quinta-feira, 2 de julho de 2015

Quando Rússia glorificar Stalin
Tyzhden. ua  (Semana ukrainiana), 15.06.2015
Eduard Lucas

Parece que Kremlin decidiu voltar o relógio para trás. Vladimir Putin, recentemente, avaliou positivamente, o pacto Molotov-Ribentrop e a ocupação por Stalin da Europa Centro-Oriental. E o principal canal russo transmitiu um documentário sobre a Organização do Pacto de Varsóvia, o qual, com base em outros momentos absurdos, justifica com a invasão soviética da Checoslováquia em 1968 e a introdução da lei marcial na Polônia em 1981.

Isto ainda não é tudo. O ministro de Cultura da Rússia Vladimir Myedinskiy disse, que o pacto secreto, em consequência do qual os países entre o mar Báltico e o Mar Negro caíram numa máquina de moer carne, e a máquina de assassinatos de Hitler conseguiu acesso a locais massivamente habitados pela população judaica na Europa, "é uma conquista colossal da diplomacia soviética". Devido a combinação de um emaranhado histórico, retórica no espírito de "sozinho é estúpido" e nacionalismo paranoico Rússia percorreu desde pedidos de desculpas pelos crimes do regime da União Soviética no início, à organização deles, e agora aos elogios.

Hoje raramente lembram que Putin visitou o memorial de eventos dedicados à Primavera de Praga em 2008, e o 50º  aniversário da revolução húngara em 2006. Durante uma visita à Polônia por ocasião do 70º aniversário da Segunda Guerra Mundial, ele denunciou o pacto entre Hitler e Stalin.

Agora tudo mudou. A interpretação oficial da História na Rússia remonta a era Brezhnev, quando os propagandistas da União Soviética retratavam-na como um Estado pacífico, eram forçados a confrontar ardis de agressores imperialistas. A transformação é tão impressionante que deixa confusos os observadores externos. O que podemos fazer quando uma grande potência nuclear proclama branco no preto, planeta Terra é liso, e a Primavera de Praga - conspiração fascista, na qual especula OTAN? O perigo é que nós simplesmente encolhemos os ombros, expressamos algum protesto simbólico e tentamos não levar isto muito a sério. A nós, um tal desenvolvimento de acontecimentos mais alegra, mais ou menos como as subaquáticas aventuras do presidente, nas quais ele "encontra" no fundo do mar duas ânforas, trazidas do museu e cuidadosamente colocadas no local designado antes.  

ÚNICOS QUE PODEM CONVENCER OS RUSSOS, QUE ELES ENGANAM-SE, - SÃO OUTROS RUSSOS - AQUELES QUE PENSAM ADEQUADAMENTE.

Em troca nós precisamos estar preparados ao pior. Tomemos, por exemplo, o fuzilamento de 20 mil capturados oficiais em Katyn, realizado pelas forças soviéticas e atribuídas aos alemães. Eu me surpreenderei se os meios de comunicação russos não começarem colar neste crime as velhas justificações mentirosas. Ou as deportações nos Países Bálticos, Polônia e Ukraina Ocidental - eles também podem ser ditos como exagero, ou utilizando o método soviético pendurar-lhes o rótulo dos colaboradores.

Aqui não se trata de manuais, mas do futuro. Distorção da história é uma ameaça direta à segurança dos vizinhos da Rússia. Se justificar o ataque da União Soviética a Finlândia, aos países Bálticos ou a Polônia há 70 anos, com raciocínio estratégico, os mesmos argumentos podem servir a Moscou hoje.

Para Moscou isto também terá consequências tristes. Atualmente, a propaganda de Putin celebra Stalin apenas como um líder militar e estrategista de guerra. Mas é válido transferir os ponteiros do relógio um pouco para trás - e ao monstro bigodudo começarão enaltecer como um líder forte dos anos 1930.  As repressões stalinistas, que chocaram até os propagandistas de Brezhnev, serão nomeados como política de sucesso: represálias ameaçadoras aos criminosos e sabotadores (claro, não sem erros, mas muito eficazes.

O ocidente deve indicar contra-argumentos e expor as fábulas históricas do Kremlin - isto é muito importante. No entanto, eles tem pouca influência sobre atitudes das pessoas apertadas nos torninhos de declarações históricas sobre a intenção do mundo todo em destruir a Rússia, transmitidas através de seu regime. Muito mais eficaz - criar condições seguras e livres para estudo adequado, e pesquisa histórica pelos russos. Únicos que podem convencer os russos, de que eles estão errados - são outros russos, aqueles que pensam de forma adequada.

Os voluntários organizaram férias para crianças dos migrantes do leste.

Em Kyiv, no centro de assistência, os voluntários organizaram férias para os filhos dos migrantes do Leste
Aqui, durante o verão, organizam excursões pela cidade de Kyiv, todos os tipos de oficinas e entretenimento. Mas, as necessidades da criançada, de acordo com os voluntários, vem aumentando.


Segundo  coordenadora do Centro Florovsk, Lesia Litvinov, o programa denomina-se "Verão em Florivsk. Cada ciclo dura uma semana. São crianças de 12 a 17 anos.
"Nós queremos atrair o maior número de crianças. A metade do dia, 15 crianças permanecem em Florovsk e têm diversas ocupações e workshop. Outra metade realiza excursões pela cidade de Kyiv. Depois os grupos tem as atividades trocadas.

Esta e outras fotos de Lesia Litvinov
Um café próximo tem um acordo especial com os voluntários e alimenta as crianças. 
Lesia Litvinov acrescenta, que quase todos os museus concordaram com admissão livre às crianças. O museu de História da Ukraina também organiza uma atividade interessante para as crianças.




Aulas especiais para crianças ministram médicos, artistas, instrutores de Yoga e até cerâmica de Trypillya. "Todas as atividades na cidade -  são tradicionais excursões e meios para que as crianças possam conhecer a cidade" - diz o coordenador.
Também realiza-se um programa especial de orientação profissional, visitando o magazine musical, clínica veterinária, supermercado e banco. "Temos prazer em mostrar o lado interior da profissão", - acrescentou a coordenadora


Tradução: O. Kowaltschuk

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