sábado, 9 de setembro de 2017

Absurdo, quando um país agressor quer vir como um soldado da paz - especialista militar sobre declarações de Putin.
Radio Svoboda ( Rádio Liberdade), 07.07.2017
Michael Shtekel

Політична карикатура Олексія Кустовського
     Caricatura política de Alexei Kustovsky.
     
      "Irena Gerashchenko: Cenários do Kremlin não passam! Pacificadores da ONU devem estar em todo o território ocupado pela Rússia".

Ukraina rejeita a iniciativa do presidente russo, Vladimir Putin, de colocar as forças de paz na linha de demarcação e exortam as forças internacionais a assumirem o controle das áreas da fronteira ukrainiana. Os especialistas dizem, que Putin faz pressão sobre o Ocidente porque os Estados Unidos podem começar fornecer armas letais para Ukraina. 

Os pacificadores devem ser colocados não apenas na linha de demarcação, mas em todas as regiões de Donbas. Assim reagiu à proposta russa de Vladimir Putin o Parlamento ukrainiano. Especialmente, isto foi afirmado pela representante da Ukraina em Minsk Irena Gerashchenko, e pelo chefe do Mejlis da nação tártara da Criméia, Refat Chubarov.

Anteriormente, Putin, no Conselho de Segurança da ONU, introduziu a resolução para ser discutida, sobre a localização das forças de paz somente na linha de demarcação. 


(Irena Gerashchenko - na terça-feira: Putin, nas melhores tradições da guerra hibrida, tenta distorcer a idéia da liderança ukrainiana em relação às forças de paz no Donbas, virando tudo de cabeça para baixo. Ele instruiu seu leal ministro Lavrou para apresentar uma resolução ao Conselho de Segurança da ONU sobre as forças de paz na linha de colisão. Um minutinho: a linha de colisão, tornou-se linha de colisão devido à agressão russa. Para nós, esta é uma linha de toque, toque com temporariamente ocupados territórios, os quais, definitivamente recuperaremos. Esta linha, deve desaparecer para sempre das terras ukrainianas, no dia do retorno do controle da fronteira. Esta não é a fronteira ukrainiana, então não pode haver nenhuma conversa sobre pacificadores ao longo desta linha. Os cenários do Kremlin e a tentativa de substituição de conceitos, deturpação da idéia das forças de paz não passará. Os pacificadores devem ser introduzidos em todo o território ocupado pelos russos, para monitorar  a situação de segurança e a desmilitarização, o seu mandado deve terminar na fronteira ukrainiana russa. E isto é Izvarino e outros pontos de cruzamento da ESTADO da Ukraina, mas não Stanytsia Luganska ou Mariinka, o que é muito desejável pelo líder do Kremlin."

Como declarou Oleksiy Goncharenko, vice-chefe do Bloco Petro Poroshenko, em um comentário à Rádio Liberty, Ukraina há muito tenta conseguir a introdução de forças da paz no território ocupado, e a declaração recente de Putin é "sucesso de diplomacia": o presidente russo segundo Gerashchenko, agora tenta apoderar-se, e torcer a iniciativa ukrainiana em seus próprios interesses.

"Eles, em primeiro lugar, devem estar na fronteira entre Ukraina e Rússia, a qual, infelizmente, Ukraina não controla no momento. Se eles não estiverem lá, o que darão as forças de paz na linha de separação? Nós poderemos obter um cessar-fogo permanente, mas nós queremos a completa retirada dos exércitos russos do Donbas, cessação de fornecimento de armas lá", afirmou Goncharenko. 

Segundo o chefe da delegação ukrainiana à PACE, Volodymyr Aryev, a introdução das forças da paz segundo cenário russo, pode levar à repetição do cenário com a Transnístria, aonde sob aparência de pacificadores introduziram tropas russas.

Ainda, há dois anos atrás, os militantes estavam contra as forças da paz.

Ukraina, ao contrário, há muito falou sobre a necessidade de introduzir um contingente internacional. Se em setembro de 2014, o presidente Petro Poroshenko ainda rejeitava essa possibilidade, então em uma entrevista em 2015 ele já declarava que era necessário introduzir um contingente de manutenção da paz não apenas na linha de demarcação, mas em toda a fronteira com a Rússia. O presidente também falou com a Secretaria de Defesa dos EUA, James Mattison sobre este problema.

Segundo Oleksii Melnyk, um especialista militar do Centro Razumkov disse à Rádio Liberty que há possibilidade da vinda de pacificadores, mas Rússia é guiada pela lógica da guerra e pelo alcance da vitória, e não está interessada na solução do conflito, diz ele. Por outro lado, Ukraina não formalizou, completamente, as ações da Rússia como agressão, então Putin pode falar hoje sobre pacificadores.

"Atualmente, o status formal da Rússia neste conflito - é de intermediário. Nós, com muita alegria, percebemos a narrativa da guerra hibrida, e esse absurdo, o ATO e a não declaração de guerra permite que Rússia, com todo o direito pretenda participar da operação de manutenção da paz. É um absurdo quando o país - agressor participa como pacificador", diz Melnyk.

- De acordo com este especialista, Ukraina pode encontrar-se numa 
situação complicada, se Putin apoiar a iniciativa de Poroshenko que é apoiada por parceiros europeus. Portanto, de acordo Melnyk, agora Ukraina precisa, rapidamente, preparar o plano de ações e argumentos contra diplomatas russos. A missão de paz no Donbas pode compor-se de representantes de vários países, mas existe o risco, que Rússia pode, até certo ponto dirigir seus esforços, considera o especialista, principalmente porque ela tem direito ao veto no Conselho de Segurança da ONU.

Declarações de Putin sobre pacificadores - é pressão sobre Estados Unidos.

De acordo com o historiador britânico Timothy Esch, a qual ele descreveu no artigo para edição ukrainiana "Kyiv-Post". a proposição de Putin é uma ameaça à possibilidade de os Estados Unidos fornecerem armas letais à Ukraina. 

Putin diz claramente: primeiro, as armas letais americanas não afetarão as hostilidades, e, segundo, os "rebeldes" vão atacar de todas as áreas da frente no Donbas", - diz o historiador.

A localização das forças da paz reduzirá os gastos da Rússia com armas para os militantes no Donbas, mas deixará a possibilidade de uma escalada de hostilidades, em qualquer parte da frente, escreve também Esch. Vladimir Putin insinuou a possível extensão da zona de conflito, no caso da entrega de armas letais, numa conferência de imprensa na China.

Tradução: O. Kowaltschuk











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