sábado, 16 de abril de 2016

O estado de Savchenko é grave, advogado não é permitido.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 16.04.2016
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 16.04.2016


O Estado de Nadia Savchenko, que já está 11 dias em greve de fome "seca" - é grave, o governo da FR faz de tudo para isolar, ilegalmente, a ukrainiana aprisionada, - declarou no canal "112" o advogado Mykola Polozov.
Segundo suas palavras, a infusão intravenosa, que é administrada a Savchenko, não melhora sua condição, eles "melhoraram os testes de desempenho, mas não tem influência positiva sobre seus órgãos internos".

Polozov observou que o acesso a Savchenko, no final da semana, é limitado. Ele mesmo, somente conseguiu licença para vê-la após cinco horas de espera, na quinta-feira, mas sua irmã Vira não conseguiu. Nadia esperou muito pela irmã. Para estudar questões complicadas e importantes, relacionadas com sua hospitalização. Por causa disto, Nadia agora se recusa de análises e exames médicos russos.

No geral, o advogado avalia sua condição como grave: falta de água no organismo destrói seus órgãos internos. "Apesar de que os médicos colocaram o instilador (2º esta semana), isto só melhora a análise de sangue (que os médicos enviam à sua chefia) mas não influi em sua saúde.

"Os órgãos locais continuam perdendo umidade. Dizendo francamente, tudo isto são medidas paliativas, que não levam a resultados tangíveis de melhora da saúde", - disse Polozov.

"No total, Nadia está num difícil estado emocional, ela, falando francamente, decepcionou-se com os políticos que negociam sua libertação e disse, que se mesmo a greve de fome seca não influencia neles, então, parece que poderá afetar somente sua morte. Putin, provavelmente, tem tempo, políticos ukrainianos têm tempo, porém não tem tempo Nadia Savchenko", - disse Polozov. 


"Eles vão procurar soluções favoráveis para eles. Mas não agora" - disse Feigin.

O fato de que a questão Savchenko foi anunciada apenas nos bastidores, não na "linha direta" significa que Putin não quer publicidade. Agora, então, tão cedo o retorno de Nadia Savchenko para Ukraina não será resolvido, faz conclusões Mark Feigin.

"Isto significa, que eles vão buscar uma decisão favorável para si. Mas, não agora. E, nunca para Ukraina ou à própria Savchenko - disse o advogado à Rádio Liberdade.

No entanto, o fato, o fato de que Putin reconheceu, publicamente, que as negociações continuam - já é uma garantia para um certo resultado, disse Feigin.

"Em qualquer caso, Putin confirmou que as negociações diretas com Kyiv já estão em andamento. Isto, em si, já não é ruím. O reconhecimento das negociações, na linguagem diplomática significa que as negociações devem resultar em algumas decisões. E, por outro lado, adiantar-se antecipadamente não significa nada, apenas que Putin não se apressa com a solução do problema de Savchenko. Isto é, não significa que Savchenko será libertada em um dia, dois dias, ou uma semana" - disse o advogado.

O advogado diz que a pressão sobre o presidente russo deve ser mais forte, porque somente assim esta questão pode obrigar Kremlin resolver este problema rapidamente, "Isto é como numa bicicleta, enquanto você pedalar, vai, se parar de pedalar - para. Aqui nada novo não há.

Para Putin não importa quantos dias não se alimentar Nadia Savchenko, ele acredita que apanhou "peixinho de ouro", constata Bohdan Yaremenko. Se a ele se dirigem - então ele vai negociar, acrescenta o especialista. "Ele acredita que, se a ele pedem, ele é aquele que dá. Então, agora, Putin segura sua sorte pela cauda", - diz o diplomata.

As mensagens do Ocidente devem ser: negociações não haverá. E Kremlin deve conversar dom Ukraina, não com EUA ou UE, diz o diplomata Bohdan Yaremenko. E acrescenta que Ukraina fez tudo o que podia, às negociações juntaram-se líderes políticos mundiais.

Mas, o analista político Vitaly Bala, no comentário a Rádio Liberdade observou, que os políticos ukrainianos em vez de agir por tempo necessário "apareceram" sobre o tema Savchenko. As palavras de Putin apenas provam que as declarações de "bravura" expressadas recentemente, foram "inapropriadas" e a nada podem conduzir. Apenas são tentativas populistas e tentam por primeiro trazer "uma boa notícia". 

"Era necessário sequestrar algum funcionário importante russo. E, então, no mesmo nível discutir o assunto. 
Se não é possível conseguir um acordo, do ponto de vista do direito internacional, a partir de certos aspectos morais, significa que precisa introduzir outros mecanismos, e isto deveria ter sido feito muito antes.

Enquanto isto, o estado de Savchenko é crítico, avisou o amigo Oleg Mezentsev:  
( No texto não há indicação como Oleg obteve estas informações, já que as visitas estão limitadas. Eu fiz uma rápida pesquisa na internet e Oleg Mezentsev é, realmente, amigo de Nadia - OK).
"De acordo com o médico que examinou Nadia, transferi-la equivale à morte. No interior da Nadia tudo queima. Pela manhã ela tosse muito, por causa do catarro, para poder respirar. A saliva é pouquíssima. Urina é mínima, quase não foi suficiente para análise. Perde peso rapidamente. 

A irmã, Vira Savchenko não conseguiu visitar Nadia. Ela foi informada para buscar permissão no tribunal regional de Hondorivka, que dista 130 km. De lá enviaram de volta para cadeia, de Novocherkask. Lá havia uma reunião até às 16:00 h . Às 16 h 35 min veio o chefe da cadeia. O Tribunal trabalha até à 17:00 h, na sexta-feira o dia é curto. Reclamando com o oficial de justiça, nada conseguimos. O tempo "estimaram" para nós... Portanto, Moscou é contra" - disse Vira Savchenko.

(Prezados, já a algum tempo eu andava intrigada sobre quem estaria pagando os honorários dos dedicadíssimos advogados russos de Savchenko. Não pensava que a mãe pudesse ter meios suficientes. Não conseguia crer que seria o governo ukrainiano, ao menos teriam anunciado. Hoje, procurando um outro assunto na internet, descobri - OK)

"Rapazes, eu não tenho meios para pagar-lhes", - Novikov falou sobre o primeiro encontro com Savchenko.
ua. 112. ua, 07 de abril de 2016.
Trechos de uma entrevista do advogado Ilia Novikov no canal "112 Ucrânia:


Eu não sou advogado político, nunca me considerei como tal e não aspirava ser. Eu advogo em processos criminais, se quiserem - "osso preto", "burro de carga".

A idéia de ocupar-me com uma questão deste tipo, como em seguida revelou-se o caso Savchenko, nós tivemos desde os acontecimentos no Maidan, e na Criméia, desde o início da primavera de 2014.

Minha mãe é ukrainiana e eu não poderia não ter a minha especial visão sobre o que acontecia. Eu devia, ou ficar distante, ou assumir tal "sorte de advogado" profissional, é que eu posso expressar claramente minha posição sobre toda esta situação, simplesmente apenas executando meu trabalho.

Nós assumimos esta questão, quando foi anunciado, que uma certa Savchenko, então não sabíamos quem ela é, sabíamos que uma certa Nadia Savchenko foi aprisionada e encontrava-se na cadeia em Voronezh. Ela é acusada de assassinato de dois jornalistas russos.
 O ministério das Relações Exteriores da Ukraina procurava advogados russos. Porque somente um advogado não aguentaria fisicamente o fato de que seria necessário viajar semanalmente, ou até duas vezes, a Voronezh. Procuravam uma equipe. Eu sugeri a Mykola e Mark assumirmos esta história. Concordamos.

O momento mais importante foi quando visitamos Savchenko pela primeira vez, em 16 de julho, exatamente na véspera da derrubada do "Boeing". Nós entramos na pequena câmara para reuniões. Lá, uma mulher, com cabelos cortados curtos, de camiseta e calças esportivas. Ela olha para nós  - somos três advogados de ternos. Ela diz: "Rapazes, vocês, com certeza, são profissionais caros. Eu não posso pagar-lhes. Como nós vamos trabalhar?" Nós dizemos: "Você não deve pagar nada para nós. A questão é, você confia em nós ou não confia?" E este foi o momento da verdade. Ela olhou para nós, pensou e disse: "Sim, acredito. Trabalhamos em conjunto e trabalhamos até o fim". E assim nós trabalhamos juntos e trabalhamos até o fim.

Eu devo dizer, que eu nem um segundo, a partir do momento em que comecei trabalhar com Savchenko, e depois outras questões ukrainianas, eu não me arrependi um segundo por minha escolha. Colegas mais experientes me disseram: "Para que você precisa disto? Fique quieto, proteja bandidos, não se exiba, ou exiba- se com inteligência. E tudo estará bem com você".  Não é isso. O verdadeiro trabalho advocatício, é aquele, sobre o qual eu lia na infância, aos 13 anos, nos livros de Perry Mason - e isto é aqui,é nestes casos, mas não lá. Mas na situação atual, quando aos tribunais não importa se o réu, é  certo ou errado, se ele matou ou roubou, do mesmo modo sempre é condenado, eis o nosso profissionalismo, ele torna-se apenas paliativo. Assim também há uma medicina paliativa para os doentes terminais. Mas na Rússia agora, de fato, nos mesmos princípios age a defesa paliativa aos irremediavelmente acusados. Eis que acusam uma pessoa e seu destino é selado. E única possibilidade mostrar , que na verdade tudo é assim, que é possível lutar, que é possível fazer algo, é possível mostrar algo contrário ao tribunal, e algo contrário àquilo que quer esta nossa máquina, como tudo aconteceu de verdade. Na realidade este é o tipo de caso, onde é preciso acrescentar esforços.

Tudo isto poderia ter terminado com um enorme chiado, se nós não conseguíssemos durante este processo, e especialmente no seu final, quando foi a nossa vez de apresentar provas, convencer todos os observadores, e eles eram muitos, que por quota, vinham para pequena Donetsk de Moscou e olhavam, o que lá acontecia.

Se permanecesse algo "de um lado, ou de outro lado", "pode ser que ela, talvez não ela", isto seria resultado negativo de nosso trabalho, porque é importante aquele apoio, que ela agora recebe, até de Obama. Quando nós assumimos, que se houver veredicto, isto não será discutido. Mas, após o veredicto deve haver tal apoio, que não permitirá  a Rússia simplesmente deixá-la na prisão. Nós formulamos da seguinte maneira: por ela devem falar o Papa e o Obama, compreendendo que isto é inatingível, que é necessário, de algum modo para esta abordagem. 

Quanto a Nadia, ela começou compreender melhor as pessoas, me parece. Na prisão isto sempre evolui. Ela começou entender melhor o que acontece no mundo e na política. Por isso, nos primeiros meses, quando ela foi eleita "in absentia" deputado, ela era muito ingênua quanto a isso. Agora não. Agora ela compreende, recebendo nova mensagem, quem é e o quer dela.

Uma das primeiras coisas que discutimos na prisão com Nadia, lá houve muitas conversas, não apenas sobre a questão, sobre a vida, de fato, muito mais. Nadia, observando e vivenciando sua própria experiência o que é o Tribunal de Justiça do modelo soviético, presente na Rússia e Ukraina, emitiu um julgamento muito maduro, que agora, no século 21 dar assistência a tais questões criminais, difíceis, confusos, complicados, pode apenas o juri.E isto já é anunciado: a primeira coisa que ela fará, quando voltar para Ukraina, se isto for em breve, iniciar uma lei sobre alterações no Código Processual Penal para restaurar o juri de pleno valor, completo. Porque a Constituição da Ukraina promete que um Tribunal assim haverá, mas agora sob este nome age um sistema aleijado. 

Tradução: O. Kowaltschuk

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