Europeiska Pravda (Verdade européia), 28.09.2017
Askold Lozinsky, ex-chefe do Congresso Mundial dos ukrainianos.
A "Verdade Européia" acompanha de perto as últimas tendências desconcertantes nas relações entre Ukraina e Polônia. É difícil negar que nossas relações se deterioraram significativamente nos últimos anos? E há uma saída da atual situação? E Ukraina está ativa na procura de saída?
Publicamos a coluna do ex-presidente do Congresso Mundial dos Ukrainianos e prontamente consideramos a possibilidade de publicar uma coluna oposta - daqueles que têm outra opinião.
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Durante o último meio século, as relações ukraino-polonesas foram, para dizer brandamente, tensas. Isso inclui não menos três ocupações do território ukrainiano pelos poloneses e acusações de genocídio de ambos os lados.
No entanto, em 1991, quando os ukrainianos proclamaram um estado ukrainiano livre e independente, a República da Polônia foi, quase, o primeiro país a reconhecer a independência da Ukraina.
A aproximação periódica da Polônia com Ukraina, independentemente da história, não foi inteiramente estranha em relação ao recente reinado da Rússia Soviética, a memória aguda sobre o que aconteceu na Hungria em 1956 e Checoslováquia em 1968. Mas com o entendimento de ambos os lados de que a atual Federação Russa, legal e espiritualmente, é herdeira do império.
Polônia considerava Ukraina independente como um pára-choque da Rússia, uma fonte constante de preocupação para ambos os países. As relações ukraino-polonesas eram boas ou, pelo menos, práticas em quase todas as esferas, incluindo questões, que eram resolvidas através do diálogo.
Mas, desde que na Polônia, ao governo chegou o partido "Direito e Justiça", parece que tudo mudou.
Durante os últimos anos, a minoria ukrainiana tornou-se perseguida. Os chauvinistas, gradualmente sentiram que suas atividades anti-ukrainianas agora não são apenas invulneráveis, mas até encorajadas pelas autoridades.
O território sudeste da atual Polônia anteriormente era considerado parte da Ukraina, se não politicamente, então etnograficamente, porque antes de 1947, ali havia grande concentração de ukrainianos. Em 1947, o governo comunista polonês, transferiu à força essa comunidade étnica ukrainiana para o extremo oeste da Polônia, no território que antes da Segunda Guerra Mundial pertencia à Alemanha.
O propósito desta ação violenta, que muitos consideraram coo uma tentativa de genocídio de ukrainianos, não foi apenas uma reinstalação, mas também a "solução do problema ukrainiano na Polônia." Esta linguagem particular foi, até, aproveitada na diretiva desta ação.
Os ukrainianos foram transferidos em a finalidade de sua destruição como uma associação étnica.
Depois de 1989, e a restauração da independência (já não soviético satélite) república democrática polonesa, alguns ukrainianos do extremo oeste da Polônia voltaram para suas terras tradicionais. Lá, eles exumaram e enterraram seus antepassados civis. mortos a muito tempo, bem como os soldados mortos do Exército Insurgente Ukrainiano, que lutaram contra os soviéticos e comunistas poloneses, no território polonês depois de 1945.
A maioria das antigas propriedades e igrejas ukrainianas, que foram capturadas pelo governo comunista polonês, no final de 1940, permaneceram com seus novos donos, mas objetos isolados foram devolvidos à comunidade étnica ukrainiana.
Exatamente esses edifícios, igrejas, memoriais, monumentos e lápides tornavam-se objetos de recentes ataques de elementos chauvinistas da sociedade polonesa que, possivelmente, foram sancionadas pelo atual regime.
A aprovação dessas ações pelo Estado manifesta-se de várias formas, até com ajuda de declarações oficiais mas, principalmente, devido a impossibilidade de investigação ou perseguição judicial. (Durante o presidente polonês anterior, eu não lembro de problemas registrados nos jornais ukrainianos, agora são bastante frequentes - OK) .
Um exemplo recente - ataque de desordeiros poloneses a uma procissão religiosa em Przemysl, antiga cidade ukrainiana, com gritos "Polônia para poloneses" e insuficiente ou completamente ausente de protetores da lei.
Recentemente, enviei ao representante permanente da República da Polônia junto às Nações Unidas uma cronologia de ataques recentes aos ukrainianos na Polônia, em quatro páginas
Este documento foi preparado pela Associação dos ukrainianos na Polônia. Não houve resposta.
Cronologia semelhante será transmitida ao Secretário Geral da ONU, ao Conselho de Direitos Humanos da ONU e ao seu Alto Comissário, bem como aos 192 Estados membros da ONU.
O que a comunidade Ukrainiana, organizada, na Polônia (E hoje é mais de um milhão de ukrainianos na Polônia) procura, é simplesmente observações à
Carta da ONU. Este documento será transmitido à Comissão da Europa e à Organização para Segurança e Cooperação na Europa.
Carta da ONU. Este documento será transmitido à Comissão da Europa e à Organização para Segurança e Cooperação na Europa.
Esses eventos são uma ameaça não somente para a comunidade ukrainiana na Polônia. A falta pelo respeito dos direitos humanos e pelos direitos das minorias é um desafio entre nossos países. Mas o que Ukraina faz? O representante permanente da Ukraina junto às Nações Unidas decidiu não lidar com esta questão. Foi assim que ele respondeu ao meu apelo. Parece que os ukrainianos atuais são meio ausentes e é vendo a falta de sua atividade, que estimula os poloneses a dar-se ao luxo de zombar de nós. Mas, então, a nação se defenderá sozinha.
Tradução: O. Kowaltschuk
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