terça-feira, 1 de agosto de 2017

Rizayeva: "Eu me convenço cada vez mais que Nadia Savchenko - agente de Kremlin".
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 31.07.2017
Oleksandr Lashchenko














Visitas do programa "Sua Liberdade": Alla Kotenko, voluntária do grupo "Patriot"; Heide Rizayeva, ex-prisioneira do agrupamento "FSC".

137 prisioneiros ukrainianos, reféns de hoje. O número de prisioneiros ukrainianos na ocupada Donbas continua crescer. Sobre isso anunciou no ar "112 Ukraina" o assessor do Serviço da Defesa da Ukraina Yuriy Tandit. No início de julho, no cativeiro havia 132 cidadãos da Ukraina. Os líderes dos grupos, que operavam na zona ocupada de Donbas, apoiados por Moscou, declararam sobre 600 pessoas, que eles desejariam trocar.  Como precisou a representante da Ukraina nas negociações em Minsk Irena Gerashchenko, ORDLO (Terroristas de Donetsk e Lugansk, com regime especial de auto-governo local) exige dezenas de criminosos, que não têm relação com o conflito no Donbas, da divisão "Berkut", que fuzilava a "Centena do Céu", e os organizadores do ato terrorista em Odessa, em maio de 2014. No dia anterior, tornou-se conhecida  a libertação do cativeiro dos militantes ORDLO do juiz da apelação de Lugansk Vitaly Rudenko e blogger, pessoa com deficiência Lyudmila Surzhenko, que foi torturada pelos militantes. Ukraina vai apelar aos tribunais internacionais por causa deste fato, avisou o primeiro-ministro Volodymyr Groisman.

Oleksandr Lashchenko: Senhora Kotenko, como a senhora, contra todas as probabilidades, consegue libertar prisioneiros ukrainianos?

Alla Kotenko: Com longas negociações. Uma vez que em cada situação pode ser encontrada saída cedo ou tarde. Infelizmente, na maioria dos casos não há um rápido sucesso, mas às vezes pode-se encontrar maneiras para libertar nossos ukrainianos normais, pessoas conscientes. Muitos querem, por um cidadão ukrainiano, receber o máximo de pessoas interessantes para eles.

- Senhora Heide, a senhora passou duas vezes por este teste na tal chamada "FSC". Como ainda conseguiu voltar para Ukraina?

Heide Rizayeva

Heide Rizayeva: Realmente, o grande mérito é de voluntários, do grupo "Patriot". Mas também reconhecer os serviços como SBU (Serviço de Segurança da Ukraina) e, claro o presidente da Ukraina. Se uma pessoa desaparece, cai no cativeiro, então os voluntários fazem, absolutamente tudo, começando com a Cruz Vermelha, para sua procura com todos os combatentes, com os quais podemos nos comunicar, com o chamado "MGB" (Ministério de Segurança da República Popular de Donetsk, das chamadas "repúblicas" com o "Ministério dos Assuntos Internos. Aqui há mérito dos serviços especiais e, especialmente dos voluntários. 

- Lyudmila Surzhenko torturaram. E a senhora, Ms. Heide também sofreu torturas. E que condições de permanência, no quarto ano de guerra, na chamada "FSC" em Makiivka, em "DNR", eles permanecem, o quanto sabemos.

Heide Rizayeva: Quem foi capturado em 2014 - 2015 - as condições no cativeiro eram muito piores, que agora. Torturas, inclusive as aplicadas pelos chamados "kazaki", outras "unidades", "Otaman" Kozitsyn, realmente sobreviver era extremamente difícil. Em 2015, já como negociador, eu fui capturada novamente. A mim já tratavam normalmente. Eu fiquei num gabinete fechado com um sodá de couro. Tentavam alimentar-me três vezes no dia. Mas nem sempre isto funcionava. A questão é, que a atitude a tais pessoas é diferente. Quanto a Surzhenko, é claro, eram visíveis as marcas das torturas. Deslocavam, torciam os dedos com alicates e assim por diante. Eles, constantemente, exigiam confessar algo - o que - até agora não sabemos.

Às pessoas, que caem no cativeiro ou têm tal possibilidade potencial, isto é, participantes da ATO, os voluntários que viajam até a linha divisória, para não acabarem inválidos, eu recomendo que falem o que os usurpadores querem ouvir. Apenas inventar, falar qualquer coisa. Após a libertação a nação ukrainiana deve tratar estas pessoas com indulgência. Porque, permanecendo em cativeiro, você confessa ter matado Kennedy.

- Senhora Kotenko, por quem trocaram Vitali Rudenko?

Alla Kotenko: Por ninguém. Simplesmente libertaram. As pessoas fazem acordo em algures no alto, que a pessoa realmente libertarão. Como resultado, no primeiro contato na fronteira, alguém simplesmente não gostou de alguém - tudo. Heide Rizayeva segunda vez caiu no cativeiro, porque conforme acordo ia para os nossos prisioneiros militares depois da "Caldeira de Debaltseve."

Heide Rizayeva: Eu tinha um acordo com Svetlana Konoplyev. Ela é um "deputado" da chamada "FSC", que anteriormente esteve em nosso cativeiro, no batalhão "Aydar". Para mim deviam dar dois prisioneiros - combatentes do "Aydar" Ruslan Shanidze e Basil Bondarchuk. Houve acordo, que teremos auxílio humanitário aos nossos militares presos. No primeiro check-point depois Stanytsia Luganska eles examinaram o carro e o nosso motorista de alguma forma, lhes pareceu suspeito.
Ele foi levado. Após duas horas veio um carro "MGB" (Ministério de Segurança de Estado" atrás de mim. Argumentos que eu tinha acordos, não os influenciaram absolutamente, porque a maior parte do "MGB" compõem  os russos. Passei na prisão segunda vez, 4,5 meses.

Alla Kotenko
Alla Kotenko: Quando as pessoas são libertas do cativeiro, não falam sobre isso, querem, o mais rápido possível esquecer isso. Pergunte às pessoas que estiveram no cativeiro, se dirigem-se a um psicólogo, psiquiatra ou visitam centros de reabilitação. Não! Nem todos procurarão pessoas e dirão: comigo fizeram isto e isto. E, o que com eles fizeram, - desculpe-me! Nem aos familiares falar sobre isso não querem. Quando libertamos uma pessoa do cativeiro, já os oficiais, e há as não-oficiais. Tentamos não contar, mas fazer o máximo possível. A conta já aproxima-se do milhar.

Senhora Rizayeva, a senhora criticou duramente o deputado Nadia Savchenko, suas tentativas, como a própria Savchenko as anunciou, também ajudar na libertação dos reféns ukrainianos. Você não mudou sua opinião sobre Savchenko?

Heide Rizayeva: Não. Corretamente foi julgada pelos voluntários, jornalistas, muitas estruturas e forças políticas a minha declaração, e realizada comparação de como eu vivia no cativeiro e como vivia Nadia Savchenko. Com cada sua réplica e comportamento eu me convenço mais uma vez, que ela, realmente, é agente de Kremlin. Com isto concordarão todos os prisioneiros, que foram libertados no transcorrer de três anos, e os que serão libertos. No cativeiro, a priori, não se pode gritar "Glória à Ukraina!" e usar uma camiseta branca com o tridente.

Diante de meus olhos, de Serovetskyi, Nazarenko, com os quais eu estive na prisão em 2014, e Kozitsyn, simplesmente cortaram a mão à pessoa do "Setor "Direito" o qual tinha uma tatuagem do tridente. Aquelas réplicas, que ela dizia (Savchenko - red.) permanecendo em tal cativeiro, - enorme fraude nacional. 

Nós não podíamos conversar lá. (Na prisão - red) A submissão à fome é prevista.  Começaram alimentar-nos depois de 2,5 semanas, quando nos levaram à "Comendatura" de Lugansk. Uma vez em 24 horas, às 11 horas da noite davam uma espécie de mingau. Sob a mira de arma nos levavam ao banheiro uma vez ao dia, às 10 horas da manhã. Todo o restante - nas câmaras de 3m x 4m, onde estavam homens e mulheres e os sem teto não simplesmente presos ukrainianos, mas também os de Lugansk, detidos pela violação do "toque de recolher" ou por saques. Na verdade, tudo isso é assustador, incompreensível.

Mas ficar na prisão, onde por você... E eu também, preocupava-me muito com o destino de Nadia Savchenko, até que, em uma bela noite de 7 de agosto de 2016 telefonou a auxiliar de Savchenko e pediu para vir e dizer, que com a libertação ocupava-se Medvedchuk. Que Medvedchuk?! (Lembro: Medvedchuk é um ricaço ukrainiano, compadre de Putin - OK).
Com minha libertação ocupava-se o grupo "Patriot", especialmente Oksana Bilozir, Oleg Kotenko, Vyacheslav Grishaev.
Eu não separo Medvedchuk, Ruban, Savchenko, Budyk. Para mim é uma unidade, uma equipe, que leva ao Kremlin.

Tradução: O. Kowaltschuk

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