quinta-feira, 30 de julho de 2015

Não pelo idioma russo e não por um pedaço do território guerreia Putin na Ukraina.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 22.07.2015
Natália Baliuk



Algo chocante, em minha opinião, é o resultado de uma pesquisa realizada pelo Instituto Internacional de Sociologia de Kyiv (27 de junho a 9 de julho), sobre os compromissos que estão dispostos aceitar os ukrainianos para cessação das ações militares no Donbas.

Verifica-se, que quase metade dos inquiridos (47,7%) com idade acima de 18 anos, pela paz, estão de acordo em dar ao idioma russo o estatuto de segundo idioma estatal, 33% dos entrevistados estão dispostos entregar a Criméia à Rússia (Ukraina não reconhece Criméia como parte da Rússia, 40% recusam-se da adesão à OTAN, um terço (33%) da entrada à União Européia e, reconhecem a independência dos agrupamentos "DNR" e "FSC" quase 19%.

Pelo lado essencialmente humano, as pessoas podem ser compreendidas. Os ukrainianos cansaram desta não declarada guerra, da incerteza e ausência de perspectivas. As pessoas não querem mais vítimas, temem que seus parentes e amigos irão para frente. Mas, por outro lado, a disposição em ceder parte do território ou o estatuto de língua oficial é evidência de alguns fatos muito perturbadores.

Em primeiro lugar, a propaganda russa, apesar de todos os esforços do Ministério de Informação, dá seus frutos. Ainda recentemente, aos ukrainianos, a questão do idioma russo entre todos os problemas existentes no país, estava entre terceira ou quarta dezena. . Com outras palavras, tal problema, simplesmente, não existia. Mas com a "opressão" da língua russa a cidadãos russo-falantes, não cansava noticiar a TV russa. 
Se agora quase metade de ukrainianos pensa, que o estatuto da língua russa atenderá às necessidades de Putin, então eles, conscientemente ou semi-conscientemente perceberam a imposta pela propaganda do Kremlin, realidade paralela.
Nestas pessoas deslocou-se a especial atenção e "flutuou" a consciência. Procede que, parte de ukrainianos realmente considera, que o motivo da anexação (segundo versão do Kremlin  - "libertação") da Crimeia é que, lá pressionavam os falantes do russo e os forçavam a ukrainização. No entendimento destas pessoas é que , exatamente o idioma russo - motivo da crise russo - ukrainiana... Enfim, o que falar sobre ukrainianos, cuja consciência está ferida pela guerra, quando alguns líderes europeus acreditam, que a Donbas deve ser dada autonomia ou concordar com a federalização, e então, supõe-se virá a paz...

E aqui nós passamos ao segundo, e, de fato, o principal problema, quase 50% dos ukrainianos não compreendem totalmente o que está acontecendo agora no país! Eles não entendem que não é pela língua russa que na Ukraina Putin está lutando.  E, também não é por um pedaço de território ukrainiano. Putin está lutando por suas grandes ambições de poder. Pelos seus complexos chauvinistas. Pelo desejo mórbido de restaurar o império e tornar-se ditador contemporâneo ( não por acaso, na Rússia, as conversas sobre uma possível restauração da monarquia tornaram-se mais frequentes. Pelo seu nostálgico desejo de restaurar a União Soviética e renovar a influência geopolítica. E Ukraina lhe é necessária inteira, não em partes. E, como pode haver novo império russo, atual União Soviética, sem Ukraina?! Além disso, bem sucedida, democrática, pró-européia Ukraina pode tornar-se um exemplo perigoso ao autoritário oligárquico-bandido sistema, construído pelo proprietário atual do Kremlin. Putin não precisa de uma inventada Nova Rússia, nem federalização. Tudo isto são apenas instrumentos para desestabilização na Ukraina. Modo de enfraquecer nosso país. E, ao mesmo tempo neutralizar a dignidade nacional dos ukrainianos, a capacidade de resistência das pessoas, da proteção dos valores europeus. O país sangrado e sem princípios é mais fácil subordinar. Hoje, nós graças à mítica paz renunciaremos ao idioma, amanhã - do território, depois - da perspectiva européia, mas ao insaciável Dragão tudo será pouco. E, em um momento perceberemos que não só renunciamos à dignidade ou ao território, mas perdemos o Estado independente.

Com suas ações Putin "Obriga-nos à paz" em seus próprios termos. Última pesquisa sociológica, testemunha, que grande parte de ukrainianos que, abertamente, vivem pelo princípio "minha casa fica ao lado", moralmente estão preparados para se render.
Não me canso de citar Winston Churchill: "Quando o país entre a vergonha e a guerra escolhe a vergonha, em resultado receberá a vergonha e a guerra". Infelizmente, na história, inclusive na história da Ukraina isto corroborou-se mais de uma vez... 

Poroshenko: "Atacar-nos da retaguarda é mais caro que minar por dentro".
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 19.07.2015

Ukraina está mais forte, tanto que ao inimigo tornou-se evidente que a invasão direta pode ter um preço muito alto.
Então o inimigo entendeu, atacar pela retaguarda é mais caro que tentar miná-la por dentro.
Isto o presidente da Ukraina Petro Poroshenko disse durante as celebrações dos 150 anos do nascimento do Metropolita Andrey Sheptytskyi em Lviv.
"Nós realizamos um grande projeto nacional - criamos um exército ukrainiano eficiente. Nós, não simplesmente sobrevivemos nesta luta desigual com o agressor russo. Nós nos fortalecemos tanto, que ao inimigo tornou-se óbvio o preço muito alto que pode resultar de uma invasão direta. Nos atacar da retaguarda é mais caro que tentar nos atacar por dentro. Por exemplo, jogar com sentimentos patrióticos sob o lema  "nos enganam - tudo perdeu-se", o que nós observamos em Mariupol. Ou incitar alguns homens armados a deslocar-se para Kyiv. Ou apoiar anarquia, semear desordem, revolta, desânimo, ódio, decepção, desesperança, descontentamento com a difícil situação econômica...
No entanto, segundo suas palavras, a nação ukrainiana, ao contrário, mostra unidade e coesão, patriotismo e amor a Ukraina.

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O Conselho de Segurança da ONU não conseguiu aprovar o projeto de resolução para criação do Tribunal Internacional para investigação da queda do Boeing, no vôo MH17.


Votaram a favor 11 membros, 1 - contra (Rússia) e 3 abstenções (China, Angola, Venezuela).
Devido ao fato de que Rússia é um membro permanente do Conselho de Segurança da ONU, o documento foi vetado.
O mundo que luta contra o terrorismo está chocado. Rússia deliberadamente bloqueou a criação do Tribunal Internacional para investigar a queda do avião de passageiros da Malásia "Boeing" com 298 passageiros, de Amsterdam a Kuala-Lampur, em 17,06.2014.
Os países que votaram a favor da criação do Tribunal, dizem que encontrarão mecanismos para punir os responsáveis, que poderão ser: acordo internacional para investigação conjunta, ações individuais contra Rússia pelos familiares das vítimas, decisão da Assembléia Geral da ONU para criação do Tribunal (necessários 2/3 de votos). Os analistas não descartam maior isolamento político da Rússia e reforço das sanções econômicas contra o país.

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O inquérito britânico sobre o assassinato de Alexander Litvinenko acusou as autoridades russas de envolvimento no envenenamento do ex-agente da FSB, informa a BBC.
O advogado Horuel diz, que as autoridades russas tinham muitas razões para desejar a morte de Litvinenko, e seu assassinato não poderia acontecer sem a participação das autoridades públicas.
Horuel acusou o ex-diretor do FSB, agora deputado da Duma Andrei Lugovoi e o empresário russo Dmitry Kovtun.
Segundo a Scotland Yard há uma evidência cabal da culpa de Lugovoi e Kovtun.
Litvinenko obteve asilo político na Grã Bretanha em 2001. Ele tornou-se famoso nos anos 90, depois de, com alguns colegas, publicamente culpar as autoridades russas em pretender eliminar o empresário Boris Berezovsky.
 Litvinenko foi envenenado com polônio, em Londres.

Tradução: O. Kowaltschuk

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