quinta-feira, 31 de março de 2016


Fiasco da "Auto-Suficiência" (Samopomich) em Kryvei Rih.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 28.03.2016
Ivan Farion

O partido de Sadovyi (prefeito de Lviv), apresentou para prefeito uma "pessoa sem biografia, sem experiência, sem estudo, sem profissão, falso oficial e aventureiro.

Os representantes de partidos políticos que se identificam como democratas, sofreram uma derrota devastadora no domingo passado, nas eleições extraordinárias para prefeito de Kryvei Rih. (Lembramos, nas eleições do ano passado, o povo não aceitou o resultado devido a problemas de falsificação - OK). Segundo dados preliminares, Yuri Vilkul (Ex-regional) obteve 73% dos votos. Seu principal concorrente concorrente, do partido "Auto-Suficiência", deputado Semen Semenchenko conseguiu apenas 10%. Vários outros candidatos conseguiram poucos votos. Foi uma grande derrota dos políticos do Maidan.

A saga para prefeito arrasta-se desde outubro do ano passado. Nas eleições passadas, o desafio ao prefiro Vilkul, que já era prefeito anterior, lançou o professor da Universidade local Yuri Myloboh que, segundo dados oficiai obteve apenas 752 votos menos que seu oponente. Vários partidos e ONGs expressaram fraudes generalizadas, suborno dos eleitores a favor do ex-regional. Após longos protestos do povo conseguiu-se cancelar a eleição, e nova escolha ficou marcada para 27 de março.

Esperava-se que os democratas deveriam ser capazes de analisar  a campanha anterior, unir forças, evitar os erros anteriores e escolher uma tática vencedora. No entanto, procederam como fazem políticos míopes - espalharam as forças. Seria coerente, como candidato opositor,  o mesmo Myloboh. Mas... substituíram o favorito, segundo proposta da "Auto-Suficiência", por uma pessoa de Kyiv - deputado Semen Semenchenko. Calculavam uma vitória fácil, que lhe ajudarão seus antigos "serviços da linha de frente". Mas os habitantes de Kryvei Rih não o aceitaram. Provavelmente porque, ouviram sobre ele, muitas estórias de duvidosas realizações. A liderança política e militar da Ukraina, Procuradoria Geral da Ukraina, Procuradoria Militar, membros do Parlamento, jornalistas, repetidamente relatavam sobre biografia fictícia de Semen Semenchenko (Seu nome verdadeiro é Konstantin - Hrishin), seu passado criminal, abuso financeiro, maquinações com documentos, conhecimentos militares, a si atribuídas façanhas. Os participantes da ATO declaravam sobre participação direta de Semenchenko - Hrishin nas derrotas das tropas ukrainianas em Ilovaisk, às anulações do caráter secreto da operação militar em Debaltseve, à anulação do caráter secreto da operação militar em Debaltseve, etc. Surge uma pergunta: por que, sabendo de tal comprometimento, a "Auto-Suficiência, com seus tecnólogos experientes, ainda assim decidiu propor ao odioso Semenchenko a prefeitura? Por que este partido recusou Myloboh, que merecia representar o partido nesta corrida? Em todo caso o fato permanece: com suas imprudentes ações os partidos pós-Maidan ajudaram os de "ontem",  entregaram-lhes esta cidade.
(Sinceramente, eu também não compreendi o procedimento do partido "Auto-Suficiência".O prefeito de Lviv, Sr. Sadovyi é muito respeitado em sua cidade, conforme "Vyssokyi Zamok, que é publicado na cidade de Lviv. Os habitantes não reclamam de sua administração. Nas suas declarações/testemunhos há sempre equilíbrio, bom senso, patriotismo. Sadovyi é prefeito de Lviv desde 2.006 - OK).

Andriy Sadovyi diz que a cidade de Kryvei Rih não tem desenvolvimento, que a campanha eleitoral sofreu grandes perturbações (Logo após as eleições, em outubro do ano passado, os eleitores reuniam-se aos domingos e manifestavam-se contra Vilkul e a favor de Myloboh. Com o passar do tempo não saíram mais notícias nos jornais - OK) Um fato: cem mil moradores  receberam apoio do orçamento local (Vilkul continuou na prefeitura, já que tinha este cargo anteriormente - OK). De fato, isto foi suborno direto dos eleitores, falou-se em 500 UAH. Também houve uso de diferentes meios de transporte no dia das eleições. "Eu não consigo imaginar algo assim em Lviv. A democracia e honestidade em Kryvei Riz, está num nível muito baixo. Portanto precisa trabalhar..." disse Sadovyi. (Também não ocorreu nenhuma mudança no Tribunal Regional Eleitoral. Lembro, após as eleições de outubro, havia acusações nos jornais contra a chefia deste órgão. Não vi nenhuma notícia nos jornais sobre providências do governo ukrainiano. - OK).

Às perguntas, Sadovyi respondeu que Myloboh sozinho decidiu não participar mais das eleições e que ele não conhece outro político que recebesse tanta crítica suja quanto Semen Semenchenko, que Semenchenko é um homem digno e que ele, honestamente, defendia o nosso país com arma nas mãos. E que, mesmo perdendo as eleições, manterá lá sua recepção. Que os moradores de Kryvei Rih terão apoio e ajuda do partido. (Deus queira que seja verdade porque Sadovyi, segundo falam, seria pretendente ao cargo do presidente da Ukraina no futuro. E, pelas suas ações em Lviv, e pelo respeito que desfruta da maioria dos cidadãos desta cidade, parece que seria um bom candidato. - OK)

Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 29.03.2016.
Savchenko escreveu nova carta: "Eu não serei mercadoria".  A carta é um apelo aos políticos e povo ukrainiano.


A carta da prisioneira publicou o advogado Mark Feigin. Ela diz que não é mercadoria para negociarem, mas que cheguem a uma solução comum.
"Com a minha morte, ninguém vai ganhar, mas será pior... Desejo sabedoria aos "grandes tiozinhos",  - escreveu ela. E, acrescentou que compreende a pressão que a espera, mas vai suportar e renovará a greve de fome seca, no dia 06.04.2016.

O advogado Mykola Polosov, que a visitou, diz que sua saúde piorou. Ela estava tomando apenas água desde o dia que foi sentenciada, o organismo não a está aceitando mais. Agora ela toma apenas água mineral e perde, diariamente, 400 - 500 gramas de peso.

"Ninguém desejaria". A vida na linha da frente.
Ukrainska Pravda Zhyttia (Verdade Ukrainiana Vida), 26.02.2016.
Patrick Nicholson, Caritas International, para Verdade Ukrainiana Vida.

Como é a vida daqueles que permanecem na zona tampão ao lado da linha de frente no leste da Ukraina. 
E como estão, aqueles que ainda vivem nos territórios ocupados? Nem todos podem sair, mas eles devem ter a possibilidade de sobreviver lá.

Ao lado do fogo, mas é frio.

A aldeia Chermalyk, próximo de Mariupol, na zona da guerra. Ela está localizada na planície por isso, com próprios olhos avista-se milícia do outro lado do rio. Seus atiradores também nos vêem. Os soldados ukrainianos patrulham as ruas desertas. Sacos de areia cobrem as janelas de quase todas as casas. A guerra aqui começou na primavera de 2014 - e tornou-se parte da vida dos moradores locais.

Único objeto que sobreviveu - é um ícone, - conta a avozinha de 79 anos de idade, Valentina Djuhhim. Ela está entre as paredes de sua casa destruída, segurando nas mãos um ícone da Mãe de Deus, relíquia da família do século XIX. Senhora Valentina continua:

- Nós construímos esta casa com próprias mãos. Em fevereiro um projétil atingiu o telhado da nossa casa e destruiu tudo. Nós já estamos velhos e ficamos sem casa, na qual investimos toda a nossa vida. Tudo, o que temos agora - são nossas lágrimas. Nós somos boas pessoas, pais e vizinhos. Nós não merecemos isto.

Valentina e seu marido na casa danificada. Foto A. Mathiev/Caritas Internationalis.
V
Valentina e seu marido Valentim - pensionistas. Anteriormente, sua vida era bem organizada, agora eles enfrentam um futuro de pobreza.
Nossa pensão não é suficiente para reconstruir a casa. Mas nós não queremos deixar este lugar. Queremos viver próximo. Esta é nossa casa.

Em Chermalyk viveu toda a sua vida Lyudmila Chelmaka, 67 anos.  45 anos viveu com seu marido Volodymyr. Ambos trabalhavam na quinta, criaram dois filhos e têm quatro netos. Viveram uma vida simples. Fragmentos de projéteis deixaram buracos no portão de metal e parte da casa. 
- O projétil atingiu aqui em abril. Meu marido ficou sob fogo. Meia hora depois ele morreu, - conta Lyudmila.
Seu filho, com esposa e dois filhos, vivem num apartamento de um quarto, em Mariupol. Morar com o filho - não é opção.
- As condições de vida aqui são bastante ruins. Ás vezes falta gás. As reservas de carvão não são suficientes para sobreviver ao inverno, - diz Lyudmila. - Eu vivo com uma sensação de medo. Ninguém gostaria viver em tais condições.

Vivem aqui não somente pensionistas. Maria Boiko, mãe de quatro crianças, com idades de 14, 7, 6 e um ano diz: - Eu sei o que é congelar. No ano passado não houve aquecimento durante 15 dias. Nossos animais domésticos morreram de frio. 

Seu marido, agora, está preso em Moscou. Antes do nascimento do último filho Maria trabalhava na fábrica.

Maria Boiko - mãe de quatro filhos. Foto A. Mathiev/Caritas Internationalis.
Mensalmente recebemos benefícios sociais no alor de 1.200 UAH, conta Maria. - Esta é a nossa única fonte de renda. No mínimo 900 UAH é necessário pagar pela eletricidade. Restam 300 UAH para outras despesas. Meu filho menor seguidamente fica doente por causa do frio, e nós não podemos comprar remédios.

Todas essas pessoas recebem ajuda financeira e produtos alimentícios do Fundo Internacional de Caridade: "Caritas Ukraina".

- As pessoas perderam seus empregos, elas não têm dinheiro para remédios, alimentação e combustível para aquecimento - diz o padre Rosteslav Sprytnyuk, diretor da Caritas local em Mariupol.

- Aquecimento no inverno é problema. As pessoas não têm meios para comprar carvão, e as canalizações de gás estão parcialmente destruídas. Alguns ainda vivem em casas parcialmente destruídas pelos projéteis da artilharia. Há pessoas que ficaram sem o fornecimento da água, por isso precisa ir buscá-la nos poços.

Do outro lado

Elena Fomina permaneceu em Luhansk durante os piores ataques, o tanto que conseguiu aguentar. Ela sentia responsabilidade para com os estudantes e continuava dando aulas na universidade, embora pelo seu trabalho ninguém pagava.

- Nós não tínhamos eletricidade nem aquecimento, produtos no comércio faltava.  Fui obrigada dormir em roupas de inverno e ligar queimadores de gás para aquecer-me, - diz Elena. Pessoas nas ruas não se via. Depois das seis horas a cidade ficava na escuridão, e nela não havia vida. 

Agora ela vive em Kharkiv, onde trabalha como assistente social de Caritas e ajuda outros migrantes

Na zona tampão (Mariinka, Krasnogorivka, Kurakhovo) trouxeram aquecedores e briquetes (Massa ou tijolo de carvão e um aglutinante - combustível). Foto Caritas Ukraine.
Ocasionalmente Elena retorna ao território não controlado pelo governo ukrainiano.

- O Alimento é insuficiente, de produtos apenas "Kasha" (quirera de milho, de trigo, de cevada, papas, grão gretado). Os preços de todos os produtos são muito elevados, - acrescenta ela.  
- Médicos e professores emigraram. Na cidade impuseram o toque de recolher a partir das 20 horas. Você não pode obter passaporte, registrar o nascimento de uma criança.Domina atmosfera depressiva.

 Caritas Ukraine - uma das poucas organizações que conseguiu cruzar a linha de separação com o território não controlado pelo governo ukrainiano.

- Nossos comboios humanitários trouxeram ajuda alimentar para quase 2.000 pessoas, que vivem nos territórios ocupados - disse o padre Basil Pantelyuk, que mudou o centro Caritas de Donetsk para Dnipropetrovsk.

Ajuda alimentar. Foto Caritas Ukraine.
Em julho, a milicia proibiu às organizações de ajuda humanitária cruzar a linha de demarcação. A ajuda nos territórios ocupados cessou. Ninguém sabe, qual é a verdadeira situação na região, todos temem o pior.

- Meio milhão de pessoas ainda vivem em Donetsk, - diz o padre Basil. - Eles não recebem benefícios sociais, a economia da região está em declínio, os bancos fecharam, há poucos hospitais em funcionamento. As pessoas vivem nos seus porões. 

Os funcionários da "Caritas Ukraina" consideram que a concessão às organizações humanitárias de acesso aos territórios ocupados é muito importante. Mas, por enquanto, eles e outras organizações continuam ajudando àqueles que podem.

- Isto é guerra, - diz o padre Rosteslav Sprytnyuk de Mariupol. - Em minha casa vivem três famílias, que transformaram-se em migrantes por causa das hostilidades. Alguns dos meus amigos foram mortos. Para mim isto é uma perda pessoal.

Nós devemos continuar a assistência. As pessoas recebem possibilidade de sobrevivência..

Tradução: O. Kowaltschuk

segunda-feira, 28 de março de 2016

Grande perseguição. Ukrainianos no cativeiro russo
Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana), 25.02.2016
Stanislav Kozlyk

No cativeiro russo permanecem 25 ukrainianos, aos quais incriminam graves crimes. No entanto, as organizações internacionais de direitos humanos ainda não os reconheceram como presos políticos.


No início aos russos era necessário mostrar os seguidores de Bandera na Criméia: (Bandera para os russos parece ser o próprio diabo, a ele atribuem uma infinidade de males. Ele foi, apenas, um patriota ukrainiano, consciente, que se opunha ao domínio russo e tencionava se opor, com mais força, ao domínio russo, esperando pela ajuda alemã na Segunda Guerra Mundial. No entanto, foi aprisionado pelos alemães e enviado à Alemanha, onde acabou assassinado a mando da Rússia - OK) apareceram os casos de Mykola Karpyuk e Oleg Sentsov. O primeiro tornou-se  a personificação dos medos russos, já que era um dos l´líderes da UNA - UNSO (Assembléia Nacional Ukrainiana - Auto Defesa Nacional Ukrainiana), que passou à denominação  "Setor Direito". Quando, no leste da Ukraina começaram as hostilidades, a propaganda russa necessitava de militares - punitivos. Assim surgiu a questão de Nadia Savchenko. Ao mesmo tempo a repressão de ukrainianos desdobrou-se em outras direções. Especificamente na espionagem. Um exemplo - história de Yuri Soloshenko. Ele é o mais idosos dos detidos no território da FR, ukrainiano, detido por motivos políticos: atrás das grades completou 73 anos. O homem foi preso na estação Kyiv, em Moscou, em 2014, durante uma viagem de negócios.

Em separado, recordamos os tártaros da Criméia. Assim, em 2015, o "poder" da anexada província dedicou-se à perseguição de ativistas por causa de suas crenças religiosas. Por exemplo, em janeiro detiveram, supostamente, os membros da organização "Hizb ut Tahrir" Ruslan Zeytulaev, Nuri Primov e Ruslan Vaitov. Eles foram acusados pela criação desta organização e participação na mesma. Ela, como sabemos, é proibida na FR devido ao seu "extremismo". No entanto, no Ocidente ela não é considerada extremista. O advogado dos detidos diz, que durante as buscas não encontraram quaisquer provas que envolvessem estas pessoas no "Hizb ut - Tahrir".

Há certo tempo "Semana" escrevia sobre os 11 (onze) prisioneiros ukrainianos na FR. Desde então, o número de pessoas presas por razões políticas relacionadas com Ukraina aumentou. Hoje em cativeiro russo, de acordo com o Centro de liberdades civis são 25 pessoas. Por mais de um ano e meio conseguiu-se libertar apenas duas. Mas duas "grandes questões" contra ukrainianos acrescentaram mais algumas.

Designados para o papel de "punidores".

A primeira e, talvez, a mais conhecida para o grande público - "grande questão ukrainiana". Ela é relacionada com "punidores e fascistas", como as imagina o russo médio, mas figuram nela ukrainianos, que são acusados de envolvimento nos "batalhões penais", de assassinatos em massa e métodos ilegais de condução da guerra. Entre eles Nadia Savchenko e Sergey Lytvynov. Suas biografias, bem como as condições de detenção variam drasticamente. Savchenko, voluntária do batalhão "Aidar", capturaram em 17 de junho de 2014 próximo da vila Metalist, na região de Luhansk. Durante sete dias mantiveram em cativeiro, depois transportaram, ilegalmente, para Rússia. Desde o início, tentaram acusá-la na participação da morte de jornalistas russos Igor Voloshyn e Anton Kornelyuk (no mesmo dia encontraram-se sob fogo próximo de Luhansk). Mas na versão final foi acusada de cumplicidade no assassinato cometido em razão de ódio político. Em acréscimo, a militar ukrainiana é incriminada no ilegal cruzamento de fronteira da FR. Em 22 de março ela foi sentenciada a 22 anos de prisão. E, ainda a 30 mil rublos de multa pelo cruzamento de fronteira.

A história de Lytvynov é um pouco diferente. Simples morador da região Stanychno-Luhansk. Concluiu apenas a 7ª série do Ensino Médio, trabalhava como empresário local e desempenhava tarefas pertinentes.

De acordo com testemunho de aldeões da vizinhança, teve problemas com o desenvolvimento, e por isto não serviu no exército. Em 12 de agosto de 2014 foi ao hospital na região de Rostov, ao dentista, porque as instituições médicas ukrainianas não estavam disponíveis devido à ações de combate. Em 21 de agosto desconhecidos levaram-no para a filial local do Departamento de Combate ao Crime Organizado, mas já no dia 29 Lytvynov foi acusado de "genocídio da população falante do idioma russo no sudeste da Ukraina". Segundo a versão dos investigadores, o trabalhador matou 39 homens, uma menina, estuprou e assassinou oito mulheres. Tudo isto ele, supostamente cometia como voluntário do batalhão "Dnipro - 1"  segundo ordem do gerenciamento e diretamente ordens de Igor Kolomoisky, (oligarca ukrainiano) que, inclusive, trazia dinheiro aos soldados (É a primeira vez que leio, que oligarcas ukrainianos contribuíam com dinheiro para custeio da luta em favor do Estado ukrainiano. Quem ajuda o governo nesta parte é a população comum através do trabalho dos abnegados ativistas voluntários - OK).  No entanto, graças aos esforços do advogado Viktor Parshutkin e cônsules ukrainianos a questão entrou em colapso. Descobriu-se que os nomes das vítimas e seus endereços são fictícios, e o próprio Lytvynov confundia-se nos testemunhos. Então os investigadores recusaram-se em transferir a questão ao tribunal. Em compensação abriram uma nova questão, segundo a qual o morador de Luhansk foi acusado de roubar um cidadão da FR.  Alegaram que, em conjunto com os militares ukrainianos, ele agrediu um morador da região de Rostov, que possuía uma casa na Ukraina, agrediu-o e roubou dois veículos, pelo que deveria ser aprisionado a 12 anos. No entanto, como se viu pelos números, o carro "roubado" foi retirado do registro. (É tão grande a ânsia de incriminar que nem verificam se há condições. - OK). E, o outro é listado como roubado. Além disso, o "roubado", a última vez visto na Ukraina foi no final de 2013. Hoje, no caso deste episódio ainda age o tribunal. No entanto, a história dá motivos para um otimismo cauteloso, visto que Lytvynov é, talvez, o único ukrainiano, que tem chance real na volta para casa, por causa de problemas óbvios com base em evidência.

A questão "Hizb ut - Tahrir" surgiu na Criméia relativamente a pouco tempo - cerca de um ano atrás. Segundo ela é possível condenar qualquer tártaro da Criméia, que observa normas e costumes religiosos.

Segunda, mas não menos importante  - "grande questão caucasiana", é relacionada com a "participação" dos ukrainianos nas guerras na Chechênia, particularmente na Primeira chechena. As figuras mais conhecidas Stanislav Klyh e Nicholas Karpyuk. A eles acusam no suspeito assassinato de militares russos e ativa participação  nas atividades no território do palácio presidencial em Grosny, na praça Minutka e na estação ferroviária. A investigação tenta persuadir, que os ukrainianos junto com cúmplices conseguiram matar 30 militares e feriram 13. Klyh foi preso em agosto de 2014 na Rússia, quando ia visitar sua namorada na Rússia. Karpyuk - em março de 2014 na região de Bryansk. O último, supostamente, deveria ir com Viacheslav Fursov, do "Setor Direito" a Moscou, à liderança da Rússia". Em 20 de março Karpyuk foi acusado de envolvimento nos eventos chechenos.

A própria questão baseia-se no depoimento de apenas uma pessoa - Alexander Malofeyev, o qual, segundo a versão dos investigadores, também participou em confrontos com militares russos na Chechênia . Depois da suposta volta para Ukraina ele cometeu vários roubos e foi condenado. Quando foi libertado, mudou-se para Novosibirsk para junto de sua mãe. E lá ele foi condenado por novos crimes por mais 23 anos.

A advogada Marina Dubrovin sugere que Malofeyev foi pressionado porque ele é usuário de drogas. Podemos supor que é por causa disto a "testemunha" declarou, que na guerra da Chechênia participaram Dmytro Yarosh (líder do Setor Direito), Oleg e Andrew Tyahnybok (políticos ukrainianos) e o primeiro-ministro Arseny Yatseniuk. De acordo com os defensores, os protocolos interrogatórios de Malofeyev começaram aparecer na questão em 2014, paralelamente com as detenções de Klyh e Karpyuk. Até este momento, os nomes ukrainianos dos detidos nesta questão não apareciam, embora eles fossem divulgados em 1.997. Mais um argumento, que pode testemunhar sobre evidente fabricação: Nenhum dos membros da UNA - UNSO reconheceu Malafeyev como participante do movimento. Os próprios Klyh e Karpyuk dizem, que eles não podiam estar, fisicamente, na Chechênia em 1994 - 1995. Stanislav Klyh estudava na Universidade Shevchenko em Kyiv e Karpyuk cuidava da mãe doente.

Depois do surgimento na questão de advogados independentes Klyh e Karpyuk declararam sobre torturas: eles foram torturados com choques, estrangulamento, espancamento, privação de sono, água e alimentação, aplicavam substâncias psicotrópicas. Depois de tanto achincalhamento Karpyuk até tentou tirar sua vida, mas os guardas impediram. Ambos prisioneiros escreveram uma declaração ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos (TEDH). Atualmente realiza-se tribunal em Grosny. Aos moços ameaça de 15 anos à prisão perpétua.  

"Espiões e extremistas"

A terceira, relativamente, nova categoria - "espionagem". Aqui, no mínimo, três detidos, o mais famoso dos quais o já mencionado Soloshenko. Ele, durante 20 anos, trabalhou na esfera militar e dirigia a fábrica de Poltava "Znamia" (Podemos traduzir como: bandeira, , estandarte - OK), que após o colapso da União Soviética existia devido às encomendas russas, para a defesa. Depois de 2010 a empresa fechou. Soloshenko se aposentou, no entanto ele continuou os contatos com os parceiros de negócios. Depois da detenção, durante 10 meses, o cônsul tentava visitá-lo, mas lhe recusavam. Durante a acusação, Soloshenko insistia em sua inocência, até escrevia cartas ao procurador-geral Yuri Chaika e pedia perdão a Vladimir Putin. No entanto, no tribunal admitiu a culpa e declarou que não pensa recorrer da sentença. Recebeu seis anos de detenção da liberdade. 

Quarto e, provavelmente, o maior grupo de casos - da Criméia. Convencionalmente, eles podem ser divididos em dois grupos: político e religioso. Ao primeiro entram Sentsov, Kolchenko (Sentsov já foi condenado a 20 anos e deportado para Sibéria, Kolchenko foi condenado a 10 anos, declarou que não vai pedir indulto, também deportado, está em Chelyabinsk nos Urais, próximo do limite com Asia. Rússia não evolui em nenhum aspecto, condenar inocentes e envia-los à Sibéria ela sempre usou -OK), Afanasiev e Chirniy,  acusados de terrorismo e atos terroristas, condenados à pena de prisão de 7 a 20 anos. Aqui também pertence à assim chamada questão de 20 de fevereiro, pela qual passa o vice-presidente de Mejlis Akhtem Chyyhoz. Mejlis (órgão dos tártaros da Criméia, semelhante ao Parlamento - OK).Ele é acusado na organização de "distúrbios em massa" em 26 de fevereiro de 2014 próximo do Parlamento da Criméia. Então, aos ativistas pró-ukrainianos se opuseram os apoiantes do partido "Unidade russa", encabeçado por Sergey Aksenov. Em consequência do empurra - empurra morreram duas pessoas, dezenas receberam ferimentos. A Chyyhoz ameaçam com 15 anos de prisão. 

Segunda - a questão chamada "Hizb ut - Tahir". Surgiu na Criméia recentemente - cerca de um ano atrás. Segundo ela, avisam no Centro de liberdades civis, pode-se condenar qualquer tártaro crimeano, que segue normas e costumes religiosos, que, como admitem os protetores de direitos humanos, no futuro poderá tornar-se norma para ocupada península. Hoje, com "religião" ocupam-se em Sevastopol e Simferopol. Recentemente o tribunal de Simferopol aprisionou quatro tártaros, detidos após busca de 12 de fevereiro.
Pode-se supor, que ainda dos tempos da Ukraina existem listas  Obviamente, agora as aperfeiçoam. O quanto se sabe, as questões contra os ativistas costuram. Mas, tais assuntos religiosos - tendência comum russa. Lá, tais detenções desde o ano 2.000. Pessoas "empacotam" às dezenas, simplesmente, da Ukraina isto não observamos. Em Ufa (cidade na Rússia, uma das 20 maiores, mais de um milhão de habitantes. Fica na confluência dos rios Ufa e Dyoma, a 100 km à oeste dos cumes Bashkir, sul do Ural (Pesq. Google). Agora há 20 muçulmanos detidos. Em Moscou - 20 muçulmanos. E, em parte, este repressivo comboio já espalharam na Criméia, particularmente relacionado ao contexto crimeano,

No geral pode-se dar os nomes de apenas dois dois ukrainianos, que durante estes últimos dois anos tiveram a sorte de retornar das prisões russas, para Ukraina. Estes são dois ex-estudantes Bohdan Yarechevskyi e Yuri Yatsenko. Eles foram detidos na região de Kursk. Eles foram torturados, forçados a confessar espionagem e atividades subversivas. Para livrar-se do FSB, eles cortaram suas veias. Finalmente Yarechevskyi, depois de alguns meses liberaram, mas Yatsenko foi condenado a dois anos de prisão por posse de pólvora de caça. Posteriormente reduziram a pena a nove meses, incluindo nesse prazo o período em centros de detenção.

Muito em breve Ukraina deve esperar uma série de decisões sobre outros prisioneiros. O veredicto no caso de Lytvynov, segundo os ativistas de direitos humanos, possivelmente vem na primeira metade de abril. Na questão de Karpyuk e Klyh - próximo do final de abril, porquanto lá falta o pronunciamento da defesa, debates e sentença. Quanto aos tártaros crimeanos a situação é mais complicada. Sim, ou diferente os detidos "terroristas" devem ser enviados para Rússia, onde se iniciará o processo. Exatamente quando isto acontecerá, não se sabe.

Quanto às possíveis trocas de prisioneiros, os ativistas de direitos humanos encolhem os ombros. Dizem que com Savchenko, Sentsov e Klyh as situações são entendidas, mas o que fazer com os tártaros - é desconhecido, visto que para eles a península torou-se absoluta.

Aquele mesmo detido crimeano Ali Asanov tem 4 filhos e uma enorme família. Eles são agricultores. Há dois pais idosos, que dedicaram a vida para voltar a Criméia (Lembramos, os crimeanos, anteriormente, já foram expulsos da Criméia - OK) e eles dizem que de lá, apenas os retirarão com os pés na frente. Ou novamente deportarão. E, como trocar estas pessoas, em que condições? Eles precisam, com toda a família recolher, trazer e acomodar na Ukraina, mas é improvável que o Estado assuma  essa responsabilidade (Um presidente é um dos maiores bandidos de todos os tempos, outro é inoperante! - OK). Mas, garantir a segurança na Criméia é impossível. Além disso lá, há a ameaça de início de repressões maciças, se proibirem Majlis (órgão análogo ao Parlamento - OK). Este é um grande perigo aos tártaros da Criméia" - diz Tomak.

Presos políticos ou não?

Políticos ukrainianos atualmente somente reconheceu a organização russa de direitos humanos "Memorial".  Nenhuma estrutura internacional não teve iniciativa semelhante. Como enfatizam os direitos humanos ukrainianos, o termo "preso político" significa que a pessoa era um jornalista, dos direitos humanos ou cometera resistência não violenta. Na mesma Amnesty Internacional sobre o desenvolvimento da situação em curso, mas mesmo  a Sentsov não reconhecem "caso político", porquanto não estão certos que ele não recorreu à violência. Em relação ao caso Savchenko, no geral, não vale a pena falar. Pois ela é militar. No entanto, a organização exigia "qualificações proporcionais" de suas ações. No caso de Afanasyev, porquanto ele incendiou a porta da organização na Criméia da "Russia Unity", Amnesty fez declarações sobre a tortura aos prisioneiros ukrainianos na Rússia. Também em relação aos prisioneiros do Kremlin houveram resoluções do Parlamento Europeu, no Sejm polonês, declarações de deputados checos. Durante a próxima sessão da PACE devem votar uma resolução sobre esta questão. 

Falando sobre as chances de troca, a situação é ambígua. Em seu tempo o Ministro da Justiça da Ukraina apelou à Rússia para transferir Sentsov, Kolchenko, Afanasyev e Soloshenko para cumprir a pena na Pátria. Sobrenomes poderia haver mais, no entanto a burocracia complica a situação. Pois o pedido para extradição, de fato, devem dirigir-se os parentes e o próprio condenado. Dado que esta é uma maneira legal para resolução da situação, mesmo depois do retorno os ukrainianos devem continuar o cumprimento da pena. Libertá-los pode apenas o tribunal. Deste modo, isto significa, que Ukraina reconhece o veredicto da Themis russa. O Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ukraina também considerou as opções para troca por meio do mecanismo de perdão. O ministro Pavlo Klimkin até prometeu levantar a questão durante a reunião do "formato de Norman" (O tal grupo internacional que se reúne para resolver a questão da ocupação do leste da Ukraina: Ukraina, Rússia, Alemanha e França - Ok). No entanto,  como esta questão foi considerada até agora é difícil dizer. A única coisa - não vale levar a sério as declarações das pessoas envolvidas nas trocas com "FSC/DNR" que permitem em um mês ou dois voltar à pátria Savchenko e Sentsov.

"As pessoas, que se ocupam com troca no nível de "FSC/DNR" e dizem, que podem trocar Nadia ou Sentsov - isto não é sério. A troca somente pode ocorrer no mais alto nível - administrações presidenciais. Porque nem o SBU (Serviço de Segurança da Ukraina) com este tema não se ocupa.  Sua paróquia - reféns do "FSC/DNR". E ajuda com a recolha de provas sobre prisioneiros do Kremlin. Mas, as negociações - é com o Ministério das Relações Exteriores e Administração Presidencial, - resumiu Tomak.

Tradução: O. Kowaltschuk

sábado, 26 de março de 2016

Stanislav Klyha e Mykola Karpyuk 
Pesquisa Internet.

Traços de tortura com choque elétrico em cativeiro russo, pela primeira vez mostrou Stanislav Klyha. O acusado com Klyha, Mykola Karpyuk apelou aos ukrainianos para lutar e não desistir diante do inimigo. Ambos estão no chamado "caso Yatseniuk". Eles foram sequestrados pelos serviços secretos da Rússia e, através de cruel tortura deram confissões que, supostamente, 20 anos atrás, com Arseny Yatseniuk fuzilavam soldados russos na Chechênia, segundo a TSN (Canal de TV) , em 26.10.2015. (Quanto  a estória de que Yatseniuk (Primeiro-ministro da Ukraina) lutou na Chechênia, as opiniões nos jornais levaram mais como brincadeira porque, diziam, Yatseniuk ainda era estudante na época e não podia estar na Chechênia,
(Alguns curiosos até verificaram sua frequência na Universidade) como, de fato, não esteve. No início, este caso, não recebeu muita atenção.

Segundo depoimento da mãe de Stanislav Klyha, ele também não poderia ter estado na Chechênia porque no período em que foi acusado de participar da guerra na Chechênia, frequentava a Universidade em Kyiv. Quando foi preso, a mãe procurou por ele longos 10 meses, até encontrá-lo aprisionado na Rússia, para onde viajou para visitar sua namorada. Ele foi detido num hotel, na Rússia. Klyha é jornalista.

Mykola Karpyuk está sendo acusado de ter assassinado na guerra Chechena - 30 (trinta) militares russos. Ele já tentou suicídio. Os dois queixam-se de pouca ajuda do governo ukrainiano.
Mykola Karpyuk era um dos dirigentes da UNA - UNSO (Assembléia Nacional Ukrainiana - Auto Defesa Nacional Ukrainiana) e foi pego pelos russos antes do Congresso da Assembléia Nacional Ukrainiana - Auto Defesa Nacional Ukrainiana, quando o partido foi rebatizado em "Setor Direito".
"Setor Direito é um partido ukrainiano, sucessor da UNA - UNSO fundado pelo Herói da Ukraina Yuriy Shukhevych, que liderou a organização até 2014, antes de ter sido eleito deputado da Ukraina.

Principais metas do partido:

- desenvolvimento do Estado independente, soberano, legal, social e democrático;
- participação na formação do governo central, governos locais e regionais em sua composição através do partido nas eleições e outros eventos políticos;
- modernização do Estado no princípio da equidade, transparência e sem corrupção, e promover a formação e expressão da vontade política dos cidadãos, os direitos humanos.

O programa do partido é baseado em princípios e fundamentos do nacionalismo cívico.

Durante o Maidan em 2013 - 2014, em Kyiv e em muitas regiões, o Setor Direito desempenhou uma parte muito importante nos protestos. Também foram criados vários batalhões: Aidar, Azov, Donbas, outros, que defendem o território ukrainiano no leste.

Atualmente, o Setor Direito passa por uma crise interna. O cientista político Igor Losev diz que há pouca informação o que não lhe permite tirar conclusões sobre a recusa de Yaroslav Yarosh continuar na liderança: "Provavelmente estas sejam algumas divergências internas sobre a futura estratégia do "Setor Direito" e seu desenvolvimento entre Dmytro Yarosh e parte da gestão da organização", conclui.

Ukrainskyi Tyzhden, 08.11.2015:

SBU (Serviço de Proteção da Ukraina) encontrou testemunhas que poderão fornecer álibi para os detentos na Rússia, Karpyuk e Klyha, comentou o advogado  Ilya Novikov.

Karpyuk e Klyha estão sendo acusados de lutar na Chechênia em 1994 - 1995.  Os amigos encontrados para testemunhar comemoravam, com os suspeitos, o Ano Novo em 31.12.1944 e, é nesta data que os dois são acusados por participar de uma grande batalha em Grosny, na Chechênia, quando os exércitos russos tentavam tomar o palácio Dudaiev.

Em 26.10.2015, o tribunal russo deixou Karpyuk e Klyha sob custódia, e rejeitou a moção sob fiança. Neste dia o cônsul da Ukraina, depois de um ano e meio, pela primeira vez, pôde visitar os dois detidos.

Ao lado russo expressaram protesto sobre a inadmissibilidade da violação do direito dos funcionários consulares da Ukraina no acesso aos cidadãos ukrainianos, ilegalmente detidos, tal como é previsto no artigo 13 da Convenção Consular entre Ukraina e Rússia, o que tornou impossível por um longo tempo visitar Karpyuk, Klyha, Gennady Afanasiev, Yuri Soloshenko e Alexander Kostenko. O Ministério de Assuntos do Exterior exige a reparação dos direitos dos presos e condenados no território russo, dos cidadãos da Ukraina e sua libertação imediata.

Gennady Afanasiev, de Simferopol, - um dos réus dos assim chamados "terroristas do grupo Sentsov (O cineasta, já condenado e enviado para Sibéria), foi preso junto com Oleg Sentsov e Alexander Kolchenko. A detenção ocorreu no início de maio, numa rua de Simferopol (capital da Criméia).

Vera Savchenko foi convidada, formalmente, como defensor público de Karpyuk e Klyha.  Os presos políticos Karpyuk e Klyha, estão mantidos sob custódia na FR, desde Março e Agosto de 2014, "sob acusações forjadas, declararam sob torturas expressas por membros dos órgãos de aplicação da lei russa, recusaram-se de seus depoimentos anteriores, dados sob tortura" - diz o comunicado.

Como já foi observado, pelos policiais russos, durante toda a investigação pré-julgamento não foi concedida permissão para visita dos funcionários consulares aos detidos Karpyuk e Klyha. Como eles não puderam manter nenhum diálogo com os presos, Stanislav, simplesmente, mostrou às câmeras os traços de tortura nos punhos e joelhos. Às acusações dos investigadores Klyha, decididamente, diz que são falsas.

"Os ukrainianos ficaram alegres ao verem, no tribunal, jornalistas ukrainianos. Após 18 meses de isolamento, quando a eles não foram autorizados, nem advogados, nem o cônsul, eles ficaram agradavelmente surpresos, que na Ukraina sobre eles não esqueceram".

O advogado de Savchenko, Ilya Novikov, incumbiu-se da proteção do ukrainiano Mykola Karpyuk. Defenderá em conjunto com o advogado georgiano Dokka Itslayev. Stanislav Klyha protegerá Marina Dubrovina, avisou Novikov no Twitter.


A seguir, os 25 (vinte e cinco) atuais presos do Kremlin:


(O mapa na cor amarela - Ukraina; abaixo da Ukraina a cor escura é Criméia - local da maior quantidade de aprisionados. Em azul - Rússia).

Tradução: O. Kowaltschuk

quarta-feira, 23 de março de 2016

Veredicto de Nadia Savchenko ou do tribunal?
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 23.03.2016
Olena Matusova..

Após a condenação pelo tribunal russo, a direção da Ukraina começa nova etapa na luta da libertação. A própria Nadia Savchenko cantou aos juízes uma canção.

Nadia Savchenko durante a audiência do tribunal em Rostov, 22.03.2016.
Veredicto de Nadia Savchenko anunciado - Tribunal da Região de Rostov - Donetsk considerou-a culpada e proferiu sentença -  22 anos de prisão. Imediatamente após o veredicto, que leram durante dois dias, vieram as reações do mundo.
O presidente Petro Poroshenko fez um apelo, relatando estar pronto, para trocar Savchenko por dois militares russos, Yerofeyev e Alexandrov.
Segundo suas palavras, Ukraina não reconhece o veredicto a Savchenko. Os advogados lembram que a questão de uma possível transferência será decidida após a entrada do veredicto em vigor.

O fato de que o veredicto de Nadia Savchenko será de culpa dúvidas não havia em ninguém. A questão era apenas nos números finais. O resultado - 22 anos numa colônia e 30 mil rublos de multa (isto é um pouco menos de 500 dólares USA).

Depois das palavras do juiz  "Correção de Savchenko é possível apenas no isolamento da sociedade", a ré cantou, segundo o motivo da música ukrainiana "Oh, tranças, tranças minhas ( "Ой коси, коси ви мої") sua canção: "Oh juízes, juízes, vocês são meus por muito tempo, a mim não irão mais julgar, sozinhos serão presos". Ela é interceptada pelos presentes que começam cantar o hino nacional ukrainiano.


Nova etapa da luta.

Quando Nadia Savchenko era levada do tribunal, ela cantou o hino ukrainiano. 
Na sala do tribunal russo de Donetsk esteve presente o secretário de imprensa do presidente da Ukraina Svyatoslav Tseholko. Isto confirma mais uma vez as palavras que a questão de troca de Savchenko está elevada a mais alto nível.

|pós o anúncio do veredicto, o ministro das Relações Exteriores da Ukraina Pavlo Klimkin disse, que começa uma nova etapa pela libertação de Nadia Savchenko, e o presidente Petro Poroshenko anunciou que o lado ukrainiano está pronto para troca.

De acordo com o advogado Mark Feigin a bola está no meio do campo da liderança russa. Nós queremos ouvir do presidente Putin sobre a mesma prontidão de retornar para casa seus militares.
"No encontro com Petro Poroshenko, quando estivemos em Kyiv, nós estávamos discutindo este assunto, ele disse estar pronto para qualquer tipo de retorno de Nadia Savchenko para Pátria, entre aqueles aceitáveis que seus poderes permitem. E, na verdade, a troca - seria mais do que lógico, trocar pelos militares russos, que voltariam para casa.

Novamente fome seca

Como afirmaram repetidamente os advogados de Savchenko, a pedido da ré, eles não vão contestar o veredicto. O veredicto do tribunal deverá entrar em vigor dentro de dez dias. Se isto não acontecer, Savchenko já anunciou, que tem a intenção de voltar à greve de fome seca. Sobre isto falou após o final da sessão do tribunal, um de seus advogados Mykola Polozov.
"A greve de fome ela pretende começar em 10 dias, após o pronunciamento da sentença, quando a mesma entrará em vigor. Esta é uma necessidade forçada. Nadia Savchenko considera que é apenas assim que ela poderá influenciar as autoridades russas, estando em isolamento", - disse Polozov.

- Os advogados de Nadia Savchenko acreditam que a questão da troca deve ser resolvida, não apenas para seu cliente, mas também de outros cidadãos ukrainianos, que são presos políticos na atual Rússia.

Nadia Savchenko durante a audiência - 22.03.2016.
A laureada pelo Prêmio Nobel Svitlana Aleksiyevech, (escritora e jornalista bielorrussa) que agora encontra-se em Berlim, comentou o veredicto de Nadia Savchenko.
"Isto não é apenas um crime de poder, é uma espécie de loucura do poder, que encontra-se numa espécie de êxtase de suas capacidades e sua impunidade. Estamos todos impressionados pela coragem de Nadia, não a abandonaremos e vamos continuar lutando por ela." 

Svitlana Aleksiyevich.

Rússia deu encaminhamento à irmã de Nadia Savchenko, Vira Savchenko.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto) 21.032016

Depois de quatro meses desde a abertura do caso, na Rússia intensificaram as "ações investigativas".
Trata-se de Vira Savchenko, irmã de Nadia Savchenko. A ela acusam de "insulto ao juiz", no processo em Grozny, onde é julgado o caso de Stanislav Klyha e Mykola Karpyuk. Segundo Mark Feigin, a perseguição a Vira Savchenko não tem perspectiva judicial, a questão é intentada, para não permitir sua presença no processo de Klyha e Karpyuk (Estes dois também estão comendo na prisão russa, o pão que o diabo amassou. Estou pesquisando suas histórias na Internet porque sobre seus problemas não tem havido comentários nos jornais. Provavelmente, porque eles pertenciam ao partido "Setor Direito" que usa métodos mais diretos em sua luta pela Ukraina. Este, a meu ver, é um grande erro dos ukrainianos - a falta de união! - OK).

Depois de quatro meses, os investigadores realizaram o primeiro interrogatório de testemunhas.

De acordo com a "investigação russa, Vira Savchenko, que participa  no processo de Klyha e Karpyuk como defensor público, "em modo áspero" discutiu com o juiz e permitiu-se a expressão que "ofende não só o presidente, mas a instituição da justiça como tal".
Segundo o advogado Feigin ela apenas cochichou algo sob seu nariz. Ela foi retirada da sala, e mais tarde, abriram um caso criminal segundo o Art. 297 do Código Penal da Rússia (desacato no Tribunal). A multa máxima é de até 200 mil rublos ou trabalho correcional por dois anos, ou prisão por seis meses.

Tradução: O. Kowaltschuk

terça-feira, 22 de março de 2016

À procura de novo ministro - últimas notícias.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 16 de março de 2.016


Três semanas de conversações acabaram em nada. Primeiro ministro agarra-se à cadeira, presidente ainda espera por um substituto.

Para Poroshenko e Yatseniuk é importante obter aliados e reviver a coalizão, mas os objetivos são diferentes. Yatseniuk precisa aliados viáveis para apoiar as iniciativas do Gabinete. Isto lhe dará chances para permanecer no cargo pelo menos até setembro - a próxima sessão do Conselho. 
Possíveis opções para superar a crise política do presidente, anunciou o secretário de imprensa Svyatoslav Tseholko.

Primeira opção: governo tecnocrático liderado pelo atual ministro das finanças Natália Jaresko. Ela está sendo assediada por Poroshenko e seus companheiros a mais de uma semana. Segunda opção - a coalizão define outra candidatura capaz de conseguir os 226 votos necessários. Terceira opção - governo político chefiado, por exemplo, por Sadovyi, prefeito de Lviv. Não deu certo, Sadovyi recusou. (Por tudo o que leio, Sadovyi é um excelente prefeito de Lviv, já pela quarta ou, no mínimo terceira vez. E, dizem, que ele possui aspirações mais altas -  OK).

O problema é que Poroshenko, na coalizão, não tem votos suficientes para apoio de um novo primeiro-ministro (Desligaram-se dois partidos: do Sadovyi e da Yulia Tymoshenko)Este  foi o problema que fez Poroshenko entrar em negociações com Andriy Sadovyi.

O presidente conversou com Jaresco, ela pretende formar um governo sem pessoas de partidos mas, enquanto o primeiro ministro não anunciar sua saída publicamente, ela não pode anunciar a composição do novo Conselho de Ministros, também ainda não aceitou.

Há algumas variáveis. Um governo tecnocrático liderado por Jaresco e composição do Conselho de Ministros, de 70% de nomes acima de qualquer suspeita.  (Pelo que eu leio, Jaresco seria a melhor opção, mas será que ela daria certo num ambiente corrompido? - OK).
Segunda opção: Volodymyr Groisman, ou permanece Yatseniuk.

Afavelmente pedimos ir embora. Como trocam Yatseniuk por Groisman.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 22.03.2016
Maria Zhartovska

O longo filme "Enviar Yatseniuk à renúncia, salvar a coalizão e evitar eleições legislativas antecipadas", ao que parece, está chegando ao seu final feliz.
Já amanhã, 23 de março, o líder do Bloco Poroshenko Yuriy Lutsenko apresentará a candidatura do novo primeiro-ministro. 
Provavelmente será o presidente do Parlamento Volodymyr Groisman. Foram gastos nas negociações, entre os comandos, o presidente, e o primeiro-ministro, e a chamada "estratégia dos sete" quase cinco semanas. Lutsenko admite - as consultas realizavam-se dia e noite e, às vezes, ele chegava em casa às 3:00 horas da madrugada.
No entanto, não dá para excluir que até quarta-feira a situação não mude, e Yatseniuk, mais uma vez, mude de idéia e não se demita. (Espero não lamentar, nada negativo sobre Groisman posso pensar, mas Jaresco inspira muita confiança, e ela com certeza, não formará conchavos. - OK).

E, logo hoje, ela diz que aceita: - Lidar com atual crise política na Ukraina "consegue apenas um governo tecnocrata  - isto é, equipe de pessoas sem influência de ninguém, pessoas que não tem passado político, não se submetem a nenhum oligarca ou "amigos" de políticos e não tem ambições políticas para o futuro".  


"Eu estou pronta para montar uma equipe, que já, agora, é capaz de trabalhar no interesse do país, com todos os seus cidadãos, e não alguns grupos políticos ou de negócios", - disse ela.

Segundo suas palavras, os ministros dos governos tecnocratas devem satisfazer cinco requisitos básicos: servir ao povo, não a si mesmos, ter boa reputação, não tolerar a corrupção e a interferência política em órgãos públicos, não preocupar-se com a participação nas eleições ou carreira crítica, acreditar que Ukraina pode ser bem sucedida graças às liberdades econômicas e democráticas, em particular ao acordo com UE e FMI, ter experiência anti-crise adequada.

Jaresco lembrou que tal governo precisará do apoio da maioria dos deputados para implementação de todas as reformas.

"Hoje o mundo olha para Ukraina com certa descrença questionando a nossa capacidade para combater a doença da corrupção e criar uma base saudável e digna do futuro de milhões de ukrainianos. Cada dia de um governo honesto - é possibilidade de provar que os interesses nacionais são mais importantes do que a pressão política ou laços comerciais.

Ela acrescentou, que nunca procurou posições elevadas e não tem planos ou desejo de construir uma carreira política no futuro.

Jaresco é americana de descendência ukrainiana. Depois da queda da União Soviética ela recebeu proposta para vir para Ukraina. Figura pública e empresária. Co-fundadora e empresária da "Horizon Capital", presidente e diretor-executivo da "Western NIS Enterprise Fund" (WNISEF).

***

Nadia Savchenko foi sentenciada a 22 anos de prisão. Promete renovar a greve de fome seca após 10 dias, quando a sentença adquirir efetividade.



Tradução: O. Kowaltschuk

segunda-feira, 21 de março de 2016

Condolizza Rice: Ukraina tem uma revolução após outra. Talvez, seja o momento de dirigir o Estado?
Europeiska Pravda (Verdade Européia), 14.03.2016
Sergei Sidorenko


Com 66° secretário do Estado americano Condolizza Rice, nós conversamos em Kyiv, onde ela veio dar uma palestra a convite do Fundo de Pinchuk (genro do ex-presidente Kuchma. O fundo promove, regularmente,  tais acontecimentos - OK). O político, que atualmente é professor na Universidade de Stanford, e hoje um dos profissionais mais respeitados nos Estados Unidos, na questão da Rússia e Europa Oriental.

Nós conversamos com a Doutora Rice sobre Criméia, que ela considera um "conflito congelado", e sobre "guera fria", na terminologia da Rússia, que a americana se recusa reconhecer.

Mas, a cada momento, a conversa indicava, que hoje os EUA esperam mais da Ukraina, do primeiro-ministro e dos cidadãos ukrainianos. Sobre isto e mais - em entrevista à "Verdade Européia".

                "Nós, com a Rússia temos áreas de conflito, também de cooperação."

- Um mês atrás, na conferência de segurança de Munique - o primeiro ministro russo Dmitry Medvedev num discurso famoso falou sobre o início da Guerra Fria entre Rússia e o Ocidente. Você concorda com ele?

- A verdade é que na relação dos EUA e Rússia começou um tempo muito complicado. Mas não penso que devemos voltar para terminologia do passado. Sim, temos muitas diferenças, em primeiro  lugar, claro, é a Criméia. Também, nós com a Rússia não podemos concordar com outros acontecimentos na Europa, quanto ao Oriente Médio. Mas, ao mesmo tempo há questões, com as quais nós cooperamos com a Rússia! Então eu não acho, que deveríamos usar rótulos como "guerra fria".

- Mas os russos realmente acreditam que a Guerra Fria já começou, não é?

- Simplesmente as ações da liderança do país, que diz às pessoas sobre guerra, não dão benefício. Mas eu, como pessoa, que viveu durante a Guerra Fria, posso lembrar: então a situação era completamente diferente. Os cidadãos da União não tinham possibilidade de sair para o estrangeiro, e hoje na Universidade eu tenho estudantes russos. Durante a Guerra Fria, isto não podia acontecer!
Sim, entre os EUA e Rússia há contradições fundamentais! Há questões, em relação às quais nós nunca concordaremos - isto é, particularmente, a anexação da Criméia. Os EUA firmemente insistem, que estas ações da Rússia são violações do direito internacional. Mas a diferença é que agora, nós com a Rússia temos áreas de conflito e cooperação. 
Considere, por exemplo, nosso trabalho comum na questão das mudanças climáticas, ou na questão do Irã. Acordo sobre o Irã conseguiu-se alcançar porque neste assunto trabalharam os EUA, e a FR!

- Ma você acredita, que com a atual liderança russa, em princípio, é possível encontrar uma solução para o conflito?

- Não penso, que encontraremos a opinião comum sobre questões relacionadas com Ukraina. Também não penso, que teremos abordagem comum em outros assuntos relacionados com Europa. Mas, nós já encontramos uma abordagem comum para a trégua na Síria. Há questões, nas quais as grandes forças podem trabalhar juntas.

- Portanto, você deve compreender a preocupação ukrainiana: se, os líderes mundiais sublinham a importância de interesses comuns com a FR, então um dia - por causa desses interesses - podem render-se à Rússia, na questão ukrainiana.

- Vocês não devem preocupar-se que, em algum momento USA "entregarão" sua atual posição à Ukraina para atingir um melhor nível de cooperação com a FR. Eu não vejo tal possibilidade. Washington não funciona dessa maneira.
O governo dos EUA, o embaixador na Ukraina, o secretário de Estado, vice-presidente dos EUA disponibilizam muito tempo para ajudar Ukraina, para que o seu país avance para frente, apesar de todas as dificuldades.
Mas a meta deste apoio - ajudar a vocês mesmos, finalmente, começar a governar o país. Isto - é chave.
Não viver, constantemente, em crise!
No seu país, em 25 anos, aconteceram três revoluções - o alcance da independência, Revolução Laranja e Maidan em 2.014. Talvez, finalmente, precisa começar governar o Estado?
Nós também queremos ver Ukraina forte e viável. Mas, neste sentido deve trabalhar a liderança ukrainiana.

                    "Alemanha não procurava desculpas no fato de que ficou dividida".

- É possível gerenciar efetivamente o estado, quando contra ele continua uma duradoura agressão do lado do poderoso inimigo?

Mas, ao mesmo tempo, vocês têm apoio da comunidade internacional. Existem sanções contra a Rússia, há a OTAN, que envia à Rússia sinais restritivos. O mundo tenta ajudar Ukraina a lidar com problemas econômicos.
Mas Ukraina também tem sua parcela de responsabilidade. Ninguém, além de vocês, ukrainianos, não poderá dirigir o estado.
Portanto, vocês precisam não esperar apenas ajuda da comunidade internacional. É tempo de construir economia! É tempo de preocupar-se, como trabalha o seu governo. É tempo dos cidadãos fazer aquilo, que deles depende.

Foto de Sergei Ilyin, Fundação de Viktor Pinchuk
Um bom exemplo para vocês é a Alemanha Ocidental que construiu um estado muito forte. E, exatamente ela se tornou o imã, que afinal uniu toda Alemanha.
Ninguém gosta o que aconteceu na Ukraina, ninguém nunca apoiará isto. Seu estado não deveria estar dividido, anexação da Criméia não deveria ter acontecido. Não deveria ter sido criado tantos problemas, quantos agora vemos no leste da Ukraina. Mas, apesar do que aconteceu, os ukrainianos devem desenvolver a sua economia, e o governo - dirigir o país.

- Mas a reunificação da Alemanha só foi possível quando a URSS tornou-se fraca e aproximou-se ao ponto de colapso...

- Não, não, não é este o ponto. Muito antes de 1989, ao longo de décadas, a Alemanha Ocidental construía uma economia forte. Eles governavam o Estado sabiamente.
Na altura em que as circunstâncias externas permitiram a reunificação, eles aproveitaram a oportunidade.
Mas eles não ficaram sentados cruzando as mãos e não usavam as dificuldades como desculpa de que a Alemanha continuava dividida. 
E minha opinião consiste em que, os acontecimentos em seu país - anexação da Criméia e o que aconteceu no leste da Ukraina, - é inaceitável para a comunidade internacional. O mundo prova que é inaceitável pela comunidade internacional.
Mas, ao mesmo tempo, vocês tem que fazer todos os esforços para tornar seu país mais forte. E, quanto mais bem - sucedida for Ukraina - mais fácil será para vocês deter a agressão estrangeira.

- Anteriormente você declarava, que não se conseguirá deter Putin até que, os EUA não se atreverem a uma oposição mais forte à Rússia. O que, exatamente, devem fazer os EUA?

- Alguma coisa já foi feita. Sanções, juntamente com preços baixos do petróleo já têm impacto na economia russa.

- Baixos preços do petróleo - não são merecimento dos EUA.

- Mas sanções - são exatamente, nossa realização. Tínhamos posições de liderança em sua implementação. E, é importante, que as sanções agissem concomitantemente, com a diminuição dos preços do petróleo.
A decisão de reforçar a presença militar em outros países da OTAN, a Polônia, os países bálticos - também é um passo muito necessário.
Não é segredo, que eu também sou adepta da ajuda militar a Ukraina. Nós devemos ajudá-los a proteger-se. Neste ponto, a minha proposta não tem apoio do governo americano, embora lá também há pessoas, que acreditam, que nós podemos contribuir mais ativamente a Ukraina em sua defesa. Mas esta ajuda também depende de quão eficaz é o seu governo.
Quanto mais sabiamente trabalhar o governo, quanto  mais ativamente realizarem-se reformas econômicas, quanto mais notável fora luta contra a corrupção - mais oportunidades de possibilidades abrir-se-ão para Ukraina em receber ajuda do Ocidente.

- Dos líderes ocidentais, ouvimos constantemente que uma solução militar para o conflito no Oriente é impossível. Na Ukraina, nem todos concordam com isso - há também a idéia de que o caminho militar - diplomático seria melhor. Qual é a sua posição?

- Justamente nisto eu não coloco interrogação à posição do governo americano. Eu entendo bem, o quão é complicado determinar as ações mais corretas em tal situação. E, além disso, agora eu não tenho todas as informações sobre o que está acontecendo. Mas eles têm. Porque eu sei quão grande atenção dispensam a esta questão o vice-presidente (Joe Biden) e o secretário assistente de Estado Victoria Nuland e John Kerry. Eles gastam horas e mais horas nas questões relacionadas com os eventos no leste da Ukraina.
Portanto, eu apenas posso repetir: o mundo está pronto para ajudar Ukraina mas, para isso Ukraina deve ajudar a si mesma..
Eu compreendo, que ouvir este sinal não é muito agradável. Mas exatamente isto é - sinal certo.

                    Eu não vejo nenhuma possibilidade de rápida decisão da questão da  Criméia".

- Se você espera, que Ukraina se torne membro da OTAN no futuro previsível - precisará, pelo menos uma década, ou duas?

- Eu sempre, ainda desde quando, eu era secretário de Estado, apoiava a idéia de que, as portas da OTAN devem estar abertas para as democracias européias, incluindo Ukraina. Mas não nos esqueçamos o que deve vir primeiro. No início vocês devem realizar as reformas e alcançar padrões. Neste caso OTAN deve estar aberta à adesão da Ukraina, como democracia européia.

- Rússia insiste, que em seu tempo URSS recebeu promessa da OTAN, que a aliança não se expandiria para o leste, mas logo a promessa foi quebrada. Isto aconteceu?

- Esta história - é daquelas que são completamente falsas. Eu estava com o secretário de Estado Baker (nas negociações com a Rússia), e tais assuntos não foram mencionados.
OTAN - é uma organização de defesa coletiva das democracias européias . Nós, aliás, acreditamos, que Rússia deve ter um papel importante na Europa. Mas esse papel deve ser baseado no respeito aos vizinhos e sua soberania.

- Então como resolver a questão da Criméia?

Eu, honestamente, não vejo a possibilidade de uma rápida resolução da questão da Criméia. EUA, Europa, e outros representantes da comunidade internacional dizem claramente que a anexação da Criméia pela Rússia é uma violação da lei internacional. E todos eles continuam em suas posições. Age a política que não permite investimentos na Criméia, há penalidades.
Nós, categoricamente, discordamos com o fato, que a Rússia tem bases para quaisquer pretensões na Criméia. Portanto, infelizmente, na Criméia, nós recebemos mais um conflito congelado no território Europeu. Em acréscimo aos conflitos na Abkhasia , Ossétia do Sul e Transnistria.
Mas, apesar disso, eu espero que, com o tempo, Criméia novamente se tornará parte integrante da Ukraina não só pela lei, mas na realidade.
 E - desculpe, que me repito - aqui novamente depende muito da própria Ukraina.

Ukraina tornou-se objeto de um grande número de ações incorretas. Mas, a fim de superar as consequências disto, vocês devem transformar seu país, torná-lo mais forte.

Nós começamos uma conversa com referência à conferência de segurança de Minsk. Vamos voltar a ela, mas ao ano 2.008. Então Putin apresentou seu famoso "discurso de Minsk".
Você concorda, que naquela época o mundo subestimou a seriedade das intenções da Rússia? E você não pensa, que hoje, depois do discurso de Medvedev sobre "guerra fira", o Ocidente e EUA repetem o mesmo erro?

- Eu, provavelmente, concordo, que nós (depois do discurso de Putin em Munique) realmente não esperávamos que, no século XXI um país europeu anexasse o território de outro. Assim, parece, as pessoas perceberam que o dia se aproximava. Mas agora nós sabemos isso.
Por isso aquilo, que nós fizemos na questão de sanções, na questão do reforço da OTAN - tudo isso envia um sinal certo de que estamos plenamente conscientes das intenções da Rússia. E isto - o melhor, que pode e deve fazer a comunidade internacional.

Mas seria muito mais fácil superar a agressão russa, tendo a Ukraina forte e reformada.

E eu vejo alguns certos e positivos sinais no aeroporto, em Boryspil. Quando eu passava pelo controle de fronteiras, lá havia pequenos cartazes com a simples inscrição: "Suborno - é crime" (em idioma inglês - V.U.). E, estas inscrições são muito esperançosas. Isto é uma brilhante ilustração de que os ukrainianos tem consciência: corrupção destrói a democracia. Então, alguma coisa realmente muda.

Tradução: O. Kowaltschuk