A explosão é inevitável. Por que os russos sonham com a guerra?
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 05.11.2016
Vitaly Portnikov
Na Rússia, em 04 de novembro celebram o Dia da Unidade Nacional - um feriado destinado a substituir o aniversário destinado ao aniversário bolchevique "Revolução de Outubro" e repleto de discursos e slogans chauvinistas. O ponto principal do feriado foi a celebração do monumento ao príncipe Volodymyr de Kyiv. Presentes ao pé do novo pedestal os novos líderes russos não escondiam sua simpatia à idéia de "única nação", que abre possibilidades para agressão a Ukraina e Bielorrússia.
As intenções agressivas do governo apoia a maioria dos cidadãos russos. Os bandidos que lutavam no Donbas, e até mesmo pessoalmente foram envolvidos na destruição do avião da Malásia, livremente andam pelas ruas de Moscou e tornam-se visita nos programas de televisão. Eles não precisam de proteção - na mente popular estes lobisomens - heróis. No parlamento russo pode-se ver traidores, que passaram para o lado do ocupante depois da anexação da Criméia. Cada uma dessas pessoas - é um símbolo de que, para a maioria dos cidadãos russos a guerra tornou-se "continuação da política".
Em nossa memória tal agressão social não havia. O lema popular, principal da era soviética era o princípio "que não houvesse guerra". Ele era plenamente compartilhado também pelos dirigentes soviéticos, muitos dos quais eram veteranos de guerra e líderes da União Soviética durante a guerra. Mesmo quando a União Soviética recorria a ações agressivas, a retórica não mudava. A União Soviética apoiava ativamente o movimento pela paz no Ocidente. Acreditava-se, que a guerra - a pior coisa que poderia haver. Pela paz propunha-se suportar o totalitarismo, fome e pobreza.
Mas não foi sempre assim. Na véspera da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética - estado agressivo, cujos habitantes literalmente sonham com a guerra. Acredita-se, que há uma guerra "ruim" contra a burguesia - "boa", pela vitória do proletariado. Ídolos dos rapazes soviéticos - guerreiros-internacionalistas" na Espanha. Os exércitos soviéticos sofrem enormes perdas na tentativa de capturar Finlândia. Convencem o povo soviético que seu exército derrotará qualquer inimigo. A agressividade demente leva Joseph Stalin à união com Adolf Hitler.
A moderação vem, apenas, em 22 de junho de 1.941 - e, não imediatamente. Os próximos quatro anos para os residentes do império bolchevique - período de total horror. A guerra deixa o país em desespero. Milhões de mortos, milhões de feridos, ruínas, pobreza, fome, frio. Os anos do pós-guerra não são muito melhores que os anteriores, e o governo bandido ainda acredita, que agora ele tem todo o direito de desforrar-se na nação. Tudo isso - verdadeira vacinação da agressividade. As pessoas soviéticas começam temer a guerra.
A colmeia agressiva não pode não explodir.
Mas ao longo das últimas décadas após a guerra aqueles, que compreendem o que é guerra, na sociedade russa quase não há mais. Até mesmo seus filhos hoje - pessoas idosas, que não desempenham nenhum papel na sociedade. Papel ativo - é daqueles que nasceram nas tranquilas décadas pós-guerra. Estas pessoas nunca conheceram a verdadeira ameaça militar, mas passaram por difíceis anos 90, que agora representam-se por seu governo como "tempo de humilhação". Eles não conseguiram construir um país bem sucedido. Rússia hoje - formação anacrônica pobre, que transformou-se em pária global. E seus habitantes aspiram pela desforra e não compreendem o perigo. A sociedade russa repleta de agressividade, ódio mútuo, desprezo pelo mundo. E esta colmeia agressiva não pode não explodir.
Nós não sabemos, a o que levará esta explosão inevitável. Talvez, Rússia opte por uma guerra aberta com outros países, tente usar armas nucleares, apoderar-se de outros territórios. Mas pode ser - e isto é o mais provável - pelos russos espera um conflito sangrento interno, guerra de todos contra todos, conflitos sociais e nacionais, terror, confrontos regionais. Prever não me atrevo.
Mas uma coisa eu sei com certeza - sua imunização da guerra a população da Rússia obrigatoriamente receberá.
Vitaly Portnikov - jornalista e comentarista político. Os pontos de vista expressos na seção "Opinião", transmitem os pontos de vista dos autores, e não refletem, necessariamente, a posição da redação.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 05.11.2016
Vitaly Portnikov
Kyiv Praça da Independência, 12 de março de 2014 |
Na Rússia, em 04 de novembro celebram o Dia da Unidade Nacional - um feriado destinado a substituir o aniversário destinado ao aniversário bolchevique "Revolução de Outubro" e repleto de discursos e slogans chauvinistas. O ponto principal do feriado foi a celebração do monumento ao príncipe Volodymyr de Kyiv. Presentes ao pé do novo pedestal os novos líderes russos não escondiam sua simpatia à idéia de "única nação", que abre possibilidades para agressão a Ukraina e Bielorrússia.
As intenções agressivas do governo apoia a maioria dos cidadãos russos. Os bandidos que lutavam no Donbas, e até mesmo pessoalmente foram envolvidos na destruição do avião da Malásia, livremente andam pelas ruas de Moscou e tornam-se visita nos programas de televisão. Eles não precisam de proteção - na mente popular estes lobisomens - heróis. No parlamento russo pode-se ver traidores, que passaram para o lado do ocupante depois da anexação da Criméia. Cada uma dessas pessoas - é um símbolo de que, para a maioria dos cidadãos russos a guerra tornou-se "continuação da política".
Em nossa memória tal agressão social não havia. O lema popular, principal da era soviética era o princípio "que não houvesse guerra". Ele era plenamente compartilhado também pelos dirigentes soviéticos, muitos dos quais eram veteranos de guerra e líderes da União Soviética durante a guerra. Mesmo quando a União Soviética recorria a ações agressivas, a retórica não mudava. A União Soviética apoiava ativamente o movimento pela paz no Ocidente. Acreditava-se, que a guerra - a pior coisa que poderia haver. Pela paz propunha-se suportar o totalitarismo, fome e pobreza.
Mas não foi sempre assim. Na véspera da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética - estado agressivo, cujos habitantes literalmente sonham com a guerra. Acredita-se, que há uma guerra "ruim" contra a burguesia - "boa", pela vitória do proletariado. Ídolos dos rapazes soviéticos - guerreiros-internacionalistas" na Espanha. Os exércitos soviéticos sofrem enormes perdas na tentativa de capturar Finlândia. Convencem o povo soviético que seu exército derrotará qualquer inimigo. A agressividade demente leva Joseph Stalin à união com Adolf Hitler.
A moderação vem, apenas, em 22 de junho de 1.941 - e, não imediatamente. Os próximos quatro anos para os residentes do império bolchevique - período de total horror. A guerra deixa o país em desespero. Milhões de mortos, milhões de feridos, ruínas, pobreza, fome, frio. Os anos do pós-guerra não são muito melhores que os anteriores, e o governo bandido ainda acredita, que agora ele tem todo o direito de desforrar-se na nação. Tudo isso - verdadeira vacinação da agressividade. As pessoas soviéticas começam temer a guerra.
A colmeia agressiva não pode não explodir.
Mas ao longo das últimas décadas após a guerra aqueles, que compreendem o que é guerra, na sociedade russa quase não há mais. Até mesmo seus filhos hoje - pessoas idosas, que não desempenham nenhum papel na sociedade. Papel ativo - é daqueles que nasceram nas tranquilas décadas pós-guerra. Estas pessoas nunca conheceram a verdadeira ameaça militar, mas passaram por difíceis anos 90, que agora representam-se por seu governo como "tempo de humilhação". Eles não conseguiram construir um país bem sucedido. Rússia hoje - formação anacrônica pobre, que transformou-se em pária global. E seus habitantes aspiram pela desforra e não compreendem o perigo. A sociedade russa repleta de agressividade, ódio mútuo, desprezo pelo mundo. E esta colmeia agressiva não pode não explodir.
Nós não sabemos, a o que levará esta explosão inevitável. Talvez, Rússia opte por uma guerra aberta com outros países, tente usar armas nucleares, apoderar-se de outros territórios. Mas pode ser - e isto é o mais provável - pelos russos espera um conflito sangrento interno, guerra de todos contra todos, conflitos sociais e nacionais, terror, confrontos regionais. Prever não me atrevo.
Mas uma coisa eu sei com certeza - sua imunização da guerra a população da Rússia obrigatoriamente receberá.
Vitaly Portnikov - jornalista e comentarista político. Os pontos de vista expressos na seção "Opinião", transmitem os pontos de vista dos autores, e não refletem, necessariamente, a posição da redação.
Tradução: O. Kowaltschuk
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