terça-feira, 21 de julho de 2015

Nadia Savchenko escreveu um testamento
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 20.07.2015
Inna Pukish Ynko

Diz, em Rostov-Donetsk, onde será julgada, não há seguro contra bala.


O último, que Nadia deixou em Moscou antes da evacuação ao lugar do julgamento - testamento - em nome da mãe e irmã, para o caso de a matarem pelo trajeto a Donetsk, ou fuzilarem o prédio do tribunal, simplesmente, durante a sessão.
Isto Nadia Savchenko declarou durante a conversa com ativista russa de direitos humanos Zoya Svyetova, que a visitou um dia antes de sua transferência para Rostov em Donetsk.

Na véspera o advogado Novikov publicou uma carta, na qual Nadia Savchenko delineou sua versão e ressalvas quanto a escolha do tribunal justamente na região russa de Donetsk. Acobertando-se com explicação oficial (como piloto ukrainiano ilegalmente cruzou a fronteira na região de Rostov, e, portanto, é lá que será julgada, diz Nadia. A (in)justiça de Putin realmente tenta conduzir o julgamento fechado ao máximo, quanto a cobertura do processo judicial pela imprensa, do ponto de vista de livre acesso à reunião de observadores internacionais e até parentes do piloto. De acordo com a legislação russa, a entrada na faixa de fronteira para eles, como para cidadãos estrangeiros, pode não ser permitida pelo Serviço Federal de Segurança da Federação Russa (FSB - sucessora da KGB) - escreveu Nadia em seu apelo.
 - O mesmo se aplica aos deputados do Parlamento Ukrainiano, PACE (Assembléia Parlamentar do Conselho Europeu ) e Parlamento Europeu, caso eles queiram assistir ao julgamento.
Anteriormente o piloto ukrainiano e deputada Nadia Savchenko pediu aos dirigentes da ONU, PACE e ao Parlamento Europeu para intercederem na transferência do tribunal a Moscou.
A "culpa" de Savchenko foi requalificada para assassinato direto e agora lhe ameaça 25 anos de prisão russa.

O julgamento do piloto Nadia Savchenko iniciará no dia 30 de julho.


Checheno "Mansur": nós nos vingamos pelos chechenos e ajudamos o povo ukrainiano
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 19.07.2015

"O exército russo por séculos destruía os chechenos, o genocídio de minha nação não para... E agora ocupantes russos querem pegar Ukraina".

Soldados do batalhão voluntário Sheikh Mansur em Shyrokyne, próximo de Mariupol.
No leste da Ukraina estão lutando muitos chechenos. Há dois batalhões chechenos - em nome de Johar Dudaev (primeiro presidente da Chechênia-Ichkeria no início de 1990 e em nome de Mansur-Sheikh (líder da revolta contra a subjugação russa na Chechênia no final do século 18). Estes batalhões estão lutando lado a lado com as forças ukrainianas. O que compele os chechenos - muitos dos quais vieram voluntários da Europa Ocidental - lutar pela Ukraina? A edição chechena de Radio Liberty conversou com um dos principais comandantes do batalhão "Mansur", que adotou para si o mesmo nome de combate e está baseado próximo a Sherokyne em Donetsk.

Mansur: "Iniciarei a conversa com oração... Aqui, Glória a Ala, eu encontrei muitos bons irmãos e preocupado comandante, que sabe conduzir o destacamento, ele orienta-se bem na situação. Ele é respeitado. Os irmãos ao meu redor também são inteligentes e experientes - eles passaram pela guerra da Chechênia.
 - Nós estamos sempre na vanguarda. Em Shyrokyne. Nosso batalhão é Sheik Mansur. Desde os primeiros ataques russos nós começamos oferecer-lhes resistência, sozinhos saímos ao encontro e os vencemos.

 Nós colocamos fotos e vídeos na internet e fazemos isto não pela bravata, mas para que as pessoas saibam, o que fazemos aqui, e para que os chechenos e outras nações, que se preocupam conosco, alegrem-se e saibam, que nós realmente desgastamos as forças dos russos. Lutamos sem perdas, graças a Deus, e nenhum de nós morreu.

Os russos de Sherokyne nós repelimos, apesar de que eles dizem que recuaram sozinhos. Eles recuaram, porque nós, com os soldados ukrainianos os repelimos.

À esquerda galão do Batalhão Voluntário Internacional Dudaev.
No nosso batalhão não há mortos, mas há feridos. Ao nosso lado estão os batalhões "Donbas" e "Azov" - e entre eles há mortos e feridos. Frequentemente há bombardeios, atiram de canhões automáticos, os russos frequentemente fazem penetração. A guerra não cessou. 

 - Todos nós que estamos aqui, não temos dúvida, que conosco luta o exército regular russo. Putin enviou para fronteira uma grande quantidade de militares e eles, às centenas e centenas, periodicamente entram na Ukraina e nos atacam. Não há nenhuma dúvida que muitas de suas armas pesadas bate em nós. Como não há dúvida de que eles preparam nova invasão. Não há dúvida de que sua artilharia mata os habitantes pacíficos. Canhões, artilharia autopropulsora, "Grad" - tudo "trabalha" na Ukraina.

 - A tática russa é: de certa distância vem os tanques, canhoneiam nossos territórios, mas depois são os primeiros a gritar para o mundo todo, que foi o lado ukrainiano que começou bombardeá-los. Os russos sempre recorrem a tais truques. Mas nós os conhecemos muito bem depois de duas guerras na Chechênia - toda sua política é construída na mentira e truques. Oficialmente, os russos escondem a verdade, mentem que aqui não há exércitos seus, que eles não são agressores. Mas os fatos não se pode esconder.

Manifestação contra o terrorismo russo, em Kyiv, em 11.123.2014. A ação dedicaram ao 20º aniversário da invasão das tropas russas na República de Ichkeria. Participaram chechenos, bielorussos, tártaros da Criméia, diáspora de Azerbaijão e ativistas ukrainianos.
 - É difícil dizer, quando tudo isso vai acabar. Os russos, tanto anunciam a trégua, quanto continuam matar. Depois da assinatura dos acordos de Minsk, o tiroteio não cessou do lado russo. Ao mundo dizem uma coisa, mas sozinhos matam, colocam minas, conquistam cidades e aldeias.

 - O principal objetivo de nossa vinda a Ukraina é que o exército russo durante séculos destruía os chechenos, o genocídio de minha nação não cessa. Nos últimos anos mataram grande quantidade de chechenos - crianças, idosos, mulheres, rapazes jovens. Os melhores rapazes, filhos leais da Chechênia estão nas listas de desaparecidos, e outros estão nas prisões. Nos últimos 20 anos, o meu povo tem suficiente crueldade e violência do lado russo. Agora a junta de Kremlin pegou-se com Ukraina, programa de Putin é executado na integra.

 - Nosso principal inimigo - Rússia. E os nossos inimigos reuniram-se aqui, na Ukraina, e nós pretendemos lutar contra eles até o fim. Esta é a vingança pelos chechenos e proteção ao povo ukrainiano. Quando nós viemos em ajuda aos ukrainianos, nós mostramos o verdadeiro rosto do checheno. Muitos chegam a nós e nos agradecem.

Tradução: O. Kowaltschuk

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