segunda-feira, 8 de junho de 2015

O ataque a Mariinka deveria terminar com Minsk - 3...
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 08.06.2015
Natália Baliuk

Rússia tem agora dois, muito importantes objetivos: obrigar Ukraina "alimentar" o ocupado Donbas e obrigar o Ocidente aliviar as sanções.

Duas vezes durante a guerra no Donbas Putin conseguiu "obrigar Ukraina à paz", isto é, sob ameaça de guerra em grande escala, aceitar vergonhosas concessões, que foram envoltas em atraentes invólucros, chamados Acordos de Minsk. Primeira vez após a tragédia de Ilovaisk, cujo resultado foi Minsk -1. O segundo acordo de Minsk assinavam sob a pressão psicológica da inevitável caldeira do Debaltseve. Cada vez Putin conseguiu inclinar a situação a seu favor. As derrotas táticas deprimiam a liderança ukrainiana, e ela concordava com os "estatutos especiais", afastamento de artilharia pesada, outros. Infelizmente, renúncias precisou fazer não apenas o exército ukrainiano, mas também a diplomacia ukrainiana. Putin viu que isto funciona. Depois de mais uma caldeira, o Ocidente e Ukraina seriam mais conciliadores.

O desesperador ataque a Mariinka deveria terminar com Minsk - 3. Objetivo da ofensiva - criar um contexto favorável na véspera da reunião do Grupo de Contato, do "Big Seven". Rússia, agora, tem dois primeiríssimos objetivos: obrigar Ukraina "alimentar" o Donbas ocupado (vários militantes têm declarado que Donbas deve permanecer ao território ukrainiano - OK), e o Ocidente a enfraquecer as sanções. Pela primeira vez depois de Minsk - 2 os militantes realizaram um ataque feroz contra as forças ATO com grande número de armas pesadas que, com acordos anteriores, já a muito tempo deveriam ter sido retiradas. O objetivo era Mariinka e consistia em cercar os combatentes ukrainianos num anel (a chamada caldeira), e depois destruí-los, para desmoralizar Poroshenko e obrigá-lo a concordar com as condições da Rússia, ou negociar com o Ocidente. Ao mesmo tempo forçar o exército ukrainiano a usar armas pesadas e depois acusar Ukraina em violação dos acordos. (É engraçado, os russos usaram armas pesadas durante toda trégua, nas suas provocações. E matavam, quase diariamente, um ou dois soldados ukrainianos Eles também não podiam usar armas pesadas, mas usavam - OK).

Na véspera da cimeira "Big Sevem", Putin queria colocar Ukraina como infratora dos Acordos de Minsk. Isto daria para ele o direito a flexibilização das sanções ocidentais e a convocação do Minsk -3, onde Rússia, novamente faria chantagem a Ukraina e ao mundo, com ameaças de guerra em grande escala. 

Não por acaso, ainda antes do agravamento em Mariinka, na reunião do Grupo de Contato em Minsk, o representante russo Azamat Kulmuhametov cometeu demanche - sem quaisquer explicações deixou a reunião. No dia seguinte, as forças russas começaram atacar Mariinka. Na Rússia começaram falar sobre uma convocação urgente de uma sessão extraordinária do Conselho da Federação, a qual deveria aprovar a decisão sobre permissão para aproveitamento de forças russas na Ukraina (Como se já não houvesse este uso, porém sempre negaram - OK)

Lembro: precedente já houve: 1 de março de 2014 o Conselho da Federação da Rússia satisfez o pedido do presidente Putin sobre a possibilidade de introdução de tropas no território ukrainiano em relação com a "situação que se formou na Ukraina e a ameaça que surgiu para a vida de cidadãos e militares russos, estacionados na Criméia".

Mas, desta vez, o plano do Kremlin falhou. O presidente russo subestimou o inimigo. Ukraina, durante o ano, aprendeu lutar. Graças à inteligência de rádio-eletrônica (a qual, talvez, tenhamos recebido de aliados ocidentais) os militares ukrainianos, com antecedência perceberam a afluência de forças russas perto de Mariinka. 
Sobre um possível ataque, incluindo o uso de armas pesadas, Ukraina advertiu OSCE. Também avisou, que em caso de ataque às forças ATO Ukraina será obrigada, em resposta, usar artilharia pesada, que precisou voltar para posições de combate. Desta vez, mentir para o mundo todo, os estrategistas de Kremlin não conseguiram. Em vez de deixar Ukraina em posição delicada, Russia sozinha caiu na
armadilha. OSCE registrou que os primeiros a usar armas pesadas foram os exércitos terroristas. Não ajudou a Rússia a próxima provocação, envolvendo um recruta da 28ª brigada mecanizada das Forças Armadas da Ukraina Roman Mashchenko. 
Lembramos: Durante a batalha por Mariinka, os terroristas feriram e aprisionaram o militar ukrainiano, e o obrigaram, sob torturas, dizer que foi o lado ukrainiano o primeiro a usar armas pesadas.

A permanente mentira do Kremlin, finalmente dá o efeito oposto. Chantagear o mundo torna-se cada vez mais difícil. Como dizem, com a mentira você atravessará meio mundo, mas voltar será impossível. Então Putin tem, cada vez, menos chance "voltar atrás", porque sozinho, desesperadamente, queima todas as pontes...


Guerreiro ukrainiano, com próteses, aprende a escrever novamente.




No Museu  Memorial das vítimas de regimes de ocupação "Prisão em Lontskoho" hoje foi colocado um quadro memorável. 





Recompensa aos funcionários da Guarda Nacional e aos milicianos que participaram das forças ATO.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 08.06.2015

O presidente Petro Poroshenko entregou prêmios do Estado a dezenove soldados da Guarda Nacional e funcionários do Ministério do Interior, que participaram da operações anti-terroristas no Leste da Ukraina.


Ele agradeceu a todos e disse: "Hoje nós premiamos os melhores, que continuam as tradições dos heróis da Ukraina, demonstram como defender o país, lutar pela Ukraina".
"Cada um de vocês, não somente protege a ordem pública. Agora, vocês defendem a paz, a soberania, a integridade territorial e a independência do nosso país". - disse Poroshenko.
"Quando o inimigo tenta iniciar uma guerra terrorista no coração da Ukraina - toda a esperança são vocês. quando, através da fronteira empurram drogas, contrabando e armas da Rússia - nós temos esperança em seu profissionalismo. Quando pessoas desconhecidas, em balaclavas, inesperadamente surgem em locais estratégicos, provocando tumultos, desestabilizando a situação no interior do país - a eles impede seu domínio". - confirmou o presidente.

O presidente, constatou, com tristeza, que frequentemente, o preço dessa proteção é a vida dos trabalhadores. Segundo suas palavras, desde o início da ATO morreram 112 milicianos e 154 soldados da Guarda Nacional. "Este é um verdadeiro exemplo de serviço à nação ukrainiana. Glória  eterna a eles, nosso respeito e agradecimentos".

O presidente destacou o heroísmo do tenente Bohdan Zavada, que com seu corpo cobriu a saída e reagrupamento dos subordinados. Entregando a Estrela de Herói à esposa do morto, e aos pais, Poroshenko agradeceu-lhes pelo verdadeiro Herói. "Eu me curvo  e agradeço-lhes pelo filho e marido. Seu filho Bohdan para sempre permanecerá em nossos corações. Em seu exemplo serão educadas as futuras gerações de soldados ukrainianos, Guarda Nacional e milicia", - disse o presidente.

Tradução: O. Kowaltschuk

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