Tyzhden. ua (Semana Ukrainiana) 13.09.2014
Denis Kazan
"Estatuto especial" de Donbass na composição da Ukraina pode transformá-lo em pobre reserva criminal. A Moscou isto ajudará esconder o próprio fato de ocupação do território vizinho e legalizar sua presença na região.
Assinados os protocolos em Minsk não deram uma resposta definitiva, se terminará logo a guerra no Leste, mas, pelo menos, delinearam os contornos do futuro. "Nova Rússia", que o Kremlin queria criar no território de oito regiões do sudeste da Ukraina, agora transformou-se num pequeno pedaço de Luhansk e Donetsk mas, na verdade, com quase 4 milhões de habitantes. É para este território que Rússia exige um estatuto especial, mas como compreendê-lo, por enquanto, é difícil dizer.
Como vitória ou derrota revelar-se-ão para Ukraina os protocolos de Minsk dizer sobre isto, por enquanto, é impossível. Isto tornar-se-á claro depois, quando se definirem as relações do país com o pedaço arrebatado. Antes de tudo, nos esperam as próximas séries de sangrentos jogos. Parece que, à Ukraina, estas terras pertencerão apenas nominalmente. Obviamente, isto será região de interesse da Federação Russa, sob bandeira ukrainiana, que Moscou usará para pressionar Kyiv, e também para realização de inúmeros esquemas de contrabando criminal.
Afigura-se que, entre Ukraina e Rússia, na capital da Bielorrússia assinaram acordo: cessação da ofensiva do agressor em troca da legalização da independência das terras ocupadas. O surgimento de um país por ninguém reconhecido, claramente não pertencia aos planos da liderança de Kremlin, porque os anteriores meio-estados-decaídos, criados artificialmente com ajuda das baionetas russas na Geórgia e Moldávia, é sem isso, suficiente peso para orçamento da FR. Então Moscou, escolheu para si o caminho mais confortável: colocou a responsabilidade pela manutenção da próxima região, formação não entendida em Kyiv, reconhecendo oficialmente Donbass como território da Ukraina, mas planeja formar lá um governo local, de marionetes e completamente dirigido pelo governo local.
O que isto significa para Ukraina?
Por um lado, a integridade territorial. Donbass, de jure, permanecerá dentro dela, portanto, todos os "estatutos especiais" de algumas regiões são circunstâncias secundárias. Muito provavelmente, cedo ou tarde, Moscou se cansará do país dos mineiros, então a "particularidade" poder-se-á, um dia, cancelar ou ajustar, tornando-a completamente subordinada ao nosso país.
Por outro lado - o retorno da região acontecerá somente pelas condições de implantação de cenário otimista e, algum dia não próximo. Mas, até lá nós nos encontraremos com problemas reais. Porque Kyiv agora precisará renascer os territórios ocupados pelos russos e dar dinheiro a bandidos, que matavam soldados da Ukraina, visando o desaparecimento dela mesma.
Não é difícil adivinhar que restaurarão a destruída infra-estrutura , não "pessoas" ou "estado", mas estruturas concretas, pertencentes a pessoas específicas. Quem exatamente, agora não sabemos, mas Kyiv não conseguirá controlá-los, portanto, hoje, já não é segredo, para onde irá a maior parte do dinheiro. A justificação de quaisquer crimes no Donbass já está pronta: "tudo por causa dos "Khokhlov" (denominação pejorativa que os russos dão para os ukrainianos - OK). Defensores do separatismo isto satisfará plenamente. Se Azarov (primeiro-Ministro do ex-presidente Yanukovych) durante 4 anos conseguia branquear seu trabalho sujo e monstruosa corrupção, dizendo que trabalharam mal os "popyeryedniki" (antecessores, em russo - OK), então a guerra justificará, no mínimo, a próxima década de pobreza e ruínas.
Donbass ocupado por bandidos e sob controle russo, é garantido que será a fonte do crime e zona de esquemas de corrupção e contrabando. E não duvidemos, que na própria Ukraina encontrar-se-ão muitos patifes, prontos para participar de tais esquemas. Ao mesmo tempo, sendo oficialmente parte do nosso território, o território ocupado realmente evitará bloqueio econômico, produzirá e exportará produtos diversos, sem pagar impostos ao orçamento nacional. E o mais importante: a população das terras controladas pelo Kremlin participará das eleições nacionais. É desnecessário explicar, como serão realizadas...
É muito provável, que na composição da Ukraina agora surgirá um pedaço da Rússia, que influenciará nossa vida política e continuamente aspirará pelo dinheiro do orçamento (no mínimo sob a forma de subsídios aos mineiros). E isto não sopra grande otimismo. Então, talvez, denominar os fatos pelos nomes e dar-lhes o status de territórios ocupados, e não um certo, efêmero "especial" na composição da Ukraina? Parece, que ninguém duvida, que parte das terras de Luhansk e Donetsk está ocupada exatamente pela Rússia, com ajuda de seu exército e cidadãos. E, nenhuma "DNR" (República Popular de Donetsk) e "FSC" (República Popular de Luhansk) seria possível sem a intervenção de Moscou. E, se é assim, então por que fingir, que não há ocupação e, ao mesmo tempo, entregar-lhes o poder político e econômico? Com o mesmo sucesso pode-se incluir à composição da Ukraina "Somaliland" ou dar direito de voto aos moradores de Chechênia para agradar Putin.
Enquanto estas duas áreas, de fato, não se subordinam ao governo central, elas não podem ser consideradas como genuíno território da Ukraina, apenas ocupadas, como Crimeia. E, nem eleições parlamentares, nem locais lá não devem realizar-se, porque nos territórios ocupados, em princípio, é impossível a atividade de partidos políticos. Assim, pois, no caso da zona em "estatuto especial" realmente revelando-se um enclave independente que pretenderá à direção e influência, Ukraina obrigatoriamente receberá novas ondas de agitação e uma nova onda de insatisfação, já não no Oriente, mas no Ocidente. E isto para o governo é perigoso porque ele não resistirá sem o apoio do seu eleitorado tradicional.
Quanto ao próprio Donbass, seu futuro não parece radiante em qualquer caso. Rússia não concordou assumir a região rebelde à sua composição. Em seu Estado nativo seus moradores, voluntariamente, receberam o status de "izgoi" (Pessoa que está além da sociedade, afastada por ela - OK), e a sonhada "existência" prepara às então ricas regiões o destino de buraco depressivo, sem perspectiva. Não muito parecida à próspera "região-alimentadora" do prometido por separatistas bem estar, mas muito se assemelha ao antigo medo do arame farpado com o qual, supostamente, queriam cercar Donbass.
Tradução: O. Kowaltschuk
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