quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Líder da oposição russa Ilya Ponomarev: Os investidores consideram, que o principal problema da Ukraina - Governo.
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 09.10.2015
Anastácia Rinhis


Político russo Ilya Ponomarev foi o único deputado da FR, que em março de 2014 votou contra a anexação da Criméia à Rússia.

Seis meses depois ele pagou por sua posição - O Comitê Investigativo da FR acusou-o de cumplicidade com o vice presidente de "Skolkovo"  no desfalque de 22 milhões de rublos. Alegou-se que por dez palestras no Centro Acadêmico Ponomarev recebeu de "Skolkovo" em honorários 300.000 mil dólares.

O dinheiro foi destinado a uma série de medidas para criar e promover Skolkovo, mas não foi colocado no bolso", - explica Ilya Ponomarov, considerando seu caso político.

Quando o político estava a serviço nos Estados Unidos o tribunal russo decidiu proibi-lo à travessia da fronteira e confisco de seus bens. Mais tarde Duma despojou-o da imunidade, e ele foi colocado sob custódia à revelia. Desde então ele não pode voltar para casa.

Sua biografia não é simples - sua carreira ele começou como programador. No início dos anos 90 ele foi o fundador da companhia "Russprofi" que ocupava-se com desenvolvimento de sistemas de computador. Depois trabalhou na empresa Schlumberger que ocupava-se com prestação de serviços às companhias de petróleo na esfera de tecnologias modernas de produção de petróleo. Também respondia por It-direção da empresa "Yukos".

Seriamente na política ele entrou em 2.003, criando um movimento de oposição "Frente de Esquerda". E, em 2.007, Ponomarev tornou-se deputado da Duma da FR da região de Novosibirsk. Ele foi um dos ideólogos da criação de "Skolkovo".

Em 2012 o político passou para oposição, foi um dos líderes das ações na Praça Bolotnaya, ativamente criticou a política de Kremlin.

O último ano Ponomarev vive na Califórnia, em San Jose. Diz que ocupa-se com o mesmo - consultor de projetos inovadores e it-startups, incluindo muitas empresas da Rússia e Ukraina, que mudaram-se para o Vale do Silício no último ano e meio.
Frequentemente vem a Kyiv. "Venho a pretexto de investimentos e reformas do setor energético", - 
explica ele. 

Com o jornalista da "Verdade Ukrainiana" Ponomarev encontrou-se no restaurante crimeano-tatar "Criméia" no Maidan. Comendo pastéis com chá verde, o russo explica, como tornou-se promotor da Ukraina nos EUA, e porque acredita em nosso país.

- Ilya, você vem frequentemente a Ukraina, o que causou seu interesse por nosso país? 

- Primeiro, eu me ocupo agitando investidores americanos em vir para Ukraina, especialmente ao setor energético. Embora "no caminho" acontece que a alguém, que encontrei por acaso, aconselho algo em outras áreas. Mas, propositadamente, trabalho com energética. Primeiramente - no ramo de extração de petróleo e gás.
Ukraina, a meu ver, não só pode, mas deve ser simplesmente auto-suficiente energicamente. Pode ser um exportador líquido de petróleo e gás.
Em 1970 na Ukraina extraíam mais gás do que na Sibéria Ocidental. E o principal centro educacional da indústria do gás da União Soviética estava em Ivano-Frankivsk. Agora sobre isto poucas pessoas se lembram, mas Ukraina já foi um exportador em sua história.
Simplesmente a União Soviética decidiu que na Sibéria Ocidental é mais fácil a extração - e isto é verdade, a atenção voltou-se para lá. Mas isto não significa que a produção na Ukraina não pode continuar. Ela precisa seu impulsionada. Vocês tem três zonas produtoras: o leste da Ukraina, a prateleira do Mar Negro e as montanhas dos Cárpatos.

- Prateleira do Mar Negro - "Krymnash."

- Lá existem jazidas em direção à Criméia, mas o que me surpreende é "Chornomornaftogaz" (Empresa do Mar Negro de extração de petróleo e gás - OK) extraía e extrai na parte da prateleira, que geologicamente é adjacente à região de Odessa, não da Criméia.
Como a base "Chornomornaftogaz" estava na Criméia, em conformidade ela passou para Rússia, e é a Rússia que agora, de fato, conduz a extração de petróleo ukrainiano. A este respeito, a posição da atual liderança ukrainiana não é clara: esta questão está entre muitas outras referentes a Crimeia.
Mas ela é muito especial, precisamente por causa da geologia - o saque a Ukraina continua todos os dias, não concluiu-se no dia da ocupação. (E precisou que um estrangeiro viesse fazer este alerta, porque nos jornais ukrainianos, até agora não vi nada a este respeito. É claro que não consigo ler tudo o que eles escrevem, mas um assunto destes merce muita presença na imprensa, que acredito, continuará omissa, a imprensa e os políticos! - OK)
Embora as perspectivas da prateleira não findam apenas com a Criméia. Na região de Odessa existem outras possibilidades. Por exemplo. Na direção da Romênia, no lado da ilha Snake também há depósitos promissores.

- Você, agora, realmente parece advogado da Ukraina perante investidores ocidentais. Como você trabalha com eles?

- Ukraina, realmente ninguém "vende". O montante de atenção benevolente que Ukraina recebeu durante o último ano e meio por causa desta maldita guerra, a muito era necessário converter em milhares de milhões de dólares de investimento. Mas ninguém o fez e não faz agora.

- Mas a nossa reputação é de um país pouco seguro. Os investidores não é certo que queiram arriscar.

- Não, isto não é verdade. Esta é exatamente, a posição do governo, que assim tenta justificar sua incapacidade de trabalhar com ações militares. Não é assim. Os investidores não percebem assim. Os investidores consideram  que o maior problema é o governo.

- Ausência de reformas?

- Ausência de reformas - como consequência. O problema é o quê? Aos investidores, em princípio, tanto faz, democracia ou ditadura no país. Isto os preocupa muito pouco.
Preocupa a imprevisibilidade do governo e a presença de pessoas com as quais você vai construir locais de trabalho.
No presente momento ninguém pode formular uma linha estratégica de reformas em nenhum dos setores de investimentos atraentes na Ukraina.
Na Ukraina, sem dúvida, muito atraente é o setor agrícola, energia, logística - simplesmente em virtude da localização, número da população, meio ambiente, outros. Os planos do governo para qualquer uma dessas áreas não são claros e reduzem-se aos gerais de livros didáticos da economia.

- Você já respondeu à pergunta, por que se formularam tais estratégias?

- Porque no governo não há especialistas, que entenderiam deste ramo. Lá há pessoas, que permanecem no cativeiro de teorias abstratas neoliberais quanto a regulação econômica. 
Quando vem uma pessoa e diz que quer investir na exploração de petróleo e gás, ela quer ver no governo uma pessoa que lhe dará respostas a suas perguntas específicas: como ela irá receber as licenças, como será o regime fiscal, onde obter os dados de estudos geológicos, quais as condições de trabalho comum.
E, a estas perguntas, nenhuma pessoa de seu governo é capaz de responder.

- Qual é o seu papel, se não há pessoas capazes de responder às questões-chaves?

- Eu posso, no mínimo, explicar ao investidor, que quando lhe disserem "é isto", têm em mente - "é aquilo". E, em geral indicar as autoridades e a "cozinha", e explicar as regras gerais pós-soviéticas. Mesmo dourando a pílula, as surpresas à pessoa com nervos de aço, serão consideráveis.

- Como aconteceu que após agosto de 2014 você se estabeleceu na Califórnia?

- Na Rússia eu me ocupava com inovações, portanto tinha muitos contatos e amigos nos Estados Unidos em geral e, em particular, na Califórnia. 
A notícia sobre o fechamento da fronteira e prisão de minhas contas me encontrou lá quando eu estava negociando tecnologias para construção de uma nova ponte em Novosibirsk.
No meu bolso restavam apenas 21 dólares em dinheiro. Mas houve pessoas, que me ajudaram a começar ganhar dinheiro. Agora eu tenho alguns it-projetos, aos quais ajudo como conselheiro, e eles me trazem dinheiro. 
Com projetos de energia eu trabalho mais no Texas e na Costa Leste. Na verdade, ocupo-me mais explicando: "Rapazes, no Leste Europeu pode-se trabalhar e ganhar dinheiro, especialmente nas circunstâncias de queda de preços de petróleo..."

- Você diz que há empresas da indústria de petróleo e gás nos Estados Unidos dispostas a investir na Ukraina. Que empresas são estas?

- Não podemos citar nomes antes dos acordos assinados. Há empresas dispostas a olhar para Ukraina, entre Moçambique e Nigéria. Mas é preciso lhes propor algo, explicar porque deveriam vir até aqui. Vocês precisam compreender - houve um boom de petróleo de xisto nos EUA. Em resultado disso surgiram novas tecnologias, que agora são necessárias a Ukraina para intensificar o processo de produção, para possibilitar a extração dos campos que anteriormente não eram compensatórios. Mas estas tecnologias estão nos EUA. E somente lá. As pessoas que, com elas se ocupam são locais. Mas, pela televisão elas souberam, que a revolução em Kyiv abriu novas possibilidades. Quais, exatamente, ninguém sabe. E, mesmo, aonde fica esta Ukraina eles não tem noção exata.
Mas nas condições de queda dos preços, quando sua produção na América, em parte dos depósitos, perde a rentabilidade, se lhes explicar: "Aqui o preço de extração por barril é de 40 dólares, mas na Ukraina pode ser de apenas 20", - eles virão a Ukraina para verificar se é mesmo assim.
Mas eles não querem gastar muito tempo. Eles querem vir, obter rapidamente as informações, que a legislação seja conveniente e que eles possam compreender o seu funcionamento. Querem informações sobre aluguel de equipamentos, dados geológicos.
Existe uma enorme quantidade de alegações, que os georgianos apresentavam a Mikhail Saakashvili. E alegações absolutamente verdadeiras, relativas a democracia.
Eu o vi muitas vezes durante os acordos, como ele se comunicava, vendendo Georgia. E agora, eu o vejo "vendendo Odessa". Apesar do fato de que ele é apenas governador, e isso em termos de um estado unitário, ele não é nenhuma entidade independente - poderá ser liberado a qualquer momento.
No entanto lá, há uma fila de pessoas que querem vir para a região. Porque eles compreendem, que Saakashvili "é responsável pelo bazar", que ele não permitirá a ninguém impedir o desenvolvimento. Que, enquanto ele estiver lá, ele realmente ficará do lado dos investidores. (Durante a presidência de Saakashvili li muitas reportagens nos jornais ukrainianos, sobre inúmeras melhorias na Georgia: no atendimento ao público pelos policiais e policiamento efetivo, eliminação de burocracia do período soviético, funcionamento de órgãos públicos em geral, desenvolvimento em diversas áreas, etc. Infelizmente, o povo, parece que sentia saudades do regime soviético, talvez mais paternal, e preferiu o retorno ao regime que tudo resolve, restando ao cidadão somente a obediência. - OK).

- A quem ele atraiu?

- Ele apenas começou. Há vários projetos, e um dos projetos que eu apresento, deverá ter suas bases na região de Odessa. É um projeto na extração de petróleo e gás. Enquanto ele não entrar em funcionamento, eu não posso falar sobre ele. Mas é um projeto grande, significativo.

- Ukraina para você - é um estado fracassado ou país com história potencial de sucesso nos próximos anos?

- Em primeiro lugar, um não se opõe a outro. E o maior sucesso pode estar, exatamente, no estado fracassado de ontem.
Tudo o que, há pouco, falamos sobre Ukraina, podemos dizer sobre Rússia dos anos noventa. Pessoas incompetentes, motivadas apenas por interesses pessoais, não com interesses pelo país, o governo em cativeiro de quimeras econômicas dogmáticas que, em termos de nossa economia não trabalham.
Na Ukraina vocês passam exatamente pelo mesmo processo. Mas não querem olhar para experiências que Rússia já venceu, pelo menos a fim de evitar os erros do vizinho. Eu vejo que vocês repetem muitos erros. O Ocidente repete muitos erros que foram feitos em nosso país.
E Putin vê isto, e por isso a TV russa, com muito sucesso, transmite paralelos com os nossos fracassos, e a população apressa-se para salvá-los das reformas ocidentais.

- Quais, por exemplo?

- Tudo o que provém da teoria monetária neoliberal referente a reformas econômicas. Como é possível, por exemplo, aumentar os impostos sobre a indústria de petróleo, se a principal tarefa da Ukraina - alcançar a independência energética, distanciar-se da dependência da Rússia? Como podemos aumentar os impostos no que precisamos desenvolver?
Declarar sobre os "interesses dos oligarcas" para levantar sua classificação é fácil, mas criar condições para extração  - é muito mais complicado.
No outro dia ouvia notícias de seu grupo de trabalho sobre os subsídios e admirava-me. Bem, pelo menos alguém no Gabinete Ministerial compreende, como funciona a indústria em geral?

- Você quer dizer que a lógica das reformas é fundamentalmente errada?

- Vocês não tem um único cérebro e nenhuma estratégia de reforma. Há uma comunidade de pessoas, algumas mais inteligentes, outras mais ignorantes, alguns mais experientes, outros mais úteis. Mas, em geral, todos juntos - não é uma equipe. Não existe um único vetor.
Por exemplo, o ministro que eu absolutamente respeito a nível pessoal, Natália Jaresko, é obrigada, no seu posto preocupar-se com o orçamento, e ela faz isto. Mas desde que ela, no governo, não tem contrapeso que se preocuparia com o desenvolvimento da economia - eu tenho em mente o comparado pela força, que em princípio é o Abromavichus, mas ele perde em carisma e energia - e um arbitro no topo que balançaria tudo, vocês não tem. 
Porque o primeiro-ministro não desempenha seu papel. Como resultado Jaresko realiza perfeitamente o seu papel de autoridade fiscal e seu papel de aumentar os impostos ninguém pode parar.
Como resultado, a economia não cresce, pelo contrário, diminui. Vocês tem uma queda no PIB maior que Rússia! Embora não haja sanções, há atenção ao país, e assistência internacional também está disponível.

- Mas nos explicam que é porque estamos em guerra.

- Bobagem tudo isso! Há uma afirmação: "prove, porque é assim".
Não há tal. Ou o governo mentia quando falava sobre a indústria do carvão, que recebia 3.000.000.000 de subsídios e era necessário reconhecer Donbas como locomotiva da economia nacional, ou engana agora.

- Se nós tivéssemos uma estratégia econômica madura, houvesse um plano de desenvolvimento futuro, então nós teríamos uma fila de investidores, apesar da guerra no leste?

- É claro, aos investidores seria muito mais fácil. Porque aquela diáspora ukrainiana da América é muito cética no momento. Apesar de que eles dão ajuda humanitária - por sinal - os russos que vivem nos EUA, junto com os ukrainianos angariam dinheiro para medicamentos. Mas quando à diáspora ukrainiana sugerimos: "Vamos conversar sobre investimentos na Ukraina", eles dizem "não".

- E o que eles esperam? A mudança do governo?

- Sim. Quando a gente começa dizer "sim, vamos nós mesmos a Ukraina e começaremos a construir lá", eles dizem "não, nós já experimentamos, nós não vemos com quem". Para contratar boas pessoas ao governo, deve haver a pessoa que pode contratá-los. qualquer funcionário emprega pessoas mais fracas que ele. Ele não consegue contratar pessoas mais fortes. É isto que observamos pessoalmente.

- Você conversou com o Fundo Estatal de Propriedade sobre a privatização?

- Sim, nos contaram sobre a abordagem à privatização. Há uma diretriz do governo - realizar a privatização o mais rápido possível. Mais que isto. Os fundos ocidentais estão prontos para financiar o trabalho analítico em preparação à privatização.
Mas, o que eles colocaram como prioridade para privatização? Pacotes estatais de energia.

- É interessante!

- Sim, é incrivelmente interessante. A questão é, que no momento, o ramo não é reformado, não há uma nova legislação que permitiria a estas empresas um funcionamento eficiente.
O governo ocupa-se com o crescimento de tarifas, o que diminui sua própria classificação e a classificação das autoridades em geral. A mudança estrutural no ramo não acontece.
Como resultado o custo da privatização destes pacotes, se fosse aceito o pacote de leis da energia, seria diverso, porque sua economia é diferente.
E os pretendentes agora e os pretendentes após a reforma - são estruturas diversas.
A questão é, por que privatizá-los agora por três centavos, se podem ser privatizados dentro de seis meses, não depois de 10 anos, mas depois da reforma?

- Talvez porque não há pessoas, capazes de organizar esta reforma, encabeçar, descrever o procedimento.

- Exatamente por isso. Porque há uma estrutura separada, dirigida por uma competente, legal pessoa Igor Bilous. Ele é banqueiro de investimento, do ramo educacional, que sabe comprar e vender ativos.
A questão é, como isto se encaixa na estratégia macroeconômica geral? Precisamos fazer isso agora ou não? Por que é necessário vender estas empresas e não outras?
Esta pergunta não é para o Fundo, mas para o governo, mas ele não existe como uma unidade. Jaresko precisa de dinheiro para o orçamento, o Fundo precisa de cifras das vendas, o Ministério de Economia e Desenvolvimento precisa de macroeconomia.
E o que necessita Ukraina como um todo, como estado, e o povo ukrainiano, como nação? Eu não falo sobre os interesses de trabalhadores de empresas privatizadas.
Ou, por exemplo, a questão da privatização do "Naftogaz". É necessário que esta indústria seja privada? Eu acredito que sim. A questão é: privatizar Naftogaz inteiramente será bom ou ruím? Eu considero que isto será ruím porque vai gerar um "Gazprom" ukrainiano.
E você terá um monopólio privado em vez de monopólio estatal. Um monopólio privado é muito pior que um monopólio estatal. Eu lhes digo isto como russo, caso você não acredite no velho Karl Marx.
Nós experimentamos isto na nossa pele.
Mas, se reestruturar "Naftogaz" e, por exemplo, separar três principais associações produtivas de gás e privatizá-las  separadamente, com a proibição de um único comprador reivindicar mais de um ativo, teremos um mercado de gás competitivo.
Primeiro, você vai ganhar mais dinheiro com a privatização, segundo, seu mercado vai trabalhar. Mas é mais simples e mais rápido privatizar uma peça, é claro. Espero ser possível resistir a esta tentação.

- Você acha que o nosso governo não entende para onde estamos indo?

- Eu já disse o que é fato, há ausência de uma liderança unificada, há uma colcha de retalhos. Primeiro-ministro - eu não vou avaliá-lo positivamente ou negativamente, eu não sou cidadão da Ukraina, para avaliar seus políticos - ele não consegue lidar com uma das mais importantes funções profissionais de primeiro-ministro: ele, evidentemente, não é um ideólogo da reforma da Ukraina. 
Nem ele, nem o presidente não são os vendedores de vantagens da Ukraina. Eles, cada um por si, escolheram o papel de tecnocratas - gerentes. A vocês realmente falta estratégias, responsáveis pelo desenvolvimento, no comando deles.
As pessoas seguem um líder, por sua visão. Seguindo-o as pessoas entram na equipe que o segue . E, sem isto, nenhuma reforma, em princípio, pode ser feita. Todas as reformas bem sucedidas na história da humanidade foram realizadas por individualidades.
O Estado em crise exige a presença da individualidade, que é a personificação da agenda anti-crise.
E, quando da fase de rápido crescimento nós passarmos para o planalto, já não importa, quem lá esteja - Maria, Pedro, João - eles mudam, mas tudo foi construído e trabalha. Durante a construção devem estar as pessoas que constroem isto. Caso contrário, nada acontece.

- As pessoas podem exigir reformas? Qual é o papel da sociedade na reforma?

- Muitos foram para o Maidan (Os protestos que derrubaram o ex-presidente Yanukovych - OK) com uma exigência ingênua: Faça tudo lindo para nós! Nós não queremos mais corrupção, nós queremos viver como na Europa, façam isto para nós!" Mas, quase ninguém dos que foram no Maidan, pode dizer o que isto significa especificamente. As pessoas conseguem falar apenas sobre a abolição dos vistos.
Afinal, Europa - não é apenas o nível de consumo, são certos procedimentos de gestão de estado, instituições, certas regras de trabalho, tradições, etc.
A sociedade ukrainiana por enquanto ainda não aproveitou de um modo geral, aquilo que aconteceu no Maidan. E, esta frustração é muito maior que a fraqueza do governo.
A esquerda tem um bom slogan: "O poder não é dado, o poder é tomado". Eu acho que o povo ukrainiano já entendeu isto, falta apenas passar por esse caminho até o fim. 

Tradução: O. Kowaltschuk

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