Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 20.11.2016
Halyna Tereshchuk
Bria Blessing se sente ukrainiana na Ukraina e americana na América. Ela tem família e amigos nos dois países. Ela, uma criança pequena em 1993, com os pais missionários veio do Texas para Lviv. No início por alguns meses viveu em Luhansk. Bria lembra, que não sabia nenhuma palavra em ukrainiano.
"Nós, com a irmã, eramos crianças, não pensávamos que vamos viver aqui a vida toda, mas felizmente ficamos aqui. Nossa mãe começou ensinar-nos em casa. Nos EUA há o sistema de tal escolaridade. Nossa mãe encomendou todos os livros, e assim nós terminamos a escola. Em minha família não há raízes ukrainianas. Para aprender o idioma ukrainiano, os pais convidaram um professor. Mas não funcionou bem, aprendi graças à comunicação. Mas a gramática ainda é difícil, esforço-me para superá-la. O idioma ukrainiano para mim - é um dos mais belos do mundo: é melódico, lindo e poético. Para mim, como musicista, ele é agradável ao ouvido, e é agradável ouvi-lo", - diz a cantora.
"Muitos na Ukraina, gritam que a questão não é o idioma, que o importante é a unidade. Para mim é estranho ouvir isto. Eu acredito, que sem o idioma não pode haver unidade. Porque, por causa do idioma os ukrainianos perderam a unidade. Stalin tentou destruir o idioma ukrainiano, destruía os ukrainianos, povoou o leste da Ukraina com russos e deste modo dividiu o país e as pessoas. Quando todos começarem usar o idioma ukrainiano, na Ukraina - haverá unidade no país", - diz Bria convencida.
- É engraçado para mim - quando os ukrainianos, em conversa, dizem:
- Eu vou falar em russo, ok? Porque não tenho costume conversar em ukrainiano. É difícil para mim.
- Sério ?!?! E eu?
- Assim deseja-se responder-lhes:
- E você se lembra, que você agora diz isto para uma americana, que fala com você em ukrainiano?
"Sucesso - é o que acontece depois que nós deixamos de dar desculpas."
Mais da metade das canções em seu repertório, com as quais apresentar-se-á nos EUA e Canadá, são ukrainianas. Sozinha escreve a letra e compõe a música. No início apenas gostava cantar, agora isto tornou-se sua profissão. Bria nasceu no Texas, adora jazz, que no arranjo de suas canções há muito. Para ela o texto é importante, compreendê-lo e vivenciá-lo na canção.
"O principal, que eu acredite nas palavras. Porque a melodia você canta, mas o texto é preciso compreender. Se o texto eu não vivenciei, então não posso cantá-lo porque será apenas um desempenho no palco, em vez de transmissão de suas próprias emoções" - diz a cantora.
Os guerreiros inspiraram a canção.
Bria escreveu sua primeira canção ukrainiana "Nós - Ukraina" depois da viagem para a linha de frente no leste. Comunicação com os combatentes, as emoções que viveu, resultaram em palavras e música.
"Sempre com lágrimas essas viagens para o leste, porque vejo, como lhes é difícil, especialmente no inverno. É muito difícil, não se deseja, que eles lutem lá. Mas, por outro lado, eu me orgulho, que eles existem, que eles estão lá e nos protegem com oração em seu coração. Eu rezo para que eles sobrevivam e voltem para casa", - diz a cantora.
Durante a sua turnê de concertos nas cidades americanas e canadenses Bria não só divulgará a canção e a cultura ukrainiana, mas também falará sobre a situação na Ukraina para o mundo.
Ela participou dos dois "Maidan", apresentava-se no leste na zona de combate, então sente sua responsabilidade diante do país e das pessoas, com as quais vive, não pode não reagir contra a injustiça.
Seja qual for o passaporte, eu devo ajudar Ukraina, se há esta necessidade. Eu sei, através de parentes e amigos nos E.U., que os americanos sabem pouco sobre Ukraina: todos os negativos - guerra, corrupção. Alcoolismo, todas as más notícias. Mas eu conheço outra história da Ukraina, maior - isto são pessoas maravilhosas, cultura maravilhosa. Através de meus concertos tento transmitir, que as pessoas gostem deste país, sua cultura, eu falarei sobre a guerra.
Quero dar grande ênfase às canções ukrainianas, nos ukrainianos, o quanto são pacíficos, criativos, maravilhosos"
Antiga cultura e tradições que os ukrainianos transmitem de geração em geração, entusiasmaram a americana, mas a mentalidade como, "minha casa é ao lado - isto não me atinge", irresponsabilidade, não consegue entender e considera isto como um obstáculo no desenvolvimento do país.
"Esta é uma mentalidade perigosa, precisa assumir a responsabilidade por seu país e não esperar que alguém fará algo", - observou Bria Blessing, que depois dos concertos além oceano voltará para Lviv, e no Natal, com canções e presentes visitará os soldados ukrainianos no front.
Tradução: O. Kowaltschuk
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