Europeiska Pravda (Verdade Européia), Haia - Rotterdam, 01.04.2016
Sergei Sidorenko
Como, na Holanda agitam, a favor e contra a associação da Ukraina e o que acontece em toro da questão ukrainiana.
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"Nós queremos ajudar Ukraina. E, exatamente por isto - votaremos contra o Acordo sobre associação porque, os ukrainianos - são contra ela".
Esta frase em Kyiv pode ser percebida como uma piada, mas na Holanda ela soa diariamente.
Exatamente com estas palavras começou o encontro com os eleitores na sala de Rotterdam Arminius. Para Thierry Bodet, um dos ideólogos e atores-chave na campanha contra a associação ukrainiana, esta tese - uma das principais.
Tais teses realmente "trabalham", os holandeses consideram-nas convincentes. Este é o maior milagre da agitação holandesa. Toda campanha neste Estado aos ukrainianos pode parecer completamente ilógica.
5 euros pela entrada na reunião - agitação paga holandesa.
Diariamente, na Holanda realizam-se muitas reuniões políticas - debates dedicados ao referendo ukrainiano.
Apenas numa noite, 29 de março, o correspondente da "Verdade Européia" foi convidado para quatro "eventos ukrainianos em apenas uma região do país - duas em Haia e duas em Rotterdam.
E isto não são reuniões vazias, que realizam "para mostrar".
Você consegue imaginar o eleitor ukrainiano, que pagaria de seu próprio dinheiro, para ver agitação política? Na Holanda isto é realidade.
5 euros - este é o preço de admissão para reunião em Rotterdam, onde no palco, diante do público debatem políticos de campos diversos - um dos organizadores da campanha contra a associação é Thierry Bodet e o deputado do Parlamento holandês Keis Ferhuven, um dos defensores ativos de associação com a Ukraina.
Não há falta de audiência.
No início dos debates - pesquisa, como planejam votar no referendo de 6 de abril; 90% selecionam a variedade "não determinamos". Entre aqueles que já têm posição, perde adeptos Ukraina - votos contra são maioria.
Para vender a agitação (literalmente), os holandeses transformam-na em Show.
Duas horas de reunião com os eleitores - vívidas, emocionais. Na platéia - uma dezena daqueles que são capazes de adicionar emoções: ukrainianos ou seus apoiantes locais, mas também oponentes de associação ukrainiana. Parte deles os próprios organizadores convidam, não recolhendo a cobrança de taxa na entrada.
Em Rotterdam havia tudo o que é indispensável para um show de qualidade: lágrimas de uma participante; gritos de outros; brigas, escândalos; provocadores, que vão de uma reunião à outra.
Não houve luta - não há tal tradição política.
E agora - o mais interessante.
O organizador da reunião de Rotterdam - organização "Forum pela democracia" um dos jogadores-chave na campanha anti-ukrainiana. Mas isto não impede ao "fórum" convidar para os seus debates adversários políticos. Inclusive adversários fortes. Caso contrário as pessoas não virão.
E isto - é um dos componentes da derrota de ativistas ukrainianos.
Como perder a competição. Experiência ukrainiana.
O exemplo de Rotterdam - um dos "bem sucedidos", se estimar pela quantidade de espectadores. Mas, talvez, um dos tristes, se avaliar o impacto sobre o público.
Parece que nós não vencemos, mas acontecem reuniões mais bem sucedidas. Além disso o público daqui, era mais favorável para votar contra, porque você compreende, quem são os organizadores", - começou dar desculpas o deputado Ferhuven, ao qual a "Verdade européia" pediu para resumir a discussão.
Parecia: deixar as forças pró-ukrainianas organizar o encontro exatamente assim e se tornarão vencedoras. Mas, na prática - não funciona.
Aquele dia o correspondente da Verdade Européia esteve na discussão da organização pró - ukrainiana Brand New Ukraine.
A diferença impressiona.
Na iniciativa ukrainiana reuniu-se o "corpo estrelar" de oradores. Deputados dos parlamentos ukrainiano e holandês, especialistas dos dois países. Deveria vir também o ministro ukrainiano de Política Agrária, mas não compareceu. Afinal, o evento ukrainiano era com entrada grátis e aos visitantes até prometeram um buffet. Mas, apesar disso, no salão reuniram-se cerca de 30 ouvintes. Grande maioria - ukrainianos ou aqueles que já apoiam Ukraina, isto é que não faz sentido convencer. Um dos motivos - ausência de "outro lado". Os opositores do acordo, ukrainianos não convidam. A única manifestação do show foi a aparição no salão do polonês Tomasz Matseychek, que a comunidade ukrainiana na Holanda denomina "provocador estatal da embaixada russa." Matseychek anda de um a outro painel de discussão, denomina-se jornalista (embora se recuse a mencionar a mídia) e acusa Ukraina na opressão dos falantes do russo e oposição.
Mas no debate, onde na sala havia apenas ukrainianos, seu discurso não teve efeito.
Verdade, os participantes pró-ukrainianos, não influíram em ninguém.
E, a própria medida, onde simplesmente não houve eleitores comuns foi um exemplo ineficiente de gastos de recursos dos contribuintes holandeses
Os ukrainianos holandeses tentaram diferentes abordagens. A organização Brand New Ukraine (Nova Marca Ucrânia), que recebeu bolsa para agitação do governo holandês realizou também "Tour Biblioteca" - de bibliotecas locais em todo o território do país viajam cidadãos holandeses, que antigamente viviam na Ukraina. Nessas cidades fazem publicidade, convidam os moradores locais à biblioteca e falam sobre o nosso pais.
Mas os ativistas admitem: aqui também não há sucesso.
"Comparecem poucas pessoas. Na primeira palestra, em 17 de setembro vieram cinco holandeses. Claro, em continuação o interesse e quantidade crescia, agora, em média, 20 ouvintes. Mas, ainda é pouco, - diz Svetlana Seysens, representante da organização.
Sem elementos, o show da atenção não se ganha.
"Amigos russos" na campanha holandesa.
Em apoio ao Acordo de Associação, na Holanda agitam vários partidos e organizações, não conectados entre si, mas os seus argumentos coincidem.
Claro, há diferenças na ênfase. Alguns acentuam mais atenção a questões comerciais (provam que o livre comércio é vantajoso a negócio holandês), outros têm-se centrado nos valores e experiências do Maidan.
No campo daqueles que agitam contra o acordo, a situação é fundamentalmente diferente.
A ele entram grupos, que aproveitam abordagens e argumentos completamente diversos.
Entre os adversários da Ukraina, há duas forças principais. Estes são "exuberantes" ativistas sem partido, do movimento GeenStijl e representantes "moderados" de partidos parlamentares (particularmente, socialistas). Um dos motores da campanha GeenStijl - ativista Thierry Bodet, a quem nós referimos no início. Mais precisamente ele pode ser descrito com a frase: "Lyashko holandês" somente mais jovem. Jornalistas locais, tal analogia, é claro, não conhecem (Lyashko é político ukrainiano - OK), então dizem diferente: "ele quer entrar na política pela porta dos fundos".
O referendo ukrainiano tornou-se o melhor momento para o expressivo advogado de 33 anos de idade, que tenta fazer uma rápida carreira política antes das eleições parlamentares, que realizar-se-ão o mais tardar em 2017.
Um detalhe interessante: hoje Thierry considera-se vítima de radicais ukrainianos. Esta semana, no debate em um subúrbio de Haia, ele avisou, que contratou segurança, para escapar da agressão ukrainiana.
Mais um ponto notável: até recentemente, Thierry era um crítico de Putin.
Mas, interesses comuns unem, agora em sua equipe trabalha o notório russo Sergey Marhel, que é frequentemente envolvido nas atividades das embaixadas russas nos países da UE.
Em Rotterdam Marhel sentia-se como proprietário - com o emblema de organizador.
Hoje, nos discursos de Thierry - muitas teses de propaganda russa.
Aqui há alegações, que Ukraina integram a UE contra sua vontade; e sobre "reviravolta" dos tempos de Maidan; e sobre a necessidade de respeitar os interesses da Rússia. E, finalmente, o mais importante: supostamente, parar o Acordo de Associação, os Países Baixos salvarão UE da ira de Putin (?!).
O último ponto - não é piada de 1º de abril. ativistas pró -ukrainianos afirmam, que com ela a luta é mais complicada.
Esta é a primeira grande experiência que ouvimos durante a turnê - bibliotecária - se eu votar pelo acordo encolerizarei Putin. Isto ouve-se em cada palestra, sem exceção. Os holandeses comuns, literalmente, dizem o seguinte: "Putin quer ter Ukraina - então ele tenha Ukraina. Mas Europa deve permanecer unida, mas em suas fronteiras. Tal lógica - o maior desafio", - diz Svetlana Seysens.
É necessário acrescentar, que a maioria das afirmações de Thierry Bodet contém erros lógicos, ou distorções.
Por exemplo, a afirmação favorita - dizem, a maioria dos ukrainianos é contra associação - refutada pelo recente estudo, segundo o qual 72% dos entrevistados pedem aos Países Baixos para votar a favor do acordo.
E, não admira que nomeamos Thierry representante do acampamento de "veementes" ativistas. Nisto - sua força. "Discutir com ativistas não é fácil, porque eles gritam muito alto", - sorrindo explica à Verdade Européia a holandesa Beia Kloyters-Abers, que participou de uma série de debates sobre Ukraina.
A campanha para referendo ukrainiano comprova: não vale pensar, que a tendência ao populismo - é exclusivamente característica ukrainiana. Na Europa Ocidental, ela também é generalizada. Por exemplo, nos debates de Rotterdam esteve presente um professor local, que tentou explicar ao auditório a essência do acordo com Ukraina e sua influência, mas Bodet o interrompeu com a frase que isto é - "propaganda" e "tolice". Bem, aos eleitores da verdade é mais fácil ouvir palavras simples e duras, que as explicações legais.
Não apenas com Putin.
Claro, não faz sentido reduzir a campanha a apenas "influência de Putin". O problema holandês é muito mais profundo. Além do "impetuoso" GreenStijl, na campanha participam partidos tradicionais e políticos profissionais, cuja retórica - fundamentalmente diferente.
Mais um centro da campanha - socialistas holandeses. Eles não tocam no "tema de Putin", mas tentam provar aos cidadãos que o voto "a favor" contém ameaças ocultas. Então - reagem a novos dados. Por exemplo, sobre associação da Ukraina. "Sim, a maioria dos ukrainianos - a favor, mas há aqueles, que são contra, mesmo sendo apenas 20%. Eles estão prontos para protestar, e deste modo, a ratificação do confronto levará a um conflito mais forte entre ukrainianos. Mas nós já temos 9 (nove) mil mortos!" - começou a persuadir a Verdade Européia Harry van Bommel, deputado do Partido Socialista, que conduz a campanha. Um detalhe importante:
Os oponentes parlamentares do acordo reconhecem, que a zona de livre comércio funcionará mesmo no caso, se a ratificação for interrompida.
"Eu não tenho nada contra o livre comércio com Ukraina. Se fosse apenas sobre acordo comercial, eu, possivelmente, o apoiaria. Mas, este acordo vai muito mais longe que apenas acordo comercial, porque cria associação com a União Européia que levará a problemas", - diz o deputado, que é um dos primeiros agitadores. "Mas a liberdade comercial continuará a agir. Possivelmente, Bruxelas terá de assinar um novo acordo com Ukraina", - disse ele.
Referendum contra UE.
Debates em Rotterdam, na foto - apena pequena parte de visitantes. |
Infelizmente, não em nosso favor, porque os adversários do Acordo - estão melhor motivados.
Muitos deles vêem o referendo não como a favor da Ukraina, mas contra a UE. Eles primeiramente têm tal possibilidade e não perderão. Os organizadores do referendo declararam que não têm pretensões a Kyiv. Suas pretensões são à Bruxelas.
Tradução: O. Kowaltschuk
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