometeram a última palavra hoje! Idiotas" - gritou Savchenko.
Depois disso ela anunciou que começa uma greve de some seca.


Eu quero que todo o mundo democrático, civilizado entenda, que Rússia - é um país do terceiro mundo com regime totalitário e ditador tirano.

Tradução: O. Kowaltschuk

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