sábado, 22 de novembro de 2014

Hoje Ukraina homenageia as vítimas da fome
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 22.11.2014

Hoje Ukraina e o mundo todo homenageiam a memória das vítimas do Holodomor orientado para destruição de milhões de ukrainianos pelas autoridades soviéticas em 1932-1933.


Na foto: Não esqueça! Não perdoe! Não recue!

Este anual e nacional dia da Memória cai no 4º sábado de novembro. Este ano - 22 de novembro.
Tradicionalmente, os ukrainianos assistem à missa memorial e colocam simbólicos potes com grãos, pães e velas nos memoriais às vítimas do Holodomor.

Em Kyiv, às 15:30, nos eventos cerimoniais, participaram altos funcionários do Estado, líderes de países estrangeiros e testemunhas da fome.
Às 16 horas houve um momento nacional de silêncio.
Em seguida, por toda Ukraina passa a ação: "Acenda uma vela", quando todas as pessoas interessadas colocam  velas nos memoriais às vítimas. Nesta ação também pode-se participar acendendo uma vela e colocando-a próxima à janela.

"Nós vemos tudo". Kyiv lembrou os mortos no Maidan
Tyzhden ua. (Semana Ukrainiana), 21.11.2014
Valeria Burlak

Manifestação no Maidan, mar humano, centenas de mãos com lanternas, bandeiras amarelo-azuis nas costas e urros "Glória à Ukraina!" 
Parece, valer a pena voltar para Hrushevskoho (rua) - e ver fileiras de militares, pneus ardentes, fileiras de garrafas de vidro e rapazes em balaclavas. E, talvez, Sergei Nikoyan. Com vida.

Glória aos heróis
Porque aqui, no palco, tudo como antes. Emocionante e um pouco absurdo. "Independência energética!" - é Ruslana (cantora) que apresenta algumas exigências. "Ouves, Putin?! Criméia e Donbas são nossos! Criméia e Donbas são nossos!".

Depois da cantora faz uso da palavra Mustafa Nayem. Lembra 21 de novembro do ano passado. "Chovia, - diz o deputado. - Eu ia ao Maidan e não acreditava..." Não acreditava, que viriam pessoas na praça. Bem, talvez algumas dezenas.

Chega a vez de Maria Burmaka. "Mas você não tenha medo de viver! Sol, chuva, céu, estrelas, flores..." canta ela. Ao lado do carro com cartaz, que pede ajuda ao batalhão "Donbas, está um voluntário de muletas. Ouve com atenção.

"Nós viemos para olhar, um ao outro, nos olhos", - diz alguém no microfone. Talvez seja. Mas centenas de pessoas vieram aqui, principalmente, para olhar nos olhos de heróis caídos - acendem as lâmpadas na rua Instytutska, levam flores. Ficam em pé por longo tempo. Alguns abaixando a cabeça, alguns - de joelhos.

"Nós vemos tudo". - diz um cartaz na ponte sobre o Maidan. Abaixo a assinatura "Centena Celeste (nome dado aos mortos durante os protestos - OK). Antigamente, neste lugar ainda havia saudação ao "berkut" (guarda do ex-presidente Yanukovych): "Bem-vindo ao inferno". 

À "Centena Celeste" refere-se a maioria dos cartazes - eles agora são poucos - que as pessoas seguram. "Poroshenko, Yatseniuk, Yarema, impunidade aos assassinos da "Centena Celeste" - na sua consciência".
 
Indo para casa, todos lembram o que houve. Alguém fala sobre a sua centena, alguém sobre as suas barricadas. Muita conversa sobre o fato que Maidan não começou em 21 de novembro de 2013. E mais ainda - que ele ainda não terminou.

Algumas fotos da comemoração:









Poroshenko enfrentou exigência popular no Maidan

Poroshenko, após exigência popular no Maidan, conferiu a cada um da "Centena Celeste", o título de herói da Ukraina.
As pessoas argumentavam: "Nossos parentes deram suas vidas, eles são heróis da Ukraina!". E gritavam: "Vergonha!". 
O presidente respondeu calmamente: "Nós não podemos nos dividir, nós temos um inimigo. Foi um erro meu, eu gostaria de me desculpar. Hoje mesmo vou assinar a lei, dando título de herói a cada pessoa da "Centena Celeste".  E todos se acalmaram, alguns até aplaudiram.


Tradução: O. Kowaltschuk

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