sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

UE exortou as autoridades ukrainianas à união em prol das reformas.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto, 12.01.2016

Os embaixadores da UE emitiram uma declaração conjunta


A União Européia insta todos os órgãos do governo e todos os partidos políticos da Ukraina para união em prol da continuação do processo de reformas. 
Isto é afirmado na declaração da União Européia na Ukraina, segundo acordo dos chefes de missões diplomáticas dos Estados-Membros da UE na Ukraina.

"Isto é vital para o futuro do país, seu desenvolvimento democrático e bem-estar das pessoas. O renascimento social e econômico da Ukraina exige ulterior melhoramento das condições de gestão de negócios, como também incansável apoio às reformas pelo público, iniciadas pelo governo. Especialmente são necessários imediatos, concretos e convincentes resultados na luta contra a corrupção. Uma das principais prioridades é a transparência na seleção e designação dos dirigentes das empresas estatais e seus relatórios financeiros, como também passos, que se realizam para privatização ou liquidação de algumas dessas empresas no âmbito do programa de estabilidade macroeconômica e financeira acordada com organizações financeiras internacionais",- diz a declaração.

"A implementação deste programa de reformas e o reforço simultâneo da democracia, e o Estado de direito, tal como previsto pelo Acordo de Associação exigirá coordenação das reformas em todas as direções. Ukraina deve redobrar os seus esforços, direcionados para construção do consenso político no âmbito das instituições democráticas", - acrescentaram os diplomatas.

A UE recorda que ela e seus membros prestam uma considerável assistência financeira e técnica às reformas na Ukraina, e está pronta para continuar apoiando o trabalho orientado às reformas.

"Neste momento decisivo a liderança política da Ukraina deve colocar de lado as diferenças e, juntos concentrar-se na continuação da implementação do plano de reformas. A unidade em apoio de tão necessárias reformas deve ser prioridade para todas as forças políticas", - resumiram os diplomatas.


Não há reformas - não há ajuda (Imprensa mundial).
"Os líderes ocidentais devem continuar a aplicar armas financeiras, até que os líderes ukrainianos comecem agir no interesse nacional.
Radio Svoboda ( Rádio Liberdade), 05.-2.2016
Sergey Drachuk

A publicação da comunidade ocidental em Kyiv "They Kyiv Post" insta o Ocidente a ajudar o governo ukrainiano financeiramente somente se forem executadas as reformas. Na França continua a controvérsia em torno do filme sobre a Revolução da Dignidade na Ukraina, no qual o seu autor viu a influência apenas dos EUA e neo-fascistas; ela continuou o diário Le Monde.  A edição americana "National Interest" publica o recente discurso de Henry Kissinger, em Moscou, no qual sugere que Ukraina deve ser transformada em uma ponte entre a Rússia e o Ocidente, e não parte do Ocidente.

The Kyiv Post publicou um editorial com o nome: "Não há reformas - não há ajuda". Durante a maior parte dos últimos 21 anos "líderes da Ukraina desperdiçavam suas chances de fortalecimento e soberania, desenvolvimento econômico e integração com o Ocidente. Preferiam, melhor, criar um estado oligárquico corrupto, que se baseia na burocracia de estilo soviético", diz o artigo.
Por isso, escreve o jornal, agora Ukraina - é "estado sem nenhum Estado de Direito, com instituições fracas, economia pouco competitiva e uma grande discrepância entre um punhado de milionários no alto e a maioria da população que vive na pobreza".
A publicação declara, que apoia a prestação de assistência financeira internacional, mas apenas em condições estritas: afinal o "presidente Petro Poroshenko, primeiro-ministro Arseniy Yatseniuk e seus aliados, que controlam o parlamento, mostraram, que por vontade própria nada farão para liquidar a oligarquia e lutar com a corrupção", diz o artigo.
Diferente, considera o jornal, Ocidente apoiando os líderes ukrainianos com doações e empréstimos a juros baixos, apenas cria condições para corrupção. Mas a ajuda humanitária, apoio à sociedade civil e jornalismo independente, devem continuar.
"Nós acreditamos, que os líderes ocidentais devem continuar a aplicar a arma financeira até que os líderes da Ukraina comecem agir no interesse nacional e cessem sua campanha fictícia contra a corrupção", - diz o editorial.

Viola von Cramon, político alemão, ex-deputado do Bundestag: "Ajuda a reformas - sim. Mas não acreditem, quando o presidente ou o primeiro-ministro algo lhes prometerem - que primeiramente cumpram. A nação ukrainiana merece isso".


Demanda de Abromavichus - se não é mate, então é xeque à figura do presidente.
Vysokyi Zamok (Castelo alto, 10.02.2016
Natália Baliuk

O famoso termo "queridos amigos" nasceu em 05 de setembro de 2005. Seu autor - o então secretário de Estado Oleksander Zinchenko - Infelizmente o termo notório sobreviveu seu autor...

A recente ressonante conferência de imprensa do Ministro de Desenvolvimento Econômico e Comércio da Ukraina Aivaras Abromavichus, ponto a ponto, se assemelha a uma conferência de imprensa de Zinchenko. Parece algo já visto. Lembro, em 2000, menos de um ano após Revolução Laranja, Oleksander Zinchenko acusou a comitiva do presidente Yushchenko de corrupção, nepotismo, usurpação do poder. E denominou "queridos amigos" - o então secretário do NSDC (Conselho de Segurança e Defesa Nacional) Petro Poroshenko, primeiro secretário Oleksandr Tretyakov e líder da facção parlamentar "Nossa Ukraina" Mykola Martenenko. Como se costuma dizer, característicos todos os rostos... quero lembrar a citação de Zinchenko: "O resultado dos esforços de centenas de 

patriotas da Ukraina tenta utilizar para seus próprios propósitos um pequeno grupo de políticos aventureiros. Formando um limitado grupo, eles, passo a passo realizam o plano para utilização do poder para acumular capital, privatizar e apropriar-se de tudo o que for possível. Finalidade - monopólio, tomada do poder em suas mãos. Se não parar estes processos rigorosamente e em tempo, no país haverá contra-revolução". 

Infelizmente, então Yushchenko não ouviu seu secretário. Como isto acabou, nós sabemos. Frustração total e, como resultado - a prognosticada por Zinchenko "contra-revolução". Ao governo chegou a camarilha de Yanukovych, que, aliás, repetiu e multiplicou os "papieriednikov" (anteriores). Um dos principais erros - a ganância daqueles, que chegaram ao poder. Relutância destas autoridades em compartilhar, a incapacidade em ouvir os seus oponentes e o principal - seus cidadãos. A Revolução da Dignidade varreu Yanukovych com seus "queridos amigos", que, na verdade, tinham outro nome - "família".
Mas a atmosfera de compadrio, cobiça, desejo irresistível de controlar o fluxo do caixa, sobre o que, de fato, falou na entrevista coletiva o ministro Abromavichus, de modo algum evapora dos escritórios da Bankova e Hrushevskoho (endereços da presidência e Parlamento-OK).

Francamente, eu não entendo por que Poroshenko não fez conclusões e não assimilou lições políticas. Por que tão cegamente pisa nos velhos ancinhos? Novamente quero citar Winston Churchil: "A diferença entre um estadista e um político é que, o político foca na próxima eleição, e um estadista - na próxima geração.
Parece que os políticos ukrainianos não conseguem chegar nem até a próxima eleição.

A demanda de Abromavichus - não é apenas um sininho inquietante, é um verdadeiro "nabat" (Antigo nome russo de um grande tambor - OK). Até o momento o presidente fingia, que não via uma próxima crise política interna. Por enquanto ele conseguia apagar os escândalos, mesmo aqueles, que explodiam em público. Lembremos da abominável briga de Saakashvilli e Avakov, pretensões ao procurador geral Shokin, conflitos na coalizão. E se anteriormente o centro da corrupção, alvo peculiar, era o governo, e ao Poroshenko essas desavenças estavam na mão, então após o protesto de Abramavichus as setas voaram para Administração do presidente. A todos ficou claro, que Yatseniuk com seus "queridos amigos", e Poroshenko com sua atual política profissional - duas botas - do mesmo par. As consequências são conhecidas - decepção total. Duas vezes isso levou a revoluções. Com muita frequência  os cientistas políticos nos assustam - ao terceiro Maidan Ukraina não sobrevivera.

No momento situação revolucionária no país não há. Se a dois anos atrás os ukrainianos queriam depor Yanukovych e companhia, então agora o desejo é que o governo atual não se torne igual ao anterior. As pessoas ainda não estão prontas para mudar o poder, elas ainda esperam que o próprio governo mudará para melhor. Afinal, mudá-lo, não há por quem. As opções são poucas: radicais e populistas ou novamente contra-revolução. Em ambos os casos, Rússia vai esfregar as mãos com satisfação. Portanto, mudar o poder, e mudar Ukraina é preciso evolutivamente, mas incansavelmente e persistentemente. E é agora - a principal tarefa da sociedade civil.

Tradução: O. Kowaltschuk

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