domingo, 12 de outubro de 2014

Snyder: "O ataque à Ukraina - é parte de um plano, em grande escala, de Moscou para divisão da Europa"
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 09.10.2014


O historiador disse, que a Rússia atual - não é nada além do culto de amor ao Big Brother e ambição de construir um império unificado. Timothy Snyder situou na história o próprio Putin - entre Adolf Hitler e Joseph Stalin. "O presidente russo aplica contra Ukraina os mesmos métodos pelos quais Stalin e Hitler destruíram a Polônia e a Checoslováquia".

Segundo o historiador americano a Casa Branca encara seriamente o conflito na Ukraina. Mas este conflito está no quarto-quinto lugar na relação das crises mundiais, que interessam Washington. No entanto, para Europa a situação é mais grave, porque Ukraina - é última peça de um quebra-cabeça no sistema de segurança européia. "O ataque a Ukraina - é parte de um plano, em grande escala, de Moscou, para a divisão da Europa. Se a UE se desfizer em muitos estados, Rússia vai parecer mais forte. O objetivo final de Moscou - construir a Eurásia, como em "Orwel - 1984", disse o historiador. Timothy Snyder externou o pensamento, que Putin tem alguma atitude irracional em relação à Ukraina. "A grandeza da Rússia em seu entendimento, depende de, se Ukraina permanecerá sob sua influência". Concomitantemente, o historiador mencionou que a falha da Ukraina consiste no fato, de que ela não pôde ditar as condições da trégua. "Vocês não controlam duas cidades muito importantes. Trégua - não é paz. As condições da trégua vão durar 3 anos, o que significa que nos próximos tês anos, o conflito, de uma ou outra forma se manterá", - disse Timothy Snyder. No entanto ele expressou confiança de que "ao longo do tempo a situação na Ukraina vai melhorar. Mas vocês terão de passar por momentos muito difíceis".

(Timothy Snyder é historiador, professor da Universidade de Yale. É especializado em História da Europa Central e Oriental e Holocausto. Escreveu um livro sobre Holodomor na Ukraina - OK)

Não havendo carvão - não haverá luz
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 03.10.2014
Zinoviya Voronovich

Se a única fábrica, na região oeste, de enriquecimento, novamente parar - podem parar as minas de Lviv e Volyn


Na Ukraina a maior crise energética de toda história. A estação de aquecimento ainda não começou e já nos falta não apenas gás mas também carvão. Devido aos combates no Donbass, a maioria das minas não produz, parte delas está alagada, é improvável que retornem a produção. (No entanto, os jornais já noticiaram que Rússia está retirando carvão da Ukraina, de mina, (ou minas) da região sob controle dos separatistas - OK). Para compensar a falta de combustível que as estações elétricas necessitam já agora, o carvão compram na hostil Rússia e até importam da África. De acordo com o vice-primeiro-ministro Volodymyr Groisman, todo mês trarão para Ukraina 250 mil toneladas deste combustível da África do Sul! Concomitantemente, por alguma razão, esquecem as minas da bacia de Lviv-Volyn que apenas vegetam devido a insuficiência de financiamento.

Embora as minas de Sokal e Novovolynsk situem-se em região segura, os mineiros locais devem lutar constantemente com o governo pela possibilidade de produzir um pequeno suprimento de carvão. Em agosto as minas de Donbass paravam por causa dos combatentes, as de Lviv encontraram-se diante da ameaça de parar por causa das autoridades. A única, na região, fábrica de refino de Chervonograd parou devido as dívidas. Como as estações elétricas não podem aproveitar o carvão não enriquecido, os mineiros não tinham local para mandá-lo.

Enquanto isso a direção da província de Lviv relata alegremente, que devido a introdução de novas galerias nas minas de Lviv poderão compensar a perda do carvão de Donbass, na quantidade de 1,2 milhões de toneladas. Mas a Administração Estatal da Província deve saber que sem a solução do problema relativo ao enriquecimento, aumentar a exploração não será possível.

"A fábrica retomou os trabalhos, mas o atraso nos salários permanece alto. Recebemos apenas 68% do pagamento de maio - diz o chefe do sindicato dos trabalhadores da fábrica Olga Shkoropad.  - Por enquanto nos garantiram que enriqueceremos 150 mil toneladas por mês. É pouco para nossa capacidade. Precisamos processar pelo menos 200 mil toneladas.

O dirigente do sindicato independente Michael Volynets está surpreso com a situação das fábricas "Lvivcarvão" e "Volyncarvão" que poderiam cobrir uma parte significativa do déficit. "Eu não me surpreenderei, se os trabalhadores da fábrica de enriquecimento entrarem em greve novamente. Eles são seres humanos, têm famílias, eles não podem trabalhar por meses sem remuneração. Surpreende-me, porque o Estado, que tem 38% de ações não levantou estas questões anteriormente? Por que não contactou o Ministério Público? - As minas de Lviv e Volyn sempre estiveram em pior situação, pior financiamento.

Talvez, por estarem isoladas da principal região carvoeira. Mas, na atual situação, quando apenas no mês de agosto, a produção caiu 55%, porque 80 minas de Donbass pararam, o Estado deveria prestar mais atenção a esta região. Principalmente porque próximo das maiores estações elétricas de Burshtynsk e Dobrotvirsk. Nós já chegamos ao ponto, em que a grandes empresas industriais começaram reduzir os limites de consumo de energia devido a economia.

A estação elétrica de Trypil, próximo a Kyiv, reduziu a produção de energia, porque nos depósitos - apenas resíduos críticos. Agora ela trabalha com importação da Rússia, e seu representante em Kusbas (Rússia) tenta chegar a acordo sobre a próxima entrega. Mas contar com carvão russo não convém. Assim que esfriar e crescer a necessidade de matéria-prima, Rússia pode parar a exportação para Ukraina, do mesmo modo como parou a exportação do gás. O governo espera pelo reverso. Mas a quantidade de gás reverso da Polônia e Eslováquia, nós necessitaremos três anos para baixar a quantidade necessária nos armazenamentos. Portanto para não congelar no inverno, sem calor e luz, precisa aumentar a produção de carvão em Lviv e Volyn.  Existem depósitos de carvão também em Dnipropetrovsk. Em onze províncias há empresas de  extração de turfa, mas elas, praticamente, não funcionam. Mas a turfa, agora, também é necessário extrair. Por que isto não se faz? Eu não entendo.

Segundo Michael Volynets, além das duas novas galerias nas minas "Lvivcarvão", em dezembro deste ano deveriam pôr em funcionamento a mina Novovolyn-10, sendo que para isto são necessários apenas 100 milhões de "hryvnias" (UAH). Aliás, esta mina deveriam acionar ainda em 2012.
A abertura apenas da primeira fase poderia produzir 1.500 toneladas de carvão por dia. Lá poderiam trabalhar milhares de mineiros. Inclusive aqueles que saíram da zona do ATO. Mas, para que ela inicie o funcionamento, nada se faz .Além disso, até 2.017 planejam fechar cinco minas na região ocidental, - diz Michael Volynets.

Claro, importar o carvão marca "T" e "A" nós precisaremos mas, se aumentarmos a produção das minas na bacia de Lviv-Volyn, a importação terá de ser consideravelmente menor. Além disso, é preciso compreender, que o carvão importado será mais caro que o ukrainiano. E isto significa que o custo da eletricidade será ainda maior. O que leva ao aumento de tarifas. Certamente, comprar o carvão no exterior, é mais simples que extrair o próprio. Mas, será que o governo não entende, que a extração de carvão aqui - são postos de trabalho, contribuição aos fundos de pensões, contribuições para os orçamentos locais e estatal. Será possível que o governo não entende isto? Eu não poço entender a lógica de suas ações."

Tradução: O. Kowaltschuk

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