"Os de ontem" estão em minoria.

Este é o principal resultado do segundo turno de eleições localizadas, no domingo passado.

Vysokyi Zamok Castelo Alto), 16.11.2015

Ivan Farion

Os ukrainianos, finalmente, podem dar um suspiro de alívio - eles passaram pela terceira eleição nos últimos dois anos. De acordo com altos funcionários, as eleições locais de 25.10.2015 e 15.11.2015 (segundo turno para prefeitos,onde o vencedor do primeiro estágio não obteve a pontuação necessária), marcou o reinício do poder. Assim, na maioria, surgiram novos rostos não relacionados com o antigo regime. Mas os recém-chegados que vieram aos governos, depois de fortes declarações ainda deverão provar que saberão trabalhar pelo bem de suas comunidades "de uma nova maneira".

As últimas eleições aconteceram em 29, das 35 cidades ukrainianas, com mais de 90 mil eleitores, onde o candidato majoritário não obteve mais de 50% de votos. Parece que nossos cidadãos cansaram de eleições porque, desta vez, participaram apenas 34,06% do total registrado no Cadastro Estadual de Eleitores. Única exceção foi em Dnipropetrovsk, onde a participação no segundo turno foi superior ao primeiro. 

Na capital foi reeleito Vitaly Klitschko, com 66,49%.

O confronto dramático ocorreu em Dnipropetrovsk, entre o ex-membro do governo Azarov, Alexander Vilkul (filho) do bloco de Oposição, e Bóris Filatov, apoiado por Kolomoisky (oligarca). Venceu Bóris Filatov.

Vilkul (pai) venceu  em Kryvyi Rih com apenas 752 votos a mais.  Sadovyi, líder do partido "Auto-suficiência"  fala sobre descarada fraude e diz: Iremos ao Tribunal para defender Yuri Mylybog, que foi, realmente, eleito. Provaremos as falsificações a favor de Vilkul (pai), candidato do "Bloco de Oposição" - antigos Regionais

Os simpatizantes de Mylybog dizem, que foram introduzidos boletins por Vilkul em secções especiais de votação - hospitais, prisões.

Em mais uma cidade, Pavlograd, o resultado não satisfez. O representante do "UKROP" perdeu para Anatoly Vershena do "Bloco de Oposição".

Em Poltava foi reeleito Alexander Mamai. Em Sumy também reeleito o representante da "Pátria" Alexander Lysenko. Também permanecem os "antigos" prefeitos em Rivne, Lutsk e Chernivtsi.

Mykolaiv comemora a "Auto-suficiência" com Alexander Sienkiewicz.

Mais uma festa para o partido de Sadovyi (Auto-suficiência) - em Bila Tserkva, com Gennady Dykyi, que venceu o ex-ministro de transportes, da ex-equipe de Azarov, Konstantin Efimenko.

No gigante industrial Zaporozhue venceu convincentemente, o sem  partido Vladimir Buryak, engenheiro-chefe da metalúrgica "Zaporizhstal", que sente saudades do antigo governo.

Em Poltava foi reeleito Alexander Mamai. Em Sumy também reeleito o representante da "Pátria" Alexander Lysenko. Também permanecem os "antigos" prefeitos em Rivne, Lutsk e Chernivtsi.

Em Mykolaiv comemora a "Auto-suficiência" com Alexander Sienkiewicz.

Não deverá procurar trabalho o prefeito de Kherson, o sem partido Volodymyr Mykolayenko. É aquele que em dias difíceis para Ukraina dizia: "Kherson - é ukrainiano. Ele foi e será. Nem os separatistas locais, nem os recém-chegados atores de separatismo nós não receberemos com pão e sal (referência ao costume ukrainiano de boas-vindas - OK) Se necessário - atiraremos para ferir. Estou avisando...

Em Kirovograd vence o sem partido Artem Stryzhakov.  Em Kremenchuk venceu Vitaly Malecki, do partido "PORUCH" (Não encontrei o significado da sigla, porém a palavra , traduzida, quer dizer "ao lado" - OK).

Em Ivano-Frankivsk, como a três semanas em Ternopil, triunfou o membro de "Svoboda" (Liberdade) Ruslan Martsinkiv. 

Em Cherkasy venceu Anatoly Bondarenko do partido "Pátria".

Em Uzhgorod venceu Bogdan Andriiv, do partido "Renascimento", ex Partido Regional.

No Comitê de Eleitores dizem que o segundo turno "correspondeu aos padrões internacionais. O presidente Alexei Koshel diz que a votação, em geral, ocorreu pacificamente, democraticamente e, com exceção de Kryvyi Rih, sem violações significativas.

Contente também está o presidente, porque na maioria absoluta das cidades, tanto no Oriente como no Ocidente, venceram os representantes da coalizão democrática. Segundo Poroshenko, estas eleições mostraram a vitória sobre dois pontos. Primeiro - as previsões dos céticos de que estas eleições serão sujas, que o governo ukrainiano não será capaz de garantir a liberdade de expressão. 

Segundo - a desforra do velho regime não aconteceu.

Alexandre Paly, cientista político:

O presidente do Comitê Central Eleitoral, Michael Okhendovsky, e seguindo-o alguns outros altos funcionários começaram dizer, que as eleições de prefeitos em dois turnos não se justificam, porque participaram poucos eleitores. No enanto, as eleições em dois turnos - uma grande conquista da democracia. 

Porque...

- o vencedor é mais legítimo porque recebe o apoio da maioria dos eleitores que participam da votação;

- nas eleições de dois turnos o peso de tecnologias políticas é menor, é impossível vencer mobilizando um certo grupo nacional, profissional ou qualquer outro;

- no sistema de dois turnos acontece uma competição natural dos pretendentes, não uma situação formada por tecnólogos políticos contra alguém. Isto é, os eleitores votam por alguém, escolhem as melhores alternativas, não para que ganhe o adversário;

- finalmente, o sistema de dois turnos significa uma redução acentuada de falsificações, o que nós vemos nestas eleições;

Em minha opinião, por uma questão de justiça, o papel crescente da comunidade e do triunfo de eleições democráticas, as eleições em dois turnos é indispensável instituir para todas as eleições na Ukraina, incluindo os prefeitos de pequenas cidades, deputados (vereadores) locais e nacionais.

Tradução: O. Kowaltschuk