Yanukovych, hoje, dá depoimento no tribunal
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana, 28.11.2016
(Não, não nos alegremos, Yanukovych não está no território ukrainiano. Não está detido. Este depoimento ele fez por vídeo-conferência do território russo, como testemunha do Maidan. E deveria ter acontecido ainda na semana passada, mas foi cancelado no início, com tudo pronto.
Apesar de que, já a vários dias há comentários nos jornais, eu ainda não entendi qual a necessidade ou o benefício para Ukraina, se é que há algum. E, por que os altos funcionários do governo ukrainiano perdem tempo com os preparativos desse evento.
Não fiz a tradução do texto todo, acho que já foi suficiente para ver que Yanukovych não assume seus atos - OK).
À pergunta como, no dia 23.02.2014, às 3h51 ele encontrou-se no território da Federação russa, Yanukovych repetiu sua versão de uma emboscada em seu caminho para Criméia. A ordem de ir para Criméia, Yanukovych deu, porque de Donetsk vinha um grupo para interceptar sua comitiva. E, como chegou à Rússia não explicou. Antes de sair de Donetsk, ele conversou com Akhmetov sobre os acontecimentos na Ukraina.
No dia 22 de fevereiro de 2014 foi ferido o policial Dmitry Ivantsov. Foram destituídos de seus cargos, o chefe da Administração Interna Koryak, o presidente da administração de Kyiv Popov. A investigação apresentou mais evidências, mas não houve tempo suficiente para decisões. Isto é, Maidan não deu tal possibilidade, - disse Yanukovych.
Yanukovych afirmou, que durante os eventos no Maidan, dentro do partido do poder, então Partido das Regiões, agia "oposição", que sob pressão de oligarcas trabalhava contra seu governo. E, ele não sabe quem deu a ordem, durante o Euromaidan, de dar aos policiais as armas de fogo.
Yanukovych não explicou como chegou à Federação Russa. À pergunta direta, ele repetiu sua versão sobre uma emboscada no caminho para Criméia.
"Eu nunca tive, com ninguém, conversações sobre a supressão do Maidan - nem na Ukraina, nem fora de suas fronteiras. Com ninguém!" "Não, não - com ninguém eu me aconselhei, inclusive com ninguém da Federação Russa".
Yanukovych disse, que a decisão da realização do referendo na Criméia, que levou à ocupação da península influenciaram os militares da Frota do Mar Negro da Rússia. "Foi decidido iniciar imediatamente um referendo sobre a retirada da Ukraina e anexação à Rússia. Vocês sabem, que em Sevastopol havia muitos militares russos na Frota do Mar Negro. Eles influenciaram esta decisão", mas ele, pessoalmente, foi contra.
Yanukovych considera que, se permanecesse na Ukraina, isto levaria a uma guerra civil. "A guerra como no Donbas
começaria em toda Ukraina, se eu ficasse", disse o ex-presidente. Por isso, ele tomou a decisão de deixar Ukraina, e só então dirigiu o pedido ao presidente russo, Vladimir Putin.
Eu, até o dia de hoje, pessoalmente, não tirei de mim esta responsabilidade, eu a carrego diante da nação ukrainiana. E, o que se refere à nação ukrainiana, qual a sua atitude para comigo - esta é questão da nação ukrainiana. Para não procurar uma desculpa que possa humilhar o povo ukrainiano, deixemos esta questão" acrescentou ele.
Como se sabe, em 22 de fevereiro de 2014, o Parlamento aprovou a resolução "Devido a desistência do presidente da Ukraina do cumprimento de poderes constitucionais e determinação de eleições presidenciais antecipadas na Ukraina.
Interrogatório do Procurador
O ex-presidente Viktor Yanukovych, durante os protestos no Maidan, constantemente telefonava ao compadre de Putin, Viktor Medvedchuk. Foram fixados mais de 54 chamadas de dezembro de 2013 a fevereiro de 2014.
Como era o seu relacionamento com Viktor Medvedchuk?
Yanukovych: Meu relacionamento com Medvedchuk era limitado. Nós nos encontrávamos, quando ele visitava alguns eventos. Relações pessoais nós não tínhamos. Pelo que me lembro, nossa relação era muito limitada. Nem ele, nem eu, tínhamos necessidade para encontros.
Procurador: A acusação obteve acesso temporário aos documentos que contém informações que constituem conversas telefônicas secretas. Foram estabelecidos numerosos contatos com telefones celulares de Medvedchuk, liados a operadoras russas com o chefe de sua proteção, Kobzar. E também... (aqui ele é interrompido pela proteção) O tribunal pede ao promotor: "Faça perguntas, não relatórios".
Procurador: Eram estabelecidos pelo menos 54 contatos telefônicos entre você e Medvedchuk, de dezembro de 2013 a fevereiro de 2014. Informe, esses contatos ocorreram devido a Revolução da Dignidade, ou outras questões?
Yanukovych: Eu não lembro disso. Eu não tive tantos contatos com ninguém. Eu não tive tanto tempo.
Procurador: Em 20.02.2014, entre 8:56 h e 8:59 h, justamente antes do momento, em que começaram as execuções dos manifestantes pela polícia, foram gravadas três chamadas do seu telefone pessoal número 79037096326. Depois disso, às 8:59 h o senhor, de seu telefone móvel 0503841333 ligou para o telefone de Medvedchuk +79636742183 com duração de 144 segundos. Em seguida, às 9:11 h o senhor, já de um outro celular seu, o qual era usado constantemente, 0979741501 fez outro telefonema para Medvedchuk. Com o que eram relacionados tais contatos?
A proteção protesta, mas Yanukovych responde.
Yanukovych: Eu tinha telefones pessoais. Se havia telefones para comunicação, então eles estavam com meus assistentes. Se houveram tais conversas, então, antes de tudo, foram de meus assistentes com quem quer que seja. Por isso eu não lembro tais conversas.
Procurador: 0979741501 - telefone a partir do qual você normalmente se comunica com seu filho Oleksandr Yanukovych, e os telefones, que estavam com seus assistentes, nós levantamos a questão precisamente daqueles telefones, que foram utilizados, segundo argumentos, precisamente por você. Então, realmente o telefone encontrava-se com seu guarda, mas você se dirigiu a ele. Este é o telefone, que você usa pessoalmente.
Yanukovych disse que não lembra se conversou com Putin pelo telefone.
Advogado: Não é preciso reagir. Esta é explicação do procurador, não é pergunta.
A acusação diz que Viktor Yanukovych, no caso dos tiroteios no Maidan, em 20 de fevereiro de 2014, dá falsos testemunhos.
Procurador Donskyi disse que Yanukovych não será trazido à responsabilidade pela mentira porque seu status é limítrofe, ele responde apenas como suspeito. Como suspeito, tem o direito de nada responder. Donskyi disse que Yanukovych não respondeu sobre seus contatos, nem com Medvedchuk, nem com Surkov, nem sobre o encontro de Putin com Azarov. No entanto, Donskyi disse que tem provas de contatos de Yanukovych com Medvedchuk, a hora exata e o local com o assessor de Putin, Surkov. "Eles encontravam-se no Myzhyhiria". Também há provas do encontro de Putin e Azarov - encontravam-se em Kharkiv para preparar um Congresso, que não saiu como o esperado.
Segundo o Procurador - a acusação tem mais 7 (sete) páginas de questionamentos para Yanukovych. Ele não está satisfeito - muitas perguntas não conseguiu fazer. E, parte de questões que não apresentavam motivos para desqualificação, foram desqualificadas.
A impossibilidade de ouvir resposta não dá possibilidade para verificar que Yanukovych não deu quaisquer ordens criminosas" - disse o promotor.
A sessão do tribunal na questão de "berkutivtsi" (Berkut - assim chamada milícia no período Yanukovych) continuará em 01 de dezembro. e 02 de dezembro haverá a questionamento do ex-comandante das tropas do interior da Ukraina Stanislav Shulyak.
XXX
O financiamento do novo abrigo sobre o reator nº 4 da usina nuclear de Chernobyl vai custar a Ukraina 600 milhões de dólares por ano.
https://www.youtube.com/watch?time_continue=435&v=lFO3cs6rfqw
Tradução: O. Kowaltschuk