segunda-feira, 26 de outubro de 2015

Eleições locais. Cadáveres políticos e a necessidade de unir forças.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 26.10.2015
Bohdan Chervak

Mais uma vez precisará confrontar-se com inimigo declarado - Partido das Regiões que agora é "opoblok", (bloco de oposição), "historiadores" (krayeznavtsi"), "renascimento" (vidrodgenia)".


Depois do Maidan esta já é terceira eleição. Na verdade, seus resultados deveriam completar o poder na Ukraina, no que insistiam os participantes da Revolução da Dignidade.

E houve a complementação do poder?

Acho que poucos se atreverão a responder afirmativamente - "sim"!

Se as duas campanhas anteriores ainda davam a impressão de que Ukraina, mesmo debilmente hesitante, mas ainda assim despojava-se do status neo-colonial e afastava-se do campo de força russo, nestas eleições tal sensação já não há.

Pelo contrário, ficou perceptível que o barco público perdeu o curso e, portanto, deve ser, imediatamente taxiado na direção certa.

A explicação para este estado de coisas - na superfície. Nesta eleição, houve a tentativa de reencarnação da maior força pró-russa, o chamado Partido das Regiões, mas agora tem vários nomes, e seus membros impregnaram todas as possíveis aberturas.

Muito e com acerto escrevem sobre o plano "B" de Putin, o qual prevê a desestabilização da política interna e situação sócio-econômica na Ukraina. Assim, a manifestação desta desestabilização foi a invasão dos cadáveres políticos do Partido das Regiões, que decidiram vingar-se, para assim retornar o país ao Império Russo.

Como isso pôde acontecer? Não se exclui a realização do cenário russo, que se escreve nos escritórios do FSB. Mas é preciso confessar, faz-se sentir a nossa incapacidade milenar de união em nome de nossos valores mais elevados, que são a própria Nação e Estado.

Poderão dizer, que as eleições deste ano não tem grande peso político, pois eram escolhidas autoridades locais que, em primeiro lugar, deverão cuidar da limpeza das ruas, canalização, funcionamento de elevadores, paisagismo.

Pensar assim - enganar a si próprio. Se não houvesse Criméia e Donbas, Putin e "quinta coluna", mas houvesse um forte estado ukrainiano, com exército e economia forte, seria possível não preocupar-se como futuro do país, mas ocupar-se apenas com a economia rural e urbana.

Então é preciso não esquecer, que a descentralização, que por todos é considerada quase uma panaceia, prevê considerável concentração de poder e recursos financeiros nas regiões. E, se o governo lá dominarem os "antigos" - haverá problemas.

Os resultados eleitorais preliminares mostram que há grandes chances na maioria das regiões da Ukraina para formação de governos locais pró-estatais. No entanto, nenhuma força estatal não terá maioria, então, precisará procurar união.

Para nenhum lugar afastou-se o problema do leste e sul. Donbas - 0 mais importante. Pode-se incessantemente justificar o malogro das eleições em Mariupol (Lá não houve eleição por causa de erros na impressão dos boletins... OK).  Mas isso não é evidência de força. Infelizmente, este é um sinal de fraqueza das autoridades ukrainianas.

Pelo menos em seis regiões será necessário confrontar-se com inimigo declarado.

O Partido das Regiões, que agora é "partido da oposição", "historiadores", "renascimento", etc. Colhemos os frutos da indecisão dos primeiros dias de vitória no Maidan.

Seria exagero constatar o triunfo da idéia ukrainiana nestas eleições. Mas dizer que o triunfo coube a Putin também não é possível.

A impressão é que Ukraina Parou. Parou na reflexão. O intervalo é um benefício do inimigo, neste caso a Rússia. Mas, se tudo depende de nós, então não temos direito a erro.

Bohdan Chervak - presidente da Organização dos Nacionalistas Ukrainianos.

Tradução: O. Kowaltschuk

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