quinta-feira, 31 de agosto de 2017

Em Minsk pode acontecer o mesmo que aconteceu em Donetsk e Lugansk (visão da Imprensa)
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 30.08.2017
Irena Bila

Presidentes da Rússia e Bielorrússia, Vladimir Putin e Alexander Lukashenko, abril de 2017 (ilustração).
Treinamento das tropas russas "Oeste 2017", que deve começar em breve na Bielorrússia (Já começou  - segundo notícias dos jornais - OK), já tem perturbado todos os vizinhos ocidentais da Rússia, observa o jornal "Dia". E há ansiedade nos países ocidentais da Rússia, segundo o jornal. A ansiedade nos países europeus da OTAN, bem como na Ukraina, e na própria Bielorrússia, está associada com dois mais perigosos cenários, segundo os quais, hipoteticamente, podem desenvolver-se as manobras "Ocidente - 2017". O primeiro desses cenários alarmistas sugere, que contingentes significativos de tropas russas permanecerão  na Bielorrússia por um longo período indeterminado. E isto cria certas ameaças. Em particular, Rússia pode inspirar uma rebelião do estado, destituir Alexander Lukashenko e criar um governo completamente pró-russo, dependente de Moscou, como "aqueles que estão" em Donetsk e Lugansk. O segundo cenário sugere, que o contingente russo, que permanecerá na Bielorrússia depois dos exercícios, pode atacar Ukraina, justamente lá, onde Kyiv menos espera. No entanto, de acordo com correspondente do "Dia", professor de Moscou Boris Sokolov, esses cenários são improváveis, embora a eles é preciso estar preparado. Afinal, a apreensão da Criméia e Donbas, também, antecipadamente, logicamente não calculavam.

"Três anos: atacados em Ilovaisk" - no artigo sob este título, o especialista do jornal "Dia" argumenta, que o principal motivo de perdas humanas e iniciativa estratégica foi a demora do comando ukrainiano. Ele também enfatiza, que há inúmeras evidências de agressão russa - de testemunhos de pessoas às fotos, vídeos - e gravações. Aqueles acontecimentos podem ser reconstruídos passo a passo, a cada minuto. A delonga é doença crônica de Kyiv. E isto se aplica não somente a equipes militares, mas também aos problemas históricos globais, que obrigam estar em prontidão para responder aos desafios. Portanto, agora é urgente acumular artefatos de agressão, em detalhes, em centímetros, para inevitável julgamento da Rússia no futuro, diz o jornal.

O jornal "Ukraina Jovem" constata, que a economia ukrainiana que segue a "hryvnia"(moeda) ukrainiana, demonstra a tendência sob o nome condicional "ao contrário de tudo". Isto é, está crescendo. As autoridades convencem, que este é o início de uma faixa de luz na história moderna da Ukraina, mas as opiniões de especialistas dividem-se. Alguns acreditam que ainda é cedo falar sobre o sucesso, enquanto outros argumentam, que alguns sucessos no estado há.

No entanto, de acordo com a maioria de especialistas a maior ajuda à nação ukrainiana para aumentar o PIB de seu país não foram as reformas dos senhores Groisman e Poroshenko, mas o comportamento dos preços nos mercados de aço laminado e minério de ferro. As reformas econômicas, se podem ser chamadas suficientemente eficazes, talvez funcionem amanhã. Hoje o governo ukrainiano, seja quem estiver sentado em suas poltronas, depende inteiramente da situação do mercado mundial. E afastar-se do estatuto de estado da matéria-prima - a tarefa de Kyiv é número um, diz o jornal.

O jornal "Voz da Ukraina" escreve, que os russos comuns, aos quais o futuro de seu país não é indiferente, se opõem à agressão do Kremlin à Ukraina e à propaganda de Putin. Muitos, com passos reais, esforçam-se em apoiar Ukraina, como, por exemplo, fazem isto os ativistas de São Petersburgo, carta de um é impressa pelo jornal parlamentar.

Poroshenko promete, que ao ATO, em breve, irão os renovados tanques.
Vysokyi Zamok (Castelo Alto), 23.08.2017

O financiamento dos armamentos militares aumentou 10 vezes em três anos.
Na exposição foram apresentados os tanques "Oplot", BTR-3 e BTR-4, veículos de combate "Dosorg-4" e outros equipamentos militares de produção ukrainiana.

"Este ano foram aceitas 22 unidades de equipamento militar moderno. Eles estarão aqui em Kyiv porque esta é uma oportunidade para mostrar ao povo ukrainiano, e ao mundo inteiro, que nós conseguimos, e o principal, que temos como proteger a santa terra ukrainiana, disse Poroshenko.  Ele lembrou que os tanques "Oplot" são produzidos na fábrica de Kharkiv.

Segundo ele, desde 2013 o financiamento para armamento militar aumentou 10 vezes, Em 2017, do orçamento do Estado foram alocados 64 bilhões de "hryvnias". E, em julho, por conta dos fundos recuperados, roubados pelo governo de Yanukovych, foi acrescentado 1 (um) bilhão e 600 milhões de "hryvnias", que serão destinadas para compra e modernização de recentes modelos de armas e equipamentos militares. E, mais um bilhão e 400 milhões serão gastos na construção de uma fábrica para produção de munições, com base nas novas tecnologias", - acrescentou o presidente.

Parte das máquinas apresentadas no Khreschatyk será transferida para o exército ukrainiano na linha de colisão. O restante ficará na reserva nas instituições educacionais militares.

Tradução: O. Kowaltschuk

terça-feira, 29 de agosto de 2017

Europa deve lembrar: os soldados da UNR em 1920, salvavam-na do comunismo.
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 28.08.2017
Yuriy Savitsky

(UNR - República Popular da Ukraina, que em 1917-1920 controlava os territórios do centro, leste e sul da Ukraina)

Ministro da Defesa da Polônia, Antoni Mazerevech coloca uma coroa de flores no monumento aos soldados da UNR em Varsóvia, em 15 de abril de 2017. (Inscrição na foto: Ukraino, Ukraino, eis aqui seus filhos...)
Varsóvia - Ao mundo é necessário lembrar que os ukrainianos, não pela primeira vez detém o imperialismo russo, que deseja penetrar na Europa, acreditam as figuras públicas ukrainianas na Polônia.  Na véspera do Dia da Independência da Ukraina eles apelaram aos ukrainianos do mundo todo para lembrar os soldados da República Popular da Ukraina, os quais a quase 100 (cem anos) ajudavam Polônia a resistir ao ataque dos bolcheviques. Também diz o apelo, que o exército ukrainiano defendia Europa da ameaça, que vinha de Moscou. Os autores do recurso acreditam que entre os eventos entre 1920 e atual guerra no leste da Ukraina podem ser feitos claros paralelos.

Nestes dias de agosto, a quase 100 anos atrás decidia-se o destino da Polônia e, possivelmente, do restante da Europa. Os bolcheviques declaravam, que iriam ao Ocidente "através dos cadáveres da Polônia  branca", e o Primeiro Exército Equestre, sob o comando de Semen Budyonny "lavaria as botas" nos rios franceses Sena e Marne.

Mas em agosto de 1920 a estrada para Europa, que atravessava Polônia, bloqueou a 6ª Divisão de Infantaria do Exército da República Popular da Ukraina sob o comando do Coronel  zaporozhtsia Mark Bezruchka. Seu vice era de Odessa Vsevolod Zmienko.  Os ukrainianos, junto com os poloneses, defenderam heroicamente a cidade Zamosth.

Monumento aos soldados do exército ukrainiano, no cemitério militar ukrainiano, em Varsóvia.
Monumento aos soldados do exército ukrainiano, no cemitério militar ukrainiano, em Varsóvia.

Segundo os historiadores, apos a derrota nesta cidade Semen Budyonny deixou de ser o "vitorioso, que constantemente vencia o exército polonês", diz Roman Drozd, historiador ukrainiano , da Polônia. 

"Os acontecimentos de 1920 - é uma grande conquista do exército polonês, mas também do exército da República Popular da Ukraina. Se não fossem eles, e os historiadores aqui concordam, talvez o comunismo chegaria à Espanha, e quem sabe se não teria ido ainda mais longe" - diz o historiador.

Então, além dos ukrainianos, poucos estavam prontos, para oferecer apoio à recém restaurado estado polonês, diz a famosa na Polônia, figura pública Krzyszof Stanowski.

Ele observa: "Juntamente com o exército polonês, em resultado do acordo político-militar, celebrado entre Polônia e República Popular da Ukraina, nesta guerra lutaram soldados poloneses e ukrainianos. Os soldados ukrainianos, com exceção de um pequeno grupo de voluntários dos Estados Unidos e indivíduos de outros estados, bem como consultores militares franceses, foram os únicos soldados, que realmente se opuseram à invasão soviética.

Stanowski, todos os anos em agosto, visita os túmulos dos soldados da República Popular da Ukraina, que se encontram no cemitério de seu natal Lublin. O governo comunista considerava esses túmulos, como túmulos de seus inimigos. Então, aos túmulos dos seguidores de Petliúra vinham escondido.

Túmulo do soldado desconhecido do Exército da República Popular da Ukraina, no cemitério militar ukrainiano, em Varsóvia.

Por que sobre os eventos dos anos de 1920 é necessário lembrar agora?

O ativista ukrainiano Yuriy Reit considera a salvação de numerosos túmulos de soldados da UNR, no território polonês, uma questão de sua vida. Reit contou à Rádio Liberdade, que primeira vez ele veio ao cemitério ukrainiano em Varsóvia ainda jovem de 16 anos, mas, já então os túmulos estavam muito destruídos.

Segundo Reit, assim que o exército soviético chegou ao território da Polônia em 1944-1945, os comunistas começaram destruir os cemitérios, onde foram enterrados os soldados da UNR. Por exemplo, em Varsóvia, de 300 túmulos restaram apenas 107. E, mesmo aqueles, de acordo com o estadista, não estão em boas condições.

"Eu penso, que temos, diante de nós, três anos", diz Yuri Reit. - Esses lugares permanecerão ainda 10 - 15 anos, sua condição técnica não é das melhores, e eu pergunto, quando meus netos vierem, será que as cruzes estarão em pé? Hoje a questão é aos dirigentes do Estado ukrainiano e aos líderes do Estado polonês: o que podemos fazer, para preservar esses túmulos nos próximos 100 - 200 anos, porque a memória desses pessoas deve permanecer."

Guarda honorável polonesa, no Dia do exército polonês junto ao monumento aos soldados em Varsóvia, 15 de agosto de 2017.
Reit observa, que a memória dos Petliurivtsiv (seguidores de Petliura, líder ukrainiano - OK), enterrados no solo polonês, deve ser cuidada não só pelos ukrainianos e poloneses, mas também por aquelas nações que eles defenderam do comunismo: O estadista explica, porque ele e seus companheiros de armas escreveram um apelo, dedicado aos eventos de quase 100 (cem) anos atrás.

"Nós decidimos, que a primeira tarefa - é restaurar a memória dos poloneses, e lembrar, que ao seu lado, 14 mil soldados ukrainianos participaram do "Milagre sobre Wisla". "Estes são os soldados que lutaram na guerra polaco-bolchevique", - enfatiza Yuriy Reit.

De acordo com Krzyszof Stanowski, os acontecimentos de 1920 seria mais correto denominar não guerra polaco-bolchevique, mas guerra polaca e ukrainiana contra o bolchevismo. Stanowski acredita que a aliança polonesa e ukrainiana de 1920 é especialmente importante lembrar agora - no momento em que os ukrainianos e poloneses tentam indispor. Em sua opinião, pode-se perceber certos paralelos entre os acontecimentos de 100 anos atrás e a atualidade.

"É extremamente importante para que nós e os poloneses lembremos que, naquele dificílimo momento juntos lutaram soldados poloneses e ukrainianos. Isso lembra aqueles momentos complicados que ocorreram durante o Maidan ou a Revolução Laranja, quando milhares de poloneses simpatizavam, apoiavam Ukraina, e mais tarde quando começou a ocupação da Criméia e a Guerra no Donbas, os poloneses procuravam ajudar aos fugitivos e aos que se preocupam para que Ukraina mantenha suas fronteiras", - disse Reit.

Guarda honorável polonesa no Dia do Exército polonês junto ao túmulo do general do exército da UNR Mark Bezruchka, 15 de agosto de 2017.
Por sua vez, o historiador Roman Drozd diz, que os eventos da década de 1920 precisam ser lembrados aos europeus atuais, porque eles não um alerta sobre o possível desenvolvimento da situação no continente.

"Precisa dizer que, como os ukrainianos, então, queriam parar o imperialismo russo ou soviético, assim agora temos esse mesmo evento. Bem, é preciso dizer que, então, Ukraina não tinha aliados, porque Polônia era um aliado até certo momento, assim agora o mundo deve lembrar e esforçar-se para aprender com a história daqueles eventos, que realmente pode acontecer que Rússia queira recuperar o seu império", acredita o historiador. 

Os iniciadores do apelo de Varsóvia aos ukrainianos do mundo acreditam que agora já é necessário iniciar os preparativos para o centésimo aniversário da Batalha de Varsóvia. Em sua opinião, os ukrainianos, que em 1920 participaram da guerra vitoriosa contra os bolcheviques, devem ser homenageados no mais alto nível, na Ukraina e na Polônia, bem como falar sobre eles ao mundo. A iniciativa foi apoiada pelo presidente do Congresso Mundial dos ukrainianos Eugene Czolij.

Ministro da Defesa da Polônia, Antoni Mazerevech, coloca uma coroa de flores no túmulo do General do exército da República Popular da Ukraina, Mark Bezruchka.





Guarda polonesa honorável no Dia do Exército polonês junto ao monumento aos soldados da UNR em Varsóvia, 15 de agosto de 2.017.
Tradução: O. Kowaltschuk

domingo, 27 de agosto de 2017

Indiferença à Ukraina
Expresso. tv , 24 de agosto, 2017
 Vitali Portnikov

Quando você pensa sobre independência, não faça a si, por favor, perguntas sobre o salário que você recebe, se você aprova o governo e se a luta contra corrupção é eficaz.

Na véspera do Dia da Independência, muitos dos meus compatriotas geralmente discutem problemas que não estão relacionados à independência. Realizar o desfile militar ou não realizar, aprovar o presidente ou não muito, vive-se bem ou não, emigrar ou ficar.

À própria independência, todas estas questões não tem nada a ver. Quando se trata de proclamar a independência, é preciso fazer uma pergunta simples: a independência - ela é de quem?

No caso ukrainiano, a resposta a esta questão é compreensível. A independência ukrainiana - é a independência da Rússia. Assim, em diferentes períodos históricos, as terras ukrainianas pertenciam à composição de diferentes estados. Mas, em 1917, os fundadores da República Popular da Ukraina, e em 1991 os deputados da Verkhovna Rada (Parlamento) da República Socialista Soviética da Ukraina proclamaram a independência, justamente da Rússia.

A Metrópole poderia ter diversos nomes - Império Russo ou União Soviética - mas sua essência, devido a isto não mudava. E seus esforços também eram inalterados: a transformação dos ukrainianos em "pequenos russos", parte do povo "russo" até 1917 e a transformação dos ukrainianos em "pessoas soviéticas", falantes do russo e devotados a Moscou, depois.

Quando você pensa sobre independência, não faça perguntas a si, por favor, sobre o salário que você recebe, se você aprova o governo, e se a luta contra a corrupção é eficaz. Estas perguntas, fazem a si as pessoas, em todos os países do mundo, nos desenvolvidos, e não muito. Mas, de modo algum, em todos os países do mundo,conserva-se a mentalidade colonial de uma grande parte da população.

Não em todos os países do mundo as pessoas, demonstrativamente, se isolam do estado. Não em todos os países do mundo, a Pátria é percebida unicamente como um alimentador ou ferramenta de distribuição de benefícios sociais. Eu não afirmo que este é o caso apenas da Ukraina. Eu afirmo, que isto acontece em todos os países, que não superaram seu passado colonial. E é especialmente difícil para aquelas pessoas que nem sequer entendem, que viveram - na colônia. Que viveram - sob ocupação.

Quando você pensa sobre a independência, é melhor se perguntar, em que idioma você fala, e em que idioma falarão seus filhos e netos. Melhor pensar que livros você lê, quais filmes você assiste, quais datas históricas são importantes para você, e é importante à qual igreja você vai. (Esta questão o levará ao fato de que uma grande parte dos ukrainianos pertence à Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Moscou, sendo que também existe a Igreja Ortodoxa do Patriarcado de Kyiv. Estão surgindo desentendimentos entre parte dos fiéis que seguem a Igreja do Patriarcado de Moscou e a Igreja do Patriarcado de Kyiv. Ultimamente a Cúpula da Igreja do Patriarcado de Moscou faz de tudo para não perder fiéis. Vou incluir as próximas publicações sobre este assunto, quando elas aparecerem -OK). Simplificando - diga honestamente a si próprio - a qual Deus você reza. E, se você continua a rezar para um estranho - talvez daí todos os seus problemas, e nossos também.

Quando a independência foi proclamada, a maioria dos habitantes da antiga USSR receberam a decisão do parlamento e, na verdade, votaram no referendo como num brinquedo infantil. Bem, vivemos na União Soviética, e agora viveremos na CEI (Comunidade dos Estados Independentes (C. dos E.I.  é uma organização supranacional envolvendo 11 países repúblicas que pertenciam à antiga União Soviética fundada em 8 de dezembro de 1991). Mas nossos produtos e mercadorias permanecerão, o que significa, que nós vamos viver melhor.

Quando ficou claro que, sem esforços e mudanças reais não há vida melhor, novamente lembraram sobre o "irmão maior" e votaram em Leonid Kuchma, que prometeu a renovação de "laços históricos". Muitos, até agora, percebem esse momento como fruição daquilo, que ainda restou da União Soviética como uma verdadeira era de ouro ukrainiana.

Nesses anos, a mentalidade colonial dos antigos cidadãos soviéticos deu lugar a pós-coloniais "truques", "multi-vetores", tentativas de enganar Moscou, Berlim e Washington - para sozinhos  não fazer nada.

Acreditava-se, que a data da ruptura final entre Kyiv e Moscou foi Maidan de 2004 - mas já em alguns anos a maioria dos eleitores votou em Viktor Yanukovych e Partido das Regiões. Foi necessário esperar a próxima ruptura final - Maidan de 2013-2014.

Mas, eu gostaria de perguntar ao leitores - se Putin não perdesse o juízo, não se apoderasse da Criméia, não iniciasse a guerra no Donbas - será que hoje nós não nos encontraríamos diante da perspectiva de um novo triunfo das forças pró-russas? E, será que nós não estaremos diante de tal perspectiva já amanhã - se apenas em Moscou decidirem, que já é hora de deixar nossas terras e, novamente  nos  oferecerem "abraços-irmãos"?

Afinal, na verdade, nós nos tornamos Ukraina apenas porque, nos defendemos. Mas nós devemos nos tornar Ukraina porque este é sincero desejo de todos os cidadãos ukrainianos. Isso não é o mesmo - da desesperança ou pela vontade.

E, os resultados dos processos também serão diferentes - simplesmente porque, o processo de transformação da Ukraina, para molestar Rússia, pode dirigir-se para outro lado. 

Nós temos tempo para realizar reformas estruturais, para combate à corrupção, para integração européia. Muitos países com economia igual a nossa, resolviam seus problemas durante décadas, e Ukraina não será exceção. Se o sentimento populista levar às alturas, não será  excluída a "latino-americana" andança em círculo.

A mim tudo isso não assusta. Nem todos os países conseguem êxito imediato. Se a prosperidade da Ukraina não construírem os filhos, mas os netos dos atuais ukrainianos - isto já será uma grande conquista após séculos de escravidão e apatridia. 

Ma em que, realmente, não temos tampo - é em aceitarmos a escravidão. Somos escravos de Moscou. Maidan 2013-2014 e agressão russa deram a Ukraina uma oportunidade histórica. A chance de nos tornarmos nós mesmos. Compreender o quão profundamente enraizou-se o legado colonial. Quão perigosa é a mentalidade escrava para o futuro do país.

Tradução: O. Kowaltschuk

sexta-feira, 25 de agosto de 2017

Ukraina comemora sua independência - 24.08.2017

Kyiv - Ukraina.

Desfile militar em Kyiv por ocasião do aniversário da Ukraina, em 24 de agosto.
Para homenagear Ukraina vieram representantes dos seguintes países: Canadá, Estônia, Polônia, Lituânia, Letônia, Grã Bretanha, Estados Unidos, Moldávia e Romênia.

Vídeo do desfile militar:

https://www.youtube.com/watch?v=m2DWmJHd-j8#t=475.445384


O. Kowaltschuk

quarta-feira, 23 de agosto de 2017

Conselheiro de Putin desempenhou importante papel nos eventos no leste da Ukraina - Fox Business.
Radio Svoboda ( Rádio Liberdade), 22.08.2017
Voz da América

Auxiliar do presidente russo Vladislav Surkov participou de uma reunião em Hangzhou, 4 de setembro de 2016.

Quando o representante especial  dos EUA, Kurt Volker se reuniu, na 2ª feira com seu homólogo russo, na tentativa de restaurar a paz no leste da Ukraina, não era um diplomata habitual, que estava sentado à mesa.
De acordo com os ex-líderes de militantes e autoridades ukrainianas e ocidentais Vladislav Surkov é um influente assessor do Kremlin, que desempenhou um papel central na gestão, promoção e organização de separatistas pró-russos que lutam contra o governo de Kyiv.

Sobre isso escreveu James Martin no artigo "O mensageiro do Kremlin desempenhou um papel central na Ukraina Oriental" , publicado no site Fox Business.

Estas pessoas dizem, que o assistente principal do presidente Putin, Surkov era ligado aos militantes que controlam territórios no leste da Ukraina desde o início de 2.014 - pouco depois de as tropas russas se apoderarem da Criméia ukrainiana. Surkov está na lista de sanções dos EUA e da UE pelo seu papel na anexação da península da Criméia.

"Putin-pai" do movimento separatista, - disse Valentyn Nalyvaichenko, que liderou o Serviço de Segurança da Ukraina durante os primeiros 15 meses do levante. "Surkov - babá", - diz ele. 

Vladislav Surkov não respondeu às perguntas, enviadas por James Marson através do serviço de imprensa do Kremlin.

Rússia diz que ela influencia os separatistas, mas nega que exerce controle sobre eles e apresenta o confronto na Ukraina como uma guerra civil. Ela afirmou repetidamente, que apoia  os acordos de paz assinados e, Minsk. Esses acordos visam reintegrar a região separatista na Ukraina, mas com um maior grau de autonomia local.

Mas muitas pessoas, dos dois lados do conflito, bem como os observadores ocidentais, acreditam, que os objetivos da Rússia - muito mais significativos. Eles dizem, que Moscou realmente quer trocar a paz na Ukraina em troca de garantias de que Kyiv não vai aproximar-se muito do Ocidente, e na flexibilização das sanções internacionais de suas forças armadas no leste da Ukraina.

O movimento separatista "é moeda de troca" em um maior jogo geopolítico - disse Alexei Alexandrov, um ex-funcionário separatista que agora vive na Criméia e diz, que foi afastado do papel da liderança pelo Kremlin.

Se Moscou não receber o que quer, disse Nalyvaichenko, "eles apoiarão, constantemente, um conflito fumegante", que destruirá o governo pró-ocidental de Kyiv.

Funcionários americanos e europeus afirmam, que não irão negociar as opções políticas da Ukraina. Resultados de pesquisa de opinião pública indicam que a intervenção militar russa uniu o público  ukrainiano contra Rússia, portanto, quaisquer concessões políticas para Moscou são praticamente impossíveis para Kyiv.

Na reunião de dois enviados a Minsk, Volker tentará avaliar a situação e entender, se o Kremlin está pronto para ir além do status quo e buscar uma solução para conflito, disse o representante oficial dos EUA.

Enquanto isso, o Pentágono e o Departamento de Estado procuram a aprovação da Casa Branca de planos, quanto ao fornecimento a Ukraina, de mísseis antitanque e outras armas - planos, que Rússia condenou, chamando-os potencialmente provocadores.

De acordo com as pessoas, familiarizadas com sua biografia, Surkov, de 52 anos - é o ex-diretor executivo de relações públicas, que serviu na inteligência militar nos anos 1980. Na década de 2.00 ele era vice dirigente do estado-maior de Putin e ajudava no desenvolvimento do sistema político, fortemente controlado pelo líder russo.

Nalyvaichenko e outra autoridade ukrainiana dizem que, quando em 2014 os protestos contra o presidente pró-russo da Ukraina, Viktor Yanukovych tornaram-se violentos, Surkov foi para Ukraina, para encontrar-se com Yanukovych, políticos e empresários, próximos a ele, como também com os líderes políticos da Criméia. Em seguida Yanukovych fugiu para Rússia, e novo governo chegou ao poder.

Em março, no leste da Ukraina, próximo à fronteira russa, começaram pequenos protestos. A indignação foi causada pelo fato de que os manifestantes viam a crescente influência do ocidente sobre o novo governo e o medo aprofundado pela propaganda russa, que o novo governo controlado pelos nacionalistas estavam decididos na destruição da cultura russa na Ukraina.

Surkov voltou-se aos ativistas locais, reunindo informações.

Em maio de 2014 um grupo de veteranos do serviço de segurança e o diretor executivo de relações públicas vieram de Moscou, para consultar os militantes - disse Alexandrov, ex líder separatista. Alguns moradores locais perceberam sua presença como captura de Kremlin, coordenada por Surkov, disse ele.

"Nós demos para eles as chaves da cidade", disse Alexandrov.  "Eles expulsaram a primeira onda de líderes".

Foi então que Surkov começou a desempenhar o papel decisivo na gestão das áreas dos militantes, - disse Alexandrov, e outros antigos líderes separatistas, organizaram liderança e estrutura, para levá-los ao controle de Moscou.

Surkov tinha experiência na gestão política da periferia russa. Em 2013 tornou-se um comissário especial nas disputas territoriais que Rússia pegou da Geórgia depois da guerra de 2008.

Em agosto de 2014 Surkov organizou uma troca na chamada "República Popular de Donetsk", maior das duas regiões separatistas - do diretor executivo de relações públicas leal a Moscou por um comandante militar, leal a Moscou, - disse Alexandrov. Objetivo: esconder e disfarçar o fato, de que é Moscou que gerencia o show, escreve James Marson

Daí as tropas russas entraram secretamente na região, para evitar que o exército ukrainiano ameaçasse um levante, dizem os funcionários ukrainianos e estrangeiros, referindo-se a imagens de satélite, relatórios de inteligência e soldados russos. Rússia afirma, que suas forças armadas nunca entraram no território da Ukraina.

Esta invasão obrigou Ukraina a sentar-se à mesa de negociações para encontrar uma solução pacífica.

Surkov, então, foi para Donetsk, o principal ponto dos separatistas, para divulgar a essência do acordo aos líderes locais e testar o seu trabalho, dizem os antigos líderes  separatistas.

Segundo as palavras de um presente no encontro com vários comandantes dos separatistas, que queriam continuar a luta, Surkov perguntou: "Qual a alternativa para conversas de paz?", Então Surkov disse, de acordo com as palavras de Andriy Pinchuk, então chefe da segurança separatista: "Vá e lute, se quiser. Veremos, o quanto você aguenta".

Ele também brigou com o funcionário local por problemas com pagamento de pensões e abertura de escolas para o novo ano letivo, - disse Pinchuk.

Depois de um novo acordo assinado em Minsk, Surkov visitou-os novamente em fevereiro de 2015.  Como Pinchuk observou, em sinal de sua influência, Surkov foi designado para resolver a disputa entre os dois comandantes locais e ele visitou a área da linha de contato.

Os tratados de paz quase congelaram as linhas da frente, mas não pararam de disparar em alguns pontos quentes. Apesar das longas negociações  de funcionários europeus, quase não houve progressos na reintegração política.

Em busca de avanço, Surkov encontrou-se com um alto funcionário do Departamento de Estado dos EUA, em 2016, a secretária do departamento de Estado adjunta, Victória Nuland.

No entanto, ele manteve laços com os militantes. Em novembro do ano passado, Surkov foi convidado para uma reunião do grupo de ex-voluntários russos, de acordo com o fato e aviso de dois líderes separatistas, que lideravam o grupo.

De acordo com as pessoas, familiarizadas com o estado de coisas, as negociações com Nuland, foi conseguido algum progresso sobre a potencial transferência de controle sobre a fronteira da Ukraina, mas tudo parou, quando o republicano Donald Trump ganhou as eleições presidenciais dos Estados Unidos, e Victória Nuland deixou o cargo na administração do presidente democrata Obama, - escreveu James Marson em um artigo publicado na edição do Fox Business.

Tradução: O. Kowaltschuk

Em tempo: Amanhã, dia 24 de agosto - aniversário da Independência da Ukraina. Grandes comemorações estão sendo preparadas. - OK.

segunda-feira, 21 de agosto de 2017

O julgamento de Yanukovych sobre a traição do Estado.Quando e que sentença esperar?
Radio Svoboda (Rádio Liberdade), 17.08.2017

Volodymyr Ivakhnenko

                      Escultura de Viktor Yanukovych, feita pelos estudantes de Kyiv. Kyiv, 2012.

Tribunal do distrito Obolonskiy de Kyiv, na quinta-feira aceitou a declaração do defensor público do ex-presidente da Ukraina Viktor Yanukovych. Vitali Meshechka, sobre o afastamento da questão de traição do Estado, do ex-presidente, e decidiu nomear um novo advogado do Estado. Além disso, pela decisão judicial, o centro regional para prestação de assistência jurídica gratuita deve "imediatamente" designar um advogado para proteção do ex-presidente.
A próxima reunião terá lugar no dia 06 de setembro, às 10 horas. A acusação pretende exigir a prisão perpétua.

O julgamento do ex-presidente começou em meados de maio, no final de junho passou para condenação à revelia da questão, e agora verifica as evidências fornecidas pela acusação. A questão sobre traição de Estado por Viktor Yanukovych apresenta mais de 20 volumes. No início de julho, o ex-presidente, na transmissão da televisão russa declarou, que retira seus advogados e sai do processo. Depois disso o julgamento de Yanukovych continuou com a participação do advogado Vitaly Meshchka, nomeado pelo Estado. 

Entre as principais evidências da culpa de Yanukovych - fotocópia de sua carta-apelo, dirigida por ele em março de 2.014 ao Conselho da Federação Russa e administração presidencial de Vladimir Putin, com pedido para introdução de tropas russas regulares no território da Ukraina.
O documento é datado em 1 de março de 2014, quando o Parlamento já havia aprovado uma resolução de auto-afastamento de Yanukovych do desempenho dos deveres de presidente e nomeado eleições antecipadas para chefe de Estado. Mas o próprio Yanukovych, então, disse que esta decisão era ilegal.

Em 15 de agosto, o ex-representante permanente da Ukraina para as Nações Unidas, Yuriy Sergeyev. Segundo suas palavras, na reunião do Conselho de Segurança da ONU em Nova York, em 03 de março de 2014, o já falecido representante russo Vitaly Churkin, demonstrou a carta assinada por Yanukovych, e a ela o lado russo deu o status de documento oficial.

O embaixador da Rússia nas Nações Unidas Vitaly Churkin, na reunião do Conselho de Segurança da ONU demonstra a carta do ex-presidente da Ukraina Viktor Yanukovych ao líder russo Vladimir Putin, pedindo para usar o exército, para restaurar o "estado de direito" na Ukraina. Nova York, 03 de março de 2014.

O embaixador russo na ONU Vitaly Churkin,na reunião do Conselho de Segurança da ONU demonstra a carta do ex-presidente da Ukraina Viktor Yanukovych ao líder russo Vladimir Putin, pedindo para usar o exército, para restaurar o "estado de direito" na Ukraina. Nova York, 03 de março de 2014.

O lado acusatório no processo judicial apresenta o procurador militar Ruslan Kravchenko - nativo de Donbas, e que serviu em Sevastopol e, junto com os exércitos ukrainianos foi forçado a deixar a Criméia, anexada pela Rússia. Em 20 de julho o Tribunal Basmanny de Moscou prendeu, em ausência, o procurador militar ukrainiano, em ausência e em conexão com a acusação criminal de perseguição do comandante da frota russa do Mar Negro, o almirante Okeksandr Vitko.

Ruslan Kravchenko, em entrevista à Rádio Liberdade, disse que o apelo de Yanukovych a Putin - é apenas um dos documentos, que aparecem na base de evidências deste caso.

- Neste caso há outros documentos importantes que confirmam a culpa de Viktor Yanukovych, há também exames de peritos e apresentação de testemunhas. Sobre  todos os componentes do bloco de evidências falar agora não vou, para que isto não pareça uma pressão sobre o tribunal.

- A testemunha no processo será o ex-deputado da Duma da Rússia Ilya Ponomariov. Ele é o único dos parlamentares russos, que não votou em 2014 para "anexação" da Criméia à Rússia. Mais uma testemunha - o ex-deputado da Duma russa, Denis Voronenko - foi morto no centro de Kyiv em 23  de março, mas conseguiu testemunhar à investigação, há um vídeo de sua conversa com o investigador. Anteriormente, havia declarações, de que as palavras do falecido podiam ser apreciadas pelo tribunal, mas não podem ser uma prova. Será isto assim?

- Não é assim. Não quero divulgar todas as táticas legais das alegações, mas nós nos referimos à prática do Tribunal Europeu de Direitos Humanos (CEDH) e ao Código Processual Penal da Ukraina, e apresentaremos uma petição, para que o Tribunal, com redobrada atenção analise os testemunhos de Denis Voronenkov, fornecidos durante a investigação prévia do julgamento, deste caso.

Os advogados de Viktor Yanukovych, que deixaram o processo, disseram que o julgamento à revelia , de seu cliente, é ilegal e apelaram para o Tribunal Europeu de Direitos Humanos, neste caso.

Os advogados podem proteger  seu cliente da maneira que desejarem fazê-lo. Eu respeito esses advogados como juristas, mas todas suas últimas declarações não tem sentido e estão vazias. Porque durante a investigação pré-julgamento e, no momento, não houve violação de direitos do acusado.  É claro que a proteção tem o direito de, a qualquer momento, dirigir-se ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, mas em minha opinião não há motivos para isso.

- Porque, além da traição ao Estado, Viktor Yanukovych é acusado de ajudar as autoridades russas em ações deliberadas, cometidas para alterar os limites do território e fronteira estadual da Ukraina, violação da ordem estabelecida pela Constituição, condução de uma guerra agressiva.

- Esta é a consequência do apelo de Yanukovych a Putin com o pedido de entrada das tropas russas na Ukraina. De acordo com a acusação, esta carta influenciou e legitimou... Este é o único documento que, de acordo com a liderança da Rússia, deu fundamentos legais para o uso das tropas russas, cujo resultado do nosso território - República Autônoma da Criméia - foi ocupada pela Federação Russa. Nós temos todos os documentos sobre a agressão russa na Criméia, e essas evidências serão apresentadas no julgamento.

De acordo com Ruslan Kravchenko, uma vez que Yanukovych não reconhece sua culpa, a acusação pedirá ao Tribunal a maior punição - prisão perpétua.

De acordo com os promotores, numa sessão do Tribunal, os danos causados a Ukraina com as ações do ex-presidente, que fugiu para Rússia e entrou em conspiração com Kremlin, são 1 (um) trilhão, 800 bilhões, 352 milhões de hryvnias. Na atual taxa oficial de câmbio do Banco Nacional da Ukraina, esse valor equivale a quase US$ 70 bilhões. Isto é o que diz o advogado das famílias dos Heróis da Centena do Céu, que pereceram durante o inverno de 2014 em Kyiv, durante o EuroMaydan, diz Vitaly Titich.

- É óbvio, que esses cálculos levam em conta a ocupação russa da Criméia e nossas perdas, relacionadas ao conflito armado no Donbas. Não está bem claro quanto às acusações na solução da guerra agressiva: se Yanukovych é considerado como cúmplice? Em caso afirmativo, a quantidade de danos infligidos à Ukraina, provavelmente, deve ser dividida entre Yanukovych, Putin e o generalato russo.

- Qual, em sua opinião, era o status de Yanukovych, quando ele escrevia a carta a Putin: naquele momento ele ainda era chefe de Estado ou cidadão comum? Essa nuance é importante neste caso de Yanukovych?

- No lado legal, se ele era, naquele período, presidente da Ukraina ou não, não tem significado,. Esta carta poderia ter sido escrita por qualquer  ukrainiano, e seu status, com isto, não tem importância, há a composição do crime. Mas, a afirmação, que  a carta de Yanukovych a Putin foi usada para apreensão da Criméia, penso eu, não corresponde à realidade. Por quê? As ações agressivas da Rússia, de fato guerra hibrida, começaram no processo de provocações contra os participantes de protestos pacíficos na Praça da Independência, isto é, já neste momento começou a operação de desterro dos "homenzinhos verdes" na Criméia. Sabe-se que na Rússia produziram a medalha "Pelo retorno da Criméia", bem antes da fuga de Yanukovych e seu apelo às autoridades russas. Esta questão, naquele tempo foi resolvida, e é improvável que as ações do ex-presidente, por meio de cartas, podem ser qualificadas como contribuição à solução da guerra agressiva. Que Yanukovych é, ou agente do FSB (Serviço Federal de Segurança da Federação Russa), ou pessoa, que encontra-se sob completa influência do Kremlin, é um fato óbvio para muitos, mas tal qualificação de suas ações - é intencional, ou devido a não profissionalismo da investigação - é dirigida para acomodação ou ocultamento de motivos reais do crime.

- Como você avalia, ao todo, o processo judicial, na questão do ex-presidente da Ukraina? Pode-se chamá-lo de objetivo?

- Aquilo que acontece no Tribunal Obolonsky, em minha opinião, não pode ser chamado de tribunal real nem em essência ou em forma. O presidente do processo, juiz Vladislav Dev'iatko é figura de questões criminais, relacionados com as questões contra os ativistas do Maidan. No decorrer dos eventos revolucionários ele tomava decisões deliberadamente não justas. Como pode tal juiz conduzir este processo? A mim parece que o julgamento de Yanukovych é um show destinado para demonstrar os sucessos do procurador -geral Yuriy Lutsenko, que de fato, declarava anteriormente, que a Yanukovych será pronunciada uma sentença, que pode ser considerada como pressão sobre o tribunal. E, tudo isto funciona para proteção de Yanukovych. Depois deste processo, o presidente-fujão pode receber o status de pessoa politicamente perseguida. Na primavera passada nós soubemos, que ele foi removido da base da Interpol e o que está acontecendo agora no tribunal, trabalha a favor de que ele nunca mais seja anunciado, internacionalmente, como procurado. Se a sentença for anunciada a Yanukovych, no Tribunal de Obolonsk, então seus advogados, imediatamente, apelarão ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. E é provável que o TEDH reconhecerá que o veredicto foi pronunciado com grande número de violações.

O chefe do Centro "Penta", de Estudos Políticos, Volodymyr Fesenko, prevê, que o veredicto no caso da Segurança do Estado Viktor Yanukovych será concluído no final deste ano ou no início do próximo.

Volodymyr Fesenko















- Não pretendo julgar, exatamente, qual será a sentença,  é claro, que isto será, para Yanukovych, uma punição simbólica,  mas acho que a probabilidade de uma sentença acusatória é muito alta, e isto será apenas o começo. Sabe-se que o Ministério Público, já prepara e serão lançados outros casos sobre Yanukovych e sua comitiva. O maior assunto, mais volumoso e mais complicado, que pode durar muitos anos, - é, em relação, aos assassinatos no Maidan. Mesmo agora, no caso, da traição ao Estado por Yanukovych, o processo judicial decorre muito devagar. Esta é, provavelmente, sua principal especificidade. Mas penso, que contra a sua propulsão forçada agem os juízes, que não querem correr riscos, são muito cautelosos.  E também a autoridade ukrainiana. Eles querem que, do ponto de vista processual este processo pareça perfeito, de modo que não haja alegações de viés. Portanto, qualquer ação dos advogados de Yanukovych, frequentemente é destinada à inibição do processo à vontade de interrompê-lo completamente. O Ministério Público e o Tribunal respondem adequadamente. Neste caso, as evidências são muito fortes, em particular, a carta de Yanukovych a Putin. Há várias testemunhas que pretendem confirmar o apelo de Yanukovych ao Conselho da Federação da Rússia também com o pedido de introdução do exército russo no território da Ukraina. Tudo isso são provas importantes da culpa do ex-presidente.

Se Viktor Yanukovych for condenado, isso significará não apenas condenação, mas também a perda de todas suas propriedades e bens de pessoas relacionadas com ele no território da Ukraina. Mas, diz o cientista político Petro Oleshchuk, estes bens, já a muito tempo, foram formalizados a outras pessoas.

Petro Oleshchuk
Na verdade, esse processo não significa muito. É óbvio que Yanukovych permanecerá na Rússia até o dia que haja mudança de regime, o qual estará pronto para entregá-lo à Ukraina, ou até terminar, digamos, sua vida terrena. Mesmo que surjam opções teóricas, que permitam possível sua extradição, o governo russo não estará pronto para entregá-lo por causa de uma série de razões e, principalmente, porque Yanukovych é muito importante e valiosa testemunha para ela. O que se refere à detenção de suas propriedades após o veredicto, deve ser entendido que, no nome de Yanukovych nada foi registrado, inclusive a lendária residência "Myzhyhiria", ou seja, todos os bens foram formalizados nos nomes de outras pessoas. Consequentemente, a condenação de Yanukovych não terá implicações concretas para quaisquer disputa de propriedade. Claro, pode-se falar que Yanukovych, até certo ponto, disputa "encargos" aos propagandistas russos, os quais seguidamente repetem as palavras: "reviravolta estatal" na Ukraina,  "derrubada ilegal" de Yanukovych, outros. Mas, os propagandistas russos não estão, particularmente preocupados com os fatos, que eles aproveitam, e é ,provável que para eles, e para o próprio Yanukovych isto terá quaisquer consequências. Na verdade, o principal objetivo deste processo - é mostrar que o governo faz algo no sentido de esclarecimento do que aconteceu no Maidan, no inverno de 2014 e as ações do regime de Yanukovych. Não mais que isso.

Obviamente, este é um processo simbólico, que se destina a fornecer suporte simbólico para apoio de certas idéias.

Tradução: O. Kowaltschuk

sábado, 19 de agosto de 2017

O julgamento de Yanukovych sobre a traição do Estado. Quando e que sentença esperar?Ukraina Moloda
Radio Svoboda (rádio Liberdade), 19.08.2017
Volodymyr Ivakhnenko

Escultura de Viktor Yanukovych, feita pelos estudantes de Kyiv. Kyiv, 2.012



Tribunal do distrito Olbolonskiy de Kyiv, na quinta-feira aceitou a declaração do defensor público do ex-presidente da Ukraina Viktor Yanukovych.  Vitali Meshechka sobre seu afastamento da questão de traição do Estado do ex-presidente, e decidiu nomear um novo advogado do Estado. Além disso, pela decisão judicial, o centro regional para prestação de assistência jurídica gratuita deve "imediatamente" designar um advogado para proteção do ex-presidente. A próxima reunião terá lugar no dia 06.09. 2017 às 10 horas. A acusação pretende exigir a prisão perpétua.

O julgamento do ex-presidente começou em meados de maio, no final de junho passou para condenação à revelia da questão, e agora verifica as evidências fornecidas pela acusação. A questão sobre traição de Estado por Viktor Yanukovych apresenta mais de 20 volumes. No início de julho, o ex-presidente na transmissão da televisão russa declarou, que retira seus advogados e sai do processo. Depois disso o julgamento de Yanukovych continuou com a participação do advogado Vitaly Meshchka, nomeado pelo Estado.

Entre as principais evidências da culpa de Yanukovych - fotocópia de sua carta-apelo dirigida por ele em março de 2.014 ao Conselho da Federação Russa e Administração presidencial de Vladimir Putin, com pedido para introdução de tropas russas regulares no território da Ukraina. O documento é datado em 1 de março de 2014, quando o Parlamento já havia aprovado uma resolução de auto-afastamento de Yanukovych do desempenho dos deveres do presidente e nomeado eleições antecipadas para chefe de Estado. Mas, o próprio Yanukovych, então, disse que esta decisão era ilegal.

Em 15 de agosto, o ex-representante permanente da Ukraina para as Nações Unidas, Yuriy Sergeyev, da ONU em Nova York, em 03 de março de 2014, o já falecido representante russo Vitaly Churkin, demonstrou a carta, assinada por Yanukovych, e a ela o lado russo deu o status de documento oficial.


O embaixador da Rússia nas Nações Unidas Vitaly Churkin, na reunião do Conselho de Segurança da ONU demonstra a carta do ex-presidente da Ukraina Viktor Yanukovych ao   líder russo Vladimir Putin, pedindo para usar o exército para restaurar o Estado de Direito na Ukraina". Nova York, 03 de março de 2014.

O diplomata ukrainiano disse que Rússia "usou o apelo de Yanukovych para legitimar a intervenção na península crimeana.

O lado acusatório no processo judicial apresenta o procurador militar Ruslan Kravchenko - nativo de Donbas, e que serviu em Sevastopol e, junto com exércitos ukrainianos foi forçado a deixar a Criméia, anexada pela Rússia. Em 20 de julho o Tribunal Basmanny de Moscou prendeu, em ausência, o militar procurador ukrainiano, em ausência e em conexão com a acusação criminal de perseguição do comandante da frota russa do Mar Negro, o almirante Oleksandr Vitko.

Ruslan Kravchenko, em entrevista à Rádio Liberdade, disse que o apelo de Yanukovych a Putin - é apenas um dos documentos, que aparecem na base de evidências deste caso.

- Neste caso há outros documentos importantes  que confirmam a culpa de Viktor Yanukovych, há também exames de peritos e apresentação de testemunhas. Sobre todos os componentes do bloco de evidências falar agora não vou, para que isto não pareça uma pressão sobre o tribunal.

- A testemunha no processo será o ex-deputado da Duma da Rússia Ilya Ponomariov. Ele, é o único dos parlamentares russos, que não votou em 2014 para "a "anexação da Criméia à Rússia. Mais uma testemunha - o ex-deputado da Duma russa, Denis Voronenko - foi morto no centro de Kyiv em 23 de março, mas conseguiu testemunhar à investigação, há um vídeo de sua conversa com o investigador. Anteriormente, havia declarações, de que as palavras do falecido podiam ser apreciadas pelo tribunal, mas não podem ser uma prova. Será isto assim?

- Não é assim. Não quero divulgar todas as táticas legais das alegações, mas nós nos referimos à prática do Tribunal Europeu de Direitos Humanos (CEDH) e ao Código Processual Penal da Ukraina, e apresentaremos uma petição, para o tribunal, com redobrada atenção e análise dos testemunhos de Denis Voronenko, fornecidos durante a investigação prévia do julgamento, deste caso.

-Os advogados de Viktor Yanukovych, que deixaram o processo, disseram que o julgamento à revelia, de seu cliente é ilegal e apelaram para o Tribunal Europeu de Direitos Humanos, neste caso.

-Os advogados podem proteger seu cliente da maneira que desejam fazê-lo. Eu respeito esses advogados como juristas, mas todas suas últimas declarações não tem sentido e estão vazias. Porque durante a investigação pré-julgamento e, no momento, não houve violação de direitos do acusado. É claro que a proteção tem o direito de, a qualquer momento, dirigir-se ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos, mas na minha opinião não há motivos para isso.

- Por que, além da traição ao Estado, Viktor Yanukovych é acusado de ajudar as autoridades russas em ações deliberadas, cometidas para alterar os limites do território e fronteira estadual da Ukraina, violação da ordem, estabelecida pela Constituição, condição de uma guerra agressiva?

- Esta é a consequência do apelo de Yanukovych a Putin com o pedido de entrada das tropas russas na Ukraina. De acordo com a acusação, esta carta influenciou ou legitimou... Este é o único documento que, de acordo com a liderança da Rússia, deu fundamentos legais para o uso das tropas russas , cujo resultado, nosso território - República Autônoma da Criméia - foi ocupada pela Federação Russa. Nós temos todos os documentos sobre a agressão russa na Criméia, e essas evidências serão apresentadas no julgamento.

De acordo com Ruslan Kravchenko, uma vez que Yanukovych não reconhece sua culpa, a acusação pedirá ao Tribunal a maior punição - prisão perpétua.

De acordo com os promotores, numa sessão do tribunal, os danos causados a Ukraina com as ações do ex-presidente, que fugiu para Rússia e entrou em conspiração com Kremlin, são de 1 (um) trilhão, 800 bilhões, 352 milhões de hryvnia. Na atual taxa oficial de câmbio, do Banco Nacional da Ukraina, esse valor equivale a quase US$ 70 bilhões. Isto é o que falou o advogado das famílias dos Heróis de Centena do Céu, que pereceram durante o inverno de 2014 em Kyiv, durante o Euro Maidan, diz Vitaly Titich.

É óbvio, que esses cálculos levam em conta a ocupação russa da Criméia e nossas perdas, relacionadas ao conflito armado no Donbas. Não está bem claro quanto às acusações na solução da guerra agressiva: se Yanukovych é considerado como cúmplice? Em caso afirmativo, a quantidade de danos infligidos à Ukraina, provavelmente, deve ser dividida entre Yanukovych, Putin e o generalato russo.

- Qual, em sua opinião, era o status de Yanukovych, quando ele escrevia a carta a Putin: naquele momento ele ainda era chefe de Estado ou cidadão comum? Essa nuance é importante neste caso de Yanukovych?

- No lado legal, se ele era, naquele período, presidente da Ukraina ou não, não tem significado. Esta carta poderia ter sido escrita por qualquer ukrainiano, e seu status, com isto, não tem importância, há a composição de crime. Mas, a afirmação, que a carta de Yanukovych a Putin foi usada para apreensão da Criméia, penso eu, não corresponde à realidade. Por quê? As ações agressivas  da Rússia, de fato guerra hibrida, começaram no processo de provocações contra aos participantes de protestos pacíficos na Praça da Independência, isto é, já neste momento começou a operação de desterro dos "homenzinhos verdes" russos na Criméia. Sabe-se que na Rússia produziram a medalha "Pelo retorno da Criméia", bem antes da fuga de Yanukovych e seu apelo às autoridades russas. Esta questão, naquele tempo foi resolvida, e é improvável que as ações do ex-presidente, por meio de cartas, podem ser qualificadas como contribuição à solução da guerra agressiva. Que Yanukovych é, ou agente do FSB (Serviço Federal de Segurança da Federação Russa), ou pessoa, que encontra-se sob completa influência do Kremlin, é um fato óbvio para muitos, mas tal qualificação de suas ações - é intencional, ou devido a não profissionalismo da investigação - é dirigida para acomodação ou ocultamento de motivos reais do crime.

- Como você avalia, ao todo, o processo judicial, na questão do ex-presidente da Ukraina? Pode-se chamá-lo de objetivo?

- Aquilo que acontece no Tribunal Obolonsky, em minha opinião, não pode ser chamado de tribunal real em em essência ou em forma. O presidente do processo, juiz Vladislav Dev'iatko é figura de questões criminais, relacionadas com as questões contra os ativistas do Maidan. No decorrer dos eventos revolucionários ele tomava decisões deliberadamente não justas. Como pode tal juiz conduzir este processo? A mim parece que o julgamento de Yanukovych é um show destinado para demonstrar os sucessos do procurador-geral Yuriy Lutsenko, que de fato, declarava anteriormente, que Yanukovych será pronunciado numa sentença, que pode ser considerada como pressão sobre o tribunal. E tudo isto funciona para proteção de Yanukovych. Depois deste processo, o presidente-fujão pode receber o status de pessoa politicamente perseguida. Na primavera passada nós soubemos, que ele foi removido da base da Interpol e o que está acontecendo agora no tribunal, trabalha a favor de que ele nunca mais seja anunciado, internacionalmente, como procurado. Se a sentença for anunciada a Yanukovych, no tribunal de Obolonsk, então seus advogados, imediatamente, apelarão ao Tribunal Europeu dos Direitos Humanos. E é provável que o TEDH reconhecerá que o veredicto foi pronunciado com grande número de violações.

O chefe do Centro "Penta", de Estudos Políticos, Volodymyr Fesenko, prevê, que o veredicto no caso da Segurança do Estado de Viktor Yanukovych será concluído no final deste ano ou no início do próximo.

Volodymyr Fesenko
- Não pretendo julgar, exatamente, qual será a sentença, é claro, que isto será uma punição simbólica para Yanukovych, mas acho que  a probabilidade de uma sentença acusatória é muito alta, e isto será apenas o começo. Sabe-se que o Ministério Público, já prepara e serão lançados outros casos sobre Yanukovych e sua comitiva. O maior assunto, mais volumoso e mais complicado, que pode durar muitos anos, - é, em relação, aos assassinatos no Maidan. Mesmo agora, no caso, na questão da traição ao Estado por Yanukovych, o processo judicial decorre muito devagar. Esta é, provavelmente, sua principal especificidade. Mas penso, que contra a sua propulsão forçada agem os juízes, que não querem correr riscos, são muito cautelosos.  E também a autoridade ukrainiana. Eles querem que, do ponto de vista processual tudo pareça perfeito, de modo que não haja alegações de viés. Portanto, qualquer ação dos advogados da Yanukovych, frequentemente é destinado à inibição do processo e à vontade de interrompê-lo completamente. O Ministério Público e o Tribunal respondem adequadamente. Neste caso, as evidências são muito fortes, em particular, a carta de Yanukovych a Putin. Há várias testemunhas que pretendem confirmar o apelo de Yanukovych ao Conselho da Federação da Rússia também com o pedido de introdução do exército russo no território da Ukraina. Tudo isso são provas importantes da culpa do ex-presidente.

- Se Viktor Yanukovych for condenado, isso significará não apenas condenação, mas também a perda de todas suas propriedades e bens de pessoas relacionadas com ele no território da Ukraina. Mas, diz o cientista político Petro Oleshchuk, estes bens, já a muito tempo, foram formalizados em nome de outras pessoas.

Petro Oleshchuk
- Na verdade, esse processo não significa muito. É óbvio que Yanukovych permanecerá na  Rússia até o dia que haja mudança de regime, o qual estará pronto para entregá-lo à Ukraina, ou até terminar, digamos, sua vida terrena. Mesmo que surjam opções teóricas, que permitam possível sua extradição, o governo russo não estará pronto para entregá-lo por causa de uma série de razões e, principalmente, porque Yanukovych é muito importante e valiosa testemunha para ele. O que refere-se à detenção de suas propriedades após o veredicto, deve ser entendido, que, no nome de Yanukovych nada foi registrado, inclusive a legendária residência "Mezhyhiria". Ou seja, todos os bens foram formalizados nos nomes de outras pessoas. Consequentemente, a condenação de Yanukovych, não terá implicações concretas para quaisquer disputa de propriedade. Claro, pode-se falar que Yanukovych, até certo ponto, disputa "encargos" aos propagandistas russos, os quais, seguidamente repetem as palavras: "reviravolta estatal" na Ukraina, "derrubada ilegal" de Yanukovych, outros. Mas, os propagandistas russos não estão, particularmente, preocupados com os fatos, que eles aproveitam, e é improvável que para eles, e para o próprio Yanukovych isto terá quaisquer consequências. Na verdade, o principal objetivo deste processo - é mostrar que o governo faz algo no sentido de esclarecimento do que aconteceu no Maidan, no inverno de 2014 e as ações do regime de Yanukovych. Não mais que isso.

Obviamente, este é um processo simbólico, que se destina a fornecer suporte para apoio de certas idéias.

Tradução: O. Kowaltschuk