sábado, 7 de fevereiro de 2015

Putin, Hollande e Merkel conversaram durante cinco horas.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 06.02.2015

A reunião no Kremlin foi apenas entre os três, tete-a tete. Durante o intervalo, saíram para fotos, mas não deram declarações.

No dia anterior, Merkel e Hollande passaram por Kyiv e conversaram com o presidente Poroshenko.

A edição do jornal ZN-UA (Espelho de domingo - Ukraina), publicou no dia de hoje, 07 de fevereiro, o plano de Putin, apresentado aos líderes da Alemanha e França. Tentamos traduzi-lo.


"Putin exigiu autonomia para Donbass e federalização da Ukraina". 
No final de janeiro, Putin propôs, aos líderes da França e Alemanha, o seu plano para resolver o conflito no leste da Ukraina.

Segundo ZN-UA, após comunicação telefônica tripartida entre os presidentes da Rússia, França e chanceler da Alemanha, Putin encaminhou a seus interlocutores o documento intitulado: "Complexo de medidas de realização, segundo Protocolo de Minsk, de 05.09.2014 quanto à regulação do conflito no Sudeste da Ukraina." Este documento prevê as seguintes seções:

1. Medidas inadiáveis.
2. Expansão do "formato de Minsk" e desmilitarização da zona de conflito.
3. Eleições municipais.
4. Reforma Constitucional.

Transmitindo o documento, Putin planejava trazer para seu lado Merkel e Hollande e, acordando as posições na plataforma do Kremlin, os três, sem USA, pressionariam Ukraina.

Os parceiros europeus informaram Kyiv sobre a existência do"plano", mas o documento não enviaram a Poroshenko.

No entanto, de acordo com ZN-UA, a opção proposta por Putin não agradou a A. Merkel e, provavelmente a Hollande, não foi aceita. Eles consideraram indispensável discuti-lo primeiro com Petro Poroshenko, e em seguida com Putin.

Kyiv persistiu no desejo de examinar o documento, que lhe foi enviado, não por embaixador russo ou ukrainiano, mas por Viktor Medvedchuk (Este cidadão ukrainiano é compadre de Vladimir Putin e é a favor da russificação da Ukraina - OK).

Ao familiarizar-se com o texto, Poroshenko avisou Putin sobre a inadmissibilidade da proposta para Ukraina, considerando-a como tentativa de desestabilização da situação no país, com o objetivo de desmoroná-lo.

Pontos-chave do "conjunto de medidas...".

- Status de autonomia dentro dos limites administrativos das regiões Luhansk e Donetsk;
- Garantia de segurança e integridade irrevogável aos eleitos nas eleições municipais, pessoas e entidades governamentais;
- Garantia de execução, pela Ukraina, da lei "Sobre estatuto especial" na íntegra.
- Garantia da reforma constitucional da Ukraina, que prevê a descentralização e a federalização, e também a criação de regiões (ou repúblicas) autônomas de Donetsk e Luhansk. Em relação a Donbass, as transformações constitucionais Putin vê como segue: criação de repúblicas autônomas; outorgar-lhes o estado de zona de livre comércio; aceitação da Constituição das repúblicas autônomas de Donetsk e Luhansk; acordo sobre delimitação de competências entre Ukraina e repúblicas autônomas.

Para implementar tudo isto, o documento prevê o estabelecimento de um diálogo direto entre Kyiv e líderes da "DNR" e "FSC", retirada de todas as unidades militares das Forças Armadas da Ukraina e do Ministério do Interior para além de Luhansk e Donetsk e legalização da "milícia popular" que é como serão chamadas todas as formações militares nos territórios da "DNR" e "FSC", concentração da "milícia popular" na fronteira com a Rússia.

Para Poroshenko, este plano complexo de Putin não é novidade. E aqui não entram, ainda, todos os desejos de Putin. Ele, para o encontro fracassado em Astana, propôs uma clara e simples nota: federalização da Ukraina, neutralidade constitucionalmente consagrada; reconhecimento da Crimeia como parte da Rússia, e participação da Ukraina na EurAsEC (Comunidade Econômica da Eurásia). 
Além disso, dizem, Putin tentou passar esta sua posição, como acordada por Nazarbayev (presidente de Cazaquistão) e Poroshenko.

Tradução: O. Kowaltschuk

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