quinta-feira, 5 de maio de 2016

Apoio moral e força de vontade curam - soldado ferido.
Rádio Svoboda (Rádio Liberdade) 04.05.2016
Halyna Tereshchuk






Lviv - Quase todos os dias ao Centro da Clínica Médica Militar da Região Oeste trazem gravemente feridos combatentes. Por enquanto há vagas suficientes para militares, mas o hospital está cheio.O maior problema para os combatentes é a reabilitação física e psicológica para que eles possam voltar à vida normal após a participação na guerra.

Vyacheslav Kravchenko de Kherson diligentemente faz os exercícios. Ele já movimenta os braços, pode sentar, mas ainda não sente as pernas. Seu apoio é a esposa Zoya.
Desde o primeiro dia, quando ele ficou ferido, e isto foi no ano passado, no final de outubro, a esposa está com ele. Ficaram para trás duas operações complexas - em Mariupol e Dnipropetrovsk. Já é sexto mês que o soldado está em reabilitação no hospital militar em Lviv. Ele quer muito voltar a andar.

"Isto aconteceu em Volnovaha em 2015, em outubro. Viajávamos, a bomba explodiu. Não há nada para contar, explosão e tudo... Éramos três no veículo, eu recebi os piores ferimentos. Eu enterrei o compadre e no outro dia fui para o exército. A pátria, quem vai defender? Por isso eu fui", - diz o soldado, que foi servir como voluntário na brigada 70.

"Na verdade fugiu de casa. Eu sabia, que ele iria, porque preparava-se para ir servir na primeira onda de mobilização, então consegui desconversar, também os médicos não lhe assinaram a carta. Mas agora conseguiu a citação e foi. Mas o que importa, é que ele está vivo, nós conseguiremos vencer o desafio", - continua Zoya.


Vyacheslav Kravchenko recebeu sérios ferimentos, os médicos não acreditavam que havia chances para sobrevivência, sete dias permaneceu em coma. Ele recebeu ferimentos na coluna e órgãos internos. Mas ele sobreviveu, faz exercícios físicos duas vezes por dia, dedica-se com todas as forças, porque sonha ficar em pé.

"O espírito moral na reabilitação - é muito importante. É importante receber apoio de alguém. Devemos apoiar uns aos outros. Para a frente e para a frente - isto, para mim, é o mais importante. Olho para os jovens, como isto, para eles, é fácil...",- diz, brincando Vyacheslav.

Agora ele espera por um carrinho, que encomendaram no exterior, e que custa cerca de 40 mil UAH. Os carrinhos padrão estão disponíveis, mas Vyacheslav - é um homem alto e robusto, para ele encomendaram um carrinho especial, para que caiba e seja confortável.

O soldado precisa de um tratamento restaurador, próximo a Truskavets, mas o custo de reabilitação lá é 86 mil UAH. Esperam pela ajuda de pessoas não indiferentes, que já lhes ajudam, diz a esposa Zoya.



"O marido continua recebendo salário, enquanto em tratamento. Mas, se não fossem as pessoas, então não sei, como sobreviveríamos. O Estado? Quando viemos de Dnipropetrovsk, fui até em casa, na administração do distrito deram 500 UAH, no Conselho da aldeia - 1.000 UAH. Gastei 500 UAH para vim até aqui, e todo o resto - dão as pessoas. Mas eu estou aqui, para dar apoio. Por que, como pode ser diferente? Nós - somos família. Devemos nos apoiar mutuamente. Aqui os rapazes que estão sozinhos, para eles é mais difícil", diz a esposa do soldado, Zoya.

Há necessidade de equipamento.

A reabilitação física e psicológica hoje é, o maior problema atual para feridos combatentes, para que eles possam voltar à vida normal. Ajudam exercícios físicos nos aparelhos, mas espacialmente, na piscina. Mas o hospital de Lviv necessita equipamentos médicos modernos. Especialmente aparelhos anestésico-respiratórios, aparelhos diagnósticos, endoscópicos e equipamentos operacionais.

"A questão mais aflitiva em medicina - o equipamento e sua renovação. Nós gostaríamos de contar com os mais modernos aparelhos robotizados, como há no mundo. Infelizmente, nós não recebemos qualquer financiamento do fundo geral, esperamos receber algo do centralizado", - diz o chefe do Centro Médico Militar Ivan Hayda.

Atualmente esperam pela prótese quatro soldados, dois deles foram feridos durante os combates no Donbas. Dentro de pouco tempo cinco combatentes feridos irão para tratamento restaurador para Hungria, graças ao financiamento da OTAN e Forças Armadas húngaras. Alguns soldados feridos são enviados para reabilitação no exterior, mas a maioria é auxiliada no local, pelos médicos ocidentais.

"Dois meses fiquei na cama, mas com minha própria força consegui levantar-me. Com muita dificuldade consegui dar os primeiros passos. Os médicos me diziam que eu não conseguirei levantar-me, mas eu consegui  firmar-me nas próprias pernas graças aos especialistas, - disse o soldado de 25 anos. Na saída de Debaltseve ele recebeu ferimentos por estilhaços na cabeça e nas costas. A reabilitação foi longa, mas hoje o soldado caminha e é completamente independente.

Vadym Zyablitsev
"O primeiro mês minha mãe esteve comigo, depois fiquei sozinho. Não lamento que fui servir, este é o nosso país, nosso povo, eu sou um cidadão do estado e é meu dever defendê-lo. Desapontado talvez no comando, na nação - nem uma gota", - diz o soldado.

Nos primeiros três meses deste ano no hospital militar de Lviv passaram pelo tratamento mais de cinco mil soldados. Durante este tempo, os cirurgiões realizaram cerca de 200 cirurgias. A muitos militares voltou a fé na cura. Também, no hospital, deve começar o funcionamento de reabilitação psicológica. Esta especialidade foi fechada no hospital alguns anos antes do conflito militar no Donbas.

Tradução:  O. Kowaltschuk

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