domingo, 29 de maio de 2016

Savchenko - excertos da conferência de imprensa
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 27.05.2016


O que dizer a Putin? "Desengate da Ukraina! Desengate de cada país, do qual você aferrou-se. Duas vidas não viverás."

Savchenko a Erofeiev (um dos militares russos que foi trocado por ela),e que falou que gostaria de conversar com Savchenko: "Você caiu no mesmo moedor de carne, que eu. Mas, a questão é esta: Se mais uma vez você vir para minha terra com armas nas mãos para matar o meu povo, o seu pomo-de-adão vou arrancar com as próprias mãos."

Savchenko quer criar uma comissão internacional para libertação de presos políticos e territórios ocupados. Na prisão ela se correspondeu com políticos globais que tem a mesma visão. Porque, enquanto a guerra não terminar, haverá prisioneiros de guerra. "Eu consegui sair, mas isto não é tudo - não. Eu vou trabalhar para Ukraina, lá, onde for útil e necessária", - constatou a deputada.

"O "SBU" (Serviço de Segurança da Ukraina) ajudou na minha libertação. Apesar de que lá havia algumas pessoas que não queriam minha liberdade. Mas, no geral, SBU ajudava com o fornecimento de materiais necessários."

"Para não entregar Criméia, devíamos lutar. Este era o momento em que devíamos lutar e defender nossas terras. Nós perdemos este momento. Por que o perdemos, você pode perguntar também a mim, afinal eu era tenente das Forças Armadas da Ukraina. Eu fui defender Donbas, porque não consegui defender Criméia", - declarou Savchenko.

"Cada partido deve ter como membro um ex-prisioneiro político". Ela é grata ao partido "Pátria" (partido de Yulia Tymoshenko - OK)que a incluiu quando esteve presa. Porque todas as pessoas que nós consideramos heróis, na Rússia consideram-se criminosos.

"Até o momento final, não sabia, irei para Magadan  (Magadan - cidade portuária no Extremo Oriente da Rússia - OK) ou para casa? Savchenko declarou que no início do procedimento para libertação ela não sabia que voltava para Ukraina. "Quando me sequestraram - eu não sabia porque, a mando de quem. Quando me libertavam, simplesmente vieram à noite, e apenas disseram: "Arrume-se, com seus pertences." Eu não sabia, se vou voar para Sibéria, Magadan, ou Ukraina... Fiquei 5 (cinco) horas sentada, eu percebi que estava em algum lugar do aeroporto, mas como todo o mecanismo decidia-se, eu não sei" - disse Savchenko... No seu primeiro dia no Conselho Savchenko removerá seu cartaz com a inscrição "Liberdade para Nadia Savchenko" e colocará outro. "Liberdade a todos aqueles que ainda estão presos". Sem falta! Ela acrescentou que também cuidará das comissões do exército, "para que não roubem na retaguarda".

Savchenko não vai se opor à lei em "seu nome", porque a considera certa. "Você esteve na prisão? Eu iniciei esta lei, porque conhecia bem o sistema por dentro". Ela "por sorte numa prisão ukrainiana não esteve, mas todo o sistema pós soviético é igual", acredita Savchenko. Ela acredita que nas prisões preventivas, há muitos inocentes, aos quais "penduram" questões. Assim a pessoa fica presa por anos, esperando, que contra ela apareçam provas.

Nadia diz, que está pronta para contribuir para o processo de libertação dos presos políticos ukrainianos na Rússia. "Para arrancar cada nosso, eu estou pronta para falar até com o diabo".

Quanto às eleições no Donbas: "Se nós, os ukrainianos, nos entendêssemos: temos conselheiros demais. Agora, as eleições não podem realizar-se".

Os investigadores russos não se aproximavam. "Eu, desde o primeiro dia, de alguma forma os assustei. Eles ficavam a metros de distância e olhavam para mim. Queriam dizer algo, mas não conseguiam, não sabiam qual seria minha reação. Eu não sei porque. Foi me dito que, ou eu colaboro, ou o céu no quadradinho. Eu escolhi o céu no quadradinho e que eles fossem ao inferninho da vovó. Depois disso, pouca coisa me propuseram" - disse Savchenko.

"Se eu apertar a mão de alguém - isso não significa que somos amigos. Eu posso ainda não conhecer esta pessoa. E, na rua, vou apertar a mão de todos que se aproximarem por necessidade de algum assunto, idem com os políticos".

Savchenko planeja fazer uma turnê pela Europa. Seria uma turnê de trabalho. Ela pensa que os países europeus devem ouvir uns aos outros, porque todos somos vizinhos. E que, se por acaso temos um vizinho com a mente doente e alma podre, precisamos de união para parar tais vizinhos, porque eles não deixarão ninguém viver em paz. Ela prometeu que fará pela Ukraina tudo o que puder..

Savchenko não exclui que continuará sua carreira de piloto. Mas, ela estará lá onde será necessária para Ukraina. "Se amanhã começar uma batalha feroz, eu irei para primeira fila. Toda minha vida - é Ukraina".

"Eu estarei pronta para me tornar presidente da Ukraina, se a nação quiser. Só que ainda não acredito que o nosso povo já aprendeu votar, não pela "hrechka" (brindes), mas pela idéia. Não digo que quero porque eu gosto voar. Mas, se for necessário, eu farei o que for necessário". (Poroshenko que se cuide - OK).


Tradução: O. Kowaltschuk

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