terça-feira, 19 de setembro de 2017

Uma decisão importante.
O senado aprovou a provisão de armas letais para Ukraina e US $ 500, milhões em ajuda militar.
Gazeta Denh (Gazeta Dia)19.09.2017
Natália Pushkaruk

A visita do presidente da Ukraina Petro Poroshenko aos EUA continua, e uma boa notícia para o nosso país apareceu no primeiro dia da viagem. Na noite de terça-feira o chefe de Estado disse ao Facebook que o Senado dos Estados Unidos aprovou um projeto de lei "Sobre o orçamento dos EUA para as necessidades de defesa nacional em 2018". Segundo ele, os gastos militares dos EUA serão de US ​$ 692 bilhões no próximo ano. Além disso, espera-se que forneçam US $ 500 milhões para apoiar Ukraina no campo da segurança e da defesa. "Pela primeira vez, a nível legislativo, propõe-se fornecer à Ukraina meios decisivos: defesa aérea, baseada em radar e vigilância da superfície, contra medidas navais, navios costeiros e guarda costeira", escreveu ele. 

Note-se que o documento autoriza o fornecimento a Ukraina, de armas letais de natureza defensiva, permite o uso de fundos do orçamento estadunidense para as necessidades de reabilitação nas instituições médicas do país, das forças armadas ukrainianas do país dos militares ukrainianos feridos e o fortalecimento das capacidades das forças aéreas e navais do país.

O primeiro evento do presidente da Ukraina nos Estados Unidos foi um encontro com os líderes da comunidade ukrainiana e representantes de organizações Tatar da Criméia neste país. Petro Poroshenko destacou a ajuda e o apoio da diáspora,inclusive a criação de um novo exército ukrainiano, informa a Administração Presidência.


Durante a visita à mais antiga academia militar dos EUA, "West Point", Poroshenko enfatizou, que as armas americanas "aumentarão o preço da agressão russa". "Em face de uma contenção tão severa, Moscou pode pensar duas vezes antes de permitir uma nova ofensiva, disse ele.

O presidente também reuniu-se com os representantes de instituições internacionais de investimento. Ele felicitou os investidores estrangeiros pela conclusão do processo de colocação de títulos soberanos ukrainianos em US $ 3 bilhões e agradeceu pela confiança à Ukraina. "Cada um dos investidores com seu dólar vota pelo sucesso de nossas reformas", - disse o chefe de Estado.

Como se sabe, durante sua visita aos Estados Unidos, o presidente participará de uma série de eventos, o mais importante dos quais é o encontro com o presidente dos E.U., Donald Tramp, agendado para 21 de setembro, e sua apresentação com discurso durante os debates gerais da Assembléia Geral da ONU, que se realizará no dia 20 de setembro.

O "Dia" apelou para os especialistas para comentar a decisão do Senado americano quanto ao fornecimento à Ukraina  de meio bilhão de dólares em apoio à segurança e à defesa e explicar se tal passo de Washington é capaz de parar a agressão da Rússia.

" A SITUAÇÃO SOBRE A CONCESSÃO DE ARMAS LETAIS PERMANECE NÃO DETERMINADA".

"Hryhoriy PEREPELYTSIA, Doutor em Ciências Políticas, Conflictólogo, Professor da Universidade Nacional Taras Shevchenko de Kyiv:
- Esta é a maior ajuda ajuda financeira que nosso país conheceu após o plano Nanna - Lugara sobre  desarmamento nuclear da Ukraina. É praticamente meio bilhão de dólares com o propósito de realizar reformas militares e apoio à capacidade de combate das Forças Armadas. Isto irá, obviamente, incluir a venda de equipamentos militares para Ukraina, a melhoria da infra-estrutura militar na Ukraina, etc. Ou seja, é uma grande ajuda significativa.

Quanto às armas letais, o Congresso, no passado, recomendou ao presidente fornecê-las. Mas, a decisão final é do presidente. Até agora, a situação em relação à provisão de armas letais permaneceu incerta.

Em geral, esta questão é bastante controversa. Não apenas porque Rússia é extremamente histérica sobre quaisquer  conversas de fornecimento de armas letais à Ukraina, mas também porque nós próprios não temos um plano claro de condução da guerra e a retirada dela.  Afinal, a política do presidente rejeita completamente o uso de meios militares nesta guerra, que ainda não é reconhecida. O governo oficial não reconhece legalmente que estamos em estado de guerra com Rússia.

Além disso, de acordo com o armistício, introduzido pelo processo de Minsk, o Presidente percebeu o uso de armas. Então, qual é o senso em obter armas letais americanas, quando nossos lutadores nem sequer podem usar as domésticas? Isto, de fato, pode influenciar como dissuasão de transição da guerra, de baixo nível de intensidade à escalada de ações hostis e uma ofensiva em ampla escala de tropas russas. Mas isso não pode aumentar significativamente nossas ações militares, pois sua condução é proibida pelo presidente.

Seria compreensível,  à comunidade internacional se nós reconhecêssemos, que estamos em guerra internacional que Rússia conduz, a guerra contra Ukraina. Mas aqui, em todos os níveis do nosso país está fixado um conflito interno, os Acordos de Minsk - são um modelo para resolução de conflitos internos e não intergovernamentais. Então, se nós temos conflito interno, então por que vocês querem armas letais, vocês vão usá-las contra seus próprios cidadãos?

Isto não é apenas falta de vontade de Tramp, mas a posição controversa na qual Ukraina sozinha entrou, confundindo a todos com a abreviatura ATO e fixando isto como um conflito interno. Se nós reconhecêssemos o conflito interestatal, penso que não haveria objeções especiais da Casa Branca. E assim há, não apenas apoiantes para fornecer armas letais para Ukraina, mas também oponentes. Sob o presidente Obama, eles diziam que isso apenas aumentaria o conflito, e agora a situação é bastante incerta.

A situação desenvolve-se para, e isto indicam até os mais recentes treinamentos em escala global "West-2017" na Bielorrússia. Mostram que Rússia prepara-se para uma guerra ofensiva. Como resultado, isso aumenta a necessidade de uma arma letal para, no caso de uma operação ofensiva em grande escala, poder conter o inimigo. (Este treinamento da Rússia, que realizou-se há alguns dias na Bielorrússia, quando apareceu o anúncio, houve vários artigos preocupados nos jornais ukrainianos. Muitos temiam a invasão da Ukraina. Depois apareceram artigos descrevendo tais treinamentos russos já realizados em outras localidades. As pessoas da Ukraina cansaram ou acalmaram-se um pouco - OK).

"UKRAINA PRECISA CONTINUAR DEMONSTRANDO PREPARAÇÃO PARA PROMOVER REFORMAS NO SETOR DE SEGURANÇA".  
Anna Gopko, deputado do povo, presidente do Comitê de Relações Exteriores do Parlamento.

- Ukraina sempre teve apoio de dois partidos no Senado, republicanos e democratas, e este é um apoio muito forte. A administração anterior não apresentou nenhuma decisão, o presidente Obama não queria dar armas.

Agora vemos que há vontade política, o Senado envia um sinal a Tramp, de que está pronto para fornecer a Ukraina armas letais, e continuar o apoio a Ukraina no campo da defesa, na prestação de assistência médica aos nossos militares para reabilitação, sistemas de radar. Isto sugere que Ukraina deve continuar as reformas no setor da segurança e defesa, combate à corrupção e controle civil parlamentar. 

Esta é uma decisão particularmente importante na véspera do encontro entre Tramp e Poroshenko, e depois das visitas a Kyiv de: Rex Tillerson em julho, Kurt Volker, que já esteve na Ukraina 4 (quatro) vezes, e o Secretário da Defesa dos EUA, James Matheus. Esses são esforços diplomáticos que devem crescer para fortalecer a capacidade do exército ukrainiano de nos proteger da hostilidade das ações militares da Federação Russa no leste da Ukraina.

Muito falaram sobre a possível redução da quantidade de assistência militar. Claro, nós gostaríamos de obter mais ajuda. Mas agora é bom que ela não seja reduzida em relação aos últimos anos.

Rússia viola, constantemente, os acordos de Minsk, não as realizava desde a invasão da Ukraina e ações militares no leste da Ukraina. Nós não temos garantias, que Rússia, num dia qualquer não começará a nova escalada de conflitos no leste, tendo já uma base bastante boa: mais de 1.200 tipos diferentes de artilharia pesada, tanques. Portanto, Ukraina, obviamente, usará essas armas para sua defesa.

Tradução: O. Kowaltschuk

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