segunda-feira, 30 de maio de 2016

Opiniões sobre Savchenko
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 30.05.2016
Voz da América

Nadia Savchenko durante a conferência de imprensa em Kyiv - 27.05.2016.
Comentaristas ocidentais sobre a entrada de Savchenko na política.

Edward W. Walker, professor de Ciências Políticas da Universidade em Berkeley - Califórnia: "Má idéia". Parece-me que ela arisca, rapidamente, perder o status de herói.

"Má idéia" também viu na prontidão de Savchenko em ocupar o mais alto cargo na Ukraina Matthew Kupfer, antigo pesquisador da Carnegie, que comenta ativamente os eventos na Ukraina: Interiormente sinto, que o herói de guerra não necessariamente será um presidente capaz. Eu posso estar errado. Há temores que Rússia diminuirá o desejo de trocar prisioneiros, ou libertá-los, se já o primeiro tornar-se presidente.
Preocupa também, se a pessoa que passou tantos sofrimentos na Rússia, será um líder ideal para conversações em Minsk e no conflito com a Rússia. Ukraina precisa de líderes honestos e capazes. Penso, Savchenko é honesta. Em minha opinião, nós não sabemos se ela é um líder político talentoso. Se Savchenko tornar-se presidente. eu, é claro, espero que todos os meus medos revelem-se infundados", - explicou sua posição Kupfer, a pedido da "Voz da América".

"Eu sempre fico preocupado com situações emocionais, quando na política entra um herói em um cavalo branco, que é um estranho para a classe política" - declarou Mark Galeotti, professor da Universidade de Nova York e renomado especialista em segurança.
"Sabemos tão pouco sobre ela, que é possível atribuir-lhe qualquer valor", - disse o pesquisador.
Também Galeotti considera inevitável o momento de conflito entre "Savchenko-político e Savchenko-modelo moral."

"Agora Ukraina está em lua de mel com Savchenko. Poroshenko e Tymoshenko, querem ser identificados com Nádia, na esperança de aproveitar seus raios de glória... Mas a própria Nadia não quer tornar-se propriedade de qualquer um dos líderes políticos. Por isso vai ser interessante ver, como eles reagirão na tal posição dela, e como ela lhes responderá. Eis que esta será uma amostra real", disse Galeotti. (Acredito que os senhores leitores deste blog tem sua opinião formada sobre o presidente Poroshenko. Quanto a Tymoshenko, por ela, eu senti muita compaixão e simpatia no período em que ela esteve aprisionada no governo Yanukovych, anterior ao Maidan. Mas, já durante o Maidan, quando ela foi libertada, percebi que ela não era a mesma pessoa que representava ser quando encarcerada. Nadia é pessoa sincera, transparente, acredito que as duas não se entenderão. Savchenko está no bloco de Tymoshenko porque esta a convidou. - OK).

"Mal posso esperar para ver, como ela reagirá quando no Conselho acontecer a briga da vez", - brincou o apresentador Brian Whitmore. 
"Política ukrainiana é suja" - disse Whitmore, que acredita que Savchenko pode preencher o nicho do ukrainiano Havel, Walesa ou Mandela.

No entanto Galeotti observou que na Ukraina observa-se uma situação alarmante porque os políticos não souberam realizar as aspirações e desejos de seu povo.
"O que as pessoas fazem quando suas esperanças são traídas? Elas permanecem impotentes na incredulidade? Elas julgam que nada mudará durante mais uma geração? O governo Yanukovych, durante algum tempo, contou com isto. Mas a situação mudou repentinamente. Ou, talvez, as pessoas procurarão alternativas, talvez caminhos radicais para sair da situação. Em tempos assim prestam atenção nas pessoas de fora do sistema político, as quais, dizem que é preciso agir com métodos convencionais. Numa situação assim, surge o risco de algo fascista, até certo ponto, desenvolvimento da situação... 
Apesar de que eu não acho que na Ukraina sequer pensam sobre o fascismo", - disse o especialista.

Pelo menos agora parece que Savchenko está pronta para trabalhar dentro do sistema... Este é um sinal positivo. Há uma chance de que ela poderia tornar-se uma figura de união entre esses dois mundos. O mundo precisa de pessoas que querem fazer as coisas para o bem da Ukraina e as pessoas que sabem como dirigir a máquina, a fim de atingir os necessários objetivos", - salientou Galeotti.

O especialista lembrou, que na Ukraina hoje o ambiente é mais hostil e difícil, que aquele, no qual surgiram Havel e Walesa.

Tradução: O. Kowaltschuk

domingo, 29 de maio de 2016

Savchenko - excertos da conferência de imprensa
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 27.05.2016


O que dizer a Putin? "Desengate da Ukraina! Desengate de cada país, do qual você aferrou-se. Duas vidas não viverás."

Savchenko a Erofeiev (um dos militares russos que foi trocado por ela),e que falou que gostaria de conversar com Savchenko: "Você caiu no mesmo moedor de carne, que eu. Mas, a questão é esta: Se mais uma vez você vir para minha terra com armas nas mãos para matar o meu povo, o seu pomo-de-adão vou arrancar com as próprias mãos."

Savchenko quer criar uma comissão internacional para libertação de presos políticos e territórios ocupados. Na prisão ela se correspondeu com políticos globais que tem a mesma visão. Porque, enquanto a guerra não terminar, haverá prisioneiros de guerra. "Eu consegui sair, mas isto não é tudo - não. Eu vou trabalhar para Ukraina, lá, onde for útil e necessária", - constatou a deputada.

"O "SBU" (Serviço de Segurança da Ukraina) ajudou na minha libertação. Apesar de que lá havia algumas pessoas que não queriam minha liberdade. Mas, no geral, SBU ajudava com o fornecimento de materiais necessários."

"Para não entregar Criméia, devíamos lutar. Este era o momento em que devíamos lutar e defender nossas terras. Nós perdemos este momento. Por que o perdemos, você pode perguntar também a mim, afinal eu era tenente das Forças Armadas da Ukraina. Eu fui defender Donbas, porque não consegui defender Criméia", - declarou Savchenko.

"Cada partido deve ter como membro um ex-prisioneiro político". Ela é grata ao partido "Pátria" (partido de Yulia Tymoshenko - OK)que a incluiu quando esteve presa. Porque todas as pessoas que nós consideramos heróis, na Rússia consideram-se criminosos.

"Até o momento final, não sabia, irei para Magadan  (Magadan - cidade portuária no Extremo Oriente da Rússia - OK) ou para casa? Savchenko declarou que no início do procedimento para libertação ela não sabia que voltava para Ukraina. "Quando me sequestraram - eu não sabia porque, a mando de quem. Quando me libertavam, simplesmente vieram à noite, e apenas disseram: "Arrume-se, com seus pertences." Eu não sabia, se vou voar para Sibéria, Magadan, ou Ukraina... Fiquei 5 (cinco) horas sentada, eu percebi que estava em algum lugar do aeroporto, mas como todo o mecanismo decidia-se, eu não sei" - disse Savchenko... No seu primeiro dia no Conselho Savchenko removerá seu cartaz com a inscrição "Liberdade para Nadia Savchenko" e colocará outro. "Liberdade a todos aqueles que ainda estão presos". Sem falta! Ela acrescentou que também cuidará das comissões do exército, "para que não roubem na retaguarda".

Savchenko não vai se opor à lei em "seu nome", porque a considera certa. "Você esteve na prisão? Eu iniciei esta lei, porque conhecia bem o sistema por dentro". Ela "por sorte numa prisão ukrainiana não esteve, mas todo o sistema pós soviético é igual", acredita Savchenko. Ela acredita que nas prisões preventivas, há muitos inocentes, aos quais "penduram" questões. Assim a pessoa fica presa por anos, esperando, que contra ela apareçam provas.

Nadia diz, que está pronta para contribuir para o processo de libertação dos presos políticos ukrainianos na Rússia. "Para arrancar cada nosso, eu estou pronta para falar até com o diabo".

Quanto às eleições no Donbas: "Se nós, os ukrainianos, nos entendêssemos: temos conselheiros demais. Agora, as eleições não podem realizar-se".

Os investigadores russos não se aproximavam. "Eu, desde o primeiro dia, de alguma forma os assustei. Eles ficavam a metros de distância e olhavam para mim. Queriam dizer algo, mas não conseguiam, não sabiam qual seria minha reação. Eu não sei porque. Foi me dito que, ou eu colaboro, ou o céu no quadradinho. Eu escolhi o céu no quadradinho e que eles fossem ao inferninho da vovó. Depois disso, pouca coisa me propuseram" - disse Savchenko.

"Se eu apertar a mão de alguém - isso não significa que somos amigos. Eu posso ainda não conhecer esta pessoa. E, na rua, vou apertar a mão de todos que se aproximarem por necessidade de algum assunto, idem com os políticos".

Savchenko planeja fazer uma turnê pela Europa. Seria uma turnê de trabalho. Ela pensa que os países europeus devem ouvir uns aos outros, porque todos somos vizinhos. E que, se por acaso temos um vizinho com a mente doente e alma podre, precisamos de união para parar tais vizinhos, porque eles não deixarão ninguém viver em paz. Ela prometeu que fará pela Ukraina tudo o que puder..

Savchenko não exclui que continuará sua carreira de piloto. Mas, ela estará lá onde será necessária para Ukraina. "Se amanhã começar uma batalha feroz, eu irei para primeira fila. Toda minha vida - é Ukraina".

"Eu estarei pronta para me tornar presidente da Ukraina, se a nação quiser. Só que ainda não acredito que o nosso povo já aprendeu votar, não pela "hrechka" (brindes), mas pela idéia. Não digo que quero porque eu gosto voar. Mas, se for necessário, eu farei o que for necessário". (Poroshenko que se cuide - OK).


Tradução: O. Kowaltschuk

quarta-feira, 25 de maio de 2016

Nadia Savchenko voltou hoje para Ukraina.
Imprensa ukrainiana, 25.05.2016.

Avião com Savchenko pousou no aeroporto de Kyiv. A notícia do retorno de Savchenko foi dada pelo presidente Poroshenko no Twitter.


Irina Gerashchenko, representante da Ukraina no subgrupo humanitário, disse que até o final do mês de maio serão libertados mais dois cidadãos ukrainianos prisioneiros na Rússia, e que isto é apenas o primeiro passo para libertação dos demais presos.


Nadia Savchenko foi trocada por dois militares russos: Alexander Alexandrov e Eugênio Yerofeev.
Savchenko não cumprirá a pena na Ukraina porque o presidente Putin assinou o decreto de seu indulto. Bem como presidente Poroshenko em relação aos dois russos.


Iryna Gerashchenko: 
A este dia precederam dezenas de reuniões com o presidente, centenas de esgotantes reuniões, conversas pesadas com sua mãe (de Nadia), esforços de políticos e diplomatas ukrainianos e família - mãe e irmã, milhares de ações de todas as pessoas de boa vontade do mundo todo, negociações de Minsk, onde os oponentes exaltavam-se de raiva apenas por simples menção do nome Savchenko. Não houve nenhum encontro do presidente e ministro de Relações Exteriores, onde não conversassem sobre Savchenko.  Aonde não exigissem sua libertação. Esta operação preparava-se nos últimos meses. Esperávamos a resposta da FR. Mas quando surgiam informações não procedentes, o lado russo adotava uma pausa... Ainda hoje, quando a informação vazou, ficamos muito preocupados...
Hoje, nós com Sviatoslav Tsegolko, às 8:00 horas, entramos no avião presidencial, com medo. Nós não podíamos descer a escada. A operação era dirigida pelo chefe do SBU (Serviço de Proteção da Ukraina). Segundo o acordo, Nadia devia entrar no avião no mesmo momento que o avião russo, em Kyiv, recolhesse a bordo os seus dois militares.

Esperamos uma hora. De repente os telefones tocaram sem parar: a imprensa russa explodiu com a notícia. Tudo parou. Estávamos nervosos. Mas, de repente, tudo funcionou. Nadia saiu, rodeada por dez homens uniformizados. Ela olhou o céu e avidamente aspirou o ar. Ela entrou no avião e gritou: "Glória a Ukraina!" Oferecemos-lhe um buquê em cores patrióticas. "Eu não gosto de flores!" cortou Nadia (Ouçam, caros colegas, eu lhes aconselho não dar flores para Nádia- disse Iryna). Ela coloca o buquê ao lado. "Isto darei à minha mãe" - disse. Finalmente nós nos abraçamos. Ela - como corda esticada, ainda não acreditava no que estava acontecendo, disse que ficou 5 (cinco) horas sentada naquele ônibus. Ela, talvez tivesse outra imaginação destes primeiros momentos. Ela tirou suas botas de inverno, psicologicamente afastou-se. Mostrou-nos seu simples tesouro que levava para Ukraina: dobraduras de papel que construía para ocupar-se. E presente para mãe no dia de seu aniversário: pratinho colado, que não conseguiu entregar, em março. E ainda - dois enormes pacotes com cartas. Essas são apenas aquelas que recebeu este mês!

Depois ela foi à cabine dos pilotos e, finalmente, sorriu. Sinceramente, sorriso largo e feliz. Ela já não é ouriço. Só na cabine ela sentiu que tudo o que acontecia  - era verdade.

Nadia falava, anunciava as palavras que quer dizer às pessoas que a apoiaram. De repente, levantou-se e precipitou-se à cabine. "Eu tenho que ver a passagem da fronteira!!! O! Ukraina! Kharkiv! Voamos para Chuchuiv!" - ria ela.

Duas horas de viagem nós conversávamos sobre a libertação de todos os outros. Nadia queria saber de todos, quantos estavam na Rússia, quantos em ORDiLO, e como estão suas negociações. Dissemos que em breve esperávamos notícias positivas sobre Gennady Afanasyev e Yuri Soloshenko. Nadia quer que todos sejam libertados. Acredito que serão.

Finalmente Ukraina. A mãe e irmã puderam abraçar Nadia. 
Mas, nós - continuamos trabalhando. Devemos libertar todos.

O presidente Poroshenko entregou a piloto ukrainiano Nadia Savchenko o prêmio mais elevado do Estado da Ukraina - a Ordem Estrela de Ouro ("Golden Star") - Herói da Ukraina, pela 


indestrutível vontade, coragem social, e sacrifício em servir ao povo da Ukraina. O presidente também disse que Nadia é o primeiro soldado do sexo feminino premiado com esse alto posto e prêmio. 
No final ele agradeceu aos companheiros de luta da Nadia, e a todos os quase 200 jornalistas que levarão a verdade ao povo da Ukraina.


Segundo Peskov, secretário de imprensa, a Putin pediram pela Savchenko os parentes dos jornalistas Igor Korneliuk e Anton Voloshin (os jornalistas russos supostamente mortos com auxílio de Savchenko) e intermediário entre eles foi o compadre de Putin (e traidor da Ukraina) Viktor Medvedchuk. (Se os parentes  dos jornalistas pediram pela Savchenko é porque eles não conseguiam mais suportar tanta mentira e assistir ao sofrimento de pessoa inocente - (OK).


Na foto, alem do presidente Putin, Catarina Korneliuk - viúva de I. Korneliuk; Marianna Voloshin - irmã de Anton Voloshin e o compadre ukrainiano de Putin - Viktor Medvedchuk.

Tradução: O. Kowaltschuk

segunda-feira, 23 de maio de 2016

O Parlamento "decomunizou" Dnipropetrovsk, Dniprodzergensk e mais de 300  cidades, vilas, aldeias. 
Rádio Svoboda (Rádio Liberdade), 19.05.2015
Eugênio Solonena



A mudança de nomes soviéticos para históricos ou atuais, propostos pelos moradores locais, será concluída nas próximas semanas.

Kyiv - o Parlamento renomeou a grande maioria das cidades, vilas e aldeias que se enquadram na lei de descomunização. Pelos novos nomes votou a maioria dos deputados de todas as facções, com exceção do " bloco de oposição", cujos representantes condenaram o cancelamento de nomes do tempo soviético. Os especialistas consideram a mudança dos nomes positiva, porquanto a grande maioria dos nomes agora recebidos, são históricos. Além disso, quase todos os novos nomes foram aprovados pelo Instituto Ukrainiano de Memória Nacional e acordados com as comunidades locais.

Dnipro - agora não é somente nome de um rio, de um clube de futebol, mas também é nome de uma cidade!

O iniciador da renomeação explicou: O nome "Dnipropetrovsk", em 1926 a cidade recebeu, parte "Dnipro" devido ao rio Dnipro (Dnieper), e a outra parte, em honra do estadista bolchevique e soviético Grigory Petrovsky. Mais tarde Petrovsky foi um dos iniciadores do Holodomor de 1932-33. Por causa disto ele foi condenado pelo Tribunal de Recurso de Kyiv como um dos organizadores do genocídio do povo ukrainiano


O nome da cidade carrega os símbolos do regime comunista e, de acordo com a lei "Sobre condenação do regime comunista e nacional-socialista (nazi) regimes totalitários na Ukraina e proibição da propaganda de sua simbologia, ela deve ser alterada",

16 parlamentares foram contra, inclusive um do "Bloco Petro Poroshenko. 13 do "bloco de Oposição", cujo representante é Oleksandr Vilkul que recorreu à manipulação. Segundo ele o nome deveria ser preservado porque o nome Dnipropetrovsk homenageia o rio Dnipro e São Pedro Apóstolo. Mas não deu certo Em sua página no Facebook, ele escreveu:

"Renomearam, canalhas, Dnipropetrovsk e Dniprodzerzhensk....

Parlamento eleito durante a guerra e para guerra, continua dividir a sociedade."


Mudar o nome da cidade devia, ainda no ano passado, o governo local, mas ele não fez isto, como em muitos outros locais. Então a tarefa coube ao Parlamento. 

A cidade Dnipropetrovsk já não existe, mas ainda permanece a região Dnipropetrovsk - porque assim consta no texto da Constituição. São necessárias alterações na Lei Básica, que esperam acontecer junto com as mudanças nas questões da descentralização e da reforma judicial. Obviamente, "oblast" (Estado, para nós -OK)chamar-se-a "Dniprovska"...

O deputado de "Auto-Suficiência" Yegor Sobolev não conseguia manter em segredo suas emoções: "O nome Petrovsky, envolvido na organização do Holodomor, não está mais no nome da famosa cidade ukrainiana, onde pararam "a primavera russa".

O principal "de comunizador" - diretor do Instituto Ukrainiano da  Memória Nacional Volodymyr Vyatrovych reagiu assim à principal notícia do dia: "Finalmente aconteceu! Presente para o "Dia do Bordado ukrainiano. É o fim do infame nome da bela cidade". 

A cidade Dniprodzerzhensk, na região ainda com o nome de Dnipropetrovsk, renomearam para "Kam'ianske". Este nome a cidade já tinha antes de 1936.


Neto do invasor soviético pediu desculpas aos tártaros da Criméia
Vysokyi Zamok (Castelo Alto, 19.05,20
Ivan Farion
A repressão contra a nação indígena da Criméia continua o atual governo russo.



O russo Vasyl Gatou sente vergonha pelos crimes de seu avô, que liderou a deportação a 72 anos atrás. Sente vergonha também pela política atual de ocupação do Kremlin
No 72.º aniversário do início da deportação soviética dos tártaros da Criméia os representantes desta nação, que agora sofrem pressão do governo russo, receberam satisfação moral parcial. Pelos crimes do século passado a eles pediu desculpas... o cidadão da Rússia, de 51 anos, Vasyl Gatou, jornalista conhecido, gerente da mídia que agora vive no estado de Massachusetts, EUA
"Desculpem-me, se puderem ..." - assim denomina-se sua mensagem-confissão. Nela escreve o russo:


"Hoje - é aniversário de um dos eventos mais vergonhosos da história da União Soviética - a deportação dos tártaros da Criméia. A mim não é fácil  escrever estas palavras - porque meu avô era o comandante desta "operação".


Maio de 1944, dias em que o exército soviético libertou terras da Europa a partir da máquina genocídio nazista, quando o conceito de "campos da morte" foi totalmente compreendido aos soldados e oficiais. Nesses mesmos dias, Stalin decide, que mais um povo - todos, desde crianças até os heróis - " inimigos".


"Desterro", como vergonhosamente chamaram isto  nos documentos - tchetchenos, balcares, alemães do Volga, os tártaros da Criméia, lituanos, letões e estonianos - não é outra coisa, que genocídio.Nunca reconhecido, nunca lamentado e nunca remunerado.


Tártaros da Criméia e chechenos com inguches - nações que sofreram com União Soviética e com a Rússia. Isto não é apenas vergonha. Não é apenas pecado. Isto é crime, multiplicado duas vezes. Com especial cinismo , como parte do grupo organizado, com objetivos que são totalmente cobertos pelo estatuto do Tribunal Penal Internacional. E, enquanto ele - de uma, ou de outra  forma - não tiver lugar, cada vez em maio, qualquer pessoa inteligente e sóbria deverá repetir aquelas mesmas palavras: "Perdoe-me, se você puder ...".


Repressão contra os tártaros da Criméia continuam os descendentes dos "pobyedityelyey" (vencedores) - o governo russo, que anexou a Criméia. Diariamente chegam relatórios sobre detenções, prisões, condenações, espancamentos, transferências forçadas para território russo, e também desaparecimento de ativistas tártaros da Criméia.   Sob falsos pretextos lhes incriminam "terrorismo". Na quinta-feira, 19 de maio, ao vice-presidente do Mejilis Ilmi Umerov os ocupantes  lhe atribuíram "culpa" como "membro de organização extremista", pegaram sua assinatura em garantia de não afastamento. Umerov é suspeito de "cometer apelos públicos e ações, direcionadas à mudança da integridade territorial da Federação Russa".

Sobre a amplitude de repressão arbitrária do governo russo testemunha um caso, que ocorreu com o tártaro da Criméia Elvis Asadov. Como protesto contra a decisão de rever o seu caso no tribunal russo na anexada Criméia, com posterior transferência para prisão russa, ele cortou sua garganta na sala do tribunal...


Tradução: O. Kowaltschuk

sábado, 21 de maio de 2016

Shkiriak "Grandes violações durante a marcha" Azov "não houve.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 20.05.2016


"Infelizmente, houve explosões, houve fogos de artifício, mas eu novamente quero salientar que violações flagrantes dos ativistas, que participaram desta ação, não houve. O principal é evitar provocações e graves violações. Mas, todos os policiais estão em seus lugares, eles garantem a ordem pública" - disse Shkiriak.


Os ativistas do Corpo Civil "Azov"é um batalhão de voluntários que luta no Donbas), realizou uma manifestação, sob as paredes do Parlamento em Kyiv, contra as eleições no Donbas. Eles gritavam slogans e acendiam fogos de artifício.


Biletskyi, André, fundador do batalhão "Azov": "Nós conduzem, como otários. O governo ukrainiano mente, quando diz que eleições no Donbas não haverá. Ontem nos EUA analisavam, se as eleições serão realizadas.A questão ukrainiana discutem EUA com Rússia, sem Ukraina. E, ainda em Moscou. Nós não podemos confiar no governo, lembrem Minsk-2. Então Rússia iniciou a ofensiva e isto custou centenas de vidas e veículos blindados", - declarou ele.


"Nós dispensaremos este Conselho e a administração presidencial. Se a ação preventiva não influenciar o governo. Nós vamos estar preparados para traição mas lutaremos. Uniremos nossas fileiras e com o tempo mudaremos tudo. Nós, não simplesmente viemos e realizamos uma ação. Nós temos o direito de nos proteger de várias formas, como pessoas pacíficas, e não apenas.", declarou ele. 

Biletskyi disse , que na marcha "Exigência da nação" participam cerca de 10.000 pessoas. (E pelas fotos e vídeos, realmente é muita gente. O curioso é que nos jornais de ontem, eu não vi nenhuma palavra sobre esta manifestação - O.K).

Tradução: O. Kowaltschuk

quinta-feira, 19 de maio de 2016

"Mesmo as lágrimas estão sob o controle do FSB" - os tártaros da Criméia foram proibidos de exercer as atividades de luto na Criméia ocupada.
18 de maio - Dia da Memória da deportação dos tártaros da Criméia. Sua deportação híbrida continua hoje.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 18.05.1944.
Olga Komarova

"18 de maio nós - tártaros da Criméia" - campanha de informação com tal nome continua na Ukraina. Neste dia, em 1944, a partir de Criméia para a Ásia Central enviaram o primeiro comboio dos tártaros da Criméia. O total de então deportados, mais de 180 mil pessoas. 
Opressão sofrem os tártaros da Criméia das autoridades russas na hoje ocupada Criméia. Para os povos indígenas da Criméia, criam-se as condições em que os tártaros têm que deixar a península, ou mesmo esquecer a sua identidade.Trata-se de perseguições, prisões, ameaças e proibições. Honrar as vítimas da deportação como era antes da anexação da Criméia, na península agora também não é possível.

O  tártaro da Criméia Reshat Sadreddinov foi com exército soviético até Berlim, voltou vivo da guerra, e então soube que toda a sua família estava privada da  Pátria. Agora, o veterano tem 94 anos, ele voltou para a Criméia com sua família um pouco mais de 25 anos atrás. Sua história ele contou aos repórteres do projeto de Rádio Liberdade "Krym Realiyi." ("Realidades da Crimeia").

Depois de uma das piores batalhas da Segunda Guerra Mundial, conhecida como o arco de Kursk, de 74 pessoas  sob o comando de baterias de Sadreddinov sobreviveram 15 pessoas que conseguiu-se retirar da área hostil. Todos, exceto o comandante, foram premiados. À pergunta por que isso aconteceu - ao coronel disseram que a sua carta de adjudicação não era aprovada pelo front e em geral todos os tártaros da Criméia foram deportados da Criméia. (Morrer pela Rússia pode e deve, receber reconhecimento não merece! - OK).

Reshat Sadreddinov
Quando voltou para Simferopol, Reshat Sadreddinov foi, de  uniforme e medalhas, ao edifício da NKVD. Lá ele encontrou um homem, que lhe contou que todos os oficiais, tártaros da Criméia, que tentavam descobrir porque suas famílias foram desterradas - foram fuzilados.  Durante três dias, ele soube que  seus familiares estavam no Uzbequistão, onde encontrou-os mais tarde em condições horríveis.

"As pessoas viviam em terríveis condições. Naquelas cavernas que mantinham os prisioneiros alemães. Os prisioneiros foram transferidos para melhores condições, e no lugar deles colocaram os tártaros da Criméia. Entre os locais uzbeques realizaram um grande trabalho de divulgação. Eles afirmaram que vinham traidores, que deveriam ser tratados como inimigos do povo. Todos os dias morriam muitas pessoas", - lembra o veterano.

Deportação híbrida - tártaros da Criméia sob pressão são forçados para deixar a península.

Os tártaros da Criméia retornaram para casa, mas não esperavam que novamente experimentarão perseguições. Após a anexação da península pela Rússia em 2014, para os crimeanos foram criadas tais condições que eles têm se render, ou sair. Primeiro de tudo "vigilância especial" refere-se aos tártaros da Criméia.

Povos Indígenas da Criméia novamente encontraram-se em condições de deportação, apenas híbrida. Assim, os tártaros da Criméia exigem o direito à autodeterminação, explica o  primeiro vice-presidente do Mejilis (parlamento tártaro - OK) dos tártaros da Criméia Nariman Celal, mas realizá-lo as autoridades russas não deixam.
Mejilis da nação Tatar da Criméia  no geral tornou-se proibido na Criméia. Quaisquer pensamento e ações  
livres domam-se com as mãos do FSB, polícia, centro de luta com o extremismo, disse Nariman Celal.

Muitos tártaros da Criméia agora estão em prisão ou processo penal. Celal não descarta que também contra ele podem começar acusações.

Os tártaros da Criméia não têm para onde se mover porque Criméia é aquela terra com a qual eles estão relacionados por séculos. É por isto que ninguém abandona a península. Então, isto não é algo quotidiano mas torna-se uma tragédia histórica para o povo, diz Primeiro Vice-Presidente do Mejilis.

Nossa memória interna ninguém pode prender - Nariman Celal.

Todos os anos na Criméia, para marcar o aniversário dos acontecimentos de deportação realizada, é incluída uma manifestação de luto no centro da capital da Criméia. Mas após a anexação da península, pela Rússia, em março de 2014  tais ações no centro de Simferopol foram banidas.

Para se justificar, as autoridades russas nomeiam um subsídio mínimo de benefícios em dinheiro e pensões, bem como organizam suas iniciativas formais para essa data.

"Na Criméia acrescentam esforços para fazer os tártaros participarem  apenas de eventos formais, que realizam os invasores e seus capangas" - escreveu na página de Facebook  o presidente do Mejilis Refat Chubarov.

Nas escolas da Criméia lembram que 18 de maio - "é um dia normal na escola" e cada escola deve fornecer dados por e-mail, quem esteve faltando e por qual motivo.

Nas redes sociais apareceram cópias do documento, dirigida aos chefes das instituições de ensino com respectivo conteúdo.  Dos professores exigem dados "em separado sobre crianças de nacionalidade Tatar da Criméia". (A cópia, inclusive, aparece no texto, em idioma russo mas,devido ao tamanho da letra é ilegível - OK).

Os Mejilis Regionais da Criméia receberam recusa das autoridades russas na concordância das medidas de luto ao aniversário da deportação dos tártaros da Criméia em 18 de maio, mas a eles  ninguém pode proibir a comemoração, diz convencido Nariman Celal.

"Para nós agora não está disponível nem a forma usual - manifestações da Criméia e assim por diante, mas o nosso respeito interno pelas vítimas, nossa memória ninguém poderá apreender ou perseguir. Claro eu, como muitos dos meus compatriotas, visitaremos os lugares memoriais, em conjunto ou em grupos. Hoje o tempo é este. Hoje, mesmo as lágrimas - sob o controle do FSB, hoje mesmo a dor e tristeza tenta controlar o governo, é nesta situação que estamos. Mas acredito que vamos sobreviver e a vitória estará do nosso lado ", - disse o primeiro vice-presidente do Mejilis.

Não houvesse tártaros da Criméia, eles encontrariam outros inimigos - historiador.

De 190 a 300 pessoas foram mortas durante as primeiras semanas, quando houve deportação. De acordo com fontes oficiais, devido às condições desumanas nos assentamentos até o final da guerra morreram mais de 20% dos tártaros  deportados da Criméia por causa do frio, da fome, falta de condições médicas e condições mínimas básicas para sobrevivência. De acordo com estimativas dos tártaros da Criméia, houve perda de 46% de sua população desde a chegada ate 1967, disse Sergei Hromenko, historiador da Criméia e publicitário, colaborador do Instituto Ucrainiano da Memória Nacional. Agora, os tártaros da Criméia em números são um pouquinho mais numerosos que antes da deportação, acrescenta o historiador. Portanto, pode-se argumentar sobre o genocídio.

À autoritário-totalitária sociedade, que agora é construída rapidamente na Rússia, é absolutamente necessário inimigos internos e externos. Sem eles é impossível a mobilização, é impossível explicar à nação porque é necessário apertar o cinto, porque na Rússia, em breve será como na Venezuela. E como inimigo interno diretamente na Criméia destinaram os tártaros crimeanos, porque este é um povo democrático pró-ucraniano, pró-europeu, que não aceitou o governo soviético e não quer aceitar o russo. É por isso que a luta contra eles justifica todos os excessos que ocorrem na Criméia. Não houvesse tártaros na Criméia, eles teriam que encontrar outros inimigos, mas assim os tártaros da Criméia são muito confortáveis, infelizmente ", - explica as razões para a perseguição dos povos indígenas da Criméia hoje o historiador Sergei Hromenko.

Tradução: O. Kowaltschuk

quarta-feira, 18 de maio de 2016

Poderá Lutsenko restaurar a confiança à Procuradoria Geral?
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 13.05.2016
Alina Shvedko

"Eu já tenho acordo com o "Pacote de reanimação de reformas", com o representante do FBI USA na Ukraina" - Yuriy Lutsenko".

Yuriy Lutsenko e Petro Poroshenko durante a reunião do Parlamento. 12 de maio de 2.016.
Kyiv - Presidente da Ukraina Petro Poroshenko na sexta-feira apresentou ao coletivo da Procuradoria-Geral o recém-eleito Procurador-Geral da Ukraina Yuriy Lutsenko. Em seu discurso, ele expressou confiança de que a nomeação de Lutsenko permitirá aos funcionários da Procuradoria mostrar suas melhores qualidades cívicas e profissionais. O próprio Yuriy Lutsenko compartilhou os planos que ele pretende instaurar na posição de líder da GPU. No entanto, aos especialistas e deputados surgem dúvidas, se ele poderá fazê-lo por causa dos "compromissos políticos".

Presidente da Ukraina Petro Poroshenko, apresentando Yuri Lutsenko  à Procuradoria Geral - como novo dirigente do departamento - expressou confiança de que sob a direção de Lutsenko influência política não haverá. Ele também observou, que os promotores agora tem a chance de se tornarem partícipes das reformas que a Ukraina necessita.


"Nenhum compromisso o Procurador-Geral da Ukraina Yuriy Lutsenko diante de qualquer força política não tem, não terá e não deve ter. Por mais paradoxal que possa parecer, mas tal peso-pesado político é capaz de proteger a procuradoria de influências políticas" - disse Poroshenko e acrescentou, que é exatamente o seu grande peso político que lhe permite dizer "não" a qualquer figura política.

Lutsenko falou sobre seus planos, aos repórteres no Parlamento, imediatamente após a sua nomeação como procurador-geral.


"Eu já tenho um acordo com o"Reanimador pacote de reformas" sobre recuperação do Escritório de reformas da Procuradoria Geral da Ukraina, como também já tenho acordado com o representante do Federal Bureau of Investigation  na Ukraina sobre o restabelecimento de sua missão na GPU com a finalidade de melhoria de métodos de investigação e de reformas estruturais nos órgãos da procuradoria. Também eu tenho a intenção de ouvir pessoalmente os meus adjuntos, ouvir deles o andamento da  situação e prazos concretos, quando as questões podem ser transferidas para o tribunal" - disse Yuriy Lutsenko.

Além disso, durante a apresentação dos seus promotores Lutsenko disse sobre o aumento de salário, mas observou que ele vai fazê-lo apenas quando os promotores restaurarem a confiança pública.

Um dos primeiros passos, disse Lutsenko, que haverá controle sobre o cumprimento da lei "Sobre lustração".

Segundo ele, "a lei é uma para todos, e a Procuradoria-Geral deve iniciar este slogan a partir de si mesma." Ele também disse que planeja anunciar, o quanto antes, um  concurso para posições na Inspeção-Geral da Ukraina. Além disso, ele observou, que fornecerá assistência ao Chefe de Investigações Especiais da Procuradoria Geral Sergei Horbatyuk, mas também vai exigir dele a conclusão da questão do assassinato dos "euromaidanivtsiv", não posterior ao início do outono. (Euromaidanivtsi - referência às mais de cem mortes durante o Maidan. Sobre este assunto li pouquíssimas reportagens, não houve condenações, por enquanto. -OK). 


O próprio Sergei Gorbatyuk não quer comentar a nomeação de  Yuriy Lutsenko para o cargo de Procurador-Geral, em ausência, somente após ações concretas no cargo. Mas, segundo suas palavras, ele pode contribuir para uma maior eficiência da gestão

Sergei Gorbatyuk
"Mais autoridade em relação à coordenação de outras agências da lei, garantia adequada às atividades das unidades operacionais, percepção adequada, colaboração nisto, decisão de meios técnicos para investigação - existência de processos criminais em relação aos nossos investigadores que fazem investigações segundo fatos fictícios", - disse Sergey Gorbatyuk.


Anteriormente Gorbatyuk declarava sobre pressão da GPU. Devido sua declaração abriram um inquérito interno, mas segundo seus resultados, Gorbatyuk supostamente inventou tudo. Só se pode esperar pela colaboração, sobre a qual falava Lutsenko, e suspensão da pressão, observou o chefe de investigações especiais.



 Lutsenko terá alta capacidade no cargo de procurador-geral - especialista.

Biografia Lutsenko - principalmente aquilo, que ele mesmo experimentou, a inadequação do sistema jurídico, tornando-se efetivamente um prisioneiro político, pode ajudá-lo na resolução de problemas práticos e políticos no gabinete de procurador,  diz doutor em direito, professor, chefe do Instituto Internacional de Direito de Relações Internacionais de Kyiv -Universidade Nacional Taras Shevchenko, Alexander Zadorozhnii.

"A fim de encontrar um lugar na política, não apenas no sistema legal da procuradoria, será, justamente útil  a experiência Lutsenko como deputado, como ministro, como um parlamentar experiente, que tem uma vasta experiência na gestão de grandes equipes, que não são fáceis de gerir. Aqui é preciso encontrar forças próprias para coordenar o trabalho com aquele mesmo procurador anti-corrupção, e outros órgãos, especialmente o Ministério de Assuntos Internos. Em geral, podemos apreciar o alto potencial de Yuriy Lutsenko no cargo de Procurador-Geral "- observa Alexander Zadorozhnii.
Stepan GavrishTal capacidade de Yurii Lutsenko não vê o doutor de Ciências Jurídicas e diretor do "Instituto da crise política", Stepan Gavrish, porque Lutsenko não tem ensino profissional.

Puramente humano, Lutsenko pode se tornar Robespierre, que vai levar à responsabilidade aqueles, que organizavam assassinatos no Maidan, aqueles que matavam pessoas no leste da Ukraina, terroristas, aqueles que roubam o país, mas, obviamente, isso não é possível, porque ele fará a vontade do presidente", - diz o advogado.

No entanto, segundo suas palavras, muito maior problema é que durante a votação desta lei na Ukraina, de fato, destruíram o sistema legal. As opiniões dos especialistas concordam que não foi a coalizão que nomeou Lutsenko mas   grupos oligárquicos no parlamento, para os quais existem as maiores suspeitas e investigações jornalísticas quanto ao cometimento de pesados crimes financeiro-econômicos penais, particularmente.

As tentativas de influenciar nas decisões no salão do parlamento acabaram - Nayem

Uma visão semelhante expressam alguns deputados. Em particular,o membro do "Bloco Petro Poroshenko" Mustafa Nayem duvida que o apoio de grupos parlamentares, como "Renaissance" ou "Vontade do Povo" podem receber no curso das negociações parlamentares normais.

Mustafa Nayem
"Quando nós vemos, que a lei, que deveria levar ao combate da corrupção, é votada pelos catorze representantes de Oles Dovgyi, vinte deputados de Khomutynnik, uma centena e meia dos regionais que, provavelmente, esperaram a vida toda por um procurador honesto e íntegro, para mim isto... não é que seja engraçado, não é que me deixe aborrecido, mas me deixa  irritado. Entendemos que a persuasão, discussão, explicação, tentativa de influenciar a decisão nesta sala simplesmente acabou", - observou Mustafa Nayem.

Enquanto isso, o vice-chefe da fração do BPP (Bloco Petro Poroshenko) Alex Goncharenko diz - a cooperação com os grupos políticos tem base unicamente no desejo dos deputados em apoiar as reformas na procuradoria.

Alex Goncharenko
"Estes são deputados do povo, eles se evidenciam desa forma. Alguns nossos colegas não quiseram apoiar Yurii Lutsenko, eu não compreendo, porque para eles é melhor, que nós não tenhamos Procurador Geral, Inspeção-Geral, porque do seu ponto de vista não é necessário mudar a lei. Mas, àqueles que apoiaram, eu agradeço, a mim, tanto faz, a que grupo pertencem. Nenhuma negociação, pessoalmente, eu não realizei com os representantes do "Renaissance" ou "Vontade do Povo" não realizei, não tenho isto como princípio, e não pretendo ter", - diz o deputado.


Mustafa Nayem (Pesquisa Internet - OK.):
Mustafa Nayem nasceu em Cabul (Afeganistão). Órfão de mãe aos três anos. Seu pai foi vice-ministro de Educação. Em 1989 mudou-se com o pai para Moscou, e em 1990 para Kyiv. Em 2004 Mustafa concluiu a Faculdade de Sistemas Cósmicos de Aviação e Espaço. A partir de 2004 começou a carreira jornalística. A partir de 2006 é correspondente e autor de publicações online de Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana).
Foi um dos primeiros participantes do Maidan.
Escreveu um livro baseado nas histórias de Yuri Lutsenko sobre sua prisão. (No período do governo Yanukovych).
Em setembro de 2.014 decidiu entrar na política. Foi eleito deputado.
É casado e tem um filho.

Tradução: O. Kowaltschuk

domingo, 15 de maio de 2016

Jamala venceu "Eurovision."
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 15.05.2016 

A cantora ucrainiana Jamala venceu a competição de canção deste ano, "Eurovision", cujo final teve lugar na capital sueca, Estocolmo, em 14 de maio.

Dos 26 candidatos que participaram da final a representante  da Ukraina recebeu  o maior número de votos - 534. O segundo lugar na competição ganhou Austrália - 511, em terceiro lugar -  Rússia, que pontuou com 491 


A cantora  ukrainiana, de origem crimeano-tatar, Jamala  (Susanna Dzhamaladinova) venceu o concurso com a canção "1944", que fala sobre a deportação em massa de tártaros da Criméia para a Ásia Central em 1944.


Jamala também recebeu dois prêmios da "Eurovision 2016»: «Eurostory Award 2016", de acordo com o seu concurso de música e o prêmio Marcel Bezencon, que é concedido no caso de concurso de música internacional.


Ukraina pela primeira vez participou de "Eurovision" de 2003. Em 2004 a representante da Ukraina Ruslana (Ruslana) foi a vencedora . Desde então, duas vezes, os representantes da Ukraina ficaram em segundo, uma vez em terceiro e uma vez em quarto lugar.

Vídeo do  desempenho de Jamala na final do "Eurovision-2016"


Comentário de Nazar Zanoz -  observador político, publicitário.

Ao contrário de alguns outros povos deportados, que voltaram para sua pátria no final de 1950, os tártaros da Criméia foram privados desse direito, formalmente até 1974, de fato - até 1989. O retorno em massa da nação à Criméia começou apenas no final da "perestroica" de 1989.


"Eurovision" terminou, Jamala ganhou. Mas na verdade é apenas o começo. Para a Ukraina. Para Jamala. Para tártaros da Criméia. E não é só para uma reunião de celebração dos vencedores no aeroporto. Antes sobre o caminho, no qual se tornará o tema sobre a ocupada península após esta vitória.

Agora é aquele caso, quando a vitória de Jamala - é grande alegria para todo o país. E não tem significado especial, se você é fã por este tipo de competições ou se o seu gosto são outro tipo de canções, e, se você é mais feliz com a derrota do representante da Rússia, do que com a vitória da  tártara e ucrainiana Jamala. E, consequentemente, como agora se sente o agressor, recebendo uma sonante bofetada.


Sua vitória também é importante não só porque o mundo ouviu a voz real da Crimeia, mas porque vai ouvi-la cada vez mais. Esta é mais uma oportunidade, que lança o destino e que simplesmente é vital e indispensável aproveitar e usar. E Jamala, certamente fará isto.

Isso é possibilidade de lembrar, constantemente ao mundo  sobre a ocupação ilegal da Criméia. Sobre a tragédia do povo tártaro da Criméia, a violação dos direitos dos crimeanos na anexada pela Rússia península. Isso é interesse mundial pelo tema da cultura dos tártaros crimeanos. Original, poderosa representante que confiante deixou para trás todos os concorrentes em um dos concursos musicais mais famosos.

Recebendo o status de vencedora do "Eurovision", Jamala será uma espécie de embaixatriz dos tártaros da Criméia, que será ouvida nos mais altos gabinetes internacionais. Isto é um grande desafio para cantora, e grande oportunidade para o seu povo.

A vitória de Jamala também vai incentivar as autoridades ukrainianas, tradicionalmente passivas na questão da Criméia. Ela já não poderá escapar, facilmente, das obrigações, precisará criar estratégias, ser mais decisiva.

E "Eurovision-2017", que acontecerá na Ukraina, também deve estar completamente imbuído com o tema dos tártaros crimeanos e da Criméia. Independentemente de, a península permanecer ocupada, ou já não, naquele momento. Não se pode perder neste momento o interesse mundial. Ele deve ser, constantemente, alimentado. Sempre lembrar pelo crime da Rússia e pela forte nação, a qual não exterminaram nem com deportações, nem com anexação, nem intimidação. A vitória de Jamala mostra isso claramente.

Deportação do tártaros crimeanos.

Em maio de 1944, Stalin assinou um decreto sobre a deportação . Os tártaros da Criméia eram acusados de deserção, colaboração com os nazistas, massacre de guerrilheiros soviéticos.
Em 1989 a deportação foi reconhecida pelo Soviete Supremo  ilegal e criminosa.

Apesar do fato de que os representantes do povo da Criméia lutavam no Exército Vermelho e até participavam do movimento da guerrilha, o motivo para a deportação foi a acusação de colaboração com o Terceiro Reich.

Os tártaros da Criméia que lutavam no Exército Vermelho, após a desmobilização também foram submetidos a expulsão. Algumas exceções (oficiais) que não foram submetidos à deportação, foram proibidos de viver na Criméia. No total, nos anos de 1945-1946 foram deportados 8.995 tártaros - veteranos da guerra, incluindo 524 oficiais e 1392 sargentos. Em 1952, após a fome de 1945, apenas no Uzbequistão contavam-se, segundo NKVD, 6057 veteranos da guerra, muitos dos quais possuíam prêmios do governo.

A operação de deportação começou no início da manhã de 18 de maio de 1944 e terminou às 16:00 em 20 de maio. Para sua realização foram envolvidos 32 mil pessoas. Aos deportados davam, de alguns minutos e meia hora, após o que os transportavam nos caminhões até as estações ferroviárias. Os trens os levavam para os locais de exílio. Na viagem os exilados eram raramente alimentados, quando eram, havia muito sal na comida, o que causava muita sede. Em alguns trens, receberam alimentação, pela primeira e última vez, na segunda semana de viagem. Os mortos eram enterrados às pressas ao lado dos trilhos, ou nem eram enterrados.


Assistência médica não havia. Os mortos eram retirados dos vagões e deixados nas estações, sem serem enterrados.
As pessoas bebiam água de lagoas, e de lá, levavam para reserva. Fervê-la não havia possibilidade. Começaram  a ficar doentes, com disenteria, febre tifóide, malaria, sarna, os piolhos atormentavam a todos. Os dias eram quentes, a sede atormentava constantemente. Após alguns dias os primeiros mortos do nosso vagão: uma velhinha e um menininho.

No telegrama da NKVD, no nome de Stalin diza-se que foram deportados 183.155 pessoas (não incluindo soldados do exército, que foram enviados para assentamentos especiais depois da desmobilização em 1945). Segundo dados oficiais, no trajeto, morreram 191 pessoas. O último trem foi descarregado em 08 de junho de 1944. A maior parte dos deslocados foi para Uzbequistão (151.136 pessoas) e áreas adjacentes a Cazaquistão (4.286 pessoas) e Tajiquistão, pequenos grupos foram enviados para Marian USDA (8,597 pessoas), nos Urais e na região de Kostroma.

O destino dos tártaros de Criméia. 
Uma grande quantidade de pessoas deslocadas, desnutridas pela ocupação alemã de três anos, morreu nos novos lugares
de fome e doenças em 1944-45. As estimativas  deste período são muito diferentes: a partir de 15-25% de acordo com vários organismos soviéticos, a 46% de acordo com os ativistas do movimento Criméia Tatar, que coletavam informações sobre mortos em 1960. Então, durante os primeiros seis meses, teriam morrido 16.052 pessoas.



Durante 12 anos, até 1956 os tártaros crimeanos tinham o estatuto de colonos especiais, o que significava várias restrições de direitos, incluindo o cruzamento de fronteira e sanções penais para sua violação. São conhecidos inúmeros casos, quando as pessoas eram condenadas, a até 25 anos, porque visitavam parentes em aldeias vizinhas, cujos territórios pertenciam a outros assentamentos especiais.
Ao contrário de alguns outros povos deportados, que voltaram para sua pátria no final de 1950, os tártaros da Criméia foram privados desse direito, formalmente até 1974, de fato - até 1989. O retorno em massa da nação à Criméia começou apenas no final da "perestroica" de 1989.

Tradução: O. Kowaltschuk

sexta-feira, 13 de maio de 2016

Conselho Nomeou Lutsenko Novo Procurador-Geral  
Vysokyi Zamok (Castelo Alto) 12.05.2016
Deputados nomearam novo Procurador-Geral da Ukraina o líder da facção do Bloco Petro Poroshenko, Yuriy Lutsenko.


Pela decisão votaram 264 deputados, relata Canal 24.
Poroshenko pessoalmente apresentou a candidatura de Lutsenko.
Líder da facção do BPP (Bloco Petro Poroshenko) Yuriy Lutsenko declara que vai a Procuradoria Geral da Ukraina - GPU "não para a glória."

"Eu entendo muito bem, que não vou para a fama e nem para um trabalho fácil. Eu realmente estou muito contrariado, porque por minha causa fizeram uma emenda à lei. Reconheço que esta não é uma prática inteiramente correta e nunca aceitaria tal situação, se conseguisse encontrar outra pessoa, na qual confiaria o presidente, o parlamento e a comunidade, que ela poderia quebrar o atual sistema ineficaz e frequentemente criminal e a qual tem mais vontade que eu para fazer isto (Sim, foi feita alteração na lei porque Lutsenko não tem formação jurídica, o que era exigido -OK). Àqueles que falam sobre a formação para o cargo de procurador-geral, eu quero lembrar a Yulia Tymoshenko. Nós aprisionaram profissionais com estudos na área jurídica. (Ele se refere ao fato de que no ex-governo Yanukovych, ele e Yulia Tymoshenko foram aprisionados porque se opunham ao governo pró-russo de Viktor Yanukovych - OK) A instrução não é garantia que a Procuradoria trabalhará de acordo com a lei, e em benefício da  sociedade.", - disse ele.


Mais tarde, no site "Voz da Ucrânia" apareceu o №85-86 (6339-6340) de 12 de Maio de 2016. Assim, as alterações necessárias  entraram em vigor.


A Comissão apoiou a candidatura de Lutsenko e recomendará ao Parlamento a aprovação para  a nomeação de Lutsenko à Procuradoria Geral
O anúncio foi feito pelo secretário da Comissão de Apoio Legislativo da Aplicação da Lei Anton Gerashchenko à "Ukrainska Pravda". 
13 membros da comissão votaram a favor, 2 - contra.
Aprovada a candidatura para Procurador-Geral Yuri Lutsenko," - disse ele.

Poroshenko assinou a lei que permitirá a Lutsenko ocupar o cargo de Procurador-Geral.


O projeto superou todo o processo desde a entrada à aprovação do Conselho e assinatura do presidente em apenas um dia.
Presidente Petro Poroshenko assinou a lei "Quanto às alterações a alguns atos legislativos da Ukraina quanto às atividades do Procurador-Geral da Ukraina", aprovada hoje no Parlamento, 12 de Maio. Isto foi relatado pelo serviço de imprensa do chefe de Estado, relata Tyzhden.ua.

Parubiy assinou a lei que permite a Lutsenko chefiar a Procuradoria Geral da Ukraina (GPU).
O speaker do Parlamento Andrew Parubiy assinou a lei sobre introdução de alterações a alguns atos legislativos em relação às atividades da Procuradoria Geral.
Isto foi relatado no site do Parlamento, relata Expresso.TV.
Assim, a condição do documento indica que a lei já foi assinada pelo chefe do Parlamento e apresentado ao 

O Conselho aprovou a lei que permitirá a Lutsenko dirigir a Procuradoria Geral da Ukraina

Os deputados aprovaram o projeto de lei sobre introdução de modificações de alguns atos legislativos quanto às atividades da Procuradoria Geral da Ukraina.
Como transmite UNIAN  (Agência Ukrainiana de Informação Independente), por esta decisão votaram 258 deputados de 372 registrados na sala de votação.


As emendas à Lei "No Ministério Público" estipula que ao cargo de Procurador-Geral pode ser designado um cidadão da Ukraina, que, entre outras coisas, tem educação superior e  experiência de trabalho no ramo de direito ou em agências de aplicação da lei, de pelo menos, 5 anos.

Anteriormente este artigo dizia que essa pessoa deve ter um estudo jurídico superior e experiência em matéria de direito durante pelo menos 10 anos.
Também se estabelece, que nas estruturas do GPU criam-se departamentos administrativos e seções, e também Inspeção Geral.
Assim, aos poderes do Procurador Geral anexa-se o ponto, de acordo com o qual segundo dados da Inspeção Geral enviam-se os materiais à Agência Estadual de Investigação.
Além disso, com as mudanças estabelece-se, que o procurador regional pode ser um cidadão da Ucrânia, que tem experiência no campo de leis por pelo menos 3 anos. Procurador de GPU deve ser um cidadão da Ucrânia, que tem experiência no campo da lei por pelo menos 5 anos.
Anteriormente, em ambas as disposições havia necessidade para, durante estes períodos trabalhar no cargo de procurador.


https://www.youtube.com/watch?v=UgLUi19ik3c


Tradução: O. Kowaltschuk