Europeiska Pravda (Verdade Européia), 09.11.2016
Aliona Getmanchuk, diretor do Instituto de política mundial.
Vitória de Trump: continuarão os EUA um aliado principal do Ocidente?
A vitória de Donald Trump nas eleições dos EUA pode realmente ser uma oportunidade para Ukraina.
Esta é uma boa chance de se livrar do paternalismo externo. Desta vez - americano.
Não é natural a situação, quando a eficiência do presidente ukrainiano ou governo ukrainiano, mede-se exclusivamente com o suporte ocidental, inclusive a partir de Washington. O ritmo e a qualidade das reformas não deve depender de, se telefonará o tio Joe e se esboçará uma velada ameaça ao presidente ukrainiano, como cortar a torneira financeira ou cessar o apoio vital para Ukraina.
Nós, na Ukraina, conhecemos vários Trump.
Nós conhecemos Trump como candidato ao candidato, que poupava palavras de apoio a Ukraina. Nós conhecemos Trump como candidato oficial, que em suas declarações sobre a Criméia e a presença russa na Ukraina expressava-se no limite do inaceitável.
Mas nós não sabemos, que espécie de presidente será Trump nem para os EUA, nem para o mundo, nem para Ukraina, em particular. Não descarto que nem ele próprio, ainda não sabe.
Nós não sabemos (embora esperamos), se será suficiente, no aguçado sistema americano, a capacidade de "encaixar" o novo presidente sob o seu modelo, ou o contrário - o novo presidente conseguirá impelir a máquina política de Washington sob sua vontade.
Nós não sabemos se submeterá, ao menos minimamente, a sua visão do mundo após os primeiros informes da inteligência norte-americana, que são tradicionalmente realizados para o recém eleito presidente. Se ele ouvirá seus conselheiros, e se não se encontrarão os conselheiros na situação, em que serão obrigados a ajustar as suas idéias, para agradar Trump e alcançar posição em determinados cargos de sua administração.
Nós não sabemos, se Trump continuará a elogiar Putin depois do primeiro encontro e primeiras reticências com o presidente russo.
Nós não sabemos o quanto será limitante ou mobilizador para Trump o Congresso, onde após as atuais eleições os republicanos mantiveram a maioria em ambas as casas.
Mas há questões, que podemos prever, com base na análise.
Os americanos em geral, e Trump em particular, não gostam de perdedores eternos.
A história de sucesso da Ukraina, automaticamente não garante atenção e apoio de Washington, mas a história da derrota da Ukraina automaticamente garante: Ukraina durante o novo presidente será cancelada da agenda externa e ordem diária de segurança dos Estados Unidos.
Ao contrário de Hillary Clinton, Trump conhece menos aquelas questões da Ukraina, que não se relacionam com o concurso "Miss Universo" e contato ocasional com alguns oligarcas ukrainianos.
Mas, paradoxalmente, isso pode favorecer Ukraina.
O conhecimento formado sobre Ukraina, que têm muitos representantes do establishment de Washington - é frequentemente o conhecimento de que, Ukraina é país corrupto.
Hoje, a visão de Trump sobre Ukraina ainda está em processo de formação, portanto, temos a possibilidade e a necessidade de fazer de modo que ela não se forme exclusivamente sob a influência de Putin, ao nosso presidente americano sob o tema "Ukraina - isto nem é um país".
Mas, meste caminho, é necessário evitar os erros tradicionais de Kyiv. Um dos erros que Ukraina sempre fez, e esta fazendo na direção dos EUA - é a tentativa de forçar os EUA a nos ajudar.
Com o novo presidente, esta abordagem provavelmente não será bem sucedida.
É improvável que Trump vai dar atenção aos acordos alcançados entre Ukraina e seus antecessores, especialmente com o marido de Hillary Clinton. Em particular ao memorando de Budapeste.
Mesmo se estes acordos são politicamente vinculados a Washington.
Mas isto não significa, que as velhas idéias e realizações devem ser jogadas no lixo.
Trump deve estar interessado.
Até que a nova administração dos EUA não esteja verdadeiramente interessada na Ukraina - seja com a nossa contribuição à segurança euro-atlântica, seja por meio de reformas maravilhosas, seja por meio de ajuda na Ukraina de investidores estratégicos americanos, - as relações terão caráter estratégico apenas no papel.
Interessar, mas não exigir, obrigar - deve ser o slogan da diplomacia ukrainiana no sentido americano.
Claro, este trabalho não será fácil, mas nós teremos de fazê-lo.
Nós não devemos encarar isto como mais um lamentável mal-entendido internacional.
O resultado das eleições nos EUA não é preciso aceitar como um sinal de que a conjuntura internacional é cada vez mais desfavorável para Ukraina.
Quanto a conter a agressão russa, no momento temos apenas um aliado político sério, capaz de algum modo influenciar a situação em torno da Ukraina - é a Alemanha na pessoa da Chanceler Merkel.
E mesmo com ela, a certeza é apenas até setembro do próximo ano, quando, neste país também haverá eleições.
Infelizmente, o nascimento de uma nova Ukraina coincidiu com o nascimento de uma nova América e nova Europa. Para eles, a nova Ukraina é muito menos importante, que era para a velha América e velha Europa.
E isto precisa aceitar como verdade.
Tradução: O. Kowaltschuk
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