Como foi formada a escola externa de manipulação russa.
Ukrainskyi Tyzhden (Semana Ukrainiana), 02.01.2016
Igor Losev
A política agressiva da atual elite russa não é uma anomalia, desvio das tradições e do grosso da população geopolítica da Rússia, como tal, ao longo dos séculos. Pelo contrário, este curso, para Rússia, é natural e tradicional. Como disse Karl Marx, apresentando-se no início de 1867, em Londres, na Meeting polonesa: "Eu lhes pergunto, o que mudou? Diminuiu o perigo do lado russo? Não. Só a cegueira mental das classes dominantes da Europa atingiu o limite. Primeiramente, de acordo com o seu historiador oficial Karamzin, a politica russa permanece inalterada. Seus métodos, suas táticas, seus meios podem mudar, mas a direção dessa política - dominação global - permanece inalterada". Hoje, no Kremlin estão pessoas muito modestas, que totalmente (por enquanto!) podem satisfazer-se apenas com a Europa e Oriente Médio... Surpreendentemente, que a corrente esquerdista marxista, (como ela mesma se apresenta) que é tão numerosa nas universidades orientais, ignora completamente estas evidências inequívocas de Karl Marx. E ainda num aspecto mais detalhado Marx apresentou os algoritmos da política russa na obra fundamental sobre a história da diplomacia secreta do século XVIII. É significativo, que durante toda a era soviética este trabalho não traduziam e não publicavam.
Realmente, no passado, e hoje Kremlin, nada além de visões da grandeza imperial e intermináveis conquistas territoriais, à população russa oferecer não pode, mas também não deseja algo diferente. Putin não inventou nada novo e original, ele apenas despertou nos russos os antigos complexos étnicos xenofóbicos, inveja tribal, grandiosidade e, inferioridade simultânea, contribuiu para reincidência e arrogância imperial em oposição ao mundo todo, "que é sempre contra nós..."
É neste contexto que devem ser considerados os novos pseudos da ideologia russa na aparência do "mundo russo", "Nova Rússia", "unidade eslava", etc. Por exemplo, "Nova Rússia" - é um termo geopolítico, que era amplamente utilizado no século XVIII, no período das conquistas coloniais russas no sul da Europa. "Nova Rússia" de modo algum se diferencia, do discurso colonial europeu, quando, por exemplo, conquistadores espanhóis no território americano denominavam as terras conquistadas, Nova Espanha, Nova Granada, para enfatizar que essas terras, alegadamente, eram continuação da metrópole. Como também Nova Inglaterra, Nova Holanda, outras. E ainda Nova Zelândia, embora seja difícil dizer o que há em comum entre estas duas grandes ilhas a leste da Austrália e a ilha dinamarquesa Zelândia, onde se situa a capital deste país Copenhague...
No século XIX Europa conseguiu criar uma coalizão, que deteve a expansão do imperialismo russo. Descobriu-se, que ele é forte não em si mesmo, mas do ponto de vista do desligamento dos europeus.
No início do século XVIII em São Petersburgo determinaram a direção da expansão: norte ou sul? Determinaram pelo método da tentativa e erro, procurando o caminho onde a resistência inimiga seria menor, tentavam encontrar um elo fraco. E Pedro tentou ir para o sul - campanha de Azov (muito acertada). No entanto, no rio Prut, em 1711, o exército russo sofreu um terrível desastre. Os turcos aniquilaram os russos. Pedro e sua camarilha tribal quase foram capturados.
A derrota foi tão assustadora e sem esperança, que os historiadores russos ainda preferem manter silêncio sobre o assunto, e os estudantes russos, sobre este fato de sua história não suspeitam (como, aliás, também não sobre a sua batalha de Konotop). E precisaria o cativo Pedro Romanov marchar pelas ruas de Istambul, com uma corda no pescoço, se não fosse o método experimentado pela política russa - suborno. Vizier (primeiro-ministro) do Império Otomano, tomou da Rússia uma enorme quantia em dinheiro, e Pedro foi libertado. Não demorou e Sultão enforcou Vizier pelo negócio contra os interesses do império. Depois disso Pedro nem do Mar Negro se aproximava, o que prolongou a existência do Canato da Crimeia por mais de 70 anos.
Novo retorno à direção sul teve lugar na política russa no período de Ekaterina II, quando o império já aspirava chegar aos mares Negro e Mediterrâneo e do Oriente Médio. Tentando apossar-se de tudo o que pudesse e, apressadamente então, após a conquista do sul da Ukraina, foi lançado em uso o termo "Nova Rússia", desprovido de conteúdo histórico real. Portanto, não é surpreendente que ainda hoje para possível e artificial criação pseudo estatal no território de Mariupol a Odessa os ideólogos imperiais relembrariam o nome colonial. Se se voltassem à experiência e analogia e não a era tsarista, mas ao período bolchevique, com certeza, lembrariam "Donetsk - Kryvorizka República" do camarada Artem, a qual mesmo Ulyanov-Lenin honestamente denominava projeto separatista.
Exatamente, durante Ekaterina II, na Rússia inicia-se o "renascimento" bizantino, quando o império Russo interpretam como herdeiro direto e sucessor de Bisâncio, como a sua "segunda edição" (interessante, que o confessor oficial de Vladimir Putin (da Igreja ortodoxa Russa), padre Tikhon (Shevkunov) criou uma série documental - telefilme sobre a grandeza e declínio de Bizâncio com inúmeras alusões sobre a Rússia moderna e seu "líder nacional). Mas o florescimento da influência bizantina cai no século XIX... No entanto, já no período de Ekaterina II em Petersburgo deliram com "libertação" de Constantinopla e introdução do controle nos estreitos de Bósforo e Dardanelos. A rapinagem da Criméia percebia-se como a aquisição de trampolim valioso para ulterior ofensiva ao Império Otomano. Começam as primeiras tentativas de uso ativo do fator eslavo. Esta ideologia serve como ferramenta fundamental da geopolítica russa, absolutamente não como simpatia sincera às nações eslavas. Os eslavos dos Balcãs deviam tornar-se armas para Rússia contra o Império Otomano e a razão para a nomeação das reivindicações contra ela. A idéia da anexação do território do antigo Bisâncio (primeiramente Constantinopla e estreito) nunca definitivamente, da política russa não desaparecia. Ela, rapidamente, fazia parte da ordem do dia, na primeira oportunidade. Significativamente, que na Casa Imperial Romanov, um dos descendentes masculinos obrigatoriamente chamavam Konstantin, para o caso de necessidade, ele pudesse ocupar o trono de Constantinopla). Na época do imperador Nicolau o complexo ideológico "eslavo-bizantino, de dogma ideológico transformava-se em "guia para ação". Sobre isto, francamente, escreveu o poeta e diplomata russo Fedor Tyutchyev:
E das abóbadas da antiga Sofia
No restaurado Bizâncio
Novamente iluminarão o altar de Cristo,
Ajoelhe-se diante dele, o rei da Rússia,
E levanta-te como rei de todos os eslavos!
A propósito, as provocações atuais de Moscou contra a Turquia são ridículas reminiscências de semelhantes (mas sem aviões, que ainda não existiam) ataques aos do século XIX, quando Rússia apresentava os ultimatos arrogantes a Istambul, alegando que Turquia deve reconhecer Petersburgo patrono e, como dizem agora "lobista" dos direitos de todos os cristãos, que viveram no império Otomano, e também reconhecer a Rússia como "fiador" dos lugares santos de Jerusalém. Estas alegações, enfim, levaram ao início da Guerra da Criméia, na qual o Império Russo sofreu derrota humilhante. Hoje, Putin atua como patrono dos xiitas e cristãos na Síria... Mas, como no passado, hoje com essas ações, à Rússia, com sua política e geografia muito impede Turquia, que em determinadas circunstâncias pode pôr fim à campanha síria de Putin, bloqueando os estreitos de Bósforo e Dardanelos. É por isso que Bósforo e Dardanelos são restrições naturais da expansão russa no Oriente Médio e no Mediterrâneo.
Isto bem compreendiam os condutores dessa expansão (ainda no início do século XX o Estado-Maior Naval da Rússia emitiu uma conclusão oficial, de que a Frota do Mar Negro pode ter um valor estratégico somente sob suas condições de domínio do Bósforo - com Dardanelos).
Em consequência deste entendimento as tentativas da Rússia na implantação de controle sobre os canais nunca cessaram, apenas transferiam-se esperando oportunidade adequada. Neste sentido, a parceria estratégica entre Turquia e Rússia é natural. Recuperando-se após a guerra da Criméia em 1877 - 1878, Rússia derrotou nos Balcãs o exército turco e prontamente avançava para Istambul. Pará-la precisou toda Europa... Em 1914 um dos principais objetivos da Rússia na guerra Mundial novamente foram os canais. Em 1922 - 1923 os bolcheviques russos ativamente ajudavam a Kemal Ataturk contra a Entente, esperando estabelecimento na Turquia do regime vermelho. Mas isso não aconteceu, porque Mustafa Kemal não era comunista, mas nacionalista turco. Em 1940 a União Soviética no processo da divisão do mundo, com Alemanha nazista, exigia de Fuhrer ajuda na criação das bases navais soviéticas nos estreitos do Mar Negro. Depois de 1945 Stalin exigiu o retorno a União Soviética da chamada Arménia turca e não escondia o desejo de desmembrar a Turquia. Por isso, este país, muito rapidamente se tornou membro da OTAN.
Hoje Putin pode chantagear Turquia, exigindo o estabelecimento de "regime especial" para Rússia, nos estreitos e, ao mesmo tempo ajudando o movimento curdo armado, no interior da Turquia.
No século XIX, Europa conseguiu criar uma coalizão, que interrompeu a expansão do imperialismo russo. Descobriu-se, que ele não é forte em si, mas por causa da desunião dos europeus. Se Europa terá capacidade gerir decisivas e coletivas ações no século XXI ? Ou achará melhor capitular diante de blefe e descarada intimidação?
Ukrainska Pravda (Verdade Ukrainiana), 22.02.2016
O tribunal provou, que as duas pessoas de Ternopil, enquanto permaneciam na FR, reuniam-se com os líderes da organização terrorista "DNR" e para executar suas tarefas recrutavam mercenários para cometer atos terroristas na Ukraina.
Durante maio - julho de 2.014, os réus recrutavam ukrainianos, aos quais prometiam pagar 1.000 dólares americanos, pela atividade terrorista, seguro de 20 mil dólares no caso de morte e recompensa adicional pela morte de militares e destruição de equipamento militar das Forças Armadas da Ukraina.
Eles também davam instruções, organizavam apoio material aos mercenários e os enviavam através do território da Bielorrússia para um acampamento especial na cidade de Rostov-on-Don (Rússia) para treinamento e participação em atividades terroristas em nosso país, organizavam e realizavam coletas de dinheiro, equipamento militar, meios para comunicação, medicamentos, alimentos e asseguravam sua entrega aos participantes de organizações terroristas "FSC" e "DNR".
Também alimentavam o sentimento separatista entre a população de diferentes regiões da Ukraina através das redes sociais e organizavam comícios contra as ações de autoridades públicas em diferentes cidades da Ukraina, dizem na promotoria.
Segundo o veredito do tribunal, os réus foram considerados culpados por terem cometido crimes relacionados com terrorismo e separatismo. Um foi condenado a 14 anos, outro a 15. Ambos com confisco de bens.
- Na zona ATO foram feridos 13 combatentes ukrainianos.
- À zona ATO, da Rússia vieram 70 militares e um escalão ferroviário com minas de 82/120 mm, munições para tanques e armas de pequeno porte (200 toneladas), combustível e lubrificantes (180 toneladas).
Em 18 de fevereiro vieram dois carros do chamado "comboio humanitário", da FR, e trouxe a Donetsk munições e armas de pequeno porte.
- UNICEF: O conflito no Donbas afeta profundamente a vida de 580 mil crianças que vivem nas áreas fora do controle da Ukraina e na linha de frente.
- Devido a agressão da Rússia morreram cerca de 6,8 mil cidadãos da Ukraina, 17 mil foram feridos. O número total de pessoas internas deslocadas ultrapassa dois milhões.
Tradução: O. Kowaltschuk
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